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ISSN: 2525-8761
Carine Nardelli
Graduanda em Medicina
Instituição: Universidade Nove de Julho (UNINOVE)
Endereço: Rua Vergueiro, 235/249, Liberdade, São Paulo - SP, CEP: 01525-000
E-mail: carinenardelli2@gmail.com
RESUMO
A psoríase consiste em uma doença inflamatória crônica e autoimune caracterizada pelo
aparecimento de placas eritemato-escamosas na superfície da pele, principalmente nos
cotovelos, nos joelhos e no couro cabeludo, a qual afeta significativamente o bem-estar e
a qualidade de vida dos portadores. Etiologicamente, sabe-se que a psoríase é
multifatorial e está relacionada com fatores imunes, genéticos, ambientais, entre outros.
Em virtude da sua variedade etiológica, a epidemiologia é variada e a incidência depende
de diversos fatores. A patogênese se dá pela interação entre os linfócitos T e os
queratinócitos da pele, resultando em uma proliferação exagerada dessas células. As
manifestações clínicas decorrentes da psoríase são muito amplas e variam de paciente
para paciente e conforme a apresentação e gravidade da doença. Contudo, a lesão clássica
caracteriza-se como uma placa eritematoescamosa bem delimitada, podendo atingir
qualquer parte da pele, o que diferencia os diversos tipos de psoríase existentes. No que
tange ao diagnóstico, este é, frequentemente, clínico, baseado na história de evolução e
características clínicas das lesões. Comumente, utiliza-se métodos para confirmação
diagnóstica, como a curetagem metódica de Brocq e a biópsia da lesão. Ademais, escores
de gravidade da doença são, usualmente, utilizados, como o PASI e o DLQI. O manejo
terapêutico é imprescindível, a fim de evitar evolução do quadro e piora substancial na
qualidade de vida. Inicialmente, o manejo pode ser realizado com terapias tópicas, como
calcipotriol, agentes ceratolíticos, corticoides tópicos e etc. A fototerapia também é
indicada, pelo seu benefício comprovado e, em casos graves, associa-se o uso de fármacos
sistêmicos, como corticoides orais, agentes imunomoduladores e etc. Vale ressaltar que
o uso de emolientes para a pele e a exposição solar controlada devem ser indicadas em
associação à qualquer modalidade terapêutica.
ABSTRACT
Psoriasis is a chronic inflammatory and autoimmune disease characterized by the
appearance of erythematous-scaly plaques on the surface of the skin, mainly on the
elbows, knees and scalp, which significantly affects the well-being and quality of life of
patients. Etiologically, it is known that psoriasis is multifactorial and is related to immune,
genetic, and environmental factors, among others. Due to its etiological variety, the
epidemiology is varied and the incidence depends on several factors. The pathogenesis is
due to the interaction between T lymphocytes and skin keratinocytes, resulting in an
exaggerated proliferation of these cells. The clinical manifestations resulting from
psoriasis are very broad and vary from patient to patient and according to the presentation
and severity of the disease. However, the classic lesion is characterized as a well-defined
erythematous squamous plaque, which can affect any part of the skin, which differentiates
the different types of psoriasis that exist. With regard to the diagnosis, this is often
clinical, based on the evolution history and clinical characteristics of the lesions.
Commonly, diagnostic confirmation methods are used, such as methodical Brocq
curettage and biopsy of the lesion. Furthermore, disease severity scores are usually used,
such as the PASI and DLQI. Therapeutic management is essential in order to avoid
evolution of the condition and substantial worsening in quality of life. Initially,
management can be performed with topical therapies, such as calcipotriol, keratolytic
agents, topical corticosteroids, etc. Phototherapy is also indicated, due to its proven
benefit and, in severe cases, the use of systemic drugs is associated, such as oral
corticosteroids, immunomodulatory agents, etc. It is noteworthy that the use of emollients
for the skin and controlled sun exposure should be indicated in association with any
therapeutic modality.
1 INTRODUÇÃO
A psoríase consiste em uma doença inflamatória sistêmica crônica comum e sem
cura, caracterizada pelo aparecimento de placas eritematosas demarcadas. As lesões
podem ser de diversos tipos, sendo a mais comum a vulgar e aparecem mais
frequentemente ao redor do cotovelo, couro cabeludo, tronco e joelhos (ANUSHKA
DHABALE; SHAILESH NAGPURE, 2022). Está associada a múltiplas condições
médicas comórbidas, fatores de risco genéticos e ambientais. Tal relação entre a doença
e as múltiplas comorbidades são de extrema importância para o desenvolvimento de um
plano de tratamento adequado do paciente (AMIN et al., 2020).
Embora seja a segunda doença de pele mais comum dentre a população mundial,
a etiopatogenia da psoríase não é totalmente definida (MARIJANA VIČIĆ et al., 2021).
Acredita-se que a mesma seja causada por uma alteração nas células do sistema
imunológico, que atacam as células saudáveis da pele, provocando a doença. Ademais,
fatores ambientais como tabagismo podem agravar os sintomas ou até mesmo contribuir
para seu aparecimento (ANUSHKA DHABALE; SHAILESH NAGPURE, 2022).
O tratamento da psoríase tem evoluído muito nos últimos anos e consiste no uso
de medicamentos específicos como glicocorticóides, análogos de vitamina D, fototerapia
e produtos biológicos selecionados de acordo com o tipo e características das lesões
(PONA, 2019). Além disso, devemos destacar a crescente importância da abordagem
individual com cada paciente, avaliando como é a apresentação clínica da doença,
recorrência, rotina, costumes, hábitos e vícios (REID; CHRISTOPHER E.M.
GRIFFITHS, 2020).
2 OBJETIVO
O objetivo deste artigo é reunir informações, mediante análise de estudos recentes,
acerca dos aspectos inerentes da psoríase, sobretudo no tocante à etiologia, fisiopatologia,
diagnóstico e manejo.
3 METODOLOGIA
Realizou-se pesquisa de artigos científicos indexados nas bases de dados
Latindex, MEDLINE/PubMed e Google Schoolar entre os anos de 2017 e 2023. Os
descritores utilizados, segundo o “MeSH Terms”, foram: psoriasis, types of psoriasis,
treatment. Foram encontrados 2628 artigos, segundo os critérios de inclusão: artigos
publicados nos últimos 6 anos, textos completos, gratuitos e tipo de estudo. Papers pagos
e com data de publicação em período superior aos últimos 5 anos foram excluídos da
análise, selecionando-se 16 artigos pertinentes à discussão.
4 EPIDEMIOLOGIA
A psoríase consiste em uma doença inflamatória sistêmica crônica comum, a qual
está relacionada a diversas comorbidades, como artrite, obesidade, diabetes mellitus,
depressão, hipertensão e doenças cardiovasculares (CHIANG et al., 2019). Além das
repercussões físicas observadas, a psoríase comumente está associada com a redução da
qualidade de vida, gerando grande impacto nos aspectos sociais e emocionais de quem
convive com tal condição (MARIJANA VIČIĆ et al., 2021).
Acerca da prevalência, a psoríase acomete cerca de 2 a 3% da população em todo
o mundo, o que representa mais de 125 milhões de pessoas, acometendo, principalmente,
a população adulta e, revelando uma incidência igual em ambos os sexos. Ademais, é
comumente mais observada em países de alta renda (CHIANG et al., 2019; MARIJANA
VIČIĆ et al., 2021). Todavia, quando analisado minunciosamente a incidência de psoríase
por sexo e faixa etária, revela-se dois picos distintos de faixa etária de inicio da
manifestação dos sintomas, sendo mais frequente nas mulheres em torno de 18-29 e 50-
59 anos e, em homens em torno de 30-39 e 60-69 ou 70-79 anos (PARISI et al., 2020).
A manifestação grave da doença eleva a mortalidade geral e reduz a expectativa
de vida em 3,5 anos em homens e 4,4 anos em mulheres, quando comparado com
indivíduos sem psoríase. As doenças específicas mais relacionadas a óbitos em pacientes
portadores desta enfermidade são as afecções cardiovasculares, seguida por infecções,
malignidades, doenças hepáticas, renais, respiratórias e do sistema digestivo
(MARIJANA VIČIĆ et al., 2021). Em decorrência disso, a Organização Mundial da
Saúde (OMS), em 2014, qualificou a psoríase como uma doença grave não transmissível
e, em 2016, publicou um relatório evidenciando a importância de compreender melhor os
aspectos clínicos e psicológicos que envolvem tal patologia (PARISI et al., 2020).
5 ETIOPATOGENIA
A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que envolve uma interação
complexa entre diferentes células do sistema imunológico e as células cutâneas. Possui
etiologia multifatorial, sendo que a predisposição genética é o principal fator para o seu
aparecimento; mas os fatores ambientais também são uma influência, podendo contribuir
para o agravamento dos sintomas. Ademais, fatores desencadeantes específicos, como
infecções, medicamentos, estresse emocional, entre outros, também podem abrir o quadro
nos pacientes pré-dispostos (RENDON; KNUT SCHÄKEL, 2019; TASHIRO;
SAWADA, 2022).
As células dendríticas são as primeiras células do sistema imunológico a
reconhecerem e responderem aos antígenos presentes na pele e são ativadas por diversos
estímulos, incluindo estressores psicológicos, infecções, fármacos e alterações no
equilíbrio microbiológico da pele. Tais células, como as células de Langerhans, migram
para os linfonodos onde vão fazer a ativação dos linfócitos T, que iniciam um processo
de proliferação e diferenciação. Quando os linfócitos chegam na derme e na epiderme, as
células dendríticas apresentam antígenos específicos para essas células, tornando-as
células efetoras do tipo T (HU et al., 2021).
As células T CD4+ são as principais células T envolvidas na psoríase, produzindo
citocinas inflamatórias, incluindo a interleucina-17 (IL-17), que estimula a proliferação
das células da pele, perpetuando a mitose dos queratinócitos e diminuindo o tempo do seu
ciclo mitótico, fazendo com que haja uma hiperproliferação deles, deixando a epiderme
com uma camada mais grossa e em constante renovação, além de incentivar a produção
de mais citocinas inflamatórias. Já as células natural killer (NK) também são ativadas e
produzem citocinas inflamatórias que contribuem para a inflamação e a proliferação
excessiva das células cutâneas (HU et al., 2021).
Ademais, outras células do sistema imunológico, incluindo neutrófilos, células de
Langerhans e mastócitos, também estão envolvidas na fisiopatologia da psoríase. Os
neutrófilos, por exemplo, são recrutados para as lesões de psoríase e liberam enzimas que
danificam as células da pele, devido à liberação de IL-6. Esse processo acarreta na
formação de placas com borda apresentando eritema e descamação estratificada
(CHIANG et al., 2019; TASHIRO; SAWADA, 2022).
A fisiopatologia da psoríase também envolve a hiperproliferação das células
epidérmicas, com um aumento na taxa de divisão e um acúmulo de células imaturas,
influenciados por fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Além disso, está
associada a alterações na angiogênese, com uma produção aumentada de fatores de
crescimento vascular, como o VEGF e a PDGF, e um aumento no número de vasos
sanguíneos na pele, permitindo a proliferação e a inflamação exacerbada (DAND et al.,
2020).
genitais ou ainda em qualquer outro lugar do corpo. Nos casos graves, a pele pode
rachar e sangrar.
● Psoríase ungueal: pode afetar, tanto as unhas das mãos, quanto as dos pés
e apresenta aspecto anormal. Dentre as alterações, a aparência das mesmas podem
se apresentar como escamosas, grossas, depressões em pontos e até deformação
da matriz ungueal. Alguns casos podem evoluir para o descolamento do leito
ungueal.
7 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de psoríase baseia-se na anamnese e exame clínico da pele, unhas
e couro cabeludo, sendo, por vezes, necessário o uso de exames complementares, como
biópsia, para confirmação. No exame físico, pode-se usar como ferramenta a curetagem
metódica de Brocq, que consiste em realizar um atrito de forma suave na pele com uma
cureta. Feito isso, quando positivo para psoríase, têm-se o destacamento de escamas
micáceas esbranquiçadas, aparentando cera de vela e, por isso, sendo chamado de sinal
da vela. Com a continuação do movimento há elevação de uma membrana, que quando
curetada, culminará no ferimento desses ápices, surgindo o orvalho sangrante, vulgo sinal
de Aupstz. Apesar do atrito, a manobra não gera dor no local da lesão (KIM; JEROME;
YEUNG, 2017; SBD, 2020; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
Quando necessário o uso da biópsia, os achados histopatológicos na lesão ativa
incluem hiperceratose, paraceratose, acantose regular (hiperplasia psoriasiforme), papílas
dérmicas alongadas com capilares dilatados e tortuosos, além de também poder observar
infiltrados predominantes de linfócitos na derme papilar. Quando presentes, os neutrófilos
podem se estender para a camada espinhosa, formando as pústulas espongiformes de
Kogoj, e na camada córnea, os microabscessos de Munro. É importante salientar que esses
achados são inespecíficos e mudam de acordo com o tipo e tempo da doença (KIM;
JEROME; YEUNG, 2017; SBD, 2020; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
É de grande valia no diagnóstico de psoríase o uso do instrumento PASI - Psoriasis
Area and Severity Index – que auxilia na medição da gravidade e extensão da psoríase.
Para o cálculo de PASI, divide-se o corpo em 4 partes: cabeça, tronco, braços e perna.
Para cada parte analisada, avalia-se três parâmetros: eritema, infiltração e descamação.
Após isso, classifica os mesmos em ausente (0), leve (1), moderado (2), intenso (3) e
muito intenso (4). A pontuação desses fatores é multiplicada pela extensão da doença em
cada região e pela porcentagem de superfície corporal que aquela região representa. Por
último, deve-se somar os dados de cada região. O PASI é considerado leve quando o
resultado é igual ou inferior a 10 e moderado a grave quando superior a 10. Esse
instrumento permite estratificar a gravidade da doença e avaliar a eficácia dos tratamentos
(KIM; JEROME; YEUNG, 2017; SBD, 2020; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
8 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
O diagnóstico diferencial de psoríase é diverso e extenso, devendo ser avaliado de
forma minuciosa, a fim de evitar tratamento inadequado. Importante diagnósticos
diferenciais são dermatite seborréica, pitiríase rósea, eczema, líquen plano e micose
fungóide, os quais podem se manifestar com características clássicas semelhantes (KIM;
JEROME; YEUNG, 2017; GISONDI; BELLINATO; GIROLOMONI, 2020):
● Dermatite seborreica: é uma condição inflamatória da pele que pode ser
confundida com a psoríase do couro cabeludo devido a sintomas semelhantes,
como eritema e descamação. A dermatite seborreica, no entanto, tende a ter uma
distribuição mais generalizada no couro cabeludo e em outras áreas, como a face,
tórax e axilas. Além disso, a psoríase do couro cabeludo é caracterizada por placas
bem definidas e mais espessas, enquanto a dermatite seborreica apresenta
descamação fina e menos delimitada.
● Pitiríase rósea: é uma condição cutânea caracterizada por uma erupção
oval e rosa-avermelhada que geralmente aparece na parte superior do corpo. Pode
ser confundida com a psoríase em placas, pois ambas apresentam lesões
escamosas e vermelhas. No entanto, a psoríase em placas é mais simétrica e
geralmente afeta áreas extensoras do corpo, enquanto a pitiríase rósea tem uma
distribuição mais aleatória e, frequentemente, afeta áreas como o tronco e a região
abdominal.
● Eczema: é uma condição inflamatória da pele que causa prurido, eritema
e descamação. Pode ser confundida com a psoríase em placas, pois ambas
apresentam lesões escamosas na pele. No entanto, o eczema geralmente é mais
pruriginoso e pode apresentar vesículas ou bolhas, enquanto a psoríase em placas
não apresenta essas características.
9 TRATAMENTO
O tratamento da psoríase evoluiu consideravelmente nos últimos 100 anos, o que
se deve ao entendimento da patogênese da doença. Com o direcionamento preciso das
vias imunes envolvidas na gênese, percebeu-se que a abordagem mais eficaz é aquela que
engloba a natureza biopsicossocial da doença. Isso envolve uma abordagem para
identificar o melhor medicamento para um indivíduo, aliada à educação do paciente,
triagem de comorbidade e revisão regular, uma vez que a apresentação clínica e as
necessidades do paciente mudam com o tempo (REID; CHRISTOPHER E.M.
GRIFFITHS, 2020).
A gravidade da doença clínica e a resposta ao tratamento podem ser classificadas
por meio de vários escores diferentes. O escore Índice de Área e Gravidade da Psoríase
(PASI) tem sido amplamente utilizado. A psoríase caracterizada como leve a moderada
pode ser tratada topicamente com uma combinação de glicocorticóides, análogos da
vitamina D e fototerapia. Já a psoríase moderada a grave, geralmente, requer tratamento
sistêmico. Vale ressaltar que a presença de comorbidades, como a artrite psoriásica
também é altamente relevante para seleção do tratamento (PONA, 2019; KORMAN,
2020).
Sabe-se ainda que dietas de baixas calorias melhoram o PASI e o Índice de
Qualidade de Vida Dermatológica (DLQI) quando em conjunto com a terapia tópica ou
sistêmica. Em virtude disso, observou-se que o óleo de peixe, a suplementação de zinco,
a dieta sem glúten e a suplementação de vitamina D foram eficazes. Porém as mudanças
dietéticas por si só não causam um grande efeito na psoríase, mas podem se tornar um
observados nos corticoides. Contudo, como toda medicação, também cursa com
efeitos colaterais, como irritação no local da aplicação. Ademais, o seu uso pode
ser associado à betametasona para melhores resultados.
e) Imunomoduladores tópicos inibem a ação da calcineurina e bloqueiam a
produção de substâncias inflamatórias. Seu uso é off label na psoríase. Há duas
preparações tópicas: tacrolimo (em pomada a 0,03% e 0,1% - aprovado para
maiores de 2 e 16 anos de idade, respectivamente) e pimecrolimo (em creme a 1%
- aprovado para maiores de 3 meses de idade). O efeito adverso mais comum é a
sensação de queimação, geralmente transitória e mais comum com o uso do
tacrolimo.
f) Coaltar é um derivado do alcatrão, cuja destilação e emulsificação em
polissorbato 80, produz o liquor carbonis detergens (LCD), que tem cosmética
melhor. O mecanismo de ação é desconhecido, mas acredita-se que diminua a
proliferação dos queratinócitos, efeito potencializado com a associação a radiação
ultravioleta B (UVB). São formulados em concentrações de 1 a 5% e aplicados
nas lesões, deixando o maior tempo possível. A aplicação da UVB é feita em doses
crescentes, diariamente ou em dias alternados, sem remoção do produto. Os
efeitos adversos mais comuns são manchas na pele ou nas roupas, odor
desagradável do produto, reações fotoalérgicas e fototóxicas. Vale ressaltar que a
absorção sistêmica e toxicidade são insignificantes.
g) Antralina é um derivado sintético da crisarobina, obtida de uma árvore
chamada Araroba. Atualmente seu uso na psoríase é restrito, podendo ser utilizada
em baixas (0,1 a 0,5%) ou altas concentrações (1 a 3%) em aplicações de 15 a 30
minutos.
9.3 FOTOTERAPIA
A fototerapia é um tratamento que envolve a exposição das áreas afetadas da pele
à luz ultravioleta (UV), sendo que seus efeitos estão baseados nas ações de
imunossupressão local, redução da hiperproliferação epidérmica e apoptose de linfócitos
T, reduzindo a inflamação e a coceira típicas da psoríase. Está indicada a sua realização
de 2 a 3 vezes na semana, estando associada à melhora na qualidade de vida do paciente.
É segura na gestação e na amamentação, além de possuir boas respostas em crianças.
Além disso, vale salientar que a fototerapia atrasa em até 1 ano o início de drogas
sistêmicas, diminuindo custos para o sistema público de saúde. Quando usada em
10 CONCLUSÃO
Em suma, a psoríase é uma doença crônica da pele, não contagiosa, caracterizada
pela presença de lesões eritrodérmicas, recobertas por escamas esbranquiçadas, as quais
podem estar presentes em diferentes locais do corpo. A sua fisiopatologia envolve uma
interação complexa entre fatores genéticos e ambientais, incluindo uma resposta
imunológica desregulada e uma barreira cutânea disfuncional. O diagnóstico baseia-se
principalmente na avaliação clínica dos sintomas e lesões da pele. O tratamento inclui
medidas gerais de cuidados com a pele, incluindo hidratação regular e uso de emolientes.
Somado a isso, o tratamento farmacológico pode envolver o uso de corticosteroides
tópicos, imunomoduladores tópicos, fototerapia e terapia sistêmica. Embora grandes
avanços tenham sido identificados, algumas questões ainda permanecem indefinidas,
ficando evidente a necessidade de novos estudos que abordem de maneira meticulosa a
psoríase e seu manejo, objetivando-se sanar as lacunas do conhecimento evidenciadas no
presente artigo.
REFERÊNCIAS
HU, P. et al. The Role of Helper T Cells in Psoriasis. Frontiers in Immunology, v. 12,
15 dez. 2021.
REID, C.; CHRISTOPHER E.M. GRIFFITHS. Psoriasis and Treatment: Past, Present
and Future Aspects. Acta dermato-venereologica, v. 100, n. 3, p. 70–80, 30 jan. 2020.