Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TERESINA
2022
2
TERESINA
2022
3
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Presidente da banca
Prof. Me. Guilherme Bandeira Santana
___________________________________________________
Examinador 1
Prof. Xxxxxxxxxx
____________________________________________________
Examinador 2
Prof. Xxxxxxxxxx
4
RESUMO
Este artigo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por
câncer de boca no Brasil no período de 2010 a 2019. Para o desenvolvimento desta
pesquisa, adotou-se como método estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo
do tipo ecológico. Foi realizado com abrangência nacional, dos casos notificados no
Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) via Departamento de Informática do
Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre os casos de óbito por neoplasias bucais
ocorridos no Brasil entre 2010 e 2019 adotando as variáveis sexo, raça/cor,
escolaridade, estado civil e utilizou-se categorias da Classificação Internacional de
Doenças (CID-10). A análise dos dados ocorreu mediante estatística descritiva
simples (frequência e porcentagem) com base nos dados informados pelo SIM, no
DATASUS. Como principais resultados observou-se que morreram por câncer de
boca 43.866 pessoas, com média de óbitos por estas neoplasias no recorte temporal
estabelecido foram de 4.386,6 pessoas, destas, em sua maioria residiam na região
sudeste do país. O perfil de pessoas que morreram pela doença foi de homens, da
cor branca, casados, com um a três anos de estudo e com média de idade entre 60 a
69 anos. Os resultados apontados por esta pesquisa apresentam implicações
relevantes acerca do perfil epidemiológico da mortalidade por câncer de boca no brasil
no período de 2010 a 2019, sobretudo por demonstrado uma tendência crescente dos
casos de óbito no país, o que ainda se torna importante considerar que os dados aqui
apresentados possuem forte indícios de serem maiores, mediante as subnotificações
existentes.
ABSTRACT
1
Artigo apresentado à Faculdade Maurício de Nassau, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de
Bacharel em Odontologia, em 2022.
2
Graduando em Odontologia pela Faculdade Maurício de Nassau – E-mail: thiagocarter78@outlook.com
3
Graduanda em Odontologia pela Faculdade Maurício de Nassau – E-mail: clararegina_coelho05@hotmail.com
4
Professor-Orientador. Mestre em Odontologia pela Universidade Federal do Piauí. Docente da Faculdade
Maurício de Nassau – E-mail: guilhermesantanaodonto@gmail.com
5
Professora Coorientadora. Doutora em Ciências Odontológicas Aplicadas pela Faculdade de Odontologia de
Bauru – USP. E-mail: ivnalbano@hotmail.com
6
This article aimed to analyze the epidemiological profile of mortality from oral cancer
in Brazil from 2010 to 2019. For the development of this research, a descriptive and
retrospective epidemiological study of the ecological type was adopted. It was carried
out with national coverage, of the cases reported in the Mortality Information System
(SIM) via the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS) on
cases of death from oral neoplasms that occurred in Brazil between 2009 and 2010,
adopting the variables sex, race/color, schooling, marital status, and categories from
the International Classification of Diseases (ICD-10) were used. Data analysis was
performed using simple descriptive statistics (frequency and percentage) based on
data reported by SIM, in DATASUS. As main results, it was observed that the average
number of deaths from oral cancer in the established time frame was 4.386,6 people,
most of whom resided in the southeastern region of the country. The profile of people
who died from the disease was male, white, married, with one to three years of
schooling and with an average age between 60 and 69 years. The results pointed out
by this research have relevant implications about the epidemiological profile of
mortality from oral cancer in Brazil in the period from 2010 to 2019, especially as it
demonstrates a growing trend in death cases in the country, which is still important to
consider that the data presented here have strong indications of being higher, due to
the existing underreporting.
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAL E MÉTODOS
países, municípios ou regiões, com vistas a conferir se há relação entre elas. Nesta
tipologia de estudo, não é conferida informações individuais acerca da doença e
exposição do indivíduo, mas da coletividade da população como um todo. Tal
característica torna-se singularmente importante quando se observa que a ocorrência
coletiva de um fenômeno pode influenciar na somatória dos extratos do mesmo caso
(LIMA-COSTA; BARRETO, 2003).
2.3 População
A coleta dos dados foi realizada por meio de roteiro, que foram reunidos por
medidas de frequência relacionada às variáveis como sexo, escolaridade, faixa etária,
raça/ cor região de domicílio, local de ocorrência e região anatômica.
3 RESULTADOS
Figura 1. Número de óbitos por câncer de boca notificados, no período de 2010 a 2019, no
Brasil.
10
Ano do óbito
Figura 2. Número de óbitos por câncer de boca notificados por região brasileira, no período de
2010 a 2019, no Brasil. Teresina, Piauí, 2022
25.000
20.730
20.000
15.000
10.942
10.000 7.689
0
Nordeste
Sudeste
Centro-Oeste
Norte
Sul
Figura 3. Local de ocorrência dos óbitos por câncer de boca, no período de 2010 a 2019, no Brasil.
Teresina, Piauí, 2022
35.000 30.804
30.000
25.000
20.000
15.000 10.727
10.000
5.000 1.724 100 492 19
0
Domicílio
Ignorado
Via pública
Outros
Hospital
estabelecime
nto de saúde
Outro
Figura 2. Local de ocorrência dos óbitos por câncer de boca, no período de 2010 a 2019, no Brasil.
Teresina, Piauí, 2022
13
10000 9.645
8000
6000 5.318
4000
2.868
2.138
2000
678 481
0
0
Neopl malig da gengiva
far
4. DISCUSSÃO
Por se tratar de uma doença com amplo potencial de mortalidade, torna-se mais
que relevante, na verdade, urgente, a produção de pesquisas que abordem o
tratamento, diagnóstico e a epidemiologia das neoplasias malignas. Esta pesquisa
elaborou uma análise epidemiológica da mortalidade câncer de boca no Brasil, e
observou que, os casos continuam em uma crescente no país. Visto isto, será
realizada uma análise comparativa com o que foi publicado na literatura acerca disso.
A tendência global é o aumento dos casos de câncer no mundo, evidenciada
por uma pesquisa realizada pela OMS na qual apontou que até 2040 a incidência da
doença pode aumentar em até 60%. Em 2020, o Observatório Global do Câncer
14
Durantes os anos de 200 a 2013, pelo estudo ecológico realizado por Cunha,
Prass e Hugo (2020) evidenciaram que foram notificadas 61.190 mortes por câncer
bucal e de orofaringe no Brasil, com média anual de óbitos de 3,50 a cada 100.000
habitantes, acometendo, predominantemente homens, sendo três vezes mais
incidente neste sexo. Também observaram que a região anatômica mais acometida
pela doença foi a orofaringe, representando 31,72% dos casos, seguido de outras
partes e de partes não especificadas da boca com 21,55% e outras partes e de partes
não especificadas da língua com 18,59%.
Nesta pesquisa, a região que apresentou o maior número de óbitos por câncer
de boca foi a Sudeste, e neste sentido, é importante observar que, no Estado do
Espírito Santo, no período de 2011 a 2016 ocorreram 548 óbitos pela doença,
conferindo um perfil onde a maior incidência foi em pessoas do sexo masculino com
77%, brancos com 49,4% dos casos, casados (37,8%) e idade de 50-59 anos (30,5%).
O local de ocorrência dessas mortes foi o ambiente hospitalar, com 79,6% dos casos.
Ainda sobre os dados da região sudeste, o Estado se São Paulo notificou 240,8
mortes por 100 mil habitantes entre os anos de 2013 a 2015. Neste mesmo período,
a rende de seus habitantes aconteceu uma variação R$ 453,20 a R$ 2.009, e neste
contexto, observou-se a interferência das desigualdades socioeconômicas nas taxas
de mortalidade pelas neoplasias bucais, mesmo tratando-se do Estado brasileiro que
concentra maior riqueza e giro econômico (SAKAMOTO, et al., 2019).
Seguido da região Sudeste, o Nordeste do brasileiro, conferiu a segunda
macrorregião com o maior número de óbitos pela patologia estudada neste artigo, e
segundo um levantamento feito por Ferreira Filho et al., (2021), no período entre 2013
a 2017 observou que 1.793 pessoas convivem com a neoplasia maligna da língua
nesta região, com predominância da doença em homens (72,3%), e sendo a Bahia, o
Estado com o maior número de casos, em seguida Pernambuco e Ceará, com 25,2%
e 12,8%, respectivamente.
Entre 1983 a 2017, a mortalidade câncer de boca no Brasil foi de 142.634
pessoas. Nestes 24 anos analisados, a faixa etária mais acometida pela doença foi a
6
Dados extraídos do site oficial Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), disponível no endereço
eletrônico https://www.paho.org/pt/noticias/4-2-2022-opas-pede-ampliacao-do-acesso-ao-tratamento-do-
cancer-para-salvar-vidas.
15
de adultos com 25 anos ou mais do sexo masculino representando 81% dos casos.
Estes dados divergem do encontrado nesta pesquisa, e mostram como o perfil destas
pessoas sofreu mudanças com o decorrer do tempo, no entanto, os homens
continuam sendo a maioria esmagadora dos óbitos, com 81% de incidência sobre este
sexo, e ainda se mantem a região sudeste com o maior número de casos segundo o
estudo realizado por Perea, Antunes e Peres (2021).
Pode-se considerar como razão para a maior incidência de óbito no contexto
hospitalar o fato da necessidade de cuidados especializados e regulares dos
pacientes, o que pode, inclusive, estar com quadro metastático, e em relação aos
óbitos ocorridos em domicílio, pode estar associado a ausência de assistência à
saúde, ou ainda estar em cuidados domiciliares por recomendação médica
(MARTINS; SOUSA, 2022).
Neste contexto, corrobora-se tal situação com os altos índices de internações
hospitalares pela doença, como mostra uma pesquisa realizada em um estado do sul
do Brasil, onde foram registradas 20.228 internações por câncer bucal no período de
2008 a 2019, com média de 1.685 internações por ano (BORDI et al., 2022).
Assim, mostra-se relevante abordar que o retardamento à procura por
atendimento especializados em manifestações sintomáticas por grupos populacionais
mais vulneráveis ao acometimento pela doença, consequentemente apresentarão
prognósticos ruins. Nesse sentido, estudos apontam que pessoas do sexo feminino,
de idade mais avançada, de cor parda e com baixa escolaridade de baixa renda,
costumam ser apresentar maiores chances em negligenciar o autocuidado, sobretudo
no campo da saúde (SOUSA et al.,2020).
A importância da educação para o desenvolvimento do capital humano, dos
seus recursos para interação interna e externa na dimensão psicossocial, para o
estabelecimento do seu estilo e condições de vida e alcançar melhores condições de
saúde, mostra-se fundamental que sua escolaridade esteja sempre em ascendência,
pois indivíduos mais escolarizados apresentam maiores chances em compreender e
executar o autocuidado, dando assim possibilidades para o protagonismo e
empoderamento na atenção à saúde (DARIN-MATTSSON; FORS; KÅREHOL, 2017).
O aumento da escolaridade da população não é condição suficiente para
mitigar de forma significativa a incidência e diagnósticos tardios das neoplasias
bucais. Para alcançar bons resultados, faz necessária a expansão, cada vez mais
crescente e capilarizada da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do Sistema Único de
16
Saúde (SUS), com enfoque na redução e controle dos óbitos por câncer bucal (LIMA;
THOMAZ, 2020).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BANDEIRA, C. M. et al. How to improve the early diagnosis of oral câncer. Brazilian
Dental Journal, v. 20. n. 4, p. 25-31, 2017.
ULINSKI, S. L. V. et al. Perfil dos casosde câncer bucal tratados em centro de alta
complexidade em oncologia. Research, Society and Development, v. 10, n.11,
e558101119929, 2021.