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Universidade de Brasília

Faculdade de Medicina
Epidemiologia – 6º.semestre
Semestre 1/22

EXERCITANDO APRENDIZAGEM
Medidas de frequência e indicadores de saúde

Parte 1 – Leia o resumo de pesquisa abaixo e responda as questões 1 e 2:

Resumo (adaptado) - Extraído de: Klafke A e cols. Epidemiol. Serv. Saúde, 2014; 23(3):455-462.
Objetivo: descrever a mortalidade por complicações agudas do diabetes melito no Brasil segundo faixa
etária, sexo, regiões e unidades federativas. Métodos: estudo descritivo com dados de óbitos registrados
no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), corrigidos para sub-registro e causas mal definidas,
para 2010 ou o período 2006-2010. Resultados: a mortalidade por complicações agudas no Brasil foi de
2,45/100 mil habitantes e de 0,29/100 mil hab. entre menores de 40 anos de idade, correspondendo a
6,8% e 22,9% dos óbitos pelo diabetes como causa básica, respectivamente; a taxa de mortalidade foi
maior nas regiões Norte (4,33/100 mil hab.) e Nordeste (3,46/100 mil hab.), aumentando com a idade.

Questão 1. Identifique os tipos de medidas ou indicadores contidos no resumo (ex: proporções ou


taxas), com exemplos extraídos do texto.
Questão 2. Pelos resultados do resumo da pesquisa para as Regiões Norte e Nordeste, onde você infere
que é maior o risco de morrer por complicações agudas do diabetes? Justifique.

Questão 1
Exemplo de resposta: a) indicador do tipo coeficiente ou taxa – “a mortalidade por complicações agudas
no Brasil foi de 2,45/100 mil habitantes”. b) indicador do tipo proporção - “...correspondendo a 6,8% e
22,9% dos óbitos pelo diabetes como causa básica”.

Questão 2
Maior risco de morrer por complicações agudas do Diabetes na Região Norte, devido à maior taxa de
mortalidade, em comparação à Região Nordeste.

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Parte 2 - Utilize as informações a seguir para responder as questões 3 e 4:
Libéria, Guiné e Serra Leoa, países da África Ocidental, viveram grave epidemia de Doença por Vírus
Ebola no ano 2014. Sabendo que a população estimada na Libéria era de 4.200.000 habitantes (Fonte:
OMS) e que até o dia 13 de agosto de 2014 haviam sido confirmados nesse país 190 casos da doença,
com 154 óbitos (Fonte: OMS), responda:

Questão 3. Qual foi o coeficiente de mortalidade por Vírus Ebola, na Libéria, na epidemia, até o dia 13 de
agosto de 2014?
Questão 4. Qual foi o coeficiente de letalidade por Vírus Ebola, na Libéria, na epidemia, até o dia 13 de
agosto de 2014?

Questão 3:
Coeficiente de mortalidade por Ebola na Libéria: 3,7 mortes por 100.000 hab. (154/4.200.000) x 100.000.

Questão 4:
Coeficiente de letalidade por Ebola na Libéria: 81% (154/190).

Parte 3 – Analise a tabela abaixo e responda as questões 5 e 6:


Morte anual por câncer em homens em duas indústrias. Local Y. Ano X.
INDÚSTRIA A INDÚSTRIA B
no de mortes por no de mortes por
% %
câncer câncer
Sistema respiratório 180 33 248 45
Sistema digestivo 160 29 160 29
Genitourinário 80 15 80 15
Outros sistemas 130 23 60 11
Total 550 100 550 100

Questão 5 - Pode-se inferir que o risco de morrer por câncer do sistema respiratório é maior na indústria
B, em comparação à indústria A? Justifique.
Questão 6 – Pode-se inferir que os homens das duas indústrias têm o mesmo risco de morrer por
qualquer tipo de câncer, dado que houve 550 óbitos por câncer nas duas indústrias no ano considerado?
Justifique.

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Questão 5:
Não é possível inferir risco a partir dos dados apresentados porque não estão apresentados os
coeficientes ou taxas de mortalidade por câncer do sistema respiratório e, sim, a mortalidade proporcional,
uma medida que não estima o risco.

Questão 6:
Não é possível concluir que o risco de morrer por câncer nas duas indústrias é o mesmo, porque não se
conhece o total da população de cada indústria, para cálculo da taxa de mortalidade por câncer.

Parte 4 – Leia o enunciado abaixo e responda a questão 7.


Em uma cidade do interior de Goiás, a Secretaria Municipal de Saúde registrou, em todo ano de 2010, o
número de 890 partos, dos quais 18 foram de natimortos. Não houve registro de nascimentos gemelares.
Nos primeiros 27 dias, morreram 20 neonatos; entre 28 dias e menos de 1 ano de vida morreram 32
nascidos vivos.

Questão 7 – Explicite como são construídos os indicadores abaixo e faça os cálculos pertinentes:
a. Coeficiente de mortalidade neonatal;
b. Coeficiente de mortalidade pós-neonatal;
c. Coeficiente de mortalidade infantil;

Questão 7: Obs: Os indicadores devem ser explicitados, dizendo o que compõe o numerador e o que
compõe o denominador.
a. Coeficiente de mortalidade neonatal = 22,9/1.000 NV (20/872)
b. Coeficiente de mortalidade pós-neonatal = 36,7/1.000 NV (32/872)
c. Coeficiente de mortalidade infantil = 59,6/1.000 NV [(20+32]/872

Parte 5 – Leia o resumo de pesquisa abaixo e responda o que se pede sobre o seu conteúdo, nas
questões 8 e 9:

Resumo
Extraído e adaptado a partir de: Imai FI e cols. Epidemiol. Serv. Saúde 2014;, 23(3):435-446.
Objetivo: estimar a frequência do consumo excessivo de álcool, do tabagismo e seus fatores associados.
Métodos: estudo transversal com amostra representativa de 1.264 graduandos da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), em 2012. Tabagismo (consumo de 1+ cigarros/dia no último mês), consumo
excessivo de álcool (escore 8+, segundo o Alcohol Use Disorders Identification Test) e demais fatores
foram coletados por meio de questionário autopreenchível. Resultados: a frequência de consumo
excessivo de álcool foi 32,5% (IC95%: 27,3; 38,3), e de tabagismo 5,9% (IC95%: 2,6; 13,1). O consumo
excessivo de álcool associou-se à maior classificação econômica e a frequentar cursos dos Centros de
Ciências Jurídicas, de Filosofia/Humanas e de Educação. O tabagismo foi mais frequente entre estudantes
dos mesmos centros e ingressantes pelo vestibular tradicional, em comparação com ingressantes por

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meio de ações afirmativas. Conclusão: embora a frequência de tabagismo seja baixa, a de consumo
excessivo de álcool foi elevada e semelhante àquela observada em outras instituições.

Questão 8. O estudo estimou que tipo de medida de frequência entre os estudantes? Justifique.

Questão 9 É possível avaliar o risco de tornar-se tabagista na população estudada por meio das medidas
estimadas? Justifique.

Questão 8:
Estimou o coeficiente ou a taxa de prevalência para tabagismo e consumo de álcool. O estudo foi
transversal, quantificando todos os eventos de um dado momento, sem acompanhamento para estimar
eventos novos.

Questão 9:
Não é possível estimar o risco, pois não foi calculado o coeficiente ou a taxa de incidência de tabagismo,
que seria possível se acompanhasse a população para estimar os novos eventos.

Parte 6 - Utilize as informações da tabela abaixo, de um dado município brasileiro, para responder
as questões 10 e 11:

Número de casos novos de


Nível socioeconômico População tuberculose -
Ano X
Alto 19.922 3

Médio 31.561 9

Baixo 65.296 60

Total 116.779 72

Questão 10. Calcule a incidência de tuberculose por estrato socioeconômico da população (utilize
incidência por 100.000 hab.)

Questão 11. Considerando os números registrados, em qual estrato socioeconômico seria maior o risco
de contrair tuberculose?
a) Alto b) Médio c) Baixo d) Não há diferenças no risco para contrair tuberculose,
segundo nível socioeconômico.

Questão 10:
Alto = 15,1 casos por 100.000hab; Médio =28,5 casos por 100.000hab; Baixo=91,9 por 100.000hab.

Questão 11:
Baixo nível socioeconômico.

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Parte 7 – Marque as alternativas corretas nas questões 12 a 16, de acordo com os enunciados:

Questão 12 - O coeficiente de incidência de uma doença é 5 vezes maior entre mulheres do que entre
homens, mas o coeficiente de prevalência não apresenta diferença entre sexo. A melhor explicação é que:
a. O coeficiente de mortalidade por todas as causas é maior nas mulheres.
b. A letalidade para essa doença é maior nas mulheres.
c. A letalidade para essa doença é menor nas mulheres.
d. A duração dessa doença é menor em homens.
e. Fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença são mais comuns em homens.

Questão 12:
Letra B

Questão 13 – Suponha que a Secretaria de Saúde de um município endêmico para leishmaniose visceral
esteja empenhada em melhorar a notificação de casos da doença, devido à conhecida subnotificação dos
casos, e inicie várias ações com essa finalidade. Assumindo os êxitos das ações, inclusive com redução
dos casos fatais, você esperaria que ocorresse qual situação nos indicadores de saúde nos anos próximos
futuros? Marque uma alternativa e justifique a sua resposta.

a. Elevação do coeficiente de letalidade por leishmaniose visceral, sem alteração da incidência.


b. Redução do coeficiente de incidência por leishmaniose visceral, sem alteração da letalidade.
c. Redução do coeficiente de incidência e elevação do coeficiente de letalidade por leishmaniose
visceral.
d. Elevação do coeficiente de incidência por leishmaniose visceral e redução do coeficiente de
letalidade por leishmaniose visceral.

Questão 13:
Letra D

Questão 14
Analisando o Coeficiente Geral de Mortalidade do Brasil do ano de 2015, de 6 mortes por 1.000hab., pode-
se inferir que:
a. É um indicador que não permite estimar o risco de morte da população brasileira.
b. O risco de morte para brasileiros, na média, no ano de 2015 era de 6 por mil hab.
c. Nada se pode inferir sobre o risco de morrer, pois não foi informada a fonte dos dados.

Questão 14:
Letra B

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Questão 15
O Ministério da Saúde registrou no ano de 2011 ~ 240.000 novos casos de dengue. Se soubermos a
população total das cidades onde ocorreram os casos, poderemos calcular:
a. Coeficiente de prevalência
b. Coeficiente de incidência
c. Coeficiente de letalidade

Questão 15:
Letra B

Questão 16
Em dados de exame periódico de funcionários de hospital público em um município brasileiro, em um dado
ano, foi registrado que os médicos e enfermeiros apresentaram migrânea, com uma taxa de 5 por 1.000
homens dessas categorias profissionais, nas idades de 30 a 45 anos. As médicas e enfermeiras da
mesma idade apresentavam taxa de migrânea de 10 por 1.000 mulheres dessas categorias profissionais.
A inferência, a partir do enunciado, de que as médicas e enfermeiras teriam duas vezes o risco de
desenvolver migrânea em comparação aos médicos e enfermeiros, nessa faixa etária é:

a. Correta.
b. Incorreta, pois não é possível comparar duas taxas, conforme apresentadas no texto.
c. Incorreta, porque não se tem os números absolutos para o cálculo das taxas.
d. Incorreta, pois o texto não permite distinguir entre incidência e prevalência de migrânea.

Questão 16
Letra D

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