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Erupções Eritêmato-

Escamosas
Dermatite Seborreica
Crônica, recorrente, não contagiosa;

Localizações: Couro cabeludo, sulco nasogeniano, supercílios,


retroauricular, pré-esternal, interescapular, áreas intertriginosas (axilas,
virilhas);

Manifestações são mais exuberantes em áreas com mais glândulas


sebáceas e produção de sebo;

Fatores relacionados: Emocional, calor e umidade, fungos (malassezia


furfur e candida albicans), alcoolismo, DM e obesidade, HIV, Parkinson;

Manifestações clínicas:

Couro cabeludo: Descamação difusa, queda de cabelos. Placas bem


delimitadas na linha de implantação capilar;

Face: Porção medial das sobrancelhas, glabela e sulco nasogeniano.


Pode ocorrer descamação próximo aos cílios (blefarite) e na região da
barba;

Tronco: Acometimento pré-esternal e interescapular. Placas circinadas


com descamação central;

Flexuras: Axilas, virilhas, região anogenital, região inframamária e


umbilical. Fissuras crostosas podem ocorrer. As escamas são mais
úmidas (maceração) e pode ter até solução de continuidade. O agente
envolvido é a candida albicans.

Lactentes (neonato ou primeiros meses, período em que o neném ainda


tem hormônio da mãe circulando): Escamas gordurosas e aderentes
(crosta láctea), manchas eritematosas descamativas com algumas
vesículas. Acometimento de face, couro cabeludo e área de fraldas.

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Tratamento Dermatite Seborreica

 Lactente:

Roupas de algodão ou linho;

Couro cabeludo: óleo mineral (antes do banho para amolecer as crostas),


permanganato de potássio ou água boricada, creme de coricóide baixa
potência;

Tronco: Adistringentes, creme corticóide isolado ou com antifúngico.

2. Adulto - tópico

Couro cabeludo:

Shampoos com anti-fúngicos (cetoconazol 2%, ciclopirox olamina 1%,


sulfeto de selênio 2,5%, pitironato de zinco 1%;

Sabonetes com ácido salicílico e enxofre;

Refratários: shampoo com derivados do alcatrão (coaltar, liquor


carbonis detergens - LCD e solução de corticóide.

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Face:

Creme de corticóide não fluorado alternando com cetoconazol 2% ou


algum antifúngico → Corticoide promove melhora rápida, mas pode dar
efeito rebote e as lesões retornarem, então é importante orientar o
paciente que depois do uso do corticoide ele provavelmente terá que
fazer uso de outra medicação;

Imunomoduladores: pimecrolimus ou tacrolimus;

Sabonete com enxofre e ácido salicílico.

Tronco:

Cremes de corticóide sem ou com ácido salicílico;

Sabonetes com enxofre e ácido salicílico.

Áreas intertriginosas:

Exame micológico para excluir dermatofitose;

Limpeza com água boricada;

Creme de corticóide com antifúngico;

Manutenção com pasta de óxido de zinco ou pasta d'água.

Sistêmico: Formas disseminadas ou exacerbadas, prednisona 1mg/kg/dia.

Ptiríase Rósea
Frequente, benigna, não contagiosa;

Geralmente acomete adolescentes e adultos jovens;

Autolimitada 412 semanas);

Provável etiologia viral HHV6 e HHV7, mas não é contagiosa;

Diagnósticos diferencial: Erupção medicamentosa, psoríase, sífilis


secundária (acomete região palmo-plantar), dermatofitose, dermatite
seborreica;

Manifestações clínicas:

Lesão inicial: placa grande, eritemato-escamosa redonda ou oval


(medalhão), bem delimitada, bordas pouco elevadas. Muitas vezes há
formação de colarete descamativo no tronco (borda mais avermelhada
e centro um pouco mais claro);

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Poucos dias depois da lesão inicial, começam a surgir lesões menores
no corpo, não é possível ver tanta diferença entre a borda e o centro
nestas outras lesões;

Distribuição centrípeta: Predomínio no tronco e porção proximal dos


membros;

Prurido ausente ou discreto;

Ocasionalmente febre baixa e mal-estar e linfadenopatia;

Não deixa cicatriz ou mancha.

Tratamento Ptiríase Rósea

Geralmente não é necessário;

Anti-histamínicos se houver prurido;

Cremes de corticóide para lesões maiores;

Banho de sol 20 min, 3x por semana);

Antiviral para casos mais refratário.

Psoríase
Crônica, benigna, 1% da população;

Predisposição genética;

Restrita à pele na maioria dos casos;

Artrite pode estar associada;

Etiologia desconhecida;

Fatores emocionais relacionados, principalmente como gatilho


desencadeante.

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Patogenia: Aceleração do ciclo germinativo epidérmico, gerando lesões
descamativas;

Fatores desencadeantes e/ou agravantes:

Drogas: betabloqueadores, AINES, lítio, anti-maláricos, corticóide


sistêmico;

Infecções: estreptococo beta-hemolítico;

HIV;

Metabólico: hipocalcemia;

Trauma cutâneo: Fenômento de Koebner.

Tipos: Vulgar ou em placas, gutata, invertida, pustulosa, artropática,


palmo-plantar, ungueal.

Psoríase Vulgar

Mais comum 90%;

Placas eritêmato-escamosas, tamanhos variados, bem delimitadas,


disposição simétrica, mais comum nas superfícies extensoras, couro
cabeludo, com escamas secas, brancas, espessas, aderidas;

Eventualmente pode ter prurido e/ou queimação. Normalmente quando a


placa é muito elevada e descamativa é que ela tende a ter alguns sintomas,
caso contrário é totalmente assintomática.

Evolução crônica, em surtos e remissões;

Sinais clínicos: Sinal da vela e sinal do orvalho sangrento ou de Auspitz.

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Psioríase Invertida

Não vai estar nas áreas extensoras, mas sim nas superfícies flexoras.

Psoríase Gutata

Crianças, adolescentes e adultos jovens;

Início súbito;

Pápulas eritemato-descamativas de 0,51cm predominando no tronco;

Precedida por infecção estreptocócica em vias aéreas superiores.

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Psoríase Pustulosa

Quadro mais grave, múltiplas pústulas estéreis;

Quando generalizada é chamada de Psoríase de Von-Zumbusch;

Pode ser desencadeada pela suspensão abrupta de corticóide,


hipocalcemia, infecções ou irritantes em pacientes com psoríase;

Por serem múltiplas pústulas, tenho solução de continuidade e crostas


que formam porta de entrada, então o paciente pode ter febre e
leucocitose;

Pode evoluir para um quadro anterior de psoríase vulgar ou para um


quadro mais extenso de eritrodermia.

A forma localizada pode ser pustulose palmo-plantar ou pode ser


acrodermatite de Hallopeau (acometimento de extremidades, leva à
destruição da lâmina ungueal).

Psoríase artropática

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Geralmente associada a lesões cutâneas disseminadas;

TIpos: Mono ou oligoartrite assimétrica; interfalangeana distal assimétrica;


simétrica; mutilante; axial.

Psoríase palmo-plantar

Muita descamação, fissuras.

Psoríase ungueal

Pitting: depressões puntiformes na superfície da placa ungueal;

Mancha em óleo, levando ao descolamento da unha, porta de entrada para


infecção fúngica;

Pode preceder em anos lesões cutâneas.

Diagnóstico Psoríase

Clínico para psoríase vulgar. Para os tipos mais específicos, como


pustulosa, geralmente o diagnóstico é feito por biópsia;

Histopatológico para casos refratários e áreas específicas;

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PASI Psoriasis Area Severity Index) → Avaliação da gravidade. Leva em
consideração extensão, grau de eritema e espessura.

PASI < 8 Casos leves ou localizados → Tratamento tópico.

PASI > 8 Casos moderados a graves → Fototerapia, tratamento


sistêmico.

Tratamento Psoríase

Exposição solar recomendada;

Uso de emolientes: Ureia 10% ou 20% → Deixam a pele mais fina;

Tópicos:

Corticóide alta potência: Loção ou solução (couro cabeludo), cremes


(face e flexuras), pomadas (tronco e extremidades);

Análogos da vitamina D (calcipotriol): Associação com corticoide em


pomada ou gel → Potencializa o efeito do corticoide e reduz o efeito
rebote;

Formulações com alcatrões: Coaltar ou LCD e exposição solar.

Fototerapia: Ação imunomoduladora com inibição da proliferação de


queratinócitos;

Sistêmico: Metotrexato, acitretina, ciclosporina, biológicos.

Eritrodermia Esfoliativa
Síndrome com eritema generalizado e persistente associado a descamação
e prurido com curso subagudo ou crônico e comprometimento sistâmico;

Etiopatogenia: Evolução ou agravamento de dermatoses pré-existentes:


psoríase, dermatite atópica, dermatite seborreica, dermatite de contato,
reação medicamentosa;

Também pode se tratar da forma inicial de um linfoma cutâneo: Síndrome


de Sézary ou Micose Fungóide

Sintomas gerais: anorexia, calafrios, febre, distúrbios hidroeletrolíticos;

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Diagnóstico: História clínica + histopatológico;

Tratamento: De acordo com a causa → Corticóide tópico e sistêmico, anti-


histamínicos, hospitalização em casos mais graves.

Caso Clínico
LCP, masculino, 18 anos, estudante de medicina, natural de Feira de Santana,
procedente de Salvador.

QP Descamação e coceira no couro cabeludo e corpo há 15 dias.


HMA Informa surgimento de lesões eritematosas descamativas e pruriginosas
que se iniciaram pelo couro cabeludo, e evoluíram para a face e tronco.

AM ndn

AF ndn

HV nega tabagismo e etilismo.

*Placa eritematosa descamativa

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*Placas eritematosas com centro hipocrômico, bordas serpiginosas.

→ Diagnóstico: Dermatite Seborreica;


→ Não precisa de exames;

→ Tratamento tópico: shampoo adequado, creme para face, corticóide com


antifúngico no tronco. Orientar ao paciente que o quadro pode voltar, quais são
os fatores de melhora ou piora.

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