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CITOLOGIA HORMONAL

CÉLULAS DO EPITÉLIO
DO TGF DE ACORDO
COM AS FASES
HORMONAIS
CITOLOGIA HORMONAL DO TGF

OBJETIVO DA AULA:
Identificar as condições
hormonais de uma
paciente de acordo
com as células
esfoliadas do epitélio
do TGF.
CITOLOGIA HORMONAL DO TGF

As células do tecido escamoso


estratificado não queratinizado
possui receptores hormonais
que controlam a maturação e
diferenciação celular.

O epitélio sofre alterações de


acordo com a secreção dos
hormônios ovarianos: estrógeno
e progesterona.
AÇÃO HORMONAL NO TGF
Os hormônios ovarianos são regulados pelos hormônios
hipofisários: FSH e LH
AÇÃO HORMONAL NO TGF

Estimula o Estimula a
desenvolvimento dos ovulação
folículos ovarianos.
AÇÃO HORMONAL NO TGF
AÇÃO HORMONAL NO TGF
AÇÃO HORMONAL NO TGF

COMO AGE O ESTRÓGENO NO EPITÉLIO


DO TGF?

➢ Estimulando a ovulação
➢ Desenvolvimento das
características femininas
➢ Induzindo a maturação
epitelial levando a aumento
das células superficiais
maduras nos esfregaços.
AÇÃO HORMONAL NO TGF

COMO AGE A PROGESTERONA NO


EPITÉLIO DO TGF?

➢ Inibindo o processo de
maturação do epitélio.
➢ Preparando o útero para
gravidez.
AÇÃO HORMONAL NO TGF
RESUMINDO AÇÃO HORMONAL
AÇÃO HORMONAL NO TGF

FASES HORMONAIS DA MULHER DE ACORDO COM A


IDADE
AÇÃO HORMONAL NO TGF

TIPOS DE ESFREGAÇOS DE ACORDO COM A IDADE


AÇÃO HORMONAL NO TGF

QUAL A FINALIDADE DO ESTUDO HORMONAL?


✓Observar o grau de maturação do epitélio escamoso do TGF.
✓Avaliar a situação endócrina da mulher.
✓Estabelecer a relação percentual entre as células
superficiais, intermediárias e profundas.
✓Avaliar alterações no ciclo menstrual da mulher.
✓Estudar ciclos anavulatórios e ovulatórios.
✓Monitorar tratamentos hormonais.
DIFERENÇA DO EPITÉLIO DO TGF DE
ACORDO COM AS FASES HORMONAIS
Epitélio gandular Epitélio
de camada estratificado
simples não
mucociliada queratinizado

NULÍPARA MULTÍPARA
DIFERENÇA DO EPITÉLIO DO TGF DE
ACORDO COM AS FASES HORMONAIS
Epitélio gandular Epitélio
de camada estratificado
simples não
mucociliada queratinizado

NULÍPARA MENOPAUSA
CITOLOGIA HORMONAL
O epitélio da vagina sofre uma série de modificações
clínicas que são dependentes da secreção hormonal
ovariana (estrógeno e progesterona), causando
descamação de suas camadas mais externas. Sendo assim,
a coleta nesta área se faz necessária para avaliação da
função ovariana.
OVÁRIOS FB (+)

FSH ESTRADIOL PROGESTERONA LH

FB (-)
CITOLOGIA HORMONAL

Para o estudo citohormonal, é necessário que o médico


envie ao laboratório:
- os dados clínicos da paciente,
- idade,
- tipo de ciclo menstrual,
- data da última menstruação
- suspeita ou certeza de gravidez ( estudo da placenta)
- Suspeita ou certeza de menopausa (precoce).
CITOLOGIA HORMONAL

O material para a citologia hormonal


devera ser colhido da parede lateral da
vagina próximo ao fundo de saco
lateral, pois esta região é mais sensível
aos hormônios ovarianos
(estrógeno/progesterona), estimulados
pelos hormônios do sistema
hipotálamo-hipofisário (FSH e LH).
CICLO VAGINAL NORMAL
O ovário tem uma atividade rítmica na produção de estrógeno
e progesterona, que por sua vez repercute no tipo de células
descamadas da mucosa vaginal, o que nos permite diferenciar
uma série de fases ao longo do ciclo menstrual, a saber:

✓ fase menstrual,
✓ fase foliculínica (inicial, média e avançada ou ovulatória)
✓ fase luteínica (inicial e avançada).
CICLO VAGINAL NORMAL
➢ Fase menstrual: (1º ao 6º dia)
➢Fase menstrual: (1º ao 6ºdia)
✓Durante a menstruação, a
mucosa vaginal descama muitas
células superficiais e
intermediárias.

✓Formam acúmulos grosseiros,


com aspecto sujo, mal corado.
CICLO VAGINAL NORMAL
➢ Fase menstrual: (1º ao 6º dia)
✓O esfregaço é rico em hemácias, leucócitos,
histiócitos.
✓Podendo observar agrupamentos de células
endometriais.

✓Índice Picnótico (IP) oscila em torno de 15% a


25% .
CICLO VAGINAL NORMAL
➢ Fase Foliculínica: - Inicial (6º ao 12º dia)
✓ Aumenta também as células eosinofilicas e
no esfregaço observamos um maior
número de células intermédias e
superficiais, com um fundo de esfregaço
mais limpo, onde observamos leucócitos,
histiócitos.
✓ Nesta fase existe um aumento gradativo no
IP podendo alcançar a cifra de 38-50%.
CICLO VAGINAL NORMAL

➢ Fase Foliculinica Média ou pré-ovulatória: (12º e 13º dia)


✓ Ocorre uma diminuição das células intermédias que aparecem mais
isoladas, com raros leucócitos dando um aspecto de limpeza ao
esfregaço.
✓ O IP se eleva passando
alcançar 40-60%.
CICLO VAGINAL NORMAL
➢ Fase foliculínica avançada
(ovulatória): (14º e 15º dia).

✓ Ocorre predominância de células


superficiais planas, bem coradas
com bordas nucleares definidos,
raros leucócitos e fundo de
esfregaço limpo.

✓ IP em torno de 60-70%,
CICLO VAGINAL NORMAL
➢ Fase luteínica avançada: (19º ao 28º
dia)
✓ As células aumentam sua tendência a
agrupamentos, por sua descamação
abundante. Apresentam-se menores,
com maior número de pregueadura e
forte cianofilia.
✓ O índice picnótico diminui
consideravelmente em torno de 10-
15%.
CICLO VAGINAL NORMAL
TRANSTORNOS MENSTRUAIS
Amenorréias são transtornos menstruais, os quais ocorre ausência da
menstruação. Podem se classificadas em dois grupos: primárias e
secundárias.

➢ Amenorréias Primárias: são aquelas em que a paciente nunca


menstruou, transcorrida a época de sua puberdade.

✓ Elas ocorrem em consequência de uma disgenésias gonodais , uma


insuficiência hipofisária ou devido a alterações no desenvolvimento
embrionário do aparelho genital.
TRANSTORNOS MENSTRUAIS
➢ Amenorréias Secundárias: pode ocorrer após um certo tempo da
primeira menstruação (menacma).
✓ atrófica: a origem mais comum é a existência de uma grave infecção
pélvica, habitualmente tuberculosa ou por agressões cirúrgicas ou de
radiações.

✓ São de mau prognóstico, por sua resistência aos tratamentos hormonais.

✓ hipotrófica: mais frequente e de melhor prognóstico, podem ser acíclicas,


com escassas flutuações do nível estrogênico. A queda estrogênica é
insuficiente para produzir a hemorragia menstrual.
TRANSTORNOS MENSTRUAIS

✓ Normotrofica: com curvas cíclicas bifásicas normais, são de


etiologia não ovariana, geralmente uterina tendo como causa a
endometrite ou falta de regeneração em uma curetagem muito
profunda.

✓ Hiperestrogênica: origina-se de um estímulo folicular elevado pela


existência de um folículo ovariano persistente com alta secreção
estrogênica, que mantém a amenorréia até a ruptura do mesmo.
Pode ainda ter como causa a presença de tumores funcionais
ovarianos.
TRANSTORNOS MENSTRUAIS

✓ Hiperluteínica: são muito raras e são produzidas pela


existência de um corpo lúteo anormal e ativo, originado
por um cisto luteínico persistente que se traduz por uma
hiperplasia endometrial e esfregaços citológicos
semelhantes aos do primeiro trimestre da gravidez.
TRANSTORNOS MENSTRUAIS POR
EXCESSO - MENOMETRORRAGIAS

➢ Para a determinação da causa de uma hemorragia


menstrual excessiva (menorragias) ou fora do período
menstrual (metrorragias) é aconselhável a realização de
biópsia endometrial a fim de esclarecer possíveis lesões.
CITOLOGIA DA MENOPAUSA E PÓS-
MENOPAUSA
➢ Neste período de instalação da menopausa e durante um amplo e variado
período, o pH vaginal (antes ácido) torna-se neutro ou alcalino,
➢ o glicogênio contido nas células é escasso ou nulo,
➢ o epitélio vaginal e o epitélio da ectocérvice vão se afinando
ostensivamente, devido o desaparecimento das células superficiais e
intermediárias.
➢ Quanto ao epitélio cilíndrico endocervical, o mesmo pode ocorrer com
relação à sua progressiva atrofia e duradoura receptividade aos estrógenos
➢ Estas modificações regressivas são muito variáveis de uma mulher para
outra, não podendo ser fixado nenhum ritmo nem cronologia.
TIPOS DE ESFREGAÇOS NO PERÍODO
DA MENOPAUSA

Esfregaço tipo estrogênico:


com incidência em torno de
10-25% com ligeira
predominância de células
superficiais e intermédias.
TIPOS DE ESFREGAÇOS NO PERÍODO
DA MENOPAUSA
Esfregaço tipo intermediário: com
uma incidência em torno de 30-
60%, onde predominam claramente
as células intermédias de núcleos
vesiculares e ocasionalmente
arredondadas semelhantes às
parabasais.
TIPOS DE ESFREGAÇOS NO PERÍODO
DA MENOPAUSA
Esfregaço tipo parabasal: seu
aparecimento varia entre 15-
30%, apresentando-se pobres
em células intermédias e
desprovidas de células
superficiais, sendo parabasais a
maioria das células observadas.
TIPOS DE ESFREGAÇOS NO
PERÍODO DA MENOPAUSA
Esfregaço tipo atrófico: sua
frequência oscila em 25-60% e
encontramos elementos basais
fundamentalmente compondo o
esfregaço, com grandes núcleos e
hipercromasia evidente, ainda
observamos sinais de degeneração
como cariorrex e picnose com
eosinofilia (disceratose).
ESFREGAÇOS COM ATIVIDADE
ESTROGÊNICA
Fase folicular ou proliferativa (1ª fase – 10 dias)
✓Começa no primeiro dia após o final da menstruação.
✓Presença de células pré-estrogênicas (50%), intermediárias (30%)
e superficiais (20%).
✓Muco abundante e vai diminuído até chegar a ovulação.
✓Leucócitos: número apreciável e diminui com a fase ovulatória.
✓Bacilos de Doderlein
✓No final desta fase as células superficiais são predominantes.
ESFREGAÇOS COM ATIVIDADE
ESTRGÊNICA
Ovulação – liberação do folículo de Graaf – 14º dia
✓ Predomínio de células superficiais maduras e isoladas – 50%
✓ Presença de células pré-estrogênicas – 20 a 30%.
✓ Muco escasso ou ausente.
✓ Leucócitos escassos ou ausentes.
✓ Bacilos de Doderlein diminuem em quantidade e de tamanho.
✓ Esfregaço limpo.
✓ Pode aprecer algumas hemácias.
ESFREGAÇOS COM ATIVIDADE
ESTRGÊNICA
Fase lútea ou secretora (2ª fase – dura 14)
✓ Predomínio de células regressivas intermediárias e superficiais
✓ Muco reaparece.
✓ Leucócitos reaparecem
✓ Bacilos de Doderlein aumentam consideravelmente com o
aumento das células intermediárias ricas em glicogênio.
✓ Esfregaço com aspecto “sujo”
✓ Pode aparecer núcleos desnudos devido a citólises..
CICLO OVÁRICO E UTERINO

FSH LH
CÁLCULO DO ÍNDICE CITOLÓGICO OU
PICNOSE
Os índices citológicos são métodos quantitativos e qualitativos
utilizados para valorização da atividade hormonal sobre o epitélio
vaginal.
Inicialmente o citologista faz uma contagem diferencial entre os quatro
tipos celulares para se estabelecer uma proporção e percentagem.
Ao mesmo tempo observa a maneira pela qual as células estão
descamando e a quantidade de leucócitos e flora bacteriana.
São contadas em torno de 400 células.
CÁLCULO DO ÍNDICE CITOLÓGICO OU
PICNÓTICO - IP
Sequência do cálculo:
1º Contagem diferencial dos tipos celulares
Céls. Profundas ..................................%
Céls. Intermediárias ............................%
Céls. Cianófilas superficiais................%
Céls. Eosinófilas superficiais...............%
2º Soma-se a quantidade de células superficiais, ou seja, células
cianofílicas e eosinofílicas. Desta forma obtemos o I.P.
3º A percentagem de células eosinofílicas superficiais é chamada de
índice eosinofílico (I.E.).
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS
4º Determinação do índice de Frost (I.F.). Consiste na transcrição de
forma objetiva da contagem diferencial dos tipos celulares. A
informação é feita por uma sequência de três valores separados por
duas traves verticais aparecendo desta forma 3 colunas que
representam:
•Coluna da esquerda – Nº de células profundas do esfregaço;
•Coluna do meio – Nº de células intermediárias do esfregaço;
•Coluna da direita – Nº de células superficiais ou o índice picnótico.
Ex: I.F.: = 0 / 80 / 20.
Traduz esfregaço com ausência de células profundas (0%), com
numerosas células intermediárias (80%) e algumas células
superficiais (20%).
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS
O índice de Frost complementa o picnótico e eosinofílico dando uma
noção geral do tipo de descamação.

Por exemplo, um índice picnótico de zero (IP=0) pode representar


estímulo fraco ou hpoestrogenismo em grau variável.

A diferenciação entre estas situações só poderá ser feita pela


presença ou ausência de células profundas.
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS

5º Descrição do padrão de descamação.

Se as células são planas, isoladas e o esfregaço é limpo, indica


atividade estrogênica pura.

Quando as células descamam pregueadas e aglutinadas com um


"backgroud" sujo sugere ação conjunta com outro hormônio
(progesterona, androgênios ou gestogênios).

Os índices picnóticos e eosinofílicos são os indicadores da atividade


estrogênica.
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS

5º Descrição do padrão de descamação.

Se as células são planas, isoladas e o esfregaço é limpo, indica


atividade estrogênica pura.

Quando as células descamam pregueadas e aglutinadas com um


"backgroud" sujo sugere ação conjunta com outro hormônio
(progesterona, androgênios ou gestogênios).

Os índices picnóticos e eosinofílicos são os indicadores da atividade


estrogênica.
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS

Quanto maior o IP, mais elevado é o nível plasmático


de estrogênios. O inverso também é verdadeiro.

Esfregaços sujos (ricos em leucócitos e flora


bacteriana) indicam pobre ou nenhuma estimulação
estrogênica.

Esfregaços limpos são indicadores de pele menos


moderada atividade estrogênica
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS

IP: 01 a 29% - indicam estímulo estrogênico fraco.


Correspondem aos 7 primeiros dias do ciclo.
IP: 30 a 49% - indicam estímulo estrogênico
moderado. Observado do 8º ao 12º dia do ciclo.
IP: > 50% - são indicadores de importante estímulo
estrogênio encontrado normalmente do 13º ao 16º dia
do ciclo (período peri-ovulatório).
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS

Exercícios de leitura dos índice citológicos:


Exemplo 1:
IP = 35
IE = 27
IF = 0 / 65 / 35
Células planas e isoladas. Raros leucócitos e
escassa flora de Döderlein.
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS

Trata-se de um moderado estímulo estrogênico puro


(compatível com 8º dia do ciclo).

Traduz-se pela quantidade de 35% de células


superficiais, 65% de células intermediárias e 0% de
células profundas.

O esfregaço é do tipo "limpo"


CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS
Mais um exemplo:
IP = 0
IE = 0
IF = 50 / 50 / 0
Diversos polimorfonucleares neutrófilos e moderada flora bacteriana
cocóide.

Caso de hipoestrogenismo de moderado para acentuado, traduzido


pela ausência de células superficiais, 50% de células profundas e
intermediárias.
CÁLCLO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS

EXERCICIO PARA SEDIMENTAR


IP = 0
IE = 0
IF = 0 / 100 / 0
Células pregueadas e aglutinadas acentuadamente. Vários
leucócitos. Numerosa flora Döderlein com discreta citólise.
Presença de células do tipo navicular.
CÁLCULO DOS ÍNDICES CITOLÓGICOS
➢ Esse caso tratar-se de ação conjunta estrogênio-progesterona
(gravidez?), ou de ação conjunta estrogênio-gestagêno
(anovulatório combinado) ou estrogênio-androgênios (anovulação
crônica da menacme ou do período peri-menopáusico ou ainda da
pré-menarca).
➢ Devido a ausência de células superficiais e profundas.
➢ Descamação de células intermediárias do tipo navicular.
➢ As células pregueadas e aglutinadas com esfregaço sujo sugerem
ação conjunta estrogênio-progesterona, androgênios ou
gestogênios.
Obrigada

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