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Brazilian Journal of Health Review 32727

ISSN: 2595-6825

Intoxicação por medicamentos no Brasil: período pré-pandêmico e


pandemia da Covid -19

Drug poisoning in Brazil: pre-pandemic period and COVID-19 pandemic


DOI:10.34119/bjhrv6n6-477

Recebimento dos originais: 10/11/2023


Aceitação para publicação: 11/12/2023

Marcos Oliveira de Santana


Graduando em Farmácia
Instituição: Universidade Salvador (UNIFACS)
Endereço: Rua Rio Tinto, 152, Santa Monica, Feira de Santana – BA
E-mail: oliveiramarcos2002@outlook.com

Alan Santos Araújo


Graduando em Farmácia
Instituição: Universidade Salvador (UNIFACS)
Endereço: Rua Rio Tinto, 152, Santa Monica, Feira de Santana – BA
E-mail: alan198588@gmail.com

Priscilla Raimunda da Silva Moraes Costa


Graduanda em Farmácia
Instituição: Universidade Salvador (UNIFACS)
Endereço: Rua Rio Tinto, 152, Santa Monica, Feira de Santana – BA
E-mail: priscillaraimunda.prsmc@gmail.com

Neura Rosa dos Santos Ramos


Graduanda em Farmácia
Instituição: Universidade Salvador (UNIFACS)
Endereço: Rua Rio Tinto, 152, Santa Monica, Feira de Santana – BA
E-mail: neurasantos@icloud.com

Karolyne Araújo Cruz Souza


Graduanda em Farmácia
Instituição: Universidade Salvador (UNIFACS)
Endereço: Rua Rio Tinto, 152, Santa Monica, Feira de Santana – BA
E-mail: karolyne063@gmail.com

Anny Carolinny Tigre Almeida Chaves


Doutora em Biotecnologia
Instituição: Universidade Salvador (UNIFACS)
Endereço: Rua Rio Tinto, 152, Santa Monica, Feira de Santana – BA
E-mail: annytigre@hotmail.com

RESUMO
Introdução: As intoxicações por medicamentos representam um grande problema de saúde
pública no Brasil, o qual foi agravado por conta da pandemia, que influenciou no aumento da
automedicação em virtude da superlotação de hospitais e fluxo de informações sobre uso de

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medicamentos “off-label” sem comprovação científica. Objetivo: realizar o levantamento dos


casos de intoxicações por medicamentos no Brasil, nos anos de 2017 a 2022, no período que
antecede a pandemia e durante o aumento de casos de COVID- 19. Metodologia: Foi realizado
uma análise descritiva, de serie temporal, baseado nos dados do Sistema de Informação de
Agravos Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS), no qual foram analisados dados sobre intoxicação exógena que
ocorreram entre 2017 e 2022, avaliando as circunstâncias, sexo, faixa etária, evolução e tipos
de exposição. Resultados e discussão: Em 2022, houve o maior número de casos de intoxicação
por medicamentos (103.648). Pessoas do sexo feminino representaram cerca de 73,44% dos
casos de intoxicação por medicamentos e as intoxicações por medicamentos em circunstância
das tentativas de suicídio representaram 70,3% desses mesmos casos. O predomínio da tentativa
de suicídio pode estar relacionado a diferentes fatores, tais como desemprego, perda de renda e
produtividade, em que os trabalhadores foram submetidos a interrupção das atividades laborais
sem planejamento prévio ou reservas econômicas durante a pandemia de COVID-19.
Conclusão: A pandemia da COVID-19 contribuiu para o aumento dos casos de intoxicação
medicamentosa principalmente no âmbito das tentativas de suicídio e da automedicação. Dessa
forma, é imprescindível a atuação do farmacêutico e demais profissionais de saúde, e a criação
de políticas públicas voltadas à educação em saúde, com o intuito de reduzir os efeitos adversos
e os riscos de intoxicações.

Palavras-chave: intoxicação, medicamentos, pandemia, Covid-19.

ABSTRACT
Introduction: Drug poisoning represents a major public health problem in Brazil, which was
aggravated by the pandemic, which led to an increase in self-medication due to overcrowding
in hospitals and the flow of information about the use of “off-label” medications without
scientific proof. Objective: to carry out a survey of cases of drug poisoning in Brazil, from 2017
to 2022, in the period before the pandemic and during the increase in cases of COVID-19.
Methodology: A descriptive, time series analysis was carried out. in the database of the Disease
Notification Information System (SINAN) made available by the Information Technology
Department of the Unified Health System (DATASUS), in which data on exogenous poisoning
that occurred between 2017 and 2022 were analyzed, evaluating the circumstances, sex, range
age, evolution and types of exposure. Results and discussion: In 2022, there was the highest
number of cases of drug poisoning (103,648) in. Females represent around 73.44% of cases of
drug poisoning and drug poisoning in circumstances of suicide attempts represent 70.3% of
these same cases. The prevalence of suicide attempts may be related to different factors, such
as unemployment, loss of income and productivity, in which workers were subjected to
interruption of work activities without prior planning or economic reserves during the COVID-
19 pandemic. Conclusion: the pandemic possibly contributed to the increase in cases of drug
poisoning, mainly in the context of suicide attempts and self-medication. Therefore, the work
of pharmacists and other health professionals is essential, and the creation of public policies
aimed at health education, with the aim of reducing adverse effects and the risks of poisoning.

Keywords: poisoning, medicines, pandemic, Covid-19.

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1 INTRODUÇÃO
A intoxicação exógena ocorre quando o organismo é exposto a substâncias químicas,
podendo causar efeitos adversos no sistema biológico do ser humano, a depender do tipo de
composto e do tempo de interação com o organismo (TIMOTEO et. al., 2020; ALVIM et. al,
2020). Essas intoxicações representam um grande problema de saúde pública no Brasil, onde
destaca-se a elevada frequência e morbidade na população geral do país. De acordo com o
Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (SINAN), o medicamento é o agente
de maior causa de intoxicação no País. Em 2017, por exemplo, mais de 27% das intoxicações
registradas ocorreram devido ao uso de medicamentos e 25% dos óbitos causados por
intoxicação em humanos foram decorrentes desse mesmo agente (SOARES et. al., 2021;
SOUSA et. al., 2020; ARAUJO et. al., 2020).
A intoxicação por medicamentos se dá por uma intensificação de sinais e sintomas como
consequência de medicamentos ingeridos, inalados, injetados ou em contato com as camadas
da pele em concentrações maiores do que as terapêuticas estabelecidas (SOUSA et.al., 2020;
GONÇALVES et. al., 2017; SANTANA et. al., 2021). Os sinais e sintomas mais recorrentes
da intoxicação por medicamentos são taquicardia e/ou bradicardia, hipertensão, dilatação da
pupila, náuseas, vômitos, sonolência, convulsões, alucinações, desidratação, acidose
metabólica, hipertermia, e hipotensão, sendo comumente confundido com alterações orgânicas
e outras doenças, o que pode prejudicar o diagnóstico e a maneira de tratamento a ser
selecionada precocemente, podendo desenvolver piora do quadro clinico do paciente (SOUSA
et. al., 2020; GONÇALVES; BORGES; BORGES, 2022).
Um fator que contribui para que o medicamento seja o principal agente causador de
intoxicações é o fácil acesso aos mesmos, por isso seu uso racional, assim como a atenção
farmacêutica são medidas que podem diminuir os riscos de intoxicação (GONÇALVES et. al.,
2017; GRETZLER et. al., 2018). A atenção farmacêutica é uma ferramenta essencial para a
restauração da saúde do paciente, assim como para o cuidado com os Problemas Relacionados
a Medicamentos (PRM), sendo garantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através da Lei
Orgânica da Saúde. Dessa forma, o farmacêutico contribui diretamente com o cuidado ao
paciente, diminuindo os custos com internamentos causados por uso irracional de
medicamentos, melhorando a qualidade de vida da população e assegurando uma adesão ao
tratamento, tornando-se extremamente importante na promoção da saúde da população
(CALDERARI, 2018).
Em novembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, um novo vírus chamado SARS-
CoV-2 (coronavírus) foi descoberto causando uma epidemia, o qual atingia principalmente o

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sistema respiratório. Em um período de dois meses foram constatados milhares de casos de


Covid-19 (atual denominação da doença), que resultaram em vários óbitos. Em 2020, o novo
coronavírus espalhou-se para centenas de países, incluindo o Brasil, provocando doenças
respiratórias e óbitos, principalmente em grupos de risco como idosos, gestantes,
imunodeprimidos e outros (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
No Brasil, por consequência do alto número de óbitos e da sobrecarga do sistema de
saúde causado pela pandemia, medidas de distanciamento social foram recomendadas pelos
representantes políticos, ocorrendo a proibição de aglomerações e da abertura de
estabelecimentos (SUNDER; NIPERIA, 2020). Diante disso, a automedicação se tornou uma
opção para evitar aglomerações em lugares de cunho hospitalar, os quais ofereciam, na situação
pandêmica, risco de infecção pelo SARS-CoV-2, assim como para diminuição da sobrecarga
do sistema de saúde com internações que poderiam ser evitáveis (OCHONGA, 2020).
Dados epidemiológicos em relação a intoxicação são importantes para determinar a
posição desse evento no decorrer do tempo e incentivar a melhoria da qualidade das
notificações, conscientizando profissionais em relação a prática e a relevância do
monitoramento. Todavia, a atenção especial precisa ser direcionada ao preenchimento completo
e correto dos dados e informações, para que a prática desse ato possibilite a criação de
estratégias voltadas, principalmente, a sua prevenção (ARAUJO et.al., 2020).
A partir dessas informações e da importância dos estudos epidemiológicos, o objetivo
deste trabalho é realizar o levantamento dos casos de intoxicações por medicamentos no Brasil,
nos anos de 2017 a 2022, no período que antecede a pandemia e durante o aumento de casos de
COVID- 19.

2 METODOLOGIA
O presente estudo caracteriza-se como descritivo, de abordagem quantitativa, em que
foram analisados dados secundários relacionados ao registro de intoxicação por medicamentos,
fornecidos pelo SINAN, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único
de Saúde (DATASUS), em forma de tabelas, considerando as informações disponíveis para os
anos de 2017 a 2022. As informações disponibilizadas foram analisadas segundo: casos
registrados de intoxicação e/ou envenenamento por circunstâncias, faixa etária, sexo, evolução
e tipos de exposição.
Foram considerados os seis anos mais recentes com maior número de informações
disponíveis no sistema, de modo que fosse possível construir um perfil das intoxicações por

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medicamentos e assim analisar possíveis variações importantes considerando os períodos de


pré-pandemia e pandemia, não considerando os anos anteriores.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando os dados apresentados pelo SINAN, a tabela 1 apresenta o número total
de registros de notificações de intoxicação causada por medicamentos em humanos, para os
anos de 2017 a 2022. A análise mostra um aumento crescente das notificações de intoxicação
por medicamentos entre os anos 2018 (76.742 casos) e 2019 (101.465 casos), período este
anterior a pandemia da COVID-19.
No início da pandemia, em 2020, houve uma queda no número de casos de intoxicação
por medicamentos para 76.758, mas no decorrer da pandemia os casos voltaram a subir, com o
ano de 2022 registrando 103.648 casos de notificações, números maiores do que aqueles
observados em 2019. A ocorrência das intoxicações por medicamentos aconteceu com maior
frequência, com pessoas do sexo feminino, representando cerca de 73,44% dos casos,
considerando os seis anos pesquisados.

Tabela 1. Número total de notificações de casos de intoxicação por medicamentos no Brasil no período de 2017
a 2022.
Sexo 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Média
Masculino 28,6% 27,7% 25,8% 26,8% 26% 25,7% 26,56%
Feminino 71,3% 72,2% 74% 73,1% 73,9% 74,2% 73,44%
Nº total 61.902 76.742 101.465 76.758 82.299 103.648 83.802
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN 2017-2022)

Melo et al. (2022) afirmam que a falta de informações confiáveis e de perspectiva de


cura levaram as pessoas a recorrerem aos seus próprios métodos de tratamento ou serem
manipuladas pelas mídias com informações, muitas vezes falsas, também conhecidas como fake
news, ao qual se denominou uma “infodemia” pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
induzindo ao uso de medicamentos baseados em pesquisas incipientes e sem dados robustos de
evidência científica de benefício clínico e segurança, o que reitera o crescente aumento de casos
registrados de intoxicações por medicamentos durante o período pandêmico.
Chaves et al. (2022) esclarecem que diversos medicamentos utilizados para tratamento
de outras doenças como, por exemplo, malária e lúpus eritematoso, foram propostos para
finalidades terapêuticas contra a COVID-19, o qual dá-se o nome de medicamentos “off-label”,
dentre eles destacaram-se a cloroquina e seu derivado hidroxicloroquina. Contudo, não haviam
evidências científicas que fundamentassem o uso das substâncias mencionadas na prevenção
ou tratamento da doença.

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Além destes medicamentos, no estudo de Arrabal Júnior e Salvi (2019) é mostrado que
a classe dos analgésicos seguida pela dos anti-inflamatórios foram as mais prevalentes nesse
período. E no estudo de Souza et al. (2021) a estratégia para prevenção da COVID-19 levou a
população a se automedicar com maior prevalência com o antiparasitário ivermectina.
Em relação a maioria dos casos de intoxicação registrados terem ocorridos em mulheres,
Santos et al. (2022) assegura que, tal fato pode ser explicado pela maior quantidade e
intensidade de campanhas destinadas ao cuidado da saúde da mulher, o que fornece a estas,
maior confiança para a procura de fármacos sem a prescrição de um profissional da saúde, visto
que se baseiam em conhecimentos adquiridos em situações anteriores. Somado a isso, de acordo
com Brooks e Saad (2020), as mulheres demonstraram maior preocupação e cautela em relação
à infecção por COVID-19 do que os homens.
Em contexto de pandemia, é esperado que ocorra um agravamento dos fatores de risco
devido ao medo de infectar-se ou de entes queridos serem contaminados, não sendo diferente
na COVID-19. A tabela 2 traz uma série histórica dos anos de 2017 a 2022, para casos de
notificação por intoxicação por medicamentos, segundo as circunstâncias do ocorrido
classificadas em uso habitual; acidental; ambiental; uso terapêutico; prescrição médica; erro de
administração; automedicação; abuso; ingestão de alimentos; tentativa de suicídio; tentativa de
aborto; violência e/ou homicídio.

Tabela 2: Série histórica dos casos por intoxicação por medicamentos, segundo as circunstâncias do ocorrido
para os anos de 2017 a 2022.
Circunstâncias 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Média
Uso Habitual 3,4% 3,4% 3,2% 3,5% 3,7% 3,8% 3,5%
Acidental 12,9% 11% 8,4% 9,1% 8,5% 6,8% 9,1%
Ambiental 0,07% 0,02% 0,03% 0,04% 0,03% 0,03% 0,3%
Uso terapêutico 4,2% 3,8% 3,2% 2,3% 1,9% 1,2% 2,7%
Prescrição medica 0,1% 0,1% 0,7% 0,08% 0,08% 0,09% 0,1%
Erro de administração 2,1% 1,8% 1,5% 1,2% 1,3% 1,2% 1,5%
Automedicação 5,6% 5,6% 5,1% 5,4% 5,3% 5,5% 5,4%
Abuso 2,4% 2,1% 1,9% 2% 1,8% 2% 2%
Ingestão de alimentos 0,2% 0,2% 0,1% 0,2% 0,1% 0,1% 0,15%
Tentativa de suicídio 62% 66,5% 71,3% 71,2% 73,4% 73,9% 70,3%
Tentativa de aborto 0,2% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1%
Violência e homicídio 0,7% 0,5% 0,5% 0,5% 0,5% 0,4% 0,5%
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN 2017-2022)

A maior frequência de casos registrados foram os relacionados a tentativa de suicídio,


onde se apresentou números muito mais elevados do que em outras circunstâncias,
apresentando uma média calculada em 70,3% das notificações. A segunda maior circunstância

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foram os casos acidentais (9,1% dos casos), seguido por automedicação (5,4%) e pelo uso
habitual (3,5% dos casos).
Rafik et al. (2021), afirmam que a população estava ciente da natureza altamente
contagiosa da Covid-19 e da transmissão do patógeno por meio da tosse, espirro e vocalização.
A possibilidade de o vírus permanecer viável em aerossóis leva à transmissão pelo ar quando
as pessoas estão próximas. As pessoas, então, ficaram mais apreensivas e temeram se tornarem
vítimas à medida que surgiam novos relatos comprovando a persistência por várias horas de
vírus em superfícies inanimadas.
No estudo realizado por Rocha et al. (2022), as tentativas de suicídio por intoxicação
exógena e lesão por objeto perfurocortante com intenção suicida predominaram no período da
pandemia da Covid - 19.
Sher (2020) afirma que o predomínio da tentativa de suicídio pode estar relacionado a
diferentes fatores, tais como desemprego, perda de renda e produtividade, na qual os
trabalhadores foram submetidos a interrupção das atividades laborais sem planejamento prévio
ou reservas econômicas.
Os sintomas depressivos também foram reportados por O’toole et al. (2019), indicando
elevada incidência de sentimentos de tristeza no período pandêmico, além da perda de interesse
e prazer nas atividades de vida diária, baixa autoestima, alterações no padrão de sono e repouso,
devido ao isolamento social.
No mesmo contexto, Smith et al. (2020) relatam que o abandono terapêutico e o
tratamento psiquiátrico irregular foram identificados, constituindo fenômenos frequentes diante
das respostas governamentais impostas para controle epidemiológico da pandemia. Dessa
forma, a implementação de medidas de distanciamento levou à limitação no acesso aos sistemas
de saúde contribuindo para recorrência de crises e intensificação de problemas emocionais.
Sabendo-se que a letalidade do vírus varia conforme a faixa etária, a tabela 3 traz uma
série histórica dos anos de 2017 a 2022 para casos de intoxicação por medicamentos segundo a
faixa etária. A mesma mostra que os casos foram recorrentes em uma extensa faixa etária,
incluindo adolescentes de 15 anos até os adultos de 59 anos, sendo que o maior número dessas
intoxicações estava na faixa etária dos 20 aos 39 anos de idade, representando cerca de 42,8%
dos casos.

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Tabela 3: Série histórica dos casos por intoxicação por medicamentos, segundo a faixa etária para os anos de
2017 a 2022.
Faixa 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Média
etária
<1 ano 1,9% 1,7% 1,4% 1,3% 1,4% 1,2% 1,4%
1a4 10,2% 8,6% 6,4% 6,5% 6% 4,8% 7%
5a9 3,3% 2,7% 2,1% 2,1% 5,7% 1,6% 2,9%
10 a 14 6,5% 6,4% 6,8% 6,1% 7,8% 7,9% 6,9%
15 a 19 16,5% 18,1% 20,3% 18,8% 19,6% 19,8% 18,8%
20 a 39 39,9% 41,26% 42,9% 44,4% 44,3% 44,2% 42,8%
40 a 59 17,6% 17,4% 16,4% 17% 16,5% 16,7% 16,9%
60 a 64 1,4% 1,3% 1,2% 1,2% 1,1% 1,1% 1,2%
65 a 69 0,8% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8 0,8% 0,8%
70 a 79 1% 0,9% 0,9% 0,8% 0,8% 0,8% 0,8%
80+ 0,5% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4% 0,4%
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN 2017-2022)

Segundo Domingues et al. (2017), a menor frequência da automedicação em indivíduos


com mais de 50 anos pode estar relacionada à maior assiduidade destes aos serviços de saúde
em conjunto com o receio aos possíveis efeitos adversos dos fármacos junto a comorbidades
existentes.
Para Silva et al. (2021), as alterações fisiológicas e físicas que os idosos apresentam,
trazem por consequência um aumento da sensibilidade aos efeitos adversos e terapêuticos dos
fármacos, sendo as reações adversas dos medicamentos de 4 a 7 vezes maiores do que em jovens
e adultos, porque neles há uma dificuldade da eliminação de metabólitos, que por consequência,
traz acumulação de fármacos no organismo.
A tabela 4 apresenta o quadro de evolução dos casos por intoxicação por medicamentos
entre anos de 2017 a 2022, que se configuram em perda de segmento, óbito por outra causa,
óbito por intoxicação exógena, cura sem sequela e cura com sequela. A maioria dos casos
obtiveram uma cura sem sequela (79,4%). Poucos casos obtiveram sequela ou resultaram em
óbito.

Tabela 4: Quadro de evolução dos casos de intoxicação por medicamentos para os anos de 2017 a 2022.
Evolução 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Média
Perda de 1,9% 1,5% 2.2% 2,3% 2,2% 2,3% 2%
segmento
Óbito por outra 0,1% 0,2% 0,2% 0,1% 0,1% 0,4% 0,1%
causa
Óbito por 0,5% 0,5% 0,4% 0,4% 0,5% 0,4% 0,45%
intoxicação
exógena
Cura com 0,9% 1% 1,2% 1% 1,1% 1,1% 1%
sequela
Cura sem 81,3% 81,7% 80,6% 77,8% 78,3% 77,2% 79,4%
Sequela
Fonte: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN 2017-2022)

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De acordo com Socorro et al. (2020), a COVID-19 pode ser classificada em quatro
níveis, sendo eles, leve, moderado, grave e crítico. Todavia, cerca de 80% dos infectados
apresentaram quadros leves a moderados.
Uma das principais queixas após o enfrentamento da infecção pelo COVID é a limitação
musculoesquelética, que tem relação à perda de força muscular e sarcopenia. Acometendo pelo
menos 25% das pessoas que passaram pela doença, tais sequelas impactaram, comprometendo
a qualidade de vida dessas pessoas, ao que diz Muniz et al. (2023).
Ao ponto que, Peres (2020) assegura que determinada parte da população não
desenvolveu a forma grave da COVID-19 e não chegaram a serem internadas em UTI por longo
período, na qual sugere-se muitos casos pós-covid estarem dentro do grupo de registros de cura
sem sequelas, especificados na tabela supracitada.
A tabela 5 mostra os tipos de exposição relacionados aos casos de intoxicação por
medicamentos para os anos de 2017 a 2022, prevalecendo os casos com tipo de exposição
aguda-única (64,9%) seguido do tipo de exposição aguda-repetida (16,7%).

Tabela 5: Tipos de exposição relacionados aos casos de intoxicação por medicamentos para os anos de 2017 a
2022.
Tipos de 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Média
exposição
Aguda sobre 1% 1% 1% 0,9% 0,9% 1% 0,9%
crônica
Crônica 0,7% 0,8% 0,9% 0,9% 1% 1% 0,8%
Aguda-repetida 13,5% 15,1% 16,3% 17,4% 17,3% 19% 16,7%
Aguda-única 68,9% 67,3% 66% 64,2% 63,9% 60,9% 64,9%
Fonte: Sistema de Informação de Agravos e Notificações (SINAN 2017-2022)

Segundo Branco et al. (2023), outro destaque foi o temor da contaminação pelo SARS-
CoV-2, o que levou a população a evitar ambientes que pudessem apresentar exposição ao vírus,
como hospitais, e procurar uma alternativa mais segura, que foi se medicar sem a prescrição de
um profissional, baseando-se no conhecimento de conhecidos profissionais da saúde e na
experiência pessoal.
No Brasil, merece destaque a facilidade de aquisição de medicamentos sem prescrição
médica. Estes aspectos contribuem para que os medicamentos sejam os principais agentes
responsáveis por intoxicações, com consequente aumento do número de atendimentos nas
unidades de urgência e emergência, hospitalizações e óbitos registrados no país (TAKAHAMA,
et al., 2014).
Para Bernardes, Turini e Matsuo (2010), nem sempre as doses de fármacos são tóxicas,
mas, a associação com outros medicamentos ou com outras substâncias químicas como, por

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exemplo, o álcool, pode ocasionar, por interação, aumento da toxicidade decorrente da


potenciação dos efeitos, com agravamento do quadro clínico e necessidade de maior período de
hospitalização.
Mota et al. (2012) retrata que a relação entre hospitalização e maior tempo entre a
exposição e o atendimento reforça a necessidade de que os familiares ou os próprios pacientes,
quando pertinente, devem ser orientados para que sob a mínima suspeita de intoxicação por
medicamento, sejam encaminhados aos serviços médicos de emergência.

4 CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos, sugere-se que possivelmente a pandemia contribuiu para
o aumento dos casos de intoxicação medicamentosa principalmente no âmbito das tentativas de
suicídio e da automedicação, assim como a grande facilidade e disponibilidade de
medicamentos a população. A principal causa de intoxicações por medicamentos foi a tentativa
de suicídio, sendo com maior ocorrência com pessoas do sexo feminino, na faixa etária de 20 a
39 anos, uma boa parte terminando em cura sem sequela.
Tais resultados contribuem para a construção de um perfil epidemiológico mais eficiente
no país, que irão ajudar na consolidação de programas de farmacovigilância mais eficazes, no
desenvolvimento de estratégias voltadas a promoção da qualidade de vida, educação, proteção
e de recuperação da saúde e recuperação de danos.
A automedicação sem o cuidado farmacêutico pode ocasionar danos à saúde,
prejudicando não só a saúde como a vida do paciente, interferindo muitas vezes também no
tratamento adequado de enfermidades. Dessa forma, é imprescindível a atuação do
farmacêutico e demais profissionais de saúde, e a criação de políticas públicas voltadas à
educação em saúde, a fim de orientar a população acerca dos riscos relacionados à prática do
uso de medicamentos, com o intuito de reduzir os efeitos adversos e os riscos de intoxicações.

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