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– Relacionar a infertilidade e suas causas (panorama geral):


Define-se infertilidade como a ausência de concepção depois de pelo menos um ano de
relações sexuais não-protegidas. Cerca de 33% dos casos são decorrentes de distúrbios no trato
reprodutor masculino, outros 33% de distúrbios no trato reprodutor feminino, e os 33% restantes da
combinação de ambos. As restantes são idiopáticas. Cerca de 50% das causas reconhecidas são
potencialmente corrigíveis. Para que a concepção ocorra, são necessárias as seguintes condições:

• Os testículos devem apresentar espermatogênese normal;


• Os espermatozóides devem completar a sua maturação;
• Os ductos de transporte do esperma devem estar patentes;
• A próstata e as vesículas seminais devem fornecer quantidades adequadas de fluido seminal;
• O homem deve depositar o seu sêmen próximo à cérvice feminina;
• Os espermatozoides devem penetrar no muco cervical e alcançar as tubas uterinas;
• Os espermatozoides devem passar pela capacitação e reação do acrossomo, fundirem-se
com o ovolema e serem incorporados ao ovoplasma.

1. Infertilidade feminina:
A. Causas ovulatórias
Distúrbios do hipotálamo ou da hipófise juntamente com os distúrbios ovarianos, podem
causar a estimulação gonadotrófica inadequada dos ovários, com consequência de produtos
secretores inadequados ou falha da ovulação. Em outros casos, a administração exógena de
gonadotrofinas estimulará os ovários a produzir crescimento folicular. Os ovócitos podem, então, ser
liberados in vivo, e fertilizados pela cópula ou por inseminação artificial. Alternativamente, os
ovócitos maduros podem ser removidos da mulher para serem usados na fertilização in vitro (IVF),
que ocorre no laboratório, e os embriões são devolvidos ao útero.
Um dos distúrbios ovarianos mais comuns está relacionado com a idade, há uma perda
acelerada de folículos com a aproximação da menopausa. Com a chegada da insuficiência ovariana,
os níveis de FSH tendem a se elevar, refletindo a produção inadequada de inibina. Isso pode resultar
de um número inadequado de folículos, de diminuição da competência dos folículos remanescentes,
de diminuição da gênese de esteróides pelos ovários envelhecidos, ou de alguma combinação destes
fatores. O tratamento com citrato de clomifeno, um antagonista fraco do estrogênio, é um meio de
diminuir a retroalimentação negativa e, dessa maneira, aumentar ainda mais a estimulação dos
ovários pela gonadotrofina e restaurar a ovulação.
B. Causas tubárias e pélvicas:
Infecções pélvicas anteriores, ou atuais, com fibrose e aderências, ou inflamação, podem
resultar em falha de transporte do esperma, ou do ovo, falha de implantação, ou implantação em
uma localização inapropriada (gravidez ectópica).
A endometriose, com proliferação e descamação cíclicas do tecido endometrial ectópico,
resultando em inflamação, fibrose e aderências, deve ser suspeitada quando a infertilidade for
associada à dismenorréia intensa.
C. Outras causas de infertilidade feminina:
A maioria das causas menos comuns de infertilidade pode ser agrupada em (1) aquelas que
afetam a produção de GnRH pelo hipotálamo, ou o efeito do hormônio sobre a hipófise (p. ex.,
doença da tireóide e hiperprolactinemia), e (2) aquelas que afetam a retroalimentação ovariana (p.
ex., hiperandrogenismo e SOP).

2. Infertilidade masculina:

A. Causas pré-testiculares:
Consistem em distúrbios endócrinos, como os do hipotálamo e da pituitária, em que a falha
na secreção do hormônio gonadotrófico leva à insuficiência testicular. São outras causas os estados
de insensibilidade ao androgênio, bem como distúrbios da tireóide e supra-renal. Além disso, alguns
medicamentos (p. ex., a fenitoína) podem abaixar os níveis de FSH.
B. Causas testiculares:
Os distúrbios testiculares, incluindo o criptorquidismo (testículos retidos), a insuficiência dos
túbulos seminíferos no adulto e as anomalias dos cromossomos sexuais, são encontra- dos em cerca
de 15% dos homens estéreis. Várias mutações germinativas no gene do receptor androgênico (RA)
ligado ao X produzem defeitos no receptor androgênico e levam às síndromes de insensibilidade ao
androgênio (resistência ao androgênio). O conhecimento de que o braço longo do cromossomo Y (Yq)
contém genes cruciais ao processo de diferenciação da célula germinativa masculina se tornou óbvio.
Deleções de pequenas porções (microdeleções) do cromossomo Y têm sido detectadas em cerca de
10 a 15% dos homens azoospérmicos e em cerca de 5 a 10% dos homens intensamente azoospérmi-
cos. As varicoceles são dilatações varicosas das veias do cordão espermático, sendo muito comuns,
encontrando-se em 8 a 20% dos homens da população geral e em 25 a 40% dos pacientes com
infertilidade não- esclarecida. Em geral (50 a 70%), são bilaterais. Quimioterapia ou radioterapia para
malignidades também podem comprometer a espermatogênese através dos seus efeitos citotóxicos
diretos sobre as células germinativas. A variedade de drogas e toxinas presentes no meio am- biente
pode interferir na espermatogênese, direta ou indiretamente através de alterações no sistema
endócrino. Os homens que nascem com testículos retidos (criptor- quidismo) apresentam um sêmen
de pior qualidade do que os homens normais, independentemente do momento da orqui- pexia
corretiva (fixação dos testículos no escroto por suturas). As infecções do trato genital podem
prejudicar a fer- tilidade. A ejaculação retrógrada do sêmen para o interior da bexiga urinária pode
ocorrer com uma neuropatia autonômica (p. ex., como decorrência de diabetes melito), com o
rompimento do esfíncter interno da bexiga.
C. Causas pós-testiculares:
O problema pós-testicular mais comum é a obstrução bilateral do fluxo de saída dos
espermatozoides, levando à ausência de esperma no sêmen (azoospermia), e pode ser corrigida
cirurgicamente. O diagnóstico é feito através da biopsia testicular, que demonstra espermatogênese
normal, por vasografia, em que o corante radiográfico é utilizado para visualizar o vaso deferente e
localizar a obstrução. A ausência bilateral congênita do vaso deferente está associada à fibrose cística,
consequência da mutação no gene regulador transmembrânico da fibrose cística (CFTR). Outras
condições que representam causas pós-testiculares de infertilidade são a ejaculação retrógrada,
ausência de emissão seminal (geralmente consequente à cirurgia radical pélvica ou retroperitonial,
levando ao comprometimento dos nervos simpáticos), os anticorpos dirigidos contra os
espermatozoides ou o plasma seminal, as anomalias do desenvolvimento, a disfunção sexual e
técnicas de coito inapropriadas.
A disfunção erétil (impotência) é definida como a falta de capacidade consistente em
manter um pênis ereto com suficiente rigidez para permitir a relação sexual (perda de ereção). Tal
disfunção erétil pode ser resultante de causas arteriais, venosas, neurogênicas ou psicogênicas. A
disfunção erétil deve ser claramente diferenciada dos problemas com a libido, ejaculação e orgasmo.
Uma perda de libido (desejo sexual) pode ser conseqüência direta de deficiência androgê- nica, seja
advinda de doença hipotalâmica, pituitária ou testi- cular. A perda de emissão (falta de fluido seminal
durante a ejaculação) pode resultar da ejaculação retrógrada (conforme mencionado anteriormente)
ou da deficiência androgênica, que diminui as secreções da próstata e vesícula seminal. A ejaculação
prematura costuma ser um distúrbio relacionado com a ansiedade. A perda de orgasmo geralmente
é de origem psicológica.
D. Idiopática:
Acredita-se que haja uma base genética para a infertilidade masculina, que costuma ser
classificada como idiopática em vários homens. Entretanto, apesar dos avanços no diagnóstico
molecular, a fisiopatologia da insuficiência espermatogênica permanece desconhecida na maioria dos
homens inférteis.
E. Patologia:
Espécimes de biopsia testicular percutânea ou aberta podem evidenciar qualquer uma das
várias lesões envolvendo os testículos inteiros ou apenas suas porções. A lesão mais comum é a
“maturação interrompida”, definida como a incapacidade em completar a espermatogênese além de
um estágio específico. Podem ocorrer padrões de interrupção precoces ou tardios, cessando o
desenvolvimento nos estágios de espermatócito primário ou de espermatogônia. A segunda lesão
mais comum e menos grave é a “hipoespermatogênese”, na qual todos os estágios da
espermatogênese estão presentes, porém ocorre uma redução no número de células epiteliais
germinativas pelo túbulo seminífero. A “aplasia da célula germinativa” é uma lesão mais grave
caracterizada pela ausência completa de células germinativas, apenas com as células de Sertoli
delimitando os túbulos se- miníferos. A lesão mais grave é hialinização, fibrose e esclerose dos
túbulos, achados que normalmente indicam um comprometimento irreversível. Estudos têm
demonstrado uma freqüência aumentada de corpos apoptóticos em testículos que apresentam
interrupção da maturação e hipoespermatogênese, quando comparada à observada em homens com
azoospermia obstrutiva.

2 – Detalhar os processos da divisão celular - mitose e meiose:



A. Interfase
O período entre duas mitoses sucessivas, estado no qual a célula passa a maior parte da vida.
Imediatamente após a mitose, a célula entra em uma fase chamada de G1, em que não existe síntese
de DNA, alguns tipos celulares, como os neurônios e as células vermelhas sangüíneas, não se dividem
uma vez que estão totalmente diferenciados; em vez disso, eles permanecem aprisionados durante a
fase G0 (“G zero”), não divisória.
O ciclo celular é governado por uma série de pontos de controle que determinam o tempo
despendido em cada etapa na mitose. Além disso, monitoram e controlam a precisão da síntese do
DNA, a montagem e fixação de uma rede elaborada de microtúbulos que facilita o movimento do
cromossomo. Se uma lesão no genoma é detectada, esse ponto de controle mitótico interrompe a
progressão do ciclo celular até que o reparo seja realizado ou, se o dano for excessivo, até que a
célula seja instruída a morrer por uma morte celular programada (apoptose).
O processo mitótico é desenhado para garantir que ambas as células-filha possuam uma
cópia de cada cromossomo, processo chamado de segregação cromossômica, em casos de
desequilíbrio, pode haver a aparição de tumores.
i. Partes importantes do cromossomo:
• Telômero: Sequências especializadas repetitivas de DNA que garantem a integridade do
cromossomo durante a divisão celular.
• Telomerase: Enzima que assegura a manutenção correta das extremidades dos cromossomo,
caso contrário, as extremidades tornam-se mais curtas, levando à morte celular;
• Centrômero: União de dois telômeros. Região do DNA que se associa a um número
específico de proteínas para formar o cinetócoro, que serve para unir cada cromossomo aos
microtúbulos do fuso mitótico e governar o movimento dos cromossomos durante a mitose.
ii. Fases de interfase até a mitose:
• G1: cada célula contém uma cópia diplóide do genoma (dois telômeros divididos por um
centrômero - molécula única de DNA).
• G0: fase não divisória, aprisionada durante a fase G1
• S: estágio de síntese do DNA, que replica-se e se torna um cromossomo bipartido consistindo
em duas cromátides irmãs, cada uma delas contém uma cópia idêntica do DNA linear
original. A síntese do DNA durante a fase S inicia-se em milhares de locais ao longo de cada
cromossomo, originando a replicação do DNA. No final da fase S, o conteúdo de DNA da
célula está duplicado e cada nova célula contém duas cópias do genoma diplóide.
• G2: duplicação do material genético: o ciclo celular, ácidos ribonucléicos e proteínas são
produzidos e a célula gradualmente aumenta, havendo duplicação da sua massa total.

B. Mitose (Vídeo explicativo: https://www.youtube.com/watch?v=oFdqrPcGx9Y):
É o processo de divisão celular pelo qual uma célula eucarionte origina duas células-filhas
cromossômica e geneticamente idênticas. De forma geral, costuma-se dividir esse processo em dois
momentos: o primeiro relacionado com a formação de dois núcleos e o segundo correspondente à
citocinese (divisão do citoplasma). Contudo, ela é didaticamente detalhada em cinco etapas:
i. Prófase:
É a etapa preparatória da célula para início da divisão, ocorrendo eventos correlacionados ao
período de interfase, essenciais para o ciclo celular:
• Condensação dos cromossomos duplicados na interfase;
• Desaparecimento do nucléolo como consequência da paralisação do mecanismo de síntese;
• Duplicação do centríolo e migração para os polos opostos da célula, formando microtúbulos,
fibras do fuso e do haster, ambas constituídas de tubulinas alfa e beta. As do fuso unem-se a
região do centrômero e as do haster dão fixação à face interna da membrana.
ii. Prometáfase:
• Fragmentação da Carioteca: A membrana nuclear se rompe, permitindo que os
cromossomos se dispersem dentro da célula e se fixem, pelos seus cinetócoros, aos
microtúbulos do fuso mitótico;
• Formação das fibras do fuso: Os cromossomos então iniciam o movimento em direção ao
ponto médio entre os pólos do fuso, um processo chamado de congressão.
• Espiralização: os cromossomos se condensação para facilitar a movimentação, até atingir a
condensação máxima.
iii. Metáfase:
Fase de máxima condensação dos cromossomos e desfragmentação total da carioteca ,
havendo:
• Disposição linear dos cromossomos na placa equatorial da célula, equilibrado por forças
iguais exercidas no cinetócoro de cada cromossomo pelos microtúbulos, emanadas a partir
dos dois pólos do fuso;
iv. Anáfase:
Fase da divisão onde ocorre a separação dos cromossomos duplicados, migrando cada
cromátide irmã em direção aos polos opostos, em razão do encurtamento dos microtúbulos por
causa da retirada de tubulinas.
v. Telófase:
É caracterizada pelo agrupamento e descompactação dos cromossomos (genoma) em
extremidades opostas, recomposição da carioteca e nucléolo e, por fim, a citocinese.
Citocinese é o processo da divisão celular, o citoplasma é clivado por um processo
conhecido como, que inicia à medida que os cromossomos se aproximam dos pólos do fuso.

C. Meiose (Vídeo
explicativo: PARTE 1:
https://www.youtube.co
m/watch?v=3noo_F4ayX
0 / PARTE 2:
https://www.youtube.co
m/watch?v=kki4YZfP2k8)
:

A meiose é um tipo
especial de divisão celular que
envolve duas divisões meióticas e
que ocorre apenas nas células
germinativas. As células
germinativas diplóides originam
4gametas haplóides
(espermatozóides e ovócitos).
É dividida em 2: Meiose I
(uma célula célula diplóide dá
origem a duas células haplóides) e
Meiose II (cada haplóide dá origem
a mais duas células haplóides).
Consiste em uma etapa de síntese
de DNA seguida por duas etapas de
segregação cromossômica e
divisão celular. Assim como na
Mitose, há a fase de interfase (G1,
S e G2), ou seja, o DNA já foi
duplicado e o cromossomo já está
no formato de X, com duas
cromátides e 2 DNAs.

i. Meiose I (Reducional):
Divisão na qual o número de cromossomos é reduzido à metade por meio do pareamento
dos homólogos na prófase e pela sua segregação em células diferentes na anáfase da meiose I. Os
cromossomos X e Y possuem segmentos homólogos nas terminações dos braços curtos e longos, e
eles se pareiam em ambas as regiões durante a meiose I.
Estágio de recombinação genética (crossing over meiótico): segmentos homólogos do DNA
são trocados entre as cromátides não-irmãs de um par de cromossomos homólogos, assegurando que
nenhum dos gametas produzidos pela meiose seja idêntico ao outro. É essencial também para
assegurar a segregação cromossômica característica durante a meiose. A falha em recombinar-se
corretamente leva a segregação errada durante a meiose I e é uma causa freqüente de
anormalidades cromossômicas, como a síndrome de Down e o conceito da recombinação é
fundamental para o processo de mapeamento dos genes responsáveis por distúrbios hereditários.
1. Prófase I:
1.1. Leptóteno:
• Compacta o DNA (mesma função do início da mitose) - Tem a função de proteger o DNA ao
empacotá-lo nas proteínas;
1.2. Zigóteno:
• Pareamento (sinapse) dos cromossomos homólogos (não ocorre nem na Mitose e nem na
meiose II): Forma o complexo Sinaptonêmico para garantir que os cromossomos fiquem
juntos - Os cromossomos são chamados de Bivalente ou tétrades
1.3. Paquiteno:
• Crossing Over (ocorre após o parreamento/permutação) - Consiste na permutação entre os
cromossomos homólogos anteriormente ligados, tem a importância de aumentar a
variabilidade genética;
1.4. Diplóteno:
• Desfaz o Complexo Sinaptonêmico - Os pontos de permutação matêm os cromossomos
ligados pelos Quiasmas, que são as regiões onde houveram as permutações;
1.5. Diacinese:
• Fragmentação do envelope Nuclear
• Separação dos cromossomos no meio celular
• Os cromossomos se unem ao fuso - em dissonância à mitose e à miose II, na meiose I os
cromossomos ficam ligados por apenas um dos lados, pois, cada cromossomo homologo está
com um dos lados ligado ao fuso, enquanto que nas outras duas fases, como há apenas um
cromossomo, esse está ligado por ambos os lados;
2. Metáfase I:
Formação da placa Equatorial ou Metafásica: Deslocamento dos pares de homólogos para a
área equatorial (central) da célula, de modo que na anáfase a separação dos cromossomos de metade
para cada lado seja possível
3. Anáfase I:
Segregação dos cromossomos homólogos: Difere da mitose no sentido de que os
cromossomos ficam alinhados um sobre o outro, assim, há a separação de cromátides-irmãs (são
idênticas - cromossomos idênticos, clones), uma vez que, na meiose I há o pareamento de homólogos
(o fuso se liga em um lado apenas, pois cada fuso está ligado a um cromossomo, pois houve o
pareamento de cromossomos homólogos, dessa forma, ao fim da Anáfase haverão duas células com
cromossomos homólogos, mas não idênticos, fato esse devido ao cross over)
4. Telófase I:
Refaz-se o envelope nuclear
5. Citocinese:
Divisão da célula e formação de duas células haplóides (n)
ii. Meiose II (Equacional):
É semelhante à mitose normal, exceto que o número de cromossomos da célula que entra
em meiose II é haplóide. Duas células-filhas resultantes da meiose I dividem-se para formar quatro
células haplóides, cada uma contendo 23 cromossomos. Por causa do crossing over da meiose I, os
cromossomos dos gametas resultantes não são idênticos. Assim como cada cromossomo materno e
paterno em um par homólogo separa-se aleatoriamente em células-filhas na meiose I, a segregação
de alelos paternos e maternos diferentes de cada gene também ocorre durante a meiose.
1. Prófase II:
União dos Cromossomos ao fuso
2. Metáfase II:
Cromossomos atingem a condensação/espiralização máxima
Formação da Placa Metafásica ou Equatorial: Cromossomos se organizam no plano
equatorial da célula (no centro), equilibrado por forças iguais exercidas no cinetócoro de cada
cromossomo pelos microtúbulos, emanadas a partir dos dois pólos do fuso;
3. Anáfase II:
Separação das Cromátides-irmãs: As cromátides irmãs de cada cromossomo agora se tornam
cromossomos-filhos independentes, que se dirigem para os pólos opostos da célula. Ao contrário da
Anáfase I que separava cromossomos inteiros, nessa situação há a separação das cromátides, assim
como na mitose.
4. Telófase II:
Descondensação dos cromossomos;
Formação da membrana nuclear;
Citocinese: Separação em 2 células, por célula haplóide (totalizando 4);

Distúrbios da meiose durante a gametogênese, por exemplo, a não-disjunção, resultam na
formação de gametas cromossomicamente anormais. Se envolvidos na fecundação, esses gametas
com anormalidades cromossômicas numéricas causam um desenvolvimento anormal, como o que
ocorre em crianças com a síndrome de Down.

Resumindo:
• Permite a constância do número cromossômico de geração a geração pela redução do número
cromossômico de diplóide a haplóide, produzindo, assim, gametas haplóides.
• Permite o arranjo aleatório dos cromossomos maternos e paternos entre os gametas.
• Relocaliza os segmentos dos cromossomos materno e paterno através de crossing-over, que
"embaralha" os genes, produzindo recombinação do material genético.

3 – compreender a gametogênese - espermatogênese e ovulogênese:


A. Gametogênese:
0 espermatozoide e o
ovócito, são células sexuais
altamente especializadas. Elas
contêm metade do número de
cromossomos (haplóide) presentes
nas células somáticas (do corpo). O
número de cromossomos é reduzido
durante a meiose, um tipo especial
de divisão celular que ocorre durante
a gametogênese. Segundo Nussbaum
(2008), tanto a espermatogênese
como a ovocitogênese exigem a
meiose, mas possuem diferenças
importantes nos detalhes e no tempo
despendido, o que pode ter
consequências clínicas e genéticas
para a progênie.
Esse processo, que envolve
os cromossomos e o citoplasma dos
gametas, prepara essas células
sexuais para a fecundação. Durante a
gametogênese, o número de
cromossomos é reduzido pela
metade e a forma das células é
alterada. Um cromossomo é definido
pela presença de um centrômero,
uma constrição do cromossomo.
Antes da replicação do DNA na fase S do ciclo celular, os cromossomos existem como cromossomos
de cromátide única. Uma cromátide consiste em filamentos paralelos de DNA. Depois da replicação
do DNA, os cromossomos tornam-se cromossomos de cromátides duplas. Pode-se pontuar algumas
das importâncias da meiose para a gametogênese:
• Redução do número de cromossomos de diplóide para haplóide;
• Segregação dos alelos (meiose I e meiose II) - Primeira Lei de Mendel;
• Embaralhamento do material genético;
• Separação aleatória dos homólogos - Segunda Lei de Mendel;
• Crossing over: Mecanismo para aumentar substancialmente a variação genética e é essencial
para assegurar a disjunção normal dos cromossomos.

B. Espermatogênese:

A espermatogênese é
sequência de eventos, iniciados na
puberdade, pelos quais as
espermatogônias são transformadas em
espermatozoides maduros, por duas
divisões meióticas. As espermatogônias,
em diferentes estágios de diferenciação,
permanecem quiescentes nos túbulos
seminíferos dos testículos desde o
período fetal e começam a aumentar em
número na puberdade. Essas células
desenvolvem-se a partir das células
germinativas primordiais por uma longa
série de mitoses.
As espermatogônias são
transformadas em espermatócitos
primários, as maiores células
germinativas nos túbulos seminíferos,
que que sofrem meiose I (reducional)
para formar dois espermatócitos
secundários haploides, que têm cerca de
metade do tamanho dos espermatócitos
primários. Em seguida, os espermatócitos
secundários sofrem a meiótica II
(equacional) para formar quatro
espermátides haplóides, com cerca de
metade do tamanho dos espermatócitos
secundários. Essas células são
transformadas em espermatozóides
maduros pelo processo de
espermiogênese, que seguem para a luz
dos túbulos seminíferos, encerrando o
processo que dura, aproximadamente,
dois meses (64 dias)
As células de Sertoli que
revestem os túbulos seminíferos dão
suporte, nutrição para as células
germinativas e regulam a
espermatogênese. Os espermatozoides
são transportados passivamente dos
túbulos seminíferos para o epidídimo,
onde se tornam funcionalmente
maduros. O epidídimo é um dueto longo
e espiralado localizado na borda posterior do testículo, que
está em continuidade com o dueto deferente,
transportando os espermatozoides para a uretra. O
espermatozoide maduro possui uma cabeça e uma cauda,
divididos pelo colo do espermatozoide, junção entre a
cabeça e a cauda.
A cabeça forma a maior parte do
espermatozoide e contém o núcleo haploide. Os dois terços
anteriores do núcleo são cobertos pelo acrossoma, uma
organela sacular em forma de capuz contendo várias enzimas.
Quando liberadas, essas enzimas facilitam a penetração do
espermatozoide na corona radiata e na zona pelúcida durante a
fecundação. A cauda do espermatozoide é formada por três
segmentos: a peça intermediária, a peça principal e a peça
terminal. A cauda fornece ao espermatozoide a motilidade que
auxilia o seu transporte ao local da fecundação. A peça
intermediária da cauda contém mitocôndrias, que fornecem
adenosina trifosfato (ATP) necessária à atividade. Muitos genes e
fatores moleculares estão implicados na espermatogênese.

C. Ovogênese:
É a sequência de eventos, pelos quais as ovogônias são
transformadas em ovócitos maduros, nas células no córtex
ovariano que descendem das células germinativas primordiais por
uma série de cerca de 20 mitoses. Esse processo de maturação
inicia-se antes do nascimento e é completado depois da
puberdade, continuando-se até a menopausa, a cessação
permanente da menstruação.




I. Maturação Pré-natal
dos Ovócitos:
Durante a vida fetal
inicial as ovogônias proliferam
por divisão mitótica. Por volta
do terceiro mês de
desenvolvimento pré-natal, as
ovogônias do embrião
começam a se transformar em
ovócitos primários, as células
do tecido conjuntivo o
circundam e formam uma
única camada de células
epiteliais foliculares
achatadas, constituindo o
folículo primordial. O processo
de ovocitogênese não é
sincronizado, e tanto o estágio inicial como estágios posteriores coexistem no ovário fetal. O ovócitos
primários iniciam a primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas a prófase não se completa
até a adolescência. Acredita-se que as células foliculares que circundam o ovócito primário secretem
uma substância conhecida como inibidor da maturação do ovócito, que age mantendo estacionado o
processo meiótico do ovócito. A medida que o ovócito primário crescem durante a puberdade, as
células foliculares epiteliais se tornam cubóides, e depois colunares, formando um folículo primário. O
ovócito primário é logo envolvido por uma camada de material glicoprotéico acelular e amorfo, a
zona pelúcida.
II. Maturação Pós-natal dos Ovócitos:
Iniciando-se durante a puberdade, geralmente um folículo amadurece a cada mês, e ocorre a
ovulação, exceto quando são usados contraceptivos orais. A duração prolongada da primeira divisão
meiótica (até 45 anos) pode ser responsável, em parte, pela alta freqüência de erros meióticos, tais
como a não-disjunção (falha na separação dos cromossomos pareados), que ocorre com o aumento
da idade materna.

i. Maturidade Sexual:
Os ovócitos primários em
prófase suspensa (dictióteno) são
vulneráveis aos agentes ambientais
como a radiação, pois após o
nascimento, não se forma mais
nenhum ovócito primário. Com a
maturação do folículo, o ovócito
primário aumenta de tamanho e,
imediatamente antes da ovulação,
completa a primeira divisão meiótica
para dar origem a um ovócito
secundário e ao primeiro corpo polar.

ii. Ciclo Menstrual (Ovulação):
Entretanto, diferentemente do estágio correspondente na
espermatogênese, a divisão do citoplasma é desigual. O ovócito secundário
recebe quase todo o citoplasma e o primeiro corpo polar (célula pequena não
funcional que logo degenera) recebe muito pouco. Na ovulação, o núcleo do
ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas progride apenas até a
metáfase, onde a divisão é interrompida, e é somente completada se a fertilização
ocorrer.
iii. Fertilização:
A fertilização do ovócito geralmente ocorre nas tubas de Falópio dentro
de mais ou menos um dia de ovulação. Com a penetração de um espermatozoide,
o ovócito secundário completa a segunda divisão meiótica, e a maior parte do citoplasma é
novamente mantida em uma célula, o ovócito fecundado maduro. Os cromossomos do ovócito
fertilizado e do espermatozoide tornam-se pronúcleos, cada um circundado por uma membrana
nuclear.
Existem cerca de dois milhões de ovócitos primários nos ovários de uma menina recém-
nascida, mas muitos regridem durante a infância, de modo que na adolescência não mais que 40.000
permanecem. Destes, somente cerca de 400 tornam-se ovócitos secundários e são expelidos na
ovulação durante o período reprodutivo. Poucos desses ovócitos, se algum, tornam-se maduros. O
número de ovócitos que ovulam é bastante reduzido nas mulheres que tomam pílulas contraceptivas
porque os hormônios contidos nas pílulas impedem a ovulação.

D. Comparação dos gametas:
O ovócito é uma célula grande e é imóvel, enquanto o microscópico espermatozóide é
altamente móvel. O ovócito é circundado pela zona pelúcida e uma camada de células foliculares a
corona radiata. O ovócito possui também um abundante citoplasma contendo os grânulos de vitelo,
os quais fornecem nutrição para o zigoto em divisão durante a primeira semana do desenvolvimento.
Com relação à constituição dos cromossomos sexuais, existem dois tipos de espermatozóides
normais: 23, X e 23, Y, enquanto existe apenas um tipo de ovócito secundário normal: 23, X.

E. Transporte dos gametas:
I. Transporte do Ovócito:
Na ovulação, o ovócito secundário é expelido do folículo ovariano com o fluido folicular que
escapa. Durante a ovulação, as extremidades fimbriadas da tuba uterina aproximam-se intimamente
do ovário, movendo-se para frente e para trás sobre o ovário, com ação que "varrem" o ovócito
secundário para o infundíbulo afunilado da tuba. O ovócito passa para a ampola da tuba
principalmente como resultado da peristalse, os movimentos alternados de contração e relaxamento
da parede da tuba, em direção ao útero.
II. Transporte dos Espermatozóides:
Os espermatozoides são transportados do epidídimo para a uretra por contrações
peristálticas da cobertura muscular do dueto deferente. As glândulas sexuais acessórias (glândulas
vesiculares, próstata e glândulas bulbouretrais) produzem secreções que são adicionadas ao fluido
contendo espermatozóides no dueto deferente e uretra. Os espermatozoides, depositados em torno
do orifício externo do útero e no fórnice da vagina, passam lentamente pelo canal cervical através de
movimentos de suas caudas. A enzima vesiculase, produzida pelas glândulas seminais, coagula uma
pequena quantidade do sêmen que forma um tampão vaginal impedindo o retorno do sêmen para o
interior da vagina. Quando a ovulação ocorre, o muco cervical aumenta em quantidade, fica menos
viscoso, tornando mais fácil o transporte dos espermatozóides. A ejaculação reflexa dos
espermatozóides pode ser dividida em duas fases:
• Emissão: 0 sêmen é enviado para a porção prostática da uretra através dos duetos
ejaculatórios após a peristalse dos duetos deferentes; a emissão é uma resposta autônoma
simpática.
• Ejaculação: 0 sêmen é expelido da uretra pelo orifício uretral externo; isso é resultado do
fechamento do esfíncter vesical no colo da bexiga, da contração do músculo uretral e da
contração dos músculos bulboesponjosos.
A passagem dos espermatozóides pelo útero e tubas uterinas resulta, principalmente, das
contrações da parede muscular desses órgãos. As prostaglandinas presentes no sêmen estimulam a
motilidade uterina no momento do intercurso e ajudam no movimento dos espermatozóides para o
sítio de fecundação na ampola da tuba. A frutose presente no sêmen, secretada pelas glândulas
seminais, é a fonte de energia para os espermatozóides. Durante o armazenamento no epidídimo, os
espermatozoides são imóveis, mas tornam-se móveis no ejaculado. Eles se movem lentamente no
ambiente ácido da vagina, mas muito rapidamente no ambiente alcalino do útero.
III. Maturação dos espermatozóides:
Os espermatozóides recentemente ejaculados precisam passar por um período de
capacitação para fecundarem os ovócitos, que ocorre no útero ou nas tubas uterinas através de
substâncias secretadas por essas porções do trato genital feminino. Durante esse período, uma
cobertura glicoprotéica e proteínas seminais são removidas da superfície do acrossoma do
espermatozóide. Os espermatozóides capacitados não exibem mudanças morfológicas, porém são
mais ativos. O término da capacitação permite que ocorra a reação acrossômica. O acrossoma intacto
do espermatozóide liga-se a uma glicoproteína (ZP3) na zona pelúcida. Quando os espermatozóides
capacitados entram em contato com a corona radiata que envolve o ovócito secundário, sofrem
mudanças moleculares complexas que resultam no desenvolvimento de perfurações no acrossoma,
após a liberação das enzimas hialuronidase e acrosina. Ocorrem, então, vários pontos de fusão da
membrana plasmática do espermatozóide com a membrana acrossômica externa.
IV. Viabilidade dos gametas:
Os ovócitos humanos não podem ser fecundados após 24 horas e se degeneram
rapidamente depois. Além disso, os espermatozóides humanos provavelmente não sobrevive por
mais de 48 horas no trato genital feminino, sendo armazenado por um curto período de tempo no
colo do útero, o que proporciona sua liberação gradual.
V. Contagem dos espermatozoides:
Os espermatozóides são responsáveis por menos de 10% do sêmen, o restante do ejaculado
consiste em secreções das glândulas acessórias. Normalmente, existem mais de 100 milhões de
espermatozóides no ejaculado de homens normais. Homens com menos de 10 milhões de
espermatozóides por mililitro de sêmen são considerados estéreis, especialmente quando a amostra
contém espermatozóides imóveis e anormais. A infertilidade masculina representa aproximadamente
30% a 50% dos casos de infertilidade em casais, podendo resultar de baixa contagem de
espermatozóides, baixa motilidade dos espermatozóides, uso de medicamentos e drogas, distúrbios
endócrinos, exposição a poluentes ambientais, tabagismo, espermatogênese anormal ou obstrução
de um dueto genital, como o dueto deferente.
VI. Dispermia e triploidia:
Embora vários espermatozóides iniciem a penetração na corona radiata e na zona pelúcida,
geralmente apenas um penetra o ovócito e o fecunda. Dois espermatozóides podem participar da
fecundação em um processo conhecido como dispermia, resultando em um zigoto com um lote extra
de cromossomos. As concepções triplóides correspondem a aproximadamente 20% das anomalias
cromossômicas nos abortos espontâneos. Embriões triplóides (69 cromossomos) podem parecer
normais, mas geralmente são abortados. Fetos triplóides abortados apresentam importante retardo
no crescimento intrauterino, tronco desproporcionalmente pequeno e anomalias no SNC.
VII. Gametas anormais:
A probabilidade de uma
mutação genética recente aumenta com
a idade. Durante a gametogênese,
algumas vezes os cromossomos
homólogos não se separam, como
resultado da não-disjunção, alguns
gametas têm 24 cromossomos e outros
apenas 22, e caso ocorra a fecundação
com um gameta normal, pode ser
formado um zigoto com 45 ou 47
cromossomos. Essa condição é chamada
de monossomia ou trissomia devido à
presença de um ou três representantes
de um cromossomo particular, em vez
dos dois usuais. Em uma ejaculação, mais
de 10% dos espermatozóides são
grosseiramente anormais, mas acredita-
se que esses espermatozóides anormais
não fertilizem ovócitos em virtude da
perda da motilidade normal. Os raios X,
as reações alérgicas intensas e certos
agentes antiespermatogênicos têm sido
relacionados com o aumento da
percentagem de espermatozóides de
forma anormal.




4 – Entender o padrão das
heranças genéticas autossômicas e
alosoômicas (monogâmicas e
distúrbios):

Mendel realizou
polinização cruzada com duas
variedades contrastantes de
ervilhas, consideradas plantas
puras (hibridização). Os
progenitores puros são
denominados geração P (geração
parental), e sua descendência
híbrida é a geração F1 (primeira
geração filial). A autopolinização
desses híbridos F1 (ou polinização
cruzada com outros híbridos F1)
produz a geração F2 (segunda
geração filial).
Caso Mendel tivesse
parado seus experimentos com a
geração F1, os padrões básicos de hereditariedade teriam lhe escapado. As análises quantitativas de
Mendel das plantas F2 a partir de milhares de cruzamentos genéticos, como esse, lhe permitiram
deduzir dois princípios fundamentais de hereditariedade, que Mendel chamou lei da segregação e lei
da segregação independente.

A. Autossômica recessiva (aa) e Autossômica dominante (Aa ou AA):


Na primeira, para ser portador, a pessoa deve herdar dois genes recessivos dos pais, que
podem ser portadores do gene, mas não necessariamente manifestam a doença (são poligênicos).
Além disso, na segunda, só é preciso herdar um gene que a determine. As doenças mais conhecidas
causadas por esse tipo de mutação são:
I. Anemia falciforme:
II. Distrofia muscular de Duchene:
III. Distrofia Miotônica:
IV. Fenilcetonúria:
• O indivíduo não possui a enzima fenilalanina hidroxilase, necessária para quebrar um
aminoácido essencial denominado fenilalanina. Essa substância é encontrada em alimentos
que contêm proteínas.
• Sintomas: atraso mental e das habilidades sociais; tamanho da cabeça significantemente
menor do normal; hiperatividade; movimentos incontroláveis de braços e pernas; retardo
mental; convulsões; erupções cutâneas; tremores; posicionamento incomum das mãos.
• Diagnóstico tratamento: exame de sangue; teste do pezinho; dieta extremamente baixa em
fenilalanina; uso de suplementos como óleo de peixe para substituir a longa cadeia de ácidos
gordurosos ausentes em uma dieta padrão sem fenilalanina.
V. Hemofilia;
VI. Fibrose cística:
• Doença autossômica recessiva caracterizada por afecção pulmonar crônica, insuficiência
pancreática exócrina, aumento da concentração de cloreto no suor. O defeito básico é uma
mutação do gene que codifica a proteína reguladora da fibrose cística, provavelmente
envolvida no transporte de ânions através da membrana celular.
VII. Doença de TAY-SACHS:
• Distúrbio neurológico degenerativo, autossômico recessivo, que se desenvolve quando a
criança tem 6 meses de idade. Há uma deterioração mental e física intensa desde a latência
e a morte ocorre entre 2 e 3 anos de idade. O defeito básico são mutações no lócus da
subunidade a da hexosaminidase A. A deficiência ou ausência da subunidade a da
hexosaminidase A leva ao acúmulo do gangliosídeo GM2, principalmente nos neurônios.
VIII. Alcaptonúria:
• Mutação genética que impede que o gene produza a enzima necessária para degradar
aminoácidos, como a tirosina, levando à acumulação de um produto obtido do seu
metabolismo chamado de ácido homogentísico, que se acumula no corpo.
• Sintomas: urina escura, quase negra; cera dos ouvidos azulada; manchas negras na parte
branca do olho, ao redor da orelha e laringe; surdez; artrite que causa dores nas articulações
e limitação dos movimentos; rigidez das cartilagens; pedra nos rins e próstata; problemas de
coração.
• Diagnóstico tratamento: feito através da análise dos sintomas, principalmente pela coloração
escura característica da doença que surge em várias partes do corpo. O uso de ácido
ascórbico, (vitamina C); dieta com restrição de fenilalanina e de tirosina; uso de analgésicos,
anti-inflamatórios, fisioterapia, infiltração intra-articular com corticoides; nitisinona.
IX. Albinismo:
• O albinismo óculo-cutâneo é um dos erros inatos do metabolismo determinado por gene
autossômico recessivo. Encontra-se consanguinidade entre os pais dos afetados em 20 a 30%
dos casos da literatura. Ainda não se desenvolveu um teste laboratorial ou se conhece
alguma manifestação clínica capaz de caracterizar os indivíduos heterozigotos (portadores)
quanto ao gene do albinismo. O albinismo universal ou óculo-cutâneo caracteriza-se por uma
acentuada hipopigmentação da pele, cabelos e olhos. A pele é branco-leitosa e desenvolve
eritemas intensos em resposta à exposição ao sol. O cabelo é branco, amarelado ou pardo-
amarelado. Os olhos não têm pigmentos na coroide nem na retina e a íris é diáfana, em geral
azul- acinzentada. Invariavelmente ocorrem nistagmo, fotofobia e redução da acuidade
visual em torno de 10% ou menos da visão normal. As pupilas são às vezes vermelhas em
crianças, mas nos adultos são sempre negras. Os albinos apresentam grande susceptibilidade
ao câncer de pele. A doença decorre de um bloqueio incurável da síntese de melanina,
devido à ausência da enzima tirosina se nos melanócitos os quais estão, entretanto,
presentes em número normal.

B. Alossômicos:
I. Síndrome de Klinefelter (47, XXY):
• Características: homens altos e magros, pernas e braços longos. Parecem normais até a
puberdade quando as características sexuais secundárias não se desenvolvem devido ao
hipogonadismo. Os testículos permanecem pequenos e pode desenvolver a ginecomastia e
aumentar o risco de câncer em homens.

II. Síndrome 47,XYY:
• Ocorre pela não-disjunção paterna durante a meiose II, produzindo espermatozoides YY.

III. Trissomia do X (47,XXX):
• Nas células, dois desses cromossomos X são desativados. Quase todos os casos são
associados a erro na meiose materna, meiose I. Ainda existe a tetrassomia e a pentassomia
que incluem retardo grave e defeitos físicos.

IV. Síndrome de Turner (45, X):
• 1 em 4.000 mulheres nascidas vivas, onde não possui o segundo cromossomo sexual. O erro
na síndrome vem geralmente na meiose paterna
• Características: baixa estatura, disgenesia gonodal (distúrbio no ovário), pescoço alado, baixa
implantação posterior dos cabelos, tórax amplo com hipertelorismo mamário (distância
entre os mamilos), elevada incidência de disfunções renais e cardiovasculares.

V. Progeria:
Ocasiona o envelhecimento rápido em crianças; Pode resultar de uma mutação genética nos

gametas de um dos pais; mutação no gene LMNA responsável por codificar a proteína lamina
A capaz de controlar a estrutura do núcleo, tornando-o instável.
• Sintomas: artrose; reduzida estatura ou nanismo; baixa imunidade; pele delgada, ressecada e
enrugada; calvície precoce; presença de cabelos brancos; olhos proeminentes; crânio maior
do que o normal; veias cranianas salientes; ausência de sobrancelhas e cílios. O paciente
evolui para o óbito com aproximadamente 15 anos de idade.

5 – descrever as causas e consequências da anemia falciforme:
A anemia falciforme é uma doença hemolítica de caráter autossômico recessivo, presente
em indivíduos homozigoticos para HbS, responsável pela alteração estrutural da hemoglobina
fazendo com essa passasse de seu formato de disco bicôncavo para o formato de uma foice. É
originada por uma mutação no códon do sexto aminoácido da extremidade N - terminal do
cromossomo 11, onde ocorre a substituição da β-globina de ácido glutâmico para valina. Como a
anormalidade da HbS está localizada na cadeia β, a fórmula da hemoglobina falciforme pode ser
escrita como α2β2S ou, mais precisamente α2Aβ2S. Um heterozigoto tem um mistura dos dois tipos
de hemoglobina, A e S, representados por α2Aβ2A e α2Aβ2S, além de um tetrâmero híbrido de
hemoglobina, escrito como α2AβAβS.
A HbS é responsável pela polimeração dos eritrócitos em condições de hipóxia, fazendo com
que esses assumam o formato de foice. Esses polímeros podem lesar a estrutura da membrana
eritrocítica, causando hemólise. A diminuição do número de eritrócitos pela hemólise associada a alta
destruição das hemácias pelo baço, causam o quadro de anemia comum em pacientes falciformes.
Sendo cerca de 40% da população da África equatorial acometida pela anemia falciforme. Acredita –
se, que essa seja fruto de uma forma de resistência á malária, pois ao assumir a forma de foice o
eritrócito dificulta a invasão pelo Plasmodium sp. A alteração fisiopatológica do eritrócito, gera a sua
destruição precoce e a obstrução do fluxo sanguíneo nos capilares, gerando por sua vez graves
manifestações clínicas como: vaso-oclusão, necrose da medula óssea, síndrome torácica aguda,
problemas esplênicos, hemólise, etc.
As moléculas de hemoglobina contendo as subunidades de β-globina mutantes têm
capacidade normal para realizar sua principal função de se ligar ao oxigênio, mas no sangue
desoxigenado elas apresentam apenas um quinto da solubilidade da hemoglobina normal. A
insolubilidade relativa da desoxiemoglobina S é a base física do fenômeno de afoiçamento. Sob
condições de baixa tensão de oxigênio, as cadeias da hemoglobina falciforme se agregam para formar
fibras poliméricas que deformam as hemácias para a forma em foice. Estas hemácias deformadas são
menos flexíveis que as normais e, diferentemente das células hemácias normais, não podem se
comprimir em fila única (“fila indiana”) através dos capilares. Desse modo, bloqueiam o fluxo
sangüíneo e causam isquemia local.

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