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Salvador
2008
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
Mestrado em Saúde Coletiva
SALVADOR
2008
MARA BEATRIZ GROTTA FURLAN
Banca Examinadora
Salvador – BA
2008
FICHA CATALOGRÁFICA
p: 53
CDU:
Dedico este trabalho ao meu esposo Marcos e
às nossas filhas Tathiana, Taynara e Naytara
pelo incentivo e apoio em todos os momentos
do curso e da elaboração do trabalho.
(SINAN), desde o ano 2002 quando se inicia a epidemia, até o ano 2006. No
2003, 131 em 2004, 158 em 2005 e 160 casos em 2006, correspondendo aos
coeficientes de incidência de 31,1; 13,6; 18,2; 21,0 e 21,3 casos por 100 mil
sexo masculino, com 64% dos casos. A maior letalidade ocorreu em adultos na
outras patologias. Três das sete regiões concentraram 70% dos casos.
Epidemic in Campo Grande city, Mato Grosso do Sul, and its temporal and spatial in
Notificação (SINAN) were analyzed since 2002, with the outbreak of the epidemic,
until 2006. The obtained results were used in the construction of a Scientific Report.
In 2002, the first autochthonous cases were diagnosed in Campo Grande, the capital
of the state. Within the period of 2002 to 2006, the total of 568 cases and 43 deaths
were notified (7.6% of lethality). The yearly distribution of the cases were: 22 cases in
2002, 97 in 2003, 131 in 2004, 158 in 2005 and 160 cases in 2006, corresponding to
the incidence coefficients of 31.1; 13,6; 18.2; 21.0 and 21.3 cases per 100 thousand
inhabitants. Most of cases occurred in children under 5 years old and also reached
other ages. Male sex was predominant, with 64% of cases. The highest lethality
occurred in adults with the age of 60 and moreover, most of them associated with co-
infection with other diseases. Thre of the seven regions concentrated 70% of cases.
Conclusion: the secondary cases reveal an epidemic which outbreak was in 2002
and remains up to 2006, despite the control measures taken. No fall in incidence was
observed in 2006.
LV Leishmaniose Visceral
1.INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
1.1 Etiologia..........................................................................................................14
1.2 Vetor................................................................................................................14
1.3 Reservatório...................................................................................................15
1.4 Manifestações clínicas ..................................................................................16
1.5 Diagnóstico ....................................................................................................17
1.6 Tratamento .....................................................................................................18
1.7 Distribuição geográfica .................................................................................19
1.8 Medidas de Controle......................................................................................19
1.9 Vigilância Epidemiológica.............................................................................21
1.9.1 Vigilância e controle do vetor ....................................................................21
1.9.2 Vigilância e controle do reservatório .........................................................22
2.JUSTIFICATIVA .....................................................................................................24
3.OBJETIVOS ...........................................................................................................24
3.1 Objetivo Geral ................................................................................................24
3.2 Objetivos específicos ....................................................................................25
4.METODOLOGIA.....................................................................................................25
4.1 Local do estudo .............................................................................................25
4.2 Unidade de análise ........................................................................................25
4.3 Desenho do estudo........................................................................................25
4.4 População do estudo........................................Erro! Indicador não definido.
4.5 Fonte dos dados ...............................................Erro! Indicador não definido.
5.RESULTADOS .......................................................................................................28
6.DISCUSSÃO ..........................................................................................................40
7.CONCLUSÃO.........................................................................................................44
8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................40
ANEXOS. ......................................................................................................................
ANEXO 1: Ficha de Investigação de Leishmaniose Visceral ...........................51
ANEXO 2: Mapas comparativos. 2002 a 2006....................................................52
ANEXO 3 : Distribuição do número de casos ...................................................53
1.INTRODUÇÃO
por LV anualmente, em todo o mundo.5 Mais de 90% dos casos são registrados na
Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão, Etiópia e no Brasil,6 onde são registrados mais de
e a desnutrição.8
dos casos.3
1.1 Etiologia
a mais utilizada, apesar dos debates sobre a origem do parasita e sua taxonomia.17
1.2 Vetor
É encontrado em quatro das cinco regiões geográficas, exceto na região Sul.: Outra
espécie, o Lutzomyia cruzi foi incriminado como vetor no Estado de Mato Grosso do
milímetros, cor de palha. possui grandes asas pilosas dirigidas para trás e para cima,
cabeça fletida para baixo, aspecto giboso do corpo, longos palpos maxilares e
1.3 Reservatório
são a RIFI e o ELISA, que são utilizados nos inquéritos em saúde pública. para
maioria dos casos a febre é o primeiro sintoma e pode ser alta, contínua ou
esplenomegalia.
1.5 Diagnóstico
esplênico.23
medula.25
1.6 Tratamento
sugerem que são pouco efetivas na redução da incidência de casos humanos que
27
demonstraram: 1) fraca associação entre prevalência canina e incidência humana
de casos humanos.29
casos menor de 2,4 2) transmissão moderada: média ≥ 2,4 e < 4,4 e 3) transmissão
da informação.
quatro meses entre os dois ciclos. O período para a realização dos ciclos deve ser
classificado como “silencioso” e receptivo com população canina menor que 500
transmissão.
2. JUSTIFICATIVA
óbitos.
Três Lagoas, foram seguidos pelo diagnóstico dos primeiros casos autóctones e
3.OBJETIVOS
e evolução clínica.
4. METODOLOGIA
Sul -Região Centro-Oeste do Brasil, está situado na área central do Estado sobre o
divisor de águas das bacias dos rios Paraná e Paraguai. O clima é tropical úmido,
8.096 Km2 e a área urbana tem 334 km². A população estimada, para o ano 2006 é
Campo Grande é constituído por quatro Distritos Sanitários (DS) e sete Regiões
considerou-se o conjunto dos quatro Distritos Sanitários e das sete Regiões que
26
área urbana
Segredo
Prosa
C entro
Im birussu
Lagoa
B andeira
A nhanduizinho
Grande/MS.
Fonte: PLANURB
27
Investigação.do SINAN
5.RESULTADOS
Descrição da epidemia
diagnosticado em 2002.
Incidência
dos quais 568 confirmados. No ano 2002 ocorreram 22 casos (incidência de 3,1
casos/100 mil habitantes). Nos anos seguintes (2003 a 2006) houve o aumento
progressivo da incidência, que atingiu 21,3 casos por 100 mil habitantes em 2006. A
incidência foi sempre maior nos extremos de idade. Na faixa etária menor de 5 anos,
variou de 11,3, no inicio da epidemia (2002) até 64,3 casos/100 mil habitantes em
casos/100 mil habitantes em 2003 para 34,2 casos/100 mil habitantes no ano 2006.
(Tabela 2)
29
Sexo
Faixa
etária Total Masculino Feminino
nº nº % nº %
<5 155 84 54 14 40
5-9 65 40 61 25 39
10-19 60 30 50 30 50
20 - 39 139 99 71 40 29
40 - 59 92 70 76 22 24
60 e + 52 40 77 12 23
Total 568 363 64 205 36
Fonte: SINAN
30
hepatomegalia e esplenomegalia).
intervalo de tempo entre o início dos sintomas e a data da notificação pode ser
bastante variável. Verificou-se que o período entre a data do inicio dos sintomas e a
variou de 0 a 380 dias, com a média de 43 dias. Nos casos com evolução para a
cura, a média do período foi de 43 dias e nos casos com evolução para óbito, a
suspeitos.¨.A frequência desses sinais nos 568 casos confirmados foi: febre (95%),
31
hepatoesplenomegalia).
ficha de investigação sobre a presença de outra infecção, dos quais 121 casos
assinalada como “outras”, 23% (28/121) com o vírus HIV e 7,4% (9/121) com
tuberculose associada.
Confirmação do diagnóstico
leishmaniose visceral realiza os exames sorológicos (IFI, DAT, ELISA, PCR) dos
relativos aos exames designados como “outros” estão incluídos todos os métodos
ou cultura.
por exame parasitológico e sorológico, 155 casos (27%) tinham testes imunológicos
Escolaridade
Dos 568 casos confirmados de LV, 213 foram distribuídos de acordo com
de estudo dos casos de leishmaniose visceral. Verificou - se que dos 213 casos, 87
(41%) tinham 4 a 7 anos de estudo e 26 % dos casos tinham menos de quatro anos
de estudo.
Distribuição mensal
visceral segundo o mês do início dos sintomas, no período de 2002 a 2006. Pela
distribuição temporal dos casos por mês calendário não se distingue um padrão
30
25
número de casos
20
15
10
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte: SINAN
Letalidade
clínica e 43 foram registrados como óbitos (letalidade de 7,7%). A maioria dos óbitos
idade.
mais elevada na faixa etária de 60 e mais anos 36,6% (4/11). A letalidade dos casos
óbitos nas diferentes faixas etárias e a freqüência dos óbitos por sexo.
36
Sexo
Total
Faixa Masculino Feminino
Etária
casos óbitos letalidade casos letalidade casos óbitos letalidade
óbitos
<5 81 0 0,0 74 2 7,1 155 2 1,3
5-9 40 0 0,0 25 1 4,0 65 1 1,5
10 - 19 30 1 3,1 30 0 0,0 60 1 1,7
20 - 39 97 5 5,1 40 3 7,5 137 8 5,8
40 - 59 70 14 20,0 22 1 4,5 92 15 16,3
60 e + 40 12 30,0 11 4 36,3 51 16 31,3
Total 358 32 8,9 201 11 5,4 559 43 7,7
Fonte: SINAN/TABWIN
(Centro), 79 casos na Oeste ( Imbirussu), 127 casos na Oeste (Lagoa) e 178 casos
(Lagoa) a média da incidência foi de 27,4 casos/100 mil habitantes, 48% maior do
(24,0/18,5).
37
Letalidade
(Lagoa - 6,3%), Sul (Centro -15,1%), Leste (Bandeira - 9,1%), Norte (Segredo -
6,7%), Norte (Prosa - 5,4%) e Oeste (Imbirussu - 5,1%). 69,7% (30/43) dos óbitos
em 75% dos óbitos (6/8). Assim como, na Região Leste (Bandeira) ocorreram 4
Medidas de controle
para o diagnóstico e tratamento dos casos humanos, foram realizadas ações para o
Inquérito canino
coletadas 116.642 amostras caninas, das quais 29.493 foram positivas (25,3%). A
coletadas aumentou a partir do ano 2003 mas não houve variação em relação à que
o percentual de positividade, até ao ano 2006. Nos anos 2005 e 2006, número de
18%.
39
Amostras caninas
ANO
examinadas positivas %
2002 7.668 731 9,5
2003 13.885 5.275 38,0
2004 12.876 4.314 33,5
2005 28.677 9.569 33,4
2006 53.536 9.604 18,0
Total 116.642 29.493 25,3
Fonte:CCZ
Controle do vetor
2003 a 2006. No ano 2004, o número de imóveis borrifados foi maior do que outros
ANO
(N imóveis)
2002 ...
2003 63.011
2004 205.884
2005 121.656
2006 72.681
TOTAL 463.232
Fonte: CCZ
40
6. DISCUSSÃO
passados mais de vinte anos, ainda ocorrem epidemias em capitais como Belo
presente estudo.
população humana.
três regiões.
diferentes regiões podem também estar relacionadas com a deficiência das medidas
mostrou uma prevalência geral de 12,1%, mas que variou entre 4,1% a 25,8% nos
longo das margens dos córregos, sugerindo que pode ter havido o aumento da
ocorrência dos óbitos. O diagnóstico tardio dos casos que foram a óbito, pode ter
dias entre o início dos sintomas e a notificação dos casos, denotando uma possível
medidas.
43
curso insidioso e o aparecimento do quadro clínico clássico ser variável, não seria
urbanos tem sido objeto de estudos quanto ao efeito das medidas de controle na
reposição dos cães infectados55 podem ser os fatores que interferem na efetividade
casos humanos.57
estão sobrepostos os dados de uma mesma área onde já tinha sido realizado o
inquérito e a eliminação dos cães soropositivos, não foi possível analisar a relação
transmissão da doença.
7. CONCLUSÃO
sete regiões urbanas, desde a notificação dos primeiros casos classificados como
áreas restritas ou mesmo, se houve algum critério para estabelecer e/ou priorizar as
sugere-se que o programa incorpore não apenas avaliação sobre as metas, mas
eliminação de cães.
46
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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to control visceral leishmaniasis in areas of high transmission. J Infect Dis. 2002.
186(9): p.1314-20.
Mapa 2d - 2005
Mapa 2e - 2006
30
Nº CASOS
30
30 30
20 20
20 20
10 10 10
10
0 0 0 0
2002 2003 2004 2005 2006 2002 2003 2004 2005 2006
60 50 60 50
50 40 50 40
40 40
Nº CASOS
Nº CASOS
30 30
30 30
20 20
20 20
10 10 10
10
0 0 0 0
2002 2003 2004 2005 2006 2002 2003 2004 2005 2006
50 40
50 40
40
40 30
Nº CASOS
Nº CASOS
30
30 30
20 20
20 20
10 10 10
10
0 0
0 0
2002 2003 2004 2005 2006
2002 2003 2004 2005 2006
60 50
INCIDÊNCIA/100 MIL HAB.
50 40
40
Nº CASOS
30
30
20
20
10 10
0 0
2002 2003 2004 2005 2006