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INFERTILIDADE

Infertilidade masculina (causas e tratamentos)


 Perturbações na ejaculação e na ereção
o Cirurgia prostática: sem a próstata não há a formação do fluido
prostático, que tem como função nutrir os espermatozoides, sendo
assim estes acabam por morrer. O mesmo acontece se não houver
líquido seminal
o Danos no sistema nervoso: problemas psicológicos, como ansiedade e
stress podem provocar a impotência sexual. Não sendo possível a
depositação do esperma na vagina pode ser feito um procedimento de
retirar os espermatozoides diretamente dos testículos
o Problemas de ejaculação
o Ocasião do ato sexual
o Medicação
o Drogas e álcool

 Problemas na produção de esperma


o Causas genéticas
o Ausência da descida testicular na infância, testículos fora do escroto e
torção testicular
o Drogas
o Exposição a radiação e a fontes de calor excessivas
o Anticorpos espermáticos: por vezes o sistema imunitário não reconhece
os espermatozoides e destrói-os. Para evitar esta situação é necessária a
inibição dos anticorpos contra o esperma
o Problemas cerebrais: lesões ou doenças que afetem o cérebro, mais
especificamente a zona do hipotálamo e da hipófise podem levar a estes
problemas. Estas lesões levam à não produção das hormonas GnRH, FSH
e LH que têm como função estimular os testículos. Os testículos não
sendo estimulados então também não vai haver produção de
testosterona não havendo também a estimulação da espermatogénese
e, sendo assim, não há produção de espermatozoides, ou há muito
reduzida. Neste caso é necessário fazer um tratamento contra este
reduzido número de espermatozoides
o Produção inadequada de FSH e LH
o Incapacidade de os testículos responderem às gonadoestimulinas e de
sintetizarem testosterona
o Infeções, inflamações, problemas circulatórios e certas doenças (como
cancro testicular): podem provocar modificações na estrutura e
funcionamento dos testículos, afetando a espermatogénese

 Características dos espermatozoides


o Não são produzidos nenhuns espermatozoides: Neste caso é impossível
haver fecundação com espermatozoides do próprio e o uso de esperma
de doadores é a única opção
o O esperma pode apresentar um reduzido ou nulo número de
espermatozoides: qualquer técnica de reprodução medicamente
assistida pode ser utilizada, inclusive a recolha direta de
espermatozoides dos testículos (nos casos de o sémen não apresentar
espermatozoides)
o Morfologia: podem apresentar cabeças não ovais, peças intermédias
partidas ou malformadas, 2 cabeças, tamanhos diferentes do normal,
flagelos incapazes de gerar movimento, o que leva a que possam ter
dificuldade em se movimentar no sistema reprodutor feminino ou
mesmo participar na fecundação
o Mobilidade: pode haver espermatozoides com dificuldade no
movimento, são chamados os preguiçosos, e geralmente morrem antes
de chegar ao destino por serem demasiado lentos. Todas as técnicas
podem ser usadas

 Problemas na síntese de hormonas essenciais à espermatogénese: tratamento


hormonal

 Bloqueio no transporte de esperma


o Infeções nos canais
o Problemas da próstata
o Ausência de um sistema de ductos intactos (epidídimos, canais
deferentes e uretra), devido à sua obstrução, para expulsão do
esperma: pode acontecer do esperma libertado não conter
espermatozoides pois estes não conseguiram atingir a uretra, assim
como qualquer outro líquido que faça parte do esperma
o Vasectomia: vasectomia reversa

Infertilidade feminina (causas e tratamentos)


 Idade
 Menopausa: a partir da menopausa a mulher deixa de ovular, porém isso não
implica que não seja possível engravidar. Isto pode ser feito se esta tomar
hormonas (preparando o seu útero) e usar oócitos congelados (dela ou de outra
mulher) recorrendo à fecundação in vitro
 Problemas hormonais: podem resultar do estilo de vida (ex: excessos na
atividade física ou stress), uso de certos medicamentos ou doenças do foro
psicológico (como a anorexia). É necessário fazer um tratamento hormonal
 Bloqueio no transporte de esperma e de oócitos
o Infeções, inflamações ou tumores: estes podem bloquear o movimento
dos gâmetas e até mesmo o transporte do blastocisto até ao útero para
se implantar. A endometriose, que é um tecido idêntico ao endométrio
e é produzido fora do útero, é também uma causa para este bloqueio.
Se se encontrar nas trompas de Falópio irá lhes reduzir o seu diâmetro,
impedindo a passagem dos gâmetas, mas, para além disso, o facto de
existir esse tecido nas trompas pode levar à nidação nesse local. Nestes
casos a gravidez tem que ser interrompida pois o embrião não tem
como se desenvolver lá (devido à falta de elasticidade e espaço das
trompas). A endometriose pode ser tratada através de medicamentos
ou cirurgicamente, sendo que nos casos mais extremos tem de se
recorrer à fecundação in vitro.
o Laqueação das trompas de Falópio: a única opção é reverter esse
procedimento
o Muco cervical hostil: a produção de um muco hostil (muito ácido e
denso) bloqueia a entrada dos espermatozoides que ficam expostos à
acidez da vagina e acabam por ser destruídos. Este muco não ajuda os
espermatozoides a alcançar o útero devido à sua espessura. Para além
disso, os anticorpos femininos, por não reconhecerem o esperma,
reduzem a deslocação dos espermatozoides ao longo do útero ou
podem até mesmo destruí-los. Para melhorar as condições do muco
pode ser feito um tratamento hormonal.

 Alterações anatómicas ou fisiológicas do útero: estas alterações podem ser o


motivo da dificuldade em conceber ou prosseguir com a gravidez até aos
estádios finais. Uma das opções pode ser a barriga de substituição

 Problemas na produção de oócitos


o Causas genéticas
o Infeções
o Drogas e bebidas alcoólicas
o Cancro ovárico: remoção cirúrgica
o Exposição a radiações
o Problemas hormonais

 Ausência da ovulação: esta pode dever-se às reduzidas quantidades de FSH e


LH produzidas pela hipófise, ou à incapacidade dos ovários responderem à
variação da concentração destas hormonas (mau funcionamento dos ovários).
Neste caso não ocorre a estimulação adequada do desenvolvimento folicular,
impedindo a maturação final de um dos folículos. Para este problema é
necessário induzir a ovulação (através de tratamentos hormonais com
gonodoestimulinas, para estimularem a maturação dos folículos e,
consequentemente, haver ovulação)

Técnicas de reprodução medicamente assistida


 Inseminação artificial
Neste processo os espermatozoides são colocados na cavidade uterina, para
que se desloquem mais facilmente até às trompas de Falópio e aí fecundarem o
gâmeta feminino.
Esta técnica pode ser aplicada nas seguintes situações de infertilidade:
 Problemas com esperma, principalmente quanto ao número de
espermatozoides e à sua mobilidade-> se o esperma tem pouca
quantidade de espermatozoides e/ ou pouca mobilidade e fizer o trajeto
normal irá enfrentar a acidez da vagina e um “longo” percurso e muitos
acabam por morrer e não conseguir alcançar as trompas. Por isso se o
esperma já tiver um número reduzido de espermatozoides e ainda
enfrentar estes obstáculos, ou se tiver pouca mobilidade e morrerem
antes mesmo de atingir o destino, a quantidade que chega às trompas é
mínima e probabilidade de ocorrer a fecundação é muito mais baixa.
Assim, se os espermatozoides forem já inseridos nas proximidades das
trompas a distância é menor e não têm que lidar com os fatores
principais que causam a sua morte. Aos espermatozoides que têm uma
reduzida mobilidade e “nadam” lentamente chamam-se de preguiçosos

 Incompatibilidades entre o esperma e o muco cervical hostil para os


espermatozoides-> para evitar que os espermatozoides sejam retidos e
destruídos pelo muco hostil pode ser usada esta técnica que substitui a
função do muco cervical de auxiliar os espermatozoides a alcançar o
útero

 Incapacidade de o homem ejacular na vagina por motivos de


impotência, psicológicos ou outros-> estes estão associados aos
problemas de ejaculação e ereção. Se forem recolhidos espermatozoides
é possível realizar esta técnica

 Problemas na produção de oócitos-> neste caso a inseminação artificial


pode ser acompanhada/complementada com a indução da ovulação

 Fecundação in vitro
Esta técnica consiste na união dos gâmetas masculino e feminino em
laboratório.
 Indução da ovulação-> é feito um tratamento hormonal (podem ser
injeções hormonais de FSH e LH) para a indução do desenvolvimento
folicular e para a maturação final dos folículos
 Aspiração dos folículos maduros-> é feita a colheita dos oócitos
 Análise e seleção dos oócitos-> selecionando os de melhor qualidade
(mais aptos e preparados)
 Recolha do esperma
 Processamento do esperma-> são selecionados os espermatozoides mais
aptos para a fecundação, quer seja em termos de tamanho, mobilidade
ou estrutura
 Após a recolha dos oócitos II e da seleção dos espermatozoides, os
primeiros irão ser colocados numa suspensão contendo entre 75000 a
100000 espermatozoides
 Após a fecundação, é feita a transferência dos embriões para o útero com
o auxílio de um cateter fino, que é introduzido até à cavidade uterina. Por
norma são transferidos os 3 embriões com maior potencial de
desenvolvimento, e também com maior probabilidade de nidação. Assim
é possível ocorrer uma gestação múltipla. Os gâmetas e embriões que
não foram utilizados, mas que apresentem as condições necessárias
podem ser congelados (crioconservação) para futuras tentativas de
engravidar

A fecundação in vitro pode ser aplicada quando:


 As trompas de Falópio se encontram bloqueadas ou danificadas e
não podem ser recuperadas cirurgicamente-> Nesta situação, com a
obstrução das trompas, não pode ocorrer o transporte dos gâmetas
masculino e feminino, nem a fecundação, nem o transporte do
zigoto. Assim sendo esta técnica é a única possibilidade pois o
embrião é inserido no útero já pronto a ser implantado no
endométrio (pronto para sofrer nidação) sem qualquer necessidade
de ir às trompas ou aos ovários

 O homem apresenta um número muito reduzido de


espermatozoides, com má qualidade e/ou com reduzida
mobilidade, incapazes de fecundar o oócito II, mesmo recorrendo à
inseminação artificial-> nesta técnica são apenas utilizados os
espermatozoides mais aptos e os oócitos vão estar inseridos num
meio de espermatozoides, fazendo também com que a distância que
estes têm que percorrer seja muito menor, sendo então a chance de
ocorrer a fecundação maior

 Injeção intracitoplasmática de espermatozoides


Esta técnica, também designada microinjeção, esta associada à fecundação in
vitro. Consiste na introdução artificial de um espermatozoide num oócito II,
provocando a fecundação. Posteriormente, tal como na fecundação in vitro,
acompanha-se o desenvolvimento dos blastocistos e transferem-se os embriões
para o útero.
 É indicada para homens cujo esperma possua baixa concentração de
espermatozoides ou para espermatozoides que não tenham mobilidade.
Estes espermatozoides por si só não conseguem se mover até ao oócito
e fecundá-lo, sendo então necessária a fecundação artificial onde o
espermatozoide é diretamente introduzido lá
 Quando não são detetados espermatozoides num espermograma, ainda
se conseguem obtê-los optando pela aspiração dos epidídimos (retirar
os espermatozoides diretamente dos testículos). Mesmo que estes não
sejam móveis, podem sempre ser usados nesta técnica

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