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Brazilian Journal of Development

Step wise: enfrentamento dos fatores de riscos para o acidente vascular


cerebral, uma doença crônica não transmissível

Paso sabio: cómo abordar los factores de riesgo para accidentes vasculares
cerebrales, una enfermedad crónica no transmisible
DOI:10.34117/bjdv5n12-081

Recebimento dos originais: 07/11/2019


Aceitação para publicação: 06/12/2019

Daisy de Araújo Vilela


Doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás
Docente na Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí (GO)
http://lattes.cnpq.br/1573924259279315
E-mail: daisy_vilela@ufg.br

José Carlos Tatmatsu’ Rocha


Doutor em Fisioterapia pela Universidade Federal de São Carlos
Docente na Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Medicina (CE)
http://lattes.cnpq.br/5824495261923279
E-mail:tatmatsu@ufc.br

Isadora Prado de Araújo Vilela


Acadêmica de Medicina
FUNORTE, Montes Claros (MG)
http://lattes.cnpq.br/5366490293571833
E-mail:isadorapradovilela@gmail.com

Marina Prado de Araújo Vilela


Residente em Clínica Médica
Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi (GO)
http://lattes.cnpq.br/0951148053657255
E-mail: marinaaraujovilela@hotmail.com

Keila Márcia Ferreira de Macedo


Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás
Docente na Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí (GO)
http://lattes.cnpq.br/2383281487018557
E-mail: keilamarcia@ufg.br

Pedro Vitor Goulart Martins


Acadêmico de Medicina
Universidade de Cuiabá, UNIC (MT)
http://lattes.cnpq.br/4847199832135675
E-mail: pedrovitorgoulart@hotmail.com

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Mariana Rezende Souza
Cirurgiã-Dentista
Mestranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Jataí (GO)
http://lattes.cnpq.br/3078235117406632
E-mail: marianarezendes@hotmail.com

Glauco Lima Rodrigues


Doutorando em Engenharia Biomédica pela Unicastelo S.J. Campos (SP)
Docente na Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Reis Velloso Parnaíba (PI)
http://lattes.cnpq.br/2344870309283856
E-mail:glaucolrodrigues@yahoo.com.br

Claurestina Ramires da Silva


Odontóloga em Jataí (GO)
Especialista em Saúde Coletiva Varzéa Grande (MT)
http://lattes.cnpq.br/6928101970901188
E-mail: claurestina_lobo@hotmail.com

Ana Lúcia Rezende Souza


Doutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás
Docente na Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí (GO)
http://lattes.cnpq.br/9986949526330090
E-mail: analuciarezende@ufg.br

RESUMO
Objetivo: Descrever a estrutura STEPwise (passo a passo), para vigilância e coleta de dados dos
fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis, afim de fornecer dados para os Estados
Membros da Organização Mundial de Saúde (OMS). Métodos: adotou-se o Manual STEPS de
Acidentes Vascular Cerebrais preconizado pela OMS em 2006. Resultados: A abordagem definida
como STEPS concentra-se na obtenção de dados básicos sobre os fatores de risco estabelecidos que
determinam a maior carga de doenças, de forma a ser flexível e permitir que cada país expanda as
principais variáveis e fatores de risco e incorpore módulos opcionais relacionados a interesses locais
ou regionais. Considerações: Cabe aos ministérios da saúde definir metas nacionais de DNTs e liderar
o desenvolvimento e a implementação de políticas e intervenções para alcançá-las, sendo que os
países podem se beneficiar das respostas de forma abrangente para alcançar as metas globais
voluntárias.

Palavras-chave: Doenças crônicas não transmissíveis. Acidente Vascular Cerebral. Fatores de risco.
Vigilância.

RESUMEN
Objetivo: Describir el marco STEPwise (paso a paso) para la vigilancia y la recopilación de datos de
los factores de riesgo de enfermedades crónicas no transmisibles a fin de proporcionar datos para
todos los Estados miembros de la Organización Mundial de la Salud (OMS). Métodos: adoptó el
manual El Manual de ACV de STEPS de la OMS abogó en 2006. Resultados: El enfoque definido
como STEPS se enfoca en obtener datos básicos sobre los factores de riesgo establecidos que
determinan la carga más alta de enfermedad, para ser flexible y permitir que cada país se expanda en
variables clave y factores de riesgo e incorpore módulos opcionales relacionados con intereses locales
o regionales. Consideraciones: los ministerios de salud son responsables de establecer objetivos
nacionales de ENT y liderar el desarrollo e implementación de políticas e intervenciones para

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lograrlos, y los países pueden beneficiarse de respuestas integrales para lograr objetivos globales
voluntarios.

Palabras clave: Enfermedades crónicas no transmisibles. Accidente vascular cerebral. Factores de


riesgo. Vigilancia

1 INTRODUÇÃO
Ao conceituar-se as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), pode-se destacar quatro
grupos de doenças - cardiovasculares, câncer, doença respiratória crônica e diabetes – as quais
respondem por um alto índice mundial de morbi mortalidade e mais de 60 % de registro de mortes
(WHO, 2011). O que prevalece como causas de mortalidade é a associação dos fatores de riscos com
outras comorbidades crônicas e isso dificulta o enfrentamento das DCNT (WHO, 2005), trazendo
como característica o comprometimento da qualidade de vida com limitações e incapacidades (WHO,
2011; SCHMIDT et al., 2011). Os óbitos, que têm como causa estas patologias, são evidentes em
países em desenvolvimento, onde um terço traz como perfil pessoas com menos de 60 anos de idade,
contrapondo com a realidade dos países desenvolvidos, onde a mortalidade prematura (faixa etária
de 30 a 69 anos) corresponde a menos de 13% dos casos (WHO, 2011; WHO, 2013).
O impacto sócio econômico das DCNT está ameaçando o progresso das Metas de
Desenvolvimento do Milênio, incluindo a redução da pobreza, a equidade, a estabilidade econômica
e a segurança humana, podendo atuar como um freio no próprio desenvolvimento econômico das
nações (WHO, 2011).
Neste contexto a doença cérebro vascular (Acidente Vascular Cerebral-AVC) aparece como
a segunda principal causa de morte e a primeira de incapacidade no Brasil, sendo categorizadas como
doenças não transmissíveis (DNTs). Em algumas regiões do Brasil ainda figura como a principal
causa de morte. Em meados de 2015, 100.520 pessoas morreram em decorrência dessa doença e
nesta amostra, aproximadamente 4.600 registros de óbitos estavam relacionados a pessoas com
menos de 45 anos, segundo o Ministério da Saúde, que registrou no mesmo ano aproximadamente
212.000 casos relacionadas ao AVC e que pode ser provocado por obstrução de artéria ou mesmo
rompimento de vasos sanguíneos (AGÊNCIA BRASIL, 2017). O quadro clínico de uma AVC traz a
característica de um déficit neurológico, geralmente focal, de instalação súbita e rápida evolução,
decorrente do dano localizado em alguma região cerebral, o qual pode ser de natureza isquêmica ou
hemorrágica (HSL, s/n).
Diversos países enfrentam as consequências e os problemas das doenças transmissíveis,
porém as doenças crônicas não-transmissíveis estão crescendo a cada ano. Além de ser um importante
causa de morte, muitos pacientes com AVC permanecem com alguma incapacidade, tornando-se
dependente e necessitando de apoio nas atividades de vida diária, o que pode impactar na rotina de

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toda família, a qual muito frequentemente, precisa do apoio do sistema de saúde ou de outras
instituições sociais. Em 2014 o grupo com 80 anos ou mais representou aproximadamente 37% dos
óbitos e a incidência foi semelhante em ambos os gêneros, com 50,1% dos casos em homens
(BRASIL, 2016). Estima se que até 2030, o AVC continue sendo a segunda maior causa de mortes
no mundo, sendo responsável por 12,2% dos óbitos previstos para o ano (WHO, 2013). A
epidemiologia do AVC é ilustrada na figura 1.

Pesquisas com métodos mais acurados, têm identificado riscos não modificáveis, bem como
modificáveis, para AVC isquêmico e hemorrágico e a identificação e controle de fatores de riscos,
visa a prevenção primária de AVC na população (ELKIND; SACCO, 1998). Os fatores de risco para
primeiro AVC e recorrência são ilustrados na figura 2.

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Os principais fatores não modificáveis do AVC são: idade, sexo, raça, localização geográfica
e hereditariedade; dentre os modificáveis temos: hipertensão, fibrilação atrial, diabetes melito,
dislipidemia, obesidade e o tabagismo. Reconhecer estes fatores de risco permite que se elabore
estratégias de prevenção primária e secundária e consequentemente, pode favorecer o auto-cuidado
para evitar o acidente vascular (RODRIGUES; SANTANA; GALVÃO, 2017). Este estudo traz
como objetivo, descrever a estrutura STEPwise (passo a passo), para vigilância e coleta de dados dos
fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis, a fim de fornecer dados para os Estados
Membros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

2 METODOLOGIA
Este estudo adotou como metodologia o Manual STEPS de Acidentes Vascular Cerebrais
preconizado pela OMS em 2006. Devido a necessidade de soerguimento na coleta de dados sobre o
AVC, prevenção e tratamento, a OMS desenvolveu um sistema internacional de vigilância do AVC:
a abordagem STEP wise para a vigilância do AVC (STEPS-stroke), isso estruturou a parte da
vigilância e coleta de dados, além de fornecer dados para os Estados Membros da OMS. Este método
simples irá padronizar, coletar, analisar e disseminar dados em países membros da OMS, pois utiliza
as mesmas perguntas e protocolos padronizados. E com isso, todos os países podem usar as
informações do STEPS, não apenas para monitorar tendências dentro do país, mas também para fazer
comparações entre países. A abordagem incentiva a coleta de pequenas quantidades de informações
úteis de maneira regular e contínua (OMS,2006).

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Atualmente, existem dois sistemas de vigilância STEPS primários, a abordagem STEPwise
para a vigilância dos fatores de risco e a abordagem STEPwise para a vigilância do AVC.
O STEPS Stroke identifica três grupos diferentes de pacientes acometidos com essa patologia
que compõem o ônus do AVC em qualquer comunidade ou população. Eles estão listados na ordem
de complexidade, que podem ser identificados em três etapas: Informações sobre pacientes com AVC
internados em estabelecimentos de saúde; Identificação de eventos fatais de acidente vascular
cerebral com base na comunidade; Estimativas de eventos de AVC não fatal baseados na comunidade.
O completo Manual de Vigilância do Curso de Aproximação STEPwise pode ser baixado
como um arquivo ou as seções individuais podem ser baixadas separadamente. Desta forma permite
através das orientações disponibilizadas, sobre como implementar um sistema de vigilância dos AVC.

3 RESULTADOS
Embasados no referido manual, Who (2006), deparamos com os seguintes resultados. Esta
abordagem definida como STEPS concentra-se na obtenção de dados básicos sobre os fatores de risco
estabelecidos que determinam a maior carga de doenças. É suficientemente flexível para permitir que
cada país expanda as principais variáveis e fatores de risco e incorpore módulos opcionais
relacionados a interesses locais ou regionais. Tendo como propósito a abordagem para a vigilância
dos fatores de risco de doenças não transmissíveis (DNT), o manual foi concebido para ajudar os
países a construir e fortalecer sua capacidade de vigilância. O instrumento STEPS abrange três níveis
diferentes de "etapas" da avaliação dos fatores de risco, a saber:
Etapa 1 - Avaliação baseada em questionários.
A abordagem STEPS tem três níveis e em cada nível, a avaliação dos fatores de risco é dividida
em módulos principais, expandidos e opcionais. O primeiro passo contém como núcleo ou “conjunto
mínimo”, medidas de auto relato que todos os países devem obter. Além de dados socioeconômicos,
dados sobre o consumo de tabaco e álcool, como também, algumas medidas do estado nutricional e
da inatividade física são incluídas como marcadores do estado de saúde atual e futuro.
Recomendam-se as definições padrão da OMS para medir a prevalência do consumo de tabaco
e consumo de álcool e medidas de atividade física derivadas internacionalmente. As informações
podem ser usadas não apenas para tendências dentro do país, mas também para comparações entre
países. Os questionários usados no conjunto de dados são simples e pouco numerosos e não
pretendem dar uma visão completa de cada comportamento, mas sim fornecer informações sobre a
distribuição de risco da população.

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Passo 2- Medições físicas simples:
O próximo passo, adiciona-se ao Passo 1 pela inclusão de medidas físicas simples, como
altura, peso, circunferência da cintura e pressão arterial. Os passos 1 e 2 são desejáveis e apropriados
para a maioria dos países em desenvolvimento.
Etapa 3- Medições Bioquímicas:
Para concluir o último passo, inclui-se os 2 anteriores e soma as medições bioquímicas. Todos
os itens principais dos Passos 1 e 2 podem ser facilmente avaliados e não se tornam mais complexos
se os itens expandidos forem adicionados. No entanto, informações adicionais na última etapa são de
característica bioquímica e requerem acesso aos laboratórios padronizados apropriados. Coletar e
analisar amostras de sangue é um processo relativamente complexo e pode ser feito apenas no
contexto de uma pesquisa abrangente e em locais onde os recursos apropriados estejam disponíveis.
A adição desta última etapa pode aumentar o custo e a complexidade da coleta de dados.

4 CONCLUSÃO
Faz-se necessário que os ministérios da saúde definam metas nacionais de DNTs e liderem o
desenvolvimento e a implementação de políticas e intervenções para alcançá-las. O AVC está entre
elas e não existe um caminho único para atingir as metas de DNT que se ajuste a todos os países, pois
eles estão em diferentes pontos em seu progresso, na prevenção e no controle de DNTs e em diferentes
níveis de desenvolvimento sócio econômico. No entanto, todos os países podem se beneficiar das
respostas de forma abrangente para alcançar as metas globais voluntárias.

REFERENCIAS

AGÊNCIA BRASIL. AVC: 90% dos casos decorrem de fatores que podem ser prevenidos.
Disponível http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-10/avc-90-dos-casos-decorrem-de-
fatores-que-podem-ser-prevenido.

BRASIL. Ministério da saúde. Informações de saúde TABNET- Estatísticas vitais. Datasus.


[internet]. [Citado em 2016 nov 22]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br.

ELKIND, M.S.; SACCO, R.L. Stroke risk factors and stroke prevention. Semin Neurol, São Paulo,
18: 419-40, 1998.

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HSL.PROTOCOLO GERENCIADO DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
Documentação Operacional HSL-PROT-CORP-007/REV.02. Disponível:
https://www.hospitalsiriolibanes.org.br/institucional/gestao-da-qualidade/Documents/2018-11-01-
protocolos/Protocolo%20Gerenciado%20de%20Acidente%20Vascular%20Cerebral/Protocolo%20
AVC_VF.pdf

OMS. Organização Mundial da Saúde. Manual STEPS de Acidentes Vascular Cerebrais da OMS:
enfoque passo a passo para a vigilância de acidentes vascular cerebrais. Genebra, Organização
Mundial da Saúde. 2006.

RODRIGUES, M.; SANTANA, L.; GALVÃO, I. Fatores de risco modificáveis e não modificáveis
do AVC isquêmico: uma abordagem descritiva. Revista De Medicina, São Paulo, 96(3), 187-
192.2017.

WHO. World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases 2010. Geneva:
World Health Organization; 2011. 176 p.2011.

_______. World Health Organization. (WHO). Health statistics and information systems –
Projections of mortality and causes of death, 2015 and 2030. [Internet]. Geneva; 2013.

______. World Health Organization. Preventing chronic diseases: a vital investment. Geneva; 2005.

_______. World Health Organization. WHO Global NCD Action Plan 2013-2020 [Internet].
Genebra: World Health Organization, 2013.

SACCO, R.L. Identifying patient populations at high risk for stroke. Neurology 51(Suppl 3), EUA:
S27-30, 1998.

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