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Guião do vídeo multimédia “Infertilidade Humana”

Joana – Olá a todos. Hoje iremos falar sobre a Infertilidade Humana, mais concretamente,
sobre um caso de um paciente que realizou o espermograma e foram detetados
espermatozoides morfologicamente anormais e com mobilidade reduzida. Para além do
espermograma realizou, juntamente com a sua parceira, vários exames clínicos que
verificaram análises hormonais normais para os dois membros do casal, muco cervical normal,
oogénese normal e ambos os sistemas reprodutores apresentaram uma anatomia normal.

Júlia – Todos nós já estudamos que os gâmetas masculinos são os espermatozoides. Os


espermatozoides são células altamente diferenciadas, perfeitamente adaptadas à sua função –
deslocar-se até um gâmeta feminino (oócito II ordem) com o propósito de fecundá-lo, dando-
se assim a fecundação. Estes são constituídos por três estruturas distintas: cabeça, peça
intermédia e flagelo.

A cabeça apresenta uma forma oval e é constituída por um núcleo haploide (que ocupa
grande parte desta) e termina numa estrutura designada por acrossoma. Este resulta da fusão
de vesículas do aparelho de Golgi, contendo enzimas hidrolíticas que permitem a penetração
do espermatozoide no gâmeta feminino.

A peça intermédia contém mitocôndrias em forma de hélice que fornecem energia


(ATP) para o movimento do flagelo.

O flagelo é responsável pelo movimento do espermatozoide, fazendo com que este se


desloque.

Inês- Os espermatozoides podem apresentar certas anomalias morfológicas nas suas


estruturas, como: defeitos na cabeça, defeitos na peça intermédia e defeitos no flagelo.

A cabeça apresenta uma anomalia quando tem outras formas, tais como: fusiforme
(forma de fuso), piriforme (forma de pera), cabeça redonda, entre outras. Ao apresentar estes
defeitos, impossibilita que o espermatozoide penetre no gâmeta feminino.

A peça intermédia pode apresentar anomalias como: uma peça dobrada, uma peça
grossa, uma peça fina, excesso de citoplasma residual, entre outras. O facto de esta apresentar
defeitos faz com que a energia (ATP) não seja fornecida pelas mitocôndrias o que implica que o
flagelo não se desloque.

Já o flagelo apresenta anomalias como por exemplo: flagelo curto, flagelo dobrado,
flagelo enrolado, entre outras.

Quando as gónadas masculinas produzem uma percentagem inferior a 15% de


espermatozoides com morfologia normal, diz-se que este apresenta teratozoospermia.

Designa-se astenozoospermia quando os gâmetas masculinos apresentam uma


mobilidade reduzida.

Joana – O facto de existir anomalias morfológicas numa elevada percentagem de


espermatozoides explica-se através do mau funcionamento da fase de diferenciação da
espermatogénese (espermiogénese). Nesta fase os espermatídios transformam-se em
espermatozoides. Estas transformações sofridas incluem uma perda de grande parte do
citoplasma, uma reorganização dos organelos citoplasmáticos e uma diferenciação do flagelo,
a partir dos centríolos.

Em relação à astenozoospermia é explicada através do mau funcionamento dos


epidídimos. Em cada testículo encontra-se um epidídimo e estes são compostos por um tubo
altamente enrolado capaz de comunicar com o canal deferente. O esperma ao passar pelo
epidídimo dura cerca de 20 dias onde este vai amadurecendo, ganhando mobilidade e
capacidade de fecundar.

Júlia- Para este problema há três tipos de técnicas de reprodução medicamente assistida que
podem ser adotadas, sendo estas: inseminação artificial, fertilização in Vitro e injeção
intracitoplasmática de espermatozoides.

Na inseminação artificial ocorre transferência mecânica de espermatozoides


previamente recolhidos, tratados e selecionados que são colocados no interior do aparelho
genital feminino na altura da ovulação. Esta técnica é importante, apesar de ser um
tratamento simples, pois permite aumentar as hipóteses de fecundação.

Inês- Quanto à fertilização in Vitro, esta consiste na recolha e junção de oócitos e


espermatozoides em laboratório. É dado anteriormente à mulher substâncias capazes de
estimular a produção de oócitos pelos ovários. Em seguida, são recolhidos um ou mais oócitos
por laparoscopia (procedimento cirúrgico onde a vesícula biliar é retirada sob efeito de
anestesia) ou passando uma agulha através da parede vaginal. Depois, os gâmetas masculinos
e femininos são unidos fora do corpo de ambos os membros do casal, numa placa de petri,
ocorrendo assim a fecundação. O zigoto ou zigotos formados na fecundação continuam a ser
incubados in Vitro no mesmo meio em que ocorreu a mesma, até ocorrer a sua segmentação.

Por fim, há transferência do embrião ou embriões, para o útero, de modo que se


possam implantar e desenvolver através da técnica fertilização in Vitro – transferência
embrionária.

Joana- Passando à última técnica, a injeção intracitoplasmática de espermatozoides,


corresponde na microinjeção de apenas um espermatozoide diretamente no citoplasma de um
oócito. Posteriormente, o embrião é implantado através da mesma técnica referida acima
(fertilização in Vitro – transferência embrionária). Esta última técnica foi muito importante
para o tratamento da infertilidade masculina, dado que permite escolher o espermatozoide
que será utilizado, sendo usada numa grande variedade de situações como: a baixa contagem
de espermatozoides, a baixa motilidade, a elevada percentagem de espermatozoides
conforme a normal, a obstrução ou vasectomia, etc. A utilização desta em muitos casos implica
a obtenção de espermatozoides por via cirúrgica.

Júlia- Referente à inseminação artificial, quanto à sua taxa de sucesso é de cerca de 15% por
ciclo de inseminação intrauterina. 15% a 20% das gravidezes resultantes desta técnica são
gémeos e 15% terminam em aborto. Esta técnica, além de reduzir a distância percorrida pelos
espermatozoides, também permite escolher os mesmos com maior mobilidade e sem
anomalias.

Inês- Relativamente à taxa de sucesso da fertilização in Vitro, varia entre 20% e 30% em
mulheres até 35 anos, sendo a taxa de gravidez de 15% a partir dos 40 anos. Nesta técnica, é
possível selecionar espermatozoides que têm uma maior capacidade de fertilização, reduzindo
a distância dos mesmos e excluindo aqueles que possuem anomalias e uma mobilidade
reduzida.

Joana- A taxa de sucesso da última técnica (injeção intracitoplasmática de espermatozoides)


ronda os 50% em mulheres com menos de 35 anos, sendo indispensável no arsenal
terapêutico do tratamento da infertilidade. Nesta são selecionados espermatozoides que
apresentam uma morfologia normal, isto é, condições necessárias para ocorrer a fecundação.
Cabe salientar que esta técnica não apresenta o problema da mobilidade reduzida dos
espermatozoides uma vez que o gâmeta masculino é depositado diretamente no interior do
gâmeta feminino.

Júlia- Este foi o nosso trabalho sobre a infertilidade humano, esperemos que tenham gostado.
Até à próxima!

 Referências:

1. Matias, O.; Biologia 12º ano; Martins, P.; areal editores, 1ª edição 2010
2. Teratospermia | infertilidadem-12a (a251042.wixsite.com)
3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Laparoscopia
4. https://slideplayer.com.br/slide/1239033/

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