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Rio de Janeiro
2010
Ariana Machado de Camargo
Rio de Janeiro
2010
C172 Camargo, Ariana Machado de.
Defeitos congênitos e exposição a agrotóxicos no Brasil/
Ariana Machado de Camargo. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Instituto
de Estudos em Saúde Coletiva, 2010.
63 f.: il.; 30cm.
Referências: f. 57-61.
CDD 632.95
ii
Aprovada em
_____________________________________________
Prof. Dr. Armando Meyer, IESC – UFRJ.
_____________________________________________
Prof. Dra. Katia Regina de Barros Sanchez, IESC – UFRJ.
_____________________________________________
Prof. Dra. Gina Torres Rego Monteiro, ENSP – FIOCRUZ.
iii
Agradecimentos
RESUMO
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the degree of association between the use
of pesticides and mortality due to malformations of the central nervous system
(CNS) and cardiovascular system (CVS) in children under 1 years in our
population. This is an Ecological Study, which sought to correlate the per capita
consumption of pesticides in two different periods (1985 and 1996) and mortality
by specific malformations in subsequent periods (1986 to 1990 and from 1997 to
2001). Our exposure was represented by per capita consumption of pesticides
and the assessed outcome by mortality from malformations of the central
nervous system and cardiovascular system in children under 1 year of age in
Brazilian regions. This study considers 3 different groups based on their
consumption behaviour: general microregion, micro-urban and rural settlements.
These groups were divided by sex and correlations between variables of interest
to all groups were analysed. The microregions were categorized in deciles of
consumption to calculate the rate ratio for each decile. The overall mortality rate
for each decile was calculated, then the lowest consumption was used as a
reference. The results showed a significant correlation between the variables in
the general microregions and the Rural microregions. On the contrary, urban
microregions showed no significant correlations. This result was observed for
both mortality CNS malformations such as the CVS in both periods analyzed.
Stratification by gender didn't exhibit significant changes. The analysis of rate
ratio showed a significantly increased risk of death in all deciles of consumption
for Rural Microregions for both mortality CNS malformations as the CVS. This
study has shown that agricultural activity and the consequent exposure to
pesticides may be related to the occurrence of birth defects in children.
SUMÁRIO
Resumo...............................................................................................................iv
Abstract ...............................................................................................................v
INTRODUÇÃO....................................................................................................10
1. Defeitos Congênitos........................................................................................10
1.1. Definição e Histórico .............................................................................10
1.2. Causas dos Defeitos Congênitos e Agentes Teratogênicos .................10
1.3. Epidemiologia e Importância dos Defeitos Congênitos.........................13
2. Disruptores Endócrinos...................................................................................14
3. Agrotóxicos .....................................................................................................16
4. Agrotóxicos e a Saúde Humana .....................................................................18
OBJETIVOS .......................................................................................................25
MÉTODO ............................................................................................................26
RESULTADOS ...................................................................................................29
1. Análise Geral ..................................................................................................29
2. Análise de Correlação.....................................................................................30
3. Razão de Taxas de Mortalidade .....................................................................38
DISCUSSÃO ......................................................................................................51
CONCLUSÃO.....................................................................................................56
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................57
10
INTRODUÇÃO
QUADRO TEÓRICO CONCEITUAL
1. Defeitos Congênitos
início do século XIX por Etienne Geoffroy de St. Hilaire, que literalmente significa
“estudos de monstros” (Carlson, 1996). A Teratologia é o ramo da ciência
médica que estuda as anomalias e malformações ligadas a uma perturbação do
desenvolvimento embrionário ou fetal e agente teratogênico é definido como:
“qualquer substância, agente físico, organismo ou estado de deficiência que,
estando presente durante a vida embrionária ou fetal, seja capaz de alterar
estrutural ou funcionalmente o organismo ou partes do organismo em
desenvolvimento”.
(Dicke, 1989).
Os órgãos e tecidos em desenvolvimento são particularmente mais
sensíveis à ação dos agentes teratogênicos nos períodos de diferenciação
rápida da embriogênese, ou seja, quando a divisão ou a diferenciação celulares
e a morfogênese estão em seu pico. Dessa forma, os tecidos e órgãos têm
susceptibilidades diferentes aos agentes teratogênicos, pois seus períodos de
desenvolvimento são diferentes.
De forma didática os agentes teratogênicos podem ser divididos em:
biológicos, físicos e químicos.
Dentre os agentes biológicos, podemos citar como os mais importantes o
vírus da rubéola – causando a síndrome da rubéola congênita, cujas principais
consequências são catarata, defeitos cardíacos e surdez, o citomegalovírus, o
HIV, o Vírus do herpes simples, o HPV, o Treponema pallidum e o Toxoplasma
gondii. Microcefalia, retardo mental, cegueira, malformações de membros e
Sistema Nervoso Central são algumas das consequências teratológicas comuns
da exposição a esses agentes biológicos (Brent & Beckman, 1990).
Como exemplo de agentes físicos, podemos citar a radiação ionizante
como poderoso agente teratogênico. Retardo no crescimento, microcefalia,
espinha bífida, alterações de pigmentação da retina, fenda palatina e
retardamento mental são algumas das alterações observadas em crianças que
sobreviveram após receberem altos níveis de radiação ionizante durante a
gestação. Os riscos são maiores quando a exposição ocorre entre a 8ª e 15ª
semanas de idade gestacional. Durante este período, o risco de retardo mental
12
2. Disruptores Endócrinos
A literatura tem tentado ao longo dos anos relacionar os pesticidas, que
englobam uma ampla gama de substâncias, a diversos desfechos adversos da
gravidez. De fato, inúmeros trabalhos já consideraram a hipótese de algumas
classes de pesticidas agirem como poderosos desreguladores endócrinos, que
poderiam produzir alterações biológicas durante a gestação (Carreño et al, 2007;
Koifman et al, 2002; Andersen et al, 2008).
15
3. Agrotóxicos
São chamados de pesticidas ou agrotóxicos todas as substâncias
químicas ou biológicas destinadas a controlar, destruir ou prevenir qualquer tipo
de praga, incluindo vetores de doenças animais ou humanas, espécies
indesejáveis de plantas ou animais que causem dano ou que, de alguma forma
interfiram durante a produção, processamento, estocagem, transporte ou
comercialização de alimentos, assim como, substâncias que possam ser
administradas em animais para o controle de insetos, aracnídeos ou outras
pragas dentro ou sobre seus corpos, bem como outras substâncias utilizadas
como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento, ou
ainda agentes para prevenir a queda prematura de frutas e substâncias
aplicadas à plantação ou ao produto final para prevenir sua deterioração durante
sua estocagem ou seu transporte (WHO/UNEP, 1990; Silva, et al, 2005; Dich et
al, 1997).
Os riscos à saúde humana associados ao uso e à exposição a
agrotóxicos têm sido um tema de grande interesse no âmbito da saúde pública.
O crescimento acelerado da população mundial e o aumento da demanda por
alimentos têm exigido uma utilização cada vez mais intensa deste tipo de
insumo (Nunes & Tajara, 1998). Além disso, desde a “Revolução Verde”, na
década de 50, com a implantação de um novo modelo de produção baseado nos
pilares tecnológicos do agronegócio (moto mecanização, manipulação genética
e agroquímica) tem havido um incremento crescente na utilização destes
produtos para o controle de pragas, doenças e ervas invasoras das plantações
(Moreira et al, 2002; Jesus, 2005; Silva, et al, 2005). Atualmente, estima-se que
mais de três milhões de toneladas de agrotóxicos sejam utilizados na agricultura.
Em 2008, o faturamento das indústrias de química fina na área de vendas de
agrotóxicos foi de mais de 7 milhões de dólares, contra 4,5 milhões em 2007.
(ABIFINA, 2010). No Brasil, o consumo destes produtos encontra-se em franca
expansão e em algumas regiões do país, como a Sudeste, chega a 52Kg de
agrotóxicos/ trabalhador/ ano podendo atingir valores superiores a este em
algumas áreas produtivas. Na região da Microbacia do Córrego de São
17
resultado, observaram que havia aumento no risco de ter um filho com defeito de
tubo neural morando-se a 1.000m e a 500m das áreas que aplicavam pesticidas
como benomyl, metil carbamatos e organofosforados. No mesmo trabalho
observou-se ainda uma associação entre certos tipos específicos de pesticidas e
DTN (defeitos do tubo neural). Associado a defeitos do tubo neural em geral
encontraram o benomyl, um agente fungicida, com uma OR=2,0 (95% IC 0,9–
4.3). Associado ao aparecimento de espinha bífida, observaram o clorpirifós, um
inseticida organofosforado, com uma OR= 1,5 (95% IC 0,9–2,7) e ao
aparecimento de anencefalia o naled, também um organofosforado, com uma
OR=2,0 (95% IC 0,9–4,3).
Em outro estudo caso-controle realizado em três estados mexicanos, os
autores observaram que mães expostas a pesticidas durante o “período de risco
agudo”, sendo este compreendido entre três meses antes e um mês depois da
última menstruação, tinham um alto risco de ter uma criança com anencefalia
com uma OR=4,58 (95% IC 1,05-19.96) (Lacasaña, et al, 2006).
Em um trabalho de 1996, pesquisadores tentaram avaliar o aparecimento
de malformações nos filhos de trabalhadores rurais noruegueses. Neste trabalho
a exposição à pesticidas foi estimada através do gasto na compra de pesticidas
de cada unidade produtora e na presença ou não de equipamentos (tratores)
borrifadores de pesticidas. Observaram que os filhos de pais expostos a
pesticidas apresentaram aumento do risco de ter malformações no SNC em
relação aos pais não expostos, com uma OR=2,30 (95% IC 1,31-4,04), quando
avaliados quanto a presença de equipamento borrifador em pomares e estufas.
Esse quadro apresentou-se também para o aparecimento de espinha bífida e
hidrocefalia com uma OR=2,76 (95% IC 1,07-7,13) e OR=3,49 (95% IC 1,34-
9,09), respectivamente, também quando avaliada a presença de equipamento
borrifador em pomares e estufas (Kristensen, et al, 1996).
As alterações no desenvolvimento embrionário do sistema cardiovascular
também têm sido consideradas importantes no que concerne à exposição
ocupacional a pesticidas. O coração e os vasos sanguíneos desenvolvem-se
23
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Este projeto tem como objetivo principal avaliar o grau de associação
entre o consumo geral de agrotóxicos na população brasileira e a mortalidade
por malformações do Sistema Nervoso Central e do Sistema Cardiovascular em
crianças menores de 1 ano desta mesma população.
Objetivos Específicos
− Levantar dados sobre consumo de agrotóxicos no Brasil;
− Avaliar a mortalidade infantil em crianças menores de um ano por
malformações do SNC e Sistema Cardiovascular nos períodos de 1986 a
1990 e de 1997 a 2001, de acordo com a Classificação Internacional de
Doenças na população brasileira;
− Estimar a magnitude de associação entre consumo de agrotóxicos e
ocorrência destes tipos específicos de malformações na população estudada;
− Estimar o risco de morte por malformações do SNC e SCV em menores de 1
ano de idade entre Microrregiões que mais consomem agrotóxicos e que
menos consomem;
− Estimar a tendência deste risco, no caso de sua ocorrência, entre as
Microrregiões participantes do estudo.
26
MÉTODO
População de Estudo:
Participaram deste estudo todo menor de 1 ano de idade que teve óbito
nos períodos de 1986 a 1990 e 1997 a 2001.
Os dados de mortalidade foram obtidos nos bancos de dados do Sistema
Único de Saúde do Ministério da Saúde, DATASUS.
Desenho do Estudo:
Razão de Taxa
Dividiu-se as Microrregiões em decis de consumo para calcularmos a
razão de taxa de cada decil. Calculou-se a taxa de mortalidade global de cada
decil utilizando-se a mortalidade em menores de 1 ano total no intervalo de
tempo estudado e a população do meio do período tanto para malformações do
SNC como para do SCV. O decil de menor consumo serviu como referência ou
comparação.
Ambas as análises foram realizadas em dois períodos distintos. Para
relacionar o consumo per capita dos municípios no ano de 1985, utilizamos as
mortalidades nos anos de 1986, 1987, 1988, 1989 e 1990, usando a
classificação da CID 9. Já para o consumo per capita dos municípios no ano de
1996, utilizamos as mortalidades nos anos de 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001,
usando a classificação da CID 10.
Análise de Tendência
Foi avaliada a tendência do aumento da taxa de mortalidade entre os
decis de consumo. Esta avaliação foi feita para mortalidade por malformações
do SNC e SCV, para as microrregiões em geral, microrregiões urbanas e rurais
e divididas por sexo. Para o cálculo da tendência das taxas globais de
mortalidade em cada decil, utilizamos o teste Qui-quadrado de tendência e o
nível de significância adotado foi de 5%.
O programa estatístico utilizado para realizar a estimativa do risco e
análise de tendência foi o WINPEPI.
29
RESULTADOS
1. Análise Geral
Ao todo participaram do estudo 41.953 menores de 1 ano de idade com
óbito por malformações do Sistema Nervoso Central e do Sistema
Cardiovascular nos períodos de 1986 a 1990 e de 1997 a 2001.
De 1986 a 1990 tivemos 20.814 mortes por malformações do SNC e SCV
em menores de 1 ano nas Microrregiões participantes do estudo, esse número
corresponde a 4% do total de mortes em menores de 1 ano no mesmo período.
No período de 1997 a 2001 tivemos 21.139 óbitos por esses tipos de
malformações, o que corresponde a 6,5% do total de óbitos por qualquer causa
neste mesmo período e nas mesmas microrregiões avaliadas.
O consumo de agrotóxicos nas variadas microrregiões mostrou-se
heterogêneo. Quando observamos as microrregiões globalmente, no ano de
1985, vemos uma média de consumo de Cr$ 24,79 per capita no decil de menor
consumo e uma média de Cr$ 4.222,64 e Cr$ 14.786,70 per capita nos dois
decis de maior consumo, respectivamente. Estes dois decis de maior consumo
perfazem mais de 74% da média total de consumo de todos os decis neste
período.
Ao observarmos os dados de 1996 também notamos esta
heterogeneidade. A média do decil de menor consumo neste período é de R$ 5,
273 per capita e de R$ 1796,8 e R$ 5055,1 nos dois decis de maior consumo,
respectivamente, mostrando que os dois decis de maior consumo, em 1996, são
responsáveis por 77% do valor total das médias de consumo dos decis neste
período.
Os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo demonstraram o
maior consumo de agrotóxicos per capita. Nos resultados do ano de 1985, mais
de 76% das 80 microrregiões participantes dos dois decis de maior consumo,
pertencem a estes três Estados. Os dados de 1996 mostram que 64% das 100
microrregiões que compõem os dois decis de maior consumo também
pertencem a estes três Estados.
30
De modo geral, observamos que Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo
possuem, respectivamente, 59%, 42,4% e 39,3% do total de suas microrregiões
nos dois decis de maior consumo para ano de 1985. Para o ano de 1996,
observamos que estes três Estados apresentam a proporção de 55,3%, 54,3% e
38,1%, respectivamente.
2. Análise de Correlação
Ao analisarmos os dados de consumo de 1985 nas várias microrregiões
brasileiras e a mortalidade em menores de 1 ano de idade nos períodos de
1986,1987,1988,1989 e 1990, observamos um coeficiente de correlação r=0,307
(p=0,000) para mortalidade por malformações do SNC e r=0,391 (p=0,000) para
mortalidade por malformações do SCV.
Para os dados de consumo percapita de agrotóxicos em 1996 e
mortalidade por malformações específicas dos SNC e SCV em
1997,1998,1999,2000 e 2001, observamos uma correlação de r=0,296 (p=0,000)
e r=0,402 (p=0,000) respectivamente. Esses dados estão apresentados na
Tabela 1.
malformações do SNC quanto para do SCV. Sendo que, para o SNC esta
tendência é considerada significativa ao contrário do observado para o SCV.
DISCUSSÃO
As malformações ou defeitos congênitos vêm crescendo em importância
como agravos a saúde nos últimos anos. Os óbitos devidos a causas infecciosas
vêm decaindo em importância, resultando em um aumento da proporção de
mortes atribuíveis aos defeitos congênitos (WHO, 2004). De acordo com
Horovitz, et al(2006), este comportamento também é visto no Brasil, onde entre
1980 e 2000 observou-se um declínio proporcional de óbitos por causas
infecciosas e respiratórias, passando as malformações congênitas do quinto ao
segundo lugar em causas de óbitos infantis. Na cidade do Rio de Janeiro a
porcentagem de mortes devido a malformações congênitas passou de 15% no
ano de 2000 para 18% no ano de 2003 (Costa, et al, 2006).
52
CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo demonstram uma correlação positiva
entre consumo percapita de agrotóxicos e as taxas de mortalidade por
malformações do SNC e SCV em menores de 1 ano nos períodos de 1986 a
1990 e de 1997 a 2001. Esta associação sofre um incremento quando avaliamos
apenas as microrregiões rurais, demonstrando a importância da exposição a
estas substâncias nestas regiões de mais intensa atividade agrícola.
Quando se avaliou o risco relativo de morrer por malformações do SNC
ou SCV, em menores de 1 ano de idade, residentes em microrregiões de alto
consumo de agrotóxicos, comparando-os com os riscos naquelas de mais baixo
consumo, observou-se um aumento deste risco naquelas microrregiões de
maior consumo.
Constatamos também uma tendência significativa de aumento deste risco
para os aglomerados rurais e uma magnitude de tendência muito maior neste
grupo quando comparado aos aglomerados urbanos.
Em relação à categoria de malformação, verificou-se que o risco foi
levemente maior para mortalidade por malformações do SCV tanto para o
período de 1986 a 1990 como para o período de 1997 a 2001, nas microrregiões
rurais.
O risco de morte por malformações do SCV foi ligeiramente maior entre
os menores de 1 ano do sexo feminino.
Tais informações sugerem que a atividade agrícola e a conseqüente
exposição a agrotóxicos podem estar relacionadas ao aparecimento de defeitos
congênitos na população infantil.
Essa consideração é importante, levando-se em conta a alta participação
das mulheres no trabalho agrícola, acompanhando os maridos ou limpando o
material utilizado na lavoura, muitas vezes, sem a percepção de que estão
sendo expostas. Esse contexto pode contribuir para o aumento da ocorrência de
mal-formações, pois as mães não se afastam do trabalho agrícola nem utilizam
equipamentos de proteção durante a gestação.
57
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