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ALZHEIMER NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2020: INTERNAÇÕES

E ÓBITOS

1
MARIA IZABEL DE MATOS SANTANA, 2LETHICIA SANTOS
ALVES, 3MILENA BEATRIZ RIBEIRO, 4ISABELLA FERNANDES
KOCH, 5LUCAS RUIZ MACENA OLIVEIRA, 6ELENIZA DE VICTOR
ADAMOWSKI CHIQUETTI
1
Acadêmico do Curso de Medicina da UNIPAR
2
Acadêmica do Curso de Medicina da UNIPAR
3
Acadêmica do Curso de Medicina da UNIPAR
4
Acadêmica do Curso de Medicina da UNIPAR
5
Acadêmico do Curso de Medicina da UNIPAR
6
Docente da UNIPAR

Introdução: A demência é uma síndrome de curso lento, progressivo e de natureza


crônica, sendo o subtipo doença de Alzheimer (DA) a mais comum (MATTOS;
KOVACS, 2019). Por sua característica neurodegenerativa, a DA compromete a
integridade física, mental e social da pessoa idosa, desencadeando, ao longo do tempo,
uma situação de dependência que exige desde auxílio às Atividades de Vida Diária
(AVDs), até os cuidados integrais e complexos, realizados, na maioria das vezes, por
um familiar no domicílio. Essa situação conduz, algumas vezes, à necessidade de
auxílio profissional (ILHA et al., 2021).
Objetivo: Fazer um levantamento dos índices de internações e óbitos da doença de
Alzheimer no Brasil, utilizando os índices do DATASUS entre os anos de 2018 a 2020.
Desenvolvimento: Nos anos estudados de 2018 a 2020, o Brasil obteve um total de
4362 internações e de 1040 óbitos por Alzheimer. Nas internações apresentou um maior
aumento no ano de 2019 sendo 1600 internações e posteriormente um decréscimo
evidente em 2020, com 1212 internações. A região Sudeste apresenta maior quantidade
de internações com 2357 no total, devido ao seu quantitativo populacional. A região
Norte apresenta menor número de internações apresentando 119. A região Nordeste
apesar de não ter o maior número de internações é a região que teve maior aumento no
ano de 2019, chegando a 187. Em relação ao ano de 2020, todas as regiões diminuíram
a quantidade de internações, devido ao contexto de pandemia do coronavírus. Quanto ao
número de óbitos apresentou aumento em 2019 com 386 óbitos e diminuição em 2020
com 325. A região Sudeste apresenta a maior quantidade de óbitos nos três anos
analisados, com total de 664, enquanto a região Norte apresenta a menor quantidade de
óbitos, apresentando 15 no total. Segundo Baptista et al. (2016), é evidente que a
necessidade de cuidados dos pacientes com doença de Alzheimer está extremamente
ligada ao diagnóstico precoce. Esses critérios foram avaliados visando compreender
sobre a qualidade de vida do indivíduo, concluindo-se que quanto mais cedo a
descoberta da doença, melhor ao paciente. Depreende-se, então, que quanto mais cedo a
descoberta da doença maior a chance do paciente retardar o estágio avançado e, assim,
necessitar de internação ou vir à óbito decorrente de complicações dela. Somando-se a
isso, Daltaro et al. (2021) afirma que o processo de envelhecimento gera mudança
significativa nos padrões de morbimortalidade. Nesse sentido, os idosos tornam-se
frágeis e dependentes em função das doenças crônicas degenerativas, ocasionada
especialmente pelas síndromes demenciais. Outrossim, com o objetivo de avaliar a
eficácia da reabilitação cognitiva em pacientes com a doença Alzheimer, observou-se
através da seleção de seis ensaios clínicos randomizados propostos por Sá et al. (2019)
que a reabilitação cognitiva é capaz de prolongar a independência dos pacientes de
Alzheimer em estágio moderado a leve, promovendo melhoras funcionais e maior
participação do paciente e consciência do processo de intervenção. A pesquisa mostra
que apesar de não trazer uma completa recuperação das funções cognitivas perdidas, a
reabilitação cognitiva pode promover uma melhora na qualidade de vida dos acometidos
por esta doença, bem como, prolongar a independência no que diz respeito à realização
das atividades diárias, o que pode significar um resultado consideravelmente positivo.
Considerações finais: A partir dos anos estudados conclui-se que houve aumento nas
internações e nos óbitos no ano de 2019 e redução dos números de ambos no ano de
2020. Nesse sentido, para que continue diminuindo o número de internações e de óbitos
é importante o incentivo do diagnóstico precoce da DA. Tal iniciativa pode ser feita por
meio de campanhas preventivas, demonstrando aos cidadãos a necessidade de fazer-se a
investigação sobre o Alzheimer e os benefícios de ter-se sua identificação precoce.

Referências:
BAPTISTA, M. A. T. et al. Qualidade de vida na demência de início precoce: uma
revisão sistemática atualizada. Trends Psychiatry Psychother, v. 38, jan-mar 2016.
BRASIL, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde
- DATASUS. Disponível em: http://www.datasus.gov.br. Acesso em: 30/05/2021.
DALTARO, E. V. et al. O lugar do cuidador familiar de idosos com doença de
Alzheimer: uma revisão de literatura no Brasil e Estados Unidos. Ciência & Saúde
Coletiva, 26(1):147-157, 2021, 25, jan 2021.
ILHA, S. et al. Tecnologias cuidativas para pessoas idosas com doença de Alzheimer e
suas famílias: contribuição de oficinas de sensibilização/ capacitação. Rev. Bras.
Geriatr. Gerontol, 23(3), 200129, 1-11, jan, 2021.
MATTOS, E. B. T. & KOVÁCS, M.J. Doença de Alzheimer: a experiência única de
cuidadores familiares. Instituto de Psicologia da USP. São Paulo, SP, Brasil. 31,
180023, 1-11, nov 2019.
SÁ, C. C. et al. Eficácia da reabilitação cognitiva na melhoria e manutenção das
atividades de vida diária em pacientes com doença de Alzheimer: uma revisão
sistemática da literatura. J Bras Psiquiatr. 68(3):153-60, 2019.

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