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SUMÁRIO

1. GRAVIDEZ .................................................................................................. 3

2. CUIDADOS NO PERÍODO GESTACIONAL................................................ 9

3. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ............................................................. 10

4. ETAPAS DA GRAVIDEZ ........................................................................... 17

5. O CORPO DA MULHER GRÁVIDA ........................................................... 17

6. O PRIMEIRO MÊS DE GESTAÇÃO .......................................................... 20

7. O SEGUNDO MÊS DE GESTAÇÃO ......................................................... 25

8. O TERCEIRO MÊS DE GESTAÇÃO ......................................................... 28

9. O QUARTO MÊS DE GESTAÇÃO ............................................................ 30

10. O QUINTO MÊS DE GESTAÇÃO .......................................................... 33

11. O SEXTO MÊS DE GESTAÇÃO ............................................................ 36

12. O SÉTIMO MÊS DE GESTAÇÃO .......................................................... 38

13. O OITAVO MÊS DE GESTAÇÃO........................................................... 40

14. O NONO MÊS DE GESTAÇÃO ............................................................. 42

15. NUTRIÇÃO GESTACIONAL .................................................................. 46

16. POSICIONAMENTO DO BEBÊ DURANTE A AMAMENTAÇÃO ........... 50

17. O PARTO ............................................................................................... 51

18. PARTO NORMAL ..................................................................................... 52

19. A recuperação do parto normal..................................................................... 54

20. PARTO CESARIANA ............................................................................. 57

21. VANTAGENS DO PARTO POR CESARIANA ....................................... 58

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22. RISCOS DO PARTO POR CESARIANA ................................................ 59

23. PARTO A FÓRCEPS ............................................................................. 62

24. DOENÇAS E COMPLICAÇÕES NO PERÍODO GESTACIONAL E PÓS-

GESTACIONAL ................................................................................................ 68

25. PRÉ-ECLÂMPSIA .................................................................................. 69

26. SÍNDROME HELLP ................................................................................ 71

27. ECLÂMPSIA ........................................................................................... 72

28. DEPRESSÃO PÓS-PARTO ................................................................... 78

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 78

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1. GRAVIDEZ

Fonte:gravidezebebe.com.br

O início da gravidez se dá após a fecundação do óvulo pelo


espermatozoide. Durante este estágio inicial, o corpo da gestante passa por
inúmeras transformações, incluindo alterações físicas, hormonais e psicológicas.

Duração e sintomas

A geração de uma vida dentro do útero é um processo fisiológico que


ocorre com as fêmeas da classe de animais mamíferos. O período de gestação
pode variar entre uma espécie e outra, no caso de ser humano, assunto a ser
tratado aqui, a gravidez dura por volta de 40 semanas.
Durante esta fase, a menstruação é interrompida devido a alterações nos
níveis de hormônio, o útero aumenta de tamanho progressivamente, as mamas
ficam maiores, uma vez que estão sendo preparadas para a amamentação.
A gravidez provoca, como é óbvio, profundas alterações anatómicas e
funcionais no organismo da mulher. Por um lado, o próprio crescimento do feto
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no interior do útero que o alberga altera de maneira evidente a silhueta do
abdómen da mãe, tendo repercussões mecânicas nos órgãos adjacentes e
também na estética do corpo, sobretudo quando são acompanhadas pelas
modificações sofridas pelos seios para que estes estejam preparados para
produzirem o alimento do recém-nascido.
Por outro lado, a influência das hormonas da gravidez altera a atividade
de todo o organismo materno, já que este tem que se adaptar a esta nova
condição, com vista a cobrir as necessidades do feto. A única hormona própria
da gravidez é a hormona gonadotrofina coriónica (hCG), segregada pela
placenta durante as primeiras fases da gestação. A sua função é a de manter a
atividade do corpo lúteo do ovário para que este prossiga com a produção, em
quantidades cada vez mais significativas, das hormonas sexuais femininas, os
estrogénios e a progesterona, já que a implantação do ovo no útero e também a
sobrevivência do feto depende da ação destas duas hormonas. Tendo em conta
que os inúmeros efeitos das hormonas se fazem sentir em todo o organismo,
originam várias adaptações funcionais.

Crescimento do útero

O útero, o órgão no interior do qual se desenvolve o produto da


concepção, passa por um crescimento espetacular ao longo dos nove meses de
gravidez, já que o seu peso passa dos 50 a 60 g para mais de 1 kg e a sua
capacidade aumenta milhares de vezes, pois a cavidade uterina passa dos 3 a
5 ml para cerca de 4 a 5 1 ou até mais em alguns casos.
Apesar de o útero se dilatar desde o início da gravidez, o seu crescimento,
ao longo do primeiro trimestre de gestação, não é evidente, já que ainda se
mantém oculto na pélvis. De qualquer forma, o médico pode detectar alterações,
ao fim de um mês ou mês e meio, durante a palpação, pois pode constatar que
a sua forma, em vez de ser triangular, é redonda, que a sua consistência habitual
se alterou e que tem uma maior dimensão, próxima à de uma laranja. No fim do
terceiro mês, o fundo do útero, a porção superior do órgão, começa a alterar de
forma progressiva a silhueta abdominal.
A meio da gravidez, o fundo uterino pode palpar-se na região umbilical e,
ao oitavo mês, situa-se praticamente debaixo das últimas costelas, embora
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desça um pouco antes do parto devido ao facto de o feto se encaixar na pélvis
materna.
Para além de provocar uma evidente alteração da silhueta abdominal, o
crescimento do útero provoca a compressão dos órgãos adjacentes, com as
consequências habituais. A compressão da bexiga reduz a capacidade deste
órgão e origina um aumento da frequência das micções, sobretudo ao longo do
primeiro trimestre, quando o útero ainda se encontra na pélvis e, na última parte
da gravidez, quando o feto desce e o útero volta a pressionar a bexiga.
A progressiva compressão do estômago e dos intestinos costuma ter
consequências comuns, como por exemplo problemas digestivos e um certo
grau de obstipação. Por fim, a compressão do útero sobre os troncos venosos
da pélvis costuma contribuir para o inchaço das pernas e para o desenvolvimento
de varizes.

Modificações mamárias

Em caso de gravidez, os seios alcançam o seu desenvolvimento máximo,


já que é apenas dessa forma que adquirem as características necessárias para
desempenharem a sua função, ou seja, a produção de leite para alimentar o
bebé. É por isso que, ao longo de toda a gravidez, a influência de determinadas
hormonas, sobretudo da progesterona, proporciona alterações evidentes.
A partir do primeiro mês de gravidez é possível observar uma notória
proliferação dos canais galactóforos, um fato que determina um aumento do
volume dos seios, um dos primeiros sinais da gravidez que, por vezes, é
detectado antes da gravidez. Ao fim de poucas semanas, os seios tornam-se
mais salientes, as aréolas escurecem e a sua superfície evidencia pequenos
inchaços que correspondem aos tubérculos de Montgomery.
Ao longo do primeiro trimestre da gestação, os seios incham e aumentam
de peso, costumam estar hipersensíveis, sobretudo nos mamilos, o que pode
tornar intolerável qualquer atrito ou carícia, e ocasionalmente são perceptíveis
formigueiros e até pequenas pontadas, por vezes dolorosas, sem qualquer
estímulo externo. À medida que vão crescendo, a irrigação dos seios aumenta
significativamente, o que faz com que as veias fiquem perfeitamente
perceptíveis, ao transparecerem sob a superfície cutânea.
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Na última fase da gravidez ocorre também uma proliferação dos ácinos
glandulares, através da qual os seios ficam preparados para iniciarem a sua
atividade secretora. Embora, por vezes, a saída de pequenas quantidades de
secreções seja perceptível desde meio da gravidez, a verdadeira secreção
láctea apenas se inicia após o parto.

Aumento de peso

Apesar de, ao longo da gravidez, a mãe passar por um progressivo


aumento do peso do corpo, variável de caso para caso de acordo com fatores
como a sua constituição física, o tamanho do feto e, como é óbvio, a alimentação,
este aumento de peso costuma manter-se dentro de determinados limites, já que
o normal, ou o desejável, é que o aumento seja de 9 a 12 kg. Mais de metade
deste aumento corresponde ao peso alcançado pelo próprio feto já desenvolvido,
ao líquido amniótico que o rodeia e à placenta, enquanto que o resto é originado
pelo crescimento do útero e dos seios, através do aumento dos depósitos
adiposos e do volume sanguíneo.
O aumento de peso, de início reduzido ou até inexistente, é mais
significativo à medida que a gravidez vai avançando. De fato, como o peso da
mulher, ao longo do primeiro trimestre, costuma permanecer estável, pois o
embrião é reduzido e o útero apenas cresce, produz-se, no máximo, um aumento
de cerca de 0,5 kg por mês, ou seja, um total de 1,5 Kg. Ao longo do segundo
trimestre, já é possível observar um aumento de peso muito mais evidente, de 1
a 1,5 kg por mês. No último trimestre, o aumento de peso situa-se perto dos 2
kg por mês.
Considera-se que o aumento de peso se deve processar de forma regular
e progressiva, sem ultrapassar, em nenhum período da gravidez, um máximo de
300 a 400 g por semana. Todo o excesso corresponde a uma alimentação
inadequada, o que apenas iria originar o aumento dos depósitos de gordura.
Caso a mulher se tenha alimentado corretamente, não existirão motivos para a
produção de uma acumulação exagerada de gordura e, por isso, o peso
normaliza-se pouco tempo após o nascimento.

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Com o parto, a parte do aumento do peso correspondente ao feto, ao
líquido amniótico e à placenta reduz-se de imediato, enquanto que a restante
diminui de maneira progressiva à medida que o útero vai recuperando as suas
dimensões normais, o corpo retoma a sua forma habitual e os seios diminuem
de volume, algo que ocorre no final da lactação.

Alterações cardiovasculares

O aparelho cardiovascular materno encarrega-se do fornecimento das


substâncias necessárias para o desenvolvimento do feto e eliminação dos seus
resíduos, utilizando a placenta como órgão intermediário, o que justifica o fato
de o seu funcionamento ao longo da gravidez ser adaptado.
A influência das hormonas da gravidez proporciona a dilatação de
praticamente todos os vasos circulatórios, o que provoca um aumento tão
significativo do volume de sangue que os glóbulos vermelhos ficam mais
diluídos, originando uma anemia relativa.
Dado que o coração tem que aumentar a frequência dos seus batimentos
para manter a circulação, o débito cardíaco aumenta no mínimo 30% nos dois
últimos trimestres da gravidez. Embora a dilatação vascular proporcione uma
ligeira descida da pressão arterial ao longo dos dois primeiros trimestres, à
medida que se vai aproximando o fim da gravidez, os seus valores vão
regressando ao normal. Por outro lado, o aumento do volume sanguíneo e a
compressão que o feto exerce sobre os grandes vasos abdominais e pélvicos,
dificultando o retorno venoso, são fatores que contribuem para a insuficiência
venosa dos membros inferiores.

Estética corporal

O crescimento do útero, com a progressiva dilatação do abdómen, e o


crescimento dos seios, cujo tamanho aumenta de forma notória, faz com que o
peso da parte anterior do corpo aumente de forma significativa, o que tem
repercussões na estética corporal. À medida que a gravidez vai avançando, a
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mulher tem a tendência para deslocar a parte superior do tronco e a cabeça para
trás, de modo a compensar o deslocamento do centro de gravidade, o que
proporciona um exagero das curvaturas da coluna vertebral que, caso a mulher
não se esforce para manter o mais direito possível, pode provocar dores,
especialmente na zona lombar. Para além disso, de modo a aumentar a base de
sustentação e melhorar o equilíbrio, a mulher tem a tendência para separar as
pernas e abrir os pés para fora, um outro traço característico das posições de
uma mulher grávida.

Fonte: conversademenina.wordpress.com

Ausência de menstruações

Uma das consequências mais características da gravidez é a interrupção


das menstruações, algo completamente lógico, já que o período corresponde à
desunião da mucosa uterina provocada, precisamente, quando a ovulação não
é acompanhada por uma fertilização. Sempre que o óvulo for fecundado por um
espermatozoide e se implante no útero o ovo consequente da fusão de ambas
as células germinativas, a hormona gonadotrofina segregada pela placenta
estimula o corpo lúteo do ovário, para que este continue a elaborar progesterona,
a hormona que mantém a vitalidade do endométrio, de modo a que a mucosa
uterina, onde o embrião nidifica, não se descame.

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Por vezes, a implantação do ovo no útero é acompanhada por uma
pequena hemorragia que a mulher pode confundir com uma menstruação,
embora a perda seja muito mais curta e escassa do que a do período. Dado que,
após o início da gravidez, só se voltarão a produzir menstruações depois do
parto, caso surja alguma hemorragia uterina durante a gravidez, convém que a
paciente se dirija de imediato a um médico, para que este diagnostique a sua
origem.

Alterações emocionais

Embora existam mulheres que evidenciem, ao longo da gravidez, uma


sensação de serenidade e total realização, manifestando uma vitalidade
desconhecida e denotando uma imensa alegria e satisfação por todas as
alterações por que passa o seu corpo, outras expressam uma disposição
instável, até mesmo com súbitas crises de choro aparentemente inexplicáveis,
têm sentimentos opostos de alegria e de tristeza ou preocupação, têm a
tendência para se aborrecerem com facilidade, não aceitam as transformações
corporais... As reações emocionais das mulheres grávidas são tão diversas que
não é possível fazer urna descrição estandardizada.
Embora exista quem atribua esta variabilidade emocional ao tipo de
resposta de cada mulher às profundas alterações hormonais, sabe-se que o
estado emocional é claramente influenciado por outros fatores não diretamente
relacionados com aspectos puramente físicos, mas com outros de natureza
psicológica e ambiental, tantos e tão diversos que não vale a pena enumerá-los.
Visto que, por vezes, a mulher grávida tem sentimentos de angústia, provocados
pelo desconhecimento do que se está a passar no seu corpo e do que vai ocorrer
no futuro imediato, convém que se informe e exponha as suas dúvidas.

2. CUIDADOS NO PERÍODO GESTACIONAL

Antes de engravidar, complemente sua dieta com a vitamina B ácido fólico


(encontra-se na maioria das multivitaminas) para reduzir o risco dos defeitos

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congênitos do cérebro e da medula espinhal. Visite seu médico assim que pensar
que está grávida. Durante as primeiras 8 semanas da gravidez se formam todos
os órgãos do bebê.
Os primeiros meses são essenciais para seu desenvolvimento. Tudo o
que fizer repercutirá sobre a saúde do seu bebê que está na sua barriga. Se você
fumar, o mais aconselhável é que deixe de fazê-lo pelo bem do seu bebê.
Lembre-se que sua saúde dependerá da dieta alimentar que seguir, do seu
estado emocional, e de tudo a que se exponha.
É muito importante fazer um acompanhamento completo com o obstetra,
ele irá fazer exames para verificar a saúde da mãe e também ver as condições
da saúde do bebê.
Trazer um bebê ao mundo, deve ser feito com responsabilidade, amando-
o tão intensamente que seja capaz de abandonar hábitos que o prejudiquem,
dedicando sua vida para a realização de um sonho e de um caminho que pode
levar nove meses, mas trará em sua chegada muitas alegrias aos que o Guia
para o cuidado pré-natal
É recomendável que visite ao médico para que tenha um exame de
cuidado pré-natal. Coma uma variedade de alimentos saudáveis dos cinco
grupos principais de alimentos: cereais, e grãos; frutas; verduras; produtos
lácteos; e carnes.
Continue complementando sua dieta com ácido fólico durante o segundo
e terceiro mês de gravidez para reduzir o risco de certos defeitos congênitos.
Tome pelo menos de 6 a 8 copos de água, suco de frutas e/ou leite todos os
dias.

3. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

Biologicamente a gravidez pode ser definida como o período que vai da


concepção ao nascimento de um indivíduo. Entre os animais irracionais trata-se
de um processo puro e simples de reprodução da espécie. Entre os seres
humanos essa experiência adquire um caráter social, ou seja, pode possuir
significados diferenciados para cada povo, cada cultura, cada faixa etária.

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Em alguns países como a China, que não possui mais capacidade
territorial para absorver um número elevado de indivíduos a maternidade é
controlada pelo governo e cada casal só pode ter um filho. Em outras culturas
como em tribos indígenas e alguns países africanos gravidez é sinônimo de
saúde, riqueza e prosperidade.
No Brasil, onde não há controle de natalidade e onde o planejamento
familiar e a educação sexual ainda são assuntos pouco discutidos, a gravidez
acaba tornando-se, muitas vezes, um problema social grave de ser resolvido. É
o caso da gravidez na adolescência.
No Brasil de hoje, a gravidez precoce tem se tornado um grande problema
de saúde pública. Com poucas orientações e uma vida sexual cada vez mais
precoce, muitas jovens estão engravidando numa fase da vida em que se
encontram despreparadas para assumir tal responsabilidade. Estas meninas
acabam deixando de lado uma importante fase da vida, a infância, para se
tornarem mães.
Denomina-se gravidez na adolescência a gestação ocorrida em jovens de
até 21 anos que se encontram, portanto, em pleno desenvolvimento dessa fase
da vida – a adolescência. Esse tipo de gravidez em geral não foi planejada nem
desejada e acontece em meio a relacionamentos sem estabilidade. No Brasil os
números são alarmantes.
Cabe destacar que a gravidez precoce não é um problema exclusivo das
meninas. Não se pode esquecer que embora os rapazes não possuam as
condições biológicas necessárias para engravidar, um filho não é concebido por
uma única pessoa. E se é à menina, que cabe a difícil missão de carregar no
ventre, o filho, durante toda a gestação, de enfrentar as dificuldades e dores do
parto e de amamentar o rebento após o nascimento, o rapaz não pode se eximir
de sua parcela de responsabilidade. Por isso, quando uma adolescente
engravida, não é apenas a sua vida que sofre mudanças. O pai, assim como as
famílias de ambos também passam pelo difícil processo de adaptação a uma
situação imprevista e inesperada.
Diante disso cabe nos perguntar: por que isso acontece? O mundo
moderno, sobretudo no decorrer do século vinte e início do século vinte e um
vem passando por inúmeras transformações nos mais diversos campos:
econômico, político, social.
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Essa situação favoreceu o surgimento de uma geração cujos valores
éticos e morais encontram-se desgastados. O excesso de informações e
liberdade recebida por esses jovens os levam à banalização de assuntos como
o sexo, por exemplo. Essa liberação sexual, acompanhada de certa falta de limite
e responsabilidade é um dos motivos que favorecem a incidência de gravidez na
adolescência.
Outro fator que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da
família e a desestruturação familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do
dia-a-dia, os pais estão cada vez mais afastados de seus filhos. Isso além de
dificultar o diálogo de pais e filhos, dá ao adolescente uma liberdade sem
responsabilidade. Ele passa, muitas vezes, a não ter a quem dar satisfações de
sua rotina diária, vindo a procurar os pais ou responsáveis apenas quando o
problema já se instalou.
A desinformação e a fragilidade da educação sexual são também
questões problemáticas. As escolas e os sistemas de educação estão muito mais
preocupados em dar conta das matérias cobradas no vestibular, como: física,
química, português, matemática, etc., do que em discutir questões de cunho
social. Dessa forma, temas como sexualidade, gravidez, drogas, entre outros,
ficam restritos, quase sempre, aos projetos, feiras de ciência, semanas
temáticas, entre outras ações pontuais.
Os governos, por sua vez, também se limitam às campanhas esporádicas.
Ainda assim, em geral essas campanhas não primam pela conscientização, mas
apenas pela informação a respeito de métodos contraceptivos. Os pais, como já
foi dito anteriormente, além do afastamento dos filhos, enfrentam dificuldades
para conversar sobre essas questões. Isso se dá devido a uma formação
moralista que tiveram. Diante dessa realidade o número de pais e mães
adolescentes cresce a cada dia.
A adolescência já é uma fase complexa da vida. Além dos hormônios, que
nessa etapa afloram causando as mais diversas mudanças no adolescente,
outros assuntos preocupam e permeiam as mentes dos jovens: escola,
vestibular, profissão, etc.
A gravidez, por sua vez, também é uma etapa complexa na vida. Ter um
filho requer desejo tanto do pai quanto da mãe, mas não só isso. Atualmente,
com problemas como a instabilidade econômica e a crescente violência, são
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necessários, além de muita consciência e responsabilidade, um amplo
planejamento. Quando isso não acontece, a iminência de acontecerem
problemas é muito grande.
Os primeiros problemas podem aparecer ainda no início da gravidez e vão
desde o risco de aborto espontâneo – ocasionado por desinformação e ausência
de acompanhamento médico – até o risco de vida – resultado de atitudes
desesperadas e irresponsáveis, como a ingestão de medicamentos abortivos.
O aborto além de ser um crime, em nosso país, é uma das principais
causas de morte de gestantes. Por ser uma prática criminosa não há serviços
especializados o que obriga as mulheres que optam por essa estratégia, a se
submeterem a serviços precários, verdadeiros matadouros de seres humanos,
colocando em risco a própria vida.
Um outro problema é a rejeição das famílias. Ainda são muito comuns
pais que abandonam seus filhos nesse momento tão difícil, quando deveriam
propiciar toda atenção e assistência. Há que se pensar que esse não é o
momento de castigar, pelo menos não dessa forma, o filho ou filha.
Em outras situações a solução elaborada pelos pais é o casamento.
Embora hoje haja poucos e apenas nas regiões interioranas os casos de
casamentos forçados com o objetivo de reparar o mal cometido, os casamentos
de improviso, acertados entre as famílias ainda é bastante recorrente.
Os adolescentes, nessa situação, são, normalmente, meros observadores
e em geral não se opõem a decisão tomada pelos pais. Isso acontece tanto pela
inexperiência quanto pela culpa que carregam ou ainda por pura falta de
condições de apontar melhor solução. O agravante dessa situação são os
conflitos de depois do casamento, que na maioria das vezes acabam em
separação, causando uma situação estressante não só para os pais, mas
também para o bebê.
A adolescência é o momento de formação escolar e de preparação para
o mundo do trabalho. A ocorrência de uma gravidez nessa fase, portanto,
significa o atraso ou até mesmo a interrupção desses processos. O que pode
comprometer o início da carreira ou o desenvolvimento profissional.
É muito comum ouvir nas ocasiões em que se discute esse assunto com
os adolescentes, perguntas do tipo: o asseio íntimo com ducha vaginal depois
da relação sexual previne a gravidez? Quando a relação é em pé há risco de
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engravidar? Uma menina pode engravidar na sua primeira transa? E muitas
outras perguntas e afirmações mitológicas sobre como não engravidar. A
resposta a todas essas questões postas acima é única. Em todas as situações
há risco de engravidar sim.
Não importa que tipo de asseio se faça depois do ato sexual.
O espermatozoide é lançado no canal vaginal durante a ejaculação ou até
mesmo antes, no líquido lubrificante produzido pelo homem. Isso significa que
na hora do asseio eles já estão bem longe do alcance de uma ducha íntima.
O fato da transa ser em pé, de lado ou em qualquer outra posição também
não altera em nada o percurso dos espermatozoides até o óvulo. Também não
se pode pensar que porque é a primeira vez de uma garota os espermatozoides
fiquem “cerimoniosos” e resolvam voltar sem fecundar o óvulo. Até mesmo
porque eles não teriam para onde voltar não é verdade?
Outras garotas ao iniciarem sua vida sexual tomam decisões como: só
praticar sexo anal; só transar durante a menstruação; fazer tabelinha; pedir ao
parceiro que utilize o coito interrompido, entre outras estratégias equivocadas,
que passam de boca-em-boca como eficientes.
Tudo bem, sexo anal não engravida porque é anatomicamente
impossível: não há como o espermatozoide migrar do canal retal para o vaginal.
Porém, há que se ter cuidado com o líquido expelido pelo pênis durante a
excitação. Esse líquido pode conter espermatozoides que em contato com
a vagina podem ter acesso ao óvulo mesmo não havendo penetração vaginal.
Outro fator também tem que ser considerado. Não se pode optar pelo sexo anal
se essa não é uma escolha, se a experiência não é agradável aos dois e sim
porque é mais seguro.
O coito interrompido é outra opção que não convém, pois no momento
máximo da excitação pode não dar tempo de realizar o procedimento ou mesmo
que tudo ocorra bem bastaria que uma gotícula de esperma caísse na vagina
para que houvesse risco de gravidez.
A tabelinha também é um método arriscado, sobretudo no início da vida
sexual e sem acompanhamento de um profissional. Esse é um recurso usado
como paliativo e sempre orientado por um médico e acompanhado de outros
métodos contraceptivos. Assim como no caso da transa durante a menstruação

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o fator regularidade do ciclo menstrual é fundamental, o que significa dizer que
se o ciclo for irregular não dá para confiar nesses métodos.
Diante disso só o acesso à informação, a educação, assim como a
conscientização e a orientação para o uso de contraceptivos, são as únicas
formas de combater e prevenir a gravidez na adolescência. Tudo isso, porém,
só será possível através da associação de ações educacionais e de saúde
pública. Não basta ter a informação se o acesso a uma consulta, um
aconselhamento, ou a uma cartela de camisinhas é truncado.

Métodos contraceptivos na adolescência

Fonte: www.tribos.org

- Espermicida: Espermicida é um produto, uma espécie de gel, comprado em


farmácias sem a necessidade de receitas médicas e utilizado para matar ou
imobilizar os espermatozoides evitando que eles cheguem ao óvulo. É aplicado
na vagina pouco antes da relação sexual, mas não oferece o mesmo grau de
proteção que a camisinha, por exemplo. O ideal é que seja usado junto com a
camisinha aumentando assim sua eficácia.

- Diafragma: O diafragma é outro método ideal que cãs bem com o espermicida.
Aliás, ele só funciona assim. É um objeto côncavo, arredondado e de bordas,
feito de borracha flexível. Para utilizá-lo é necessário aplicar-lhe o espermicida e

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em seguida inseri-lo no canal vaginal. Ele funciona como uma barreira de
proteção do útero.

- Camisinha: É o método contraceptivo mais seguro chegando a oferecer 90%


de segurança em relação a gravidez. Além da gravidez previne também todo tipo
de doença sexualmente transmissível. Além disso, pode ser utilizada tanto pelo
parceiro (camisinha masculina) quanto pela parceira (camisinha feminina). Outra
vantagem é que sua aquisição é fácil. Tanto pode ser adquirida gratuitamente
nos postos de saúde como comprada a um preço módico em supermercados e
farmácias. O único cuidado que deve ser tomado é o de observar se o produto
tem o selo do inmetro e se está dentro da data de validade.
- Pílulas anticoncepcionais: Um dos métodos contraceptivos mais populares as
pílulas ocupam o primeiro lugar no ranking dos métodos mais usados pelas
meninas. Isso acontece, primeiro porque sua fama de método seguro é grande,
segundo porque o acesso a esse produto também é muito fácil. Embora isso seja
errado a maioria das farmácias não pede receita médica no ato da compra e
muitas mulheres fazem uso desse medicamento sem orientação médica. É
importante salientar que essa atitude não deve ser cultivada. O uso de qualquer
medicamento por iniciativa própria é arriscado à saúde. As pílulas costumam
provocar efeitos colaterais como aumento ou redução de peso, dores de cabeça,
náuseas, tonturas, entre outros.

- Outras alternativas: Além desses há ainda um método contraceptivo que não é


adequado à adolescência. É o DIU (Dispositivo Intra Uterino). Trata-se de um
mecanismo depositado, apenas pelo médico, no útero da mulher e que deve ser
acompanhado pelo menos de 6 em 6 meses pelo ginecologista. Não resta dúvida
então que o melhor remédio para não engravidar é prevenir, certo? Porém, se
algo deu errado há um método contraceptivo de urgência: trata-se da “pílula do
dia seguinte”. É um medicamento que deve ser usado quando, por acidente,
falham os outros métodos. Importante: apenas em casos extremos. Não dá para
ser irresponsável e sair por aí transando sem proteção e tomando a pílula toda
vez que transa. A eficiência do uso da “pílula do dia seguinte” está relacionada
com o tempo que leva entre a transa e a ingestão do medicamento. Quando mais

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cedo for tomada maior sua eficácia. Seu uso errado pode ser prejudicial a
gravidez, por isso deve ser orientado pelo médico.

4. ETAPAS DA GRAVIDEZ

Durante o primeiro trimestre, período em que o óvulo se prende ao útero


para dar início ao seu desenvolvimento, a mulher grávida tende a ficar
emocionalmente mais sensível e sofrer alterações fisiológicas como: aumento
das mamas, perda de peso, aumento da frequência urinária, etc.
No segundo trimestre, o feto já está completamente formado chegando a
medir sete centímetros e já se pode identificar o sexo do bebê; contudo, ele ainda
não está pronto para nascer. Neste estágio, a gestante aumenta seu peso
mensalmente variando de um a um quilo e meio por mês. Ao final deste período,
alguns desconfortos já são sentidos pela grávida, um deles é a frequente dor nas
costas.
O último trimestre é um pouco mais difícil para a gestante devido ao
aumento dos desconfortos ocasionados pelo tamanho de sua barriga. Em
decorrência deste fato, podem ocorrer dificuldades físicas como: cansaço
frequente, dores na coluna, inchaço nas pernas e desconforto ao dormir. Após 9
meses, o útero está com aproximadamente cinco quilos e o bebê, que já está
pronto para nascer, tem por volta de 3 quilos.
Durante as primeiras 8 semanas de gestação, o bebê é um embrião. O
coração e os pulmões começam a se formar. O coração começa a bater no 25º
dia. O tubo neural, que se converte no cérebro e na medula espinhal, começa a
se formar. No final do primeiro mês, o embrião mede aproximadamente 9mmm
e pesa 0,5 g.
Nessa primeira etapa da gravidez, os exercícios físicos trazem muitos
benefícios para a mulher. No entanto, é necessário que, antes de iniciá-los,
consulte seu médico sobre o tipo de exercícios mais recomendáveis para o seu
caso.

5. O CORPO DA MULHER GRÁVIDA

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O corpo da futura mamãe começa a enviar sinais que confirmam uma
suspeita de gravidez. A confirmação se fará através de um exame de urina, ou
com uma análise de sangue. A gravidez será confirmada se em ambos os testes
se detecta a existência do hormônio Gonadotropina Coriônica Humana (GCH),
o qual indica que um novo ser foi concebido no ventre da mulher.
Em razão da alteração hormonal no seu corpo, a mulher grávida pode
experimentar fadiga, náuseas, vômitos, um aumento do volume dos peitos, mais
vontade de urinar (devido ao aumento do útero, exercendo maior pressão sobre
a bexiga), algum incômodo pélvico, e um exagerado sentido do olfato. A ação
dos hormônios também provocará instabilidades emocionais na mulher. Ainda
que esteja feliz por haver desejado o filho que espera, também poderá sentir-se
nervosa, insegura e medrosa.
A gravidez acontece quando o óvulo encontra o espermatozoide, após 9
dias o zigoto é encaminhado para o útero, à medida do tempo ele passará por
muitas divisões, a cada 12 horas ele aumentará de tamanho.
No primeiro mês de gestação o embrião se implanta no útero da mãe (nidação),
juntamente o cordão umbilical e a placenta começam a se desenvolver,
transferindo hormônios, oxigênio e nutrição fetal. O líquido amniótico também é
formado para proteger o bebê de infecções e traumas, esse líquido se renova a
cada 6 horas.
Antes da entrada do segundo mês o embrião já desenvolveu o tubo
neural, que no futuro formará o sistema nervoso e um intestino primitivo. No final
do primeiro mês o embrião mede cerca de 5mm, menor do que um grão de arroz.
Nesse período, depois da divisão celular do embrião, ele passará por muitas
transformações, começará a desenvolver três tipos de tecidos, chamados:

- Ectoderma

Dará origem ao tecido nervoso, esmalte das unhas, olhos, cabelo, pele.

- Mesoderma

18
Dará origem ao coração, vasos sanguíneos, músculos, rins e esqueleto.

- Endoderma

Dará origem ao sistema digestivo, pâncreas, fígado, pulmões.

Esses são um dos desenvolvimentos iniciais no período do primeiro mês,


algumas pessoas não têm a compreensão completa da importância de manter
uma qualidade de vida, antes mesmo da concepção, com uma alimentação
saudável, rica em vitaminas e com hábitos positivos, com o intuito de preservar
a saúde do bebê.

Sintomas

As mamães podem ter alguns sintomas leves ou mais acentuados, e até


mesmo não sentir sintoma nenhum, vai depender de cada organismo.
 Dores abdominais.

 Endurecimento do abdômen.

 Dores na região baixa das costas.

 Alterações de apetite.

 Pode ocorrer um pequeno sangramento.

 Certo desconforto no baixo ventre.

 Cansaço.

 Sonolência.

 Mudanças no humor.

 Sensibilidade a odores.

 Aumento da frequência de urinar.

 Corrimento do órgão íntimo.

 Seios doloridos.

19
 Azia.

 Vômitos.

 Irritabilidade.

 Sensibilidade para chorar.

 Aumento da salivação.

 Atraso menstrual

6. O PRIMEIRO MÊS DE GESTAÇÃO

Fonte: maedeprimeiraviagemjosi

Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Aproximadamente no 14° dia do ciclo menstrual, o óvulo feminino é
liberado pelo ovário e se dirige ao útero através das trompas. De seu encontro
com o espermatozoide procede a gestação.
Depois de aproximadamente 6 a 8 dias após a concepção, o óvulo
fecundado se implanta no útero materno e começa a ser chamado de embrião.

20
Nesta fase, ele é formado por algumas centenas de células que serão as
precursoras na formação de todos os futuros órgãos.
Devidamente acomodado no útero, o embrião inicia a desenvolver os
sistemas de formação da placenta e do cordão umbilical, que permitem que ele
se adapte à vida aquática dentro do útero até o momento de seu nascimento.
Próximo ao final do primeiro mês, o bebê é na verdade uma minúscula
sementinha, menor que um grão de arroz, com aproximadamente 5 mm. Nas
duas próximas semanas, iniciará a formação do tubo neural (do qual derivam o
cérebro e a medula), do coração, do aparelho digestivo, dos olhos e das orelhas,
e dos braços e das pernas.

Aspectos Físicos:

 Ausência da menstruação;

 Cansaço e sonolência;

 Vontade de urinar com frequência;

 Náusea, vômitos e salivação excessiva;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Repulsa ou desejo por certos alimentos;

 Modificações no seio (inchaço, sensação de adormecimento, pesadêz,

formigamento, escurecimento das aréolas, aparecimento de pequenas

veias de cor azul sob a pele, devido ao aumento de irrigação sanguínea

no seio).

Aspectos Emotivos:

21
 Instabilidade emocional, similar à TPM (síndrome pré-menstrual): como

por exemplo, maior irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade

de chorar;

 Apreensão, medo, alegria, excitação.

Cansaço

Muitas gestantes sentem nos primeiros meses da gravidez um enorme


cansaço. Isso porque o corpo está produzindo todo o complexo embrião-
placenta, que é o sistema que servirá para sustentar a vida do bebê, e também
está se adaptando a muitas outras necessidades físicas e emotivas da gravidez.
Todo esse processo deve continuar nos primeiros três meses, por isso,
se estiver se sentindo muito cansada considere como um fato normal e aproveite
para descansar. Aproveite para relaxar sentada com os pés apoiados, aceite a
ajuda de algum familiar nos cuidados com a casa, durma umas duas horas a
mais por noite. Porém se o cansaço for excessivo, ou se for acompanhado de
desmaios, palidez ou palpitações é importante comunicar ao seu obstetra.

Náusea Matutina:

As náuseas, assim como os desejos por certos alimentos, são uma


daquelas verdades da gravidez que não se explicam...existem! Porém um terço
das gestantes não sofre com os sintomas da náusea ou do vômito. Para as
outras gestantes que sofrem com a náusea, resta ao menos o consolo que não
ultrapassa o terceiro mês, e raramente interfere com a alimentação ao ponto de
afetar o feto. Muitas vezes ela pode aparecer em outros períodos do dia, como
à tarde e à noite, ou mesmo durar o dia inteiro.
Ninguém ao certo sabe definir a causa da náusea, mas pelo menos
existem algumas dicas para tentar aliviá-la:
 Faça desde o início da gravidez uma alimentação mais saudável e

balanceada;

22
 Beba muitos líquidos (chás, sucos ou sopas) ou alimentos com alto teor

de água (frutas e verduras);

 Evite sentir o cheiro ou a visão dos alimentos que você já identificou que

lhe causam a náusea;

 Faça várias pequenas refeições ao dia, evitando ficar longos períodos de

estomago vazio;

 Durma bem para se sentir relaxada, e quando levantar de manhã cedo

faça-o lentamente;

 Não tome medicamentos contra a náusea sem antes falar com seu

médico.

Estímulo a Urinar com Frequência:

No primeiro e último trimestre da gravidez, a maior parte das gestantes


faz frequentes idas ao banheiro, e um dos motivos é o aumento representado
pelo maior volume de líquidos corpóreos e pela maior eficiência dos rins. Outro
fator é a compressão feita pelo útero, que começa a aumentar de tamanho,
pressionando a bexiga.

Modificações no Seio:

O seio aumenta já no início da gravidez pela maior quantidade de


hormônios produzidos no seu organismo, isso porque se está preparando para
nutrir o bebê quando ele nascer. A aréola aumenta e escurece, e aparecem
pequenas saliências ao redor, como também surge uma espécie de rede de
pequenas veias azuis. A sensibilidade e a sensação de dor, que você sente no
início da gravidez tendem a desaparecer no 3° ou 4° mês. Durante toda a
gravidez seu seio continuará a crescer e é muito importante o uso de um bom
sutiã que lhe dê sustentação.

23
Complexos Vitamínicos:

Somente o obstetra, conhecendo o estado de saúde da mãe, o modo de


vida e a alimentação, poderá estabelecer a necessidade ou não de receitá-las e
qual o tipo e a dosagem aconselhada.

Aborto Espontâneo:

Quase toda grávida, em algum momento durante o primeiro trimestre da


gravidez, experimenta uma sensação de medo e ansiedade só em pensar na
possibilidade de abortar.
Muitas evitam inclusive falar sobre a gravidez até o quarto mês, quando
começam a se sentir mais seguras. Normalmente, mesmo não gostando de
pensar a respeito, o aborto espontâneo é uma forma que a própria natureza,
genética ou não, encontra de selecionar um embrião ou um feto que tenha
alguma anomalia. E estes receios são comuns a todas as gestantes, por isso, o
melhor é pedir uma orientação completa ao seu ginecólogo, sobre os possíveis
sinais de alerta e o que fazer caso eles ocorram.
E lembre-se de cuidar bem de si mesma, evitando grandes esforços
físicos, descansar e alimentar-se bem e desistir de certos hábitos prejudiciais
como o fumo e o álcool. Cuidando bem de você, você estará cuidando bem de
seu filho!

A Consulta Obstétrica

A primeira consulta obstétrica é a mais completa, pois seu médico irá


recolher todas as informações sobre o histórico médico e ginecológico, e também
serão pedidos vários exames laboratoriais. Antes da consulta, deve-se lembrar
de todo o histórico médico, como doenças e cirurgias que teve, sobre ao que é
alérgica, sobre a história médica do marido e toda a família (doenças
hereditárias), e a história ginecológica (data das primeiras menstruações,
duração do ciclo, etc.). Inicialmente será feita a confirmação da gravidez, com os
24
sintomas que a mãe apresenta e a data da última menstruação, para se
estabelecer a data aproximada do parto.
O ginecólogo irá também fazer uma avaliação completa do estado de
saúde, examinando coração, pulmão, abdómen e seios; medirá também a
pressão arterial, o peso e estatura; e verificará braços e pernas para ver a
presença ou não de varizes ou inchaços; e fará também um exame ginecológico
completo.
A mãe deverá fazer também uma série de exames: hemograma completo,
exame para determinar o fator Rh, exames de urina, Papanicolau, exames para
os anticorpos da rubéola, VDRL (sífilis), entre outros. Lembre-se: esta consulta
é a primeira oportunidade que a mãe tem para você expor suas dúvidas, medos
e preocupações, sendo uma excelente ocasião para discutir com o médico todos
os argumentos que podem estar deixando a mãe ansiosa.

7. O SEGUNDO MÊS DE GESTAÇÃO

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Além de alguns sintomas que continuam do mês passado.
A partir da 5ª semana de gestação, o embrião apresenta um formato oval
parecendo-se mais com um corpinho, e consegue-se perceber em uma
extremidade a formação do cérebro e no resto a formação da estrutura corporal
e dos membros.
É neste período que o coração de seu bebê começará a bater, e começam
a aparecer os delineamentos dos olhos, das orelhas, da boca e das fossas
nasais. Está se formando o saco amniótico (juntamente com o líquido amniótico)
que tem a função de envolver o feto e protegê-lo por toda a duração da gravidez.
Começa a formação dos dedos, e também a definição da estrutura
esquelética, inicialmente com a cartilagem e mais tarde com os ossos. Inicia-se
a formação do aparato genital e dos órgãos do aparelho digestivo. No final deste
período o feto tem aproximadamente 3 cm de comprimento e pesa cerca de 10
gramas, e ele agora tem um aspecto mais humano.

Aspectos Físicos:

25
 Cansaço e sonolência;

 Vontade de urinar com frequência;

 Náusea, vômitos e salivação excessiva;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Repulsa ou desejo por certos alimentos;

 Modificações no seio (inchaço, sensação de adormecimento, pesadêz,

formigamento, escurecimento das aréolas, aparecimento de pequenas

veias de cor azul sob a pele, devido ao aumento de irrigação sanguínea

no seio);

 Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura;

 As roupas começam a ficar ligeiramente estreitas na cintura e no seio, o

abdômen pode parecer um pouco aumentado.

Aspectos Emotivos:

 Instabilidade emocional, similar à TPM (síndrome pré-menstrual): como

por exemplo, maior irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade

de chorar;

 Apreensão, medo, alegria, excitação.

Preocupações

26
Modificação das Veias: Muitas gestantes notarão que seu corpo
apresenta um reticulado de veias azuis finíssimas, sem saber o que causa isso.
Isso se deve ao seu sistema circulatório, que devido ao maior volume de sangue
associado à gravidez que circula em seu corpo, forma este reticulado em seu
corpo. O maior problema relacionado com seu sistema circulatório em uma
gravidez diz respeito à formação de varizes e o melhor mesmo para evitar o
aparecimento delas é a prevenção, principalmente porque se você ficar grávida
outras vezes, as varizes tenderão a piorar. O que a mãe pode fazer: evite
aumentar muito de peso, evite ficar muito tempo em pé, e quando estiver sentada
deixe as pernas apoiadas em alguma almofada ou "puff"; use meias elásticas
durante todo o dia; faça caminhadas leves todos os dias.
Problemas de Pele: A maior parte das gestantes apresenta uma pele
esplendorosa durante a gravidez, devido muitas vezes às alterações hormonais.
Mas muitas vezes, são estas mesmas alterações que provocam em outras
gestantes o aparecimento de "espinhas", principalmente em mulheres que
habitualmente sofrem com isso nos períodos pré-menstruais. Para melhorar os
problemas, tente seguir uma dieta equilibrada, que fará bem seja ao seu bebê
seja à sua pele; beba muita água, que é um dos melhores hidratantes da pele;
faça sempre uma boa limpeza na sua pele com produtos neutros e delicados;
evite tomar sol ou se assim o fizer use sempre um protetor solar.
Perder a Forma Física: Um dos principais receios da mulher grávida é
perder a forma física... principalmente para aquelas que sempre se preocuparam
muito com seu aspecto. Depois do parto, muitas mulheres têm problemas para
voltar à forma física de antes porque engordaram muito, não seguindo uma dieta
balanceada e não fazendo nenhum tipo de atividade física, como por exemplo
caminhar. Seguindo a correta orientação do seu médico e adotando hábitos
alimentares saudáveis, você deverá aumentar somente o necessário durante a
sua gravidez, e após o parto e a amamentação, você poderá assim voltar em
alguns meses à forma física precedente.
Dor de Estômago e Indigestão: Vários fatores contribuem para esses
distúrbios do aparelho digestivo durante a gravidez, que afligem a maioria das
gestantes por quase toda a duração da gravidez (algumas mais, outras menos).
De qualquer forma pode-se tentar diminuir essas sensações desagradáveis

27
seguindo alguns conselhos que provavelmente são indicados para muitos outros
sintomas: controle para não aumentar muito de peso; não use roupas muito
estreitas que apertem no abdômen já um pouco aumentado; coma lentamente
mastigando pausadamente; elimine aqueles alimentos que você já reconhece
que lhe causam indigestão; evite o fumo e o álcool; levante o espaldar de sua
cama cerca de 10 a 15 cm para dormir com a cabeça mais alta; e caso nada dê
certo, consulte seu médico e peça uma orientação mais específica.
Repulsa ou Desejo por Certos Alimentos: Aqui podemos imaginar a
clássica cena do marido acordado no meio da madrugada numa noite chuvosa
de inverno para ir procurar ostras empanadas ao molho agridoce. Muito disso é
folclorístico, e são poucas as gestantes que realmente passam por esse tipo
exagerado de "vontade". Existem muitas teorias sobre o fundamento dos
"desejos da mulher grávida", e alguns interpretam estes desejos como um aviso
que o próprio organismo nos envia de que algum alimento (ou substância) se faz
necessária ou o inverso. Na realidade, cabe um pouco de bom senso: se deseja
ardentemente algum alimento que você sabe que faz bem a você ou ao bebê,
não hesite em comê-lo. Mas se sente total aversão por alimentos que deve
comer pelo valor nutritivo que eles têm, tipo peixe ou verduras de folha verde, aí
você deverá conversar com seu médico para orientá-la melhor na substituição
por outros alimentos de igual valor.

8. O TERCEIRO MÊS DE GESTAÇÃO

Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Além de alguns sintomas que continuam do mês passado.

28
Entre a nona e a décima semana a cabeça do feto já está bem delineada,
aparecendo um tanto quanto desproporcionada em relação ao resto do corpo.
Neste período se formam as pálpebras que irão proteger os globos oculares.
Já começam a se desenvolvendo outros órgãos, o sistema circulatório e
urinário já está funcionando, os órgãos genitais já se desenvolveram e os
lineamentos do rosto já estão modelados. No final da 10ª-11ª semana, aparecem
sob a derme as terminações nervosas, e o feto já consegue reconhecer os sons
maternos da respiração, dos batimentos cardíacos e da voz.
Os músculos e as articulações consentem ao feto fazer seus primeiros
movimentos, na ponta dos dedos se visualizam as unhas, e ele começa a
movimentar-se bastante suas mãozinhas e pezinhos, em contínuos movimentos
de abrir e fechar. Também já pratica a sucção, engolindo líquidos à sua volta.
Próximo ao final do terceiro mês, o feto já aumentou de tamanho,
chegando a medir cerca de 6,25 a 7,5 cm e pesa aproximadamente 14 a 18
gramas.
Ao final do terceiro mês, sua barriga se notará muito pouco, mesmo se
você já teve um aumento de peso aproximadamente de 2 quilos. Ao contrário de
seus seios que devem ter aumentado bastante a ponto de você precisar
aumentar a numeração de seu sutiã.

Aspectos Físicos:

 Cansaço e sonolência;

 Vontade de urinar com frequência;

 Náusea, vômitos e salivação excessiva;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Repulsa ou desejo por certos alimentos;

 Modificações no seio (inchaço, sensação de adormecimento, peso,

formigamento, escurecimento das aréolas, aparecimento de pequenas

29
veias de cor azul sob a pele, devido ao aumento de irrigação sanguínea

no seio);

 Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura;

 As roupas começam a ficar ligeiramente estreitas na cintura e no seio, o

abdômen pode parecer um pouco aumentado;

 Aumento do apetite;

 Algumas veias ficam mais visíveis, devido ao aumento no volume de

sangue.

Aspectos Emotivos:

 Instabilidade emocional, similar à TPM (síndrome pré-menstrual): como

por exemplo, maior irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade

de chorar;

 Apreensão, medo, alegria, excitação;

 Períodos de extrema calma e serenidade.

Preocupações

 Prisão de Ventre;

 Gazes;

 Aumento de Peso;

 Distúrbios com o Sono.

9. O QUARTO MÊS DE GESTAÇÃO

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Fonte: www.gestacaobebe.com.br

Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Além de alguns sintomas que continuam do mês passado.
A partir da 14ª semana todos os órgãos internos do feto estão com suas
estruturas principais já formadas. O fígado começa a produzir o primeiro suco
gástrico, e os rins iniciam a produção de urina, que é diluída e formada
basicamente de líquido amniótico.
Entre a 15ª e a 16ª semana, os delineamentos do rosto do bebê se
definem melhor, com a formação da boca.
A pele que vai se formando é lisa e transparente, e os primeiros
cabelinhos começam a aparecer. Como o bebê engole muito líquido amniótico,
às vezes ele pode ter soluços. E também poderá ser flagrado chupando o
polegar.
Neste período, a produção de células nervosas inicia a se acelerar, e as
estruturas muscular e óssea prosseguem em seu desenvolvimento, fazendo com
que ele comece a se movimentar mais dentro do útero materno.
Ao final do 4° mês, o bebê em média mede uns 10 a 12 centímetros e seu
peso pode chegar a aproximadamente 200 a 220 gramas, mas ainda não será
possível se detectar no ultrassom qual o sexo do bebê.

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Aspectos Físicos:

 Cansaço;

 Diminuição da frequência da vontade de urinar;

 Diminuição ou desaparecimento da náusea, vômitos e salivação

excessiva;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 O seio continua a aumentar de tamanho, mas a sensação de dor e

desconforto provocada pelo inchaço desaparecem ou diminuem;

 Possíveis dores de cabeça;

 Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos;

 Aumento do apetite;

 Aumento da umidade vaginal;

 Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorroidas;

 Algumas gestantes, principalmente as mais magras, poderão sentir no

final do 4° mês de gestação leves movimentos do bebê.

Aspectos Emotivos:

 Instabilidade emocional, similar à TPM (síndrome pré-menstrual): como

por exemplo, maior irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade

de chorar;

 Apreensão, medo, alegria, excitação;

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 Uma certa sensação de "estar fora de sintonia", podendo às vezes fazer

você se sentir atrapalhada, esquecendo das coisas, ou simplesmente sem

a menor concentração no que está fazendo.

Preocupações

 Dores nas Costas;

 Câimbras;

 Perdas Vaginais;

 Linha Nigra e Outras Alterações na Pele.

10. O QUINTO MÊS DE GESTAÇÃO

Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Além de alguns sintomas que continuam do mês passado.

33
Fonte: www.gravidezperfeita.com.br

Nesta fase, a futura mamãe começará a sentir os movimentos do bebê,


cada vez mais intensos. No início, a sensação é como movimentos das asas de
uma borboleta dentro de seu ventre. E como ele começa a ter um maior período
ativo, em certos períodos do dia, passa também por alguns períodos de repouso.
A pele do bebê, nesta fase, forma a chamada "vernix caseosa" que é uma
película de gordura sobre a pele que tem a finalidade de protegê-la. Começam
a surgir os pelinhos que irão formar os cílios e as sobrancelhas, assim como os
cabelos.
Este mês, o bebê cresce bastante, podendo aumentar até
aproximadamente 25cm. e pesar de 340 a 500 gramas. Seu corpo, neste
período, já é todo bem proporcional, cabeça-tronco-membros.
Em média, uma gestante deve aumentar aproximadamente 450 gramas
por semana no segundo trimestre da gravidez. Ou seja, a cada mês um aumento
de mais ou menos 2 quilos. Sua barriga agora já deve estar bem redondinha,
seus seios poderão estar já produzindo um pouco de colostro.

Aspectos Físicos:

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 Movimentos fetais (finalmente você poderá sentir seu bebê!!);

 Aumento da umidade vaginal (leucorreia);

 Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Câimbras nas pernas;

 Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos;

 Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura;

 Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorroidas;

 Grande aumento do apetite;

 Dores nas costas;

 Modificação na pigmentação da pele no abdômen e no rosto;

 Aumento da pulsação (frequência cardíaca).

Aspectos Emotivos:

 Maior estabilidade emocional, podendo de vez em quando sentir-se ainda

um pouco irritada e com algumas mudanças de humor;

 Sentido mais amplo de aceitação da realidade de se "estar grávida”;

 Períodos de distração e falta de concentração no que se está fazendo.

Preocupações

 Aparecimento de Estrias;

 Desmaios e Tonturas;
35
 Problemas Dentários;

 Atividades Físicas.

11. O SEXTO MÊS DE GESTAÇÃ

Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos. Além


de alguns sintomas que continuam do mês passado.
Neste mês, o bebê começa a desenvolver quatro dos 5 sentidos: audição,
olfato, tato e paladar. A visão será o último dos sentidos a se desenvolver. O bebê
já reage a estímulos externos, como a luz e a música, e também percebe os
barulhinhos físicos da mamãe, como o bater do seu coração ou os gorgulhos
intestinais.
Se antes a mãe sentia um leve farfalhar, a cada semana que passa ela irá
sentir os movimentos do bebê cada vez mais intensamente. Isso porque agora os
músculos e articulações já estão bem mais firmes.
Até agora o bebê era bem magrinho, mas nesta fase ele começa a acumular
os primeiros depósitos de gordurinhas, sob a superfície da pele. Nesta fase, já é
possível escutar o coração do bebê na consulta mensal ou com a ajuda de um
estetoscópio.
Ao completar este mês, o bebê terá aproximadamente 33 centímetros, e
mais ou menos 700 gramas. Provavelmente já estará assumindo a chamada
posição fetal, com os joelhos próximos ao abdômen e os braços dobrados no peito.
Se a mãe estiver conseguindo controlar o aumento de peso, deverá ter
aumentado uns 5 a 6 quilos, aproximadamente. Como grande parte deste ganho
de peso se concentra na região do abdômen, é provável que a mãe se sinta mais
cansada e com algumas dores pelo corpo.

Aspectos Físicos:

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 Movimentos fetais cada vez mais intensos;

 Sensação de dormência na parte baixa do ventre;

 Aumento da umidade vaginal (leucorreia);

 Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Câimbras nas pernas;

 Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos;

 Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura;

 Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorroidas;

 Grande aumento do apetite;

 Dores nas costas;

 Modificação na pigmentação da pele no abdômen e no rosto;

 Aumento da pulsação (frequência cardíaca);

 Sensação de coceira no abdômen.

Aspectos Emotivos:

 Maior estabilidade emocional;

 Uma certa ansiedade com relação ao futuro;

 Períodos de distração e falta de concentração no que se está fazendo.

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Preocupações
 Infecção das Vias Urinárias;

 Coceira;

 Hemorroidas.

12. O SÉTIMO MÊS DE GESTAÇÃO

Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Além de alguns sintomas que continuam do mês passado.
Nesta fase seu bebê já está bem formado, o sistema nervoso está se
aperfeiçoando cada vez mais, e o cérebro está tendo um desenvolvimento
acelerado. Ao final do sétimo mês, seus pulmões começam a se desenvolver e
se por acaso nascesse agora, teria grandes chances e possibilidades de
sobreviver.
O bebê durante o sétimo mês já consegue ter várias reações, como abrir
e fechar os olhos e ter maior percepção da luz; distinguir entre o gosto doce e o
amargo, e responder a certos estímulos com choro.
Ao final do sétimo mês, seu bebê terá crescido bastante, chegando a
pesar de 1 a 1,3 quilo, e medindo entre 37 a 40 cm. À medida que ele cresce,
vai ocupando cada vez mais espaço no útero, que começa a ficar uma casa um
pouco estreita para ele.
Se você continua mantendo um aumento de peso controlado, deve estar
parecendo uma grávida com um barrigão bem redondo e bonito, mesmo se cada
vez mais você estiver sentindo os pequenos probleminhas normais da gravidez,
aproveite para ir vendo cursos de preparação ao parto e também para descansar
um pouco mais.

Aspectos Físicos:

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 Movimentos fetais cada vez mais intensos;

 Sensação de dormência na parte baixa do ventre;

 Aumento da umidade vaginal (leucorreia);

 Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Câimbras nas pernas;

 Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos;

 Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura;

 Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorroidas;

 Dores nas costas;

 Falta de ar e dificuldades para respirar;

 Insônia;

 Sensação de coceira no abdômen.

Aspectos Emotivos:

 Uma certa ansiedade com relação ao bebê e ao parto;

 Períodos de distração e falta de concentração no que se está fazendo;

 Sonhos e fantasias sobre o bebê.

Preocupações

39
 Inchaço;

 Calor Excessivo e Transpiração.

13. O OITAVO MÊS DE GESTAÇÃO

Fonte :www.gestacaobebe.com.br

Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Além de alguns sintomas que continuam do mês passado.
O ritmo do crescimento do bebê agora é bem veloz, e a maioria dos
órgãos principais já estão funcionando. Toda a estrutura que compõe os olhos
está perfeitamente desenvolvida (a íris apresenta uma coloração azulada).
Também a audição já se desenvolveu e ele consegue reconhecer a voz da

40
mamãe e do papai. Consegue perceber melhor os sons mais graves que os
agudos.
O espaço que o bebê ocupa agora já não é mais tão folgado, e ele começa
a se posicionar de cabeça para baixo, assumindo uma posição mais confortável
e que manterá até a hora do nascimento. Com isso, volta a pressionar um pouco
a bexiga da mamãe.
Os movimentos do bebê agora são bem mais ativos, e você conseguirá
inclusive distinguir com que parte do corpo ele está chutando. Mesmo com o
espaço reduzido, ele ainda chuta, e como!! É possível monitorar os movimentos
do bebê contando seus chutes, pelo menos 10 chutes podem ser sentidos a cada
duas horas.
Ao final do oitavo mês, já bem desenvolvido, seu bebê terá
aproximadamente 45 a 47 cm de altura e pesará mais ou menos 2250 a 2400
gramas.
A esta altura da gravidez, você estará já sentindo as contrações de
Braxton Hicks, que são contrações fraquinhas e indolores, mas que fazem com
que seu corpo se prepare para o parto. Cada gestante apresenta uma barriga
diferente: mais alta, mais baixa, mais volumosa, menos volumosa, mais larga ou
mais compacta. Isso varia de acordo com o seu tipo físico, com o aumento de
peso durante a gravidez, e também com a dimensão do seu bebê.

Aspectos Físicos:

 Movimentos fetais fortes e regulares;

 Aumento da umidade vaginal (leucorreia);

 Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Câimbras nas pernas;

 Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos;

41
 Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura;

 Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorroidas;

 Dores nas costas;

 Falta de ar e dificuldades para respirar;

 Insônia;

 Sensação de coceira no abdômen;

 Contrações de Braxton Hicks;

 Colostro, que pode gotejar dos seios.

Aspectos Emotivos:
 Uma certa ansiedade com relação ao bebê e ao parto;

 Períodos maiores de distração e falta de concentração no que se está

fazendo;

 Um desejo cada vez maior de que a gravidez termine logo.

Preocupações

 Falta de Ar e Dificuldades para Respirar;

 Contrações de Braxton Hicks;

 Preparando-se para o Parto.

14. O NONO MÊS DE GESTAÇÃO

42
Sintomas, sinais e sensações

Pode-se apresentar todos ou somente alguns dos sintomas descritos.


Além de alguns sintomas que continuam do mês passado.

Fonte: pikuruxo.com.br

O bebê neste último mês de gestação está praticamente pronto para


nascer. O estomago e rins agora funcionam perfeitamente; os pulmões estão
totalmente desenvolvidos e prontos para respirar; o intestino já produziu mecônio
(substância que será eliminada juntamente com as primeiras fezes); o corpo
adquiriu uma boa camada de gordura.
A pele já não é mais rugosa e fina como antes, e sim macia e delicada, e
os cabelos já são um pouco compridos. Os progressos mais interessantes nesta
fase são no desenvolvimento sensorial, e agora ele passa a maior parte do
tempo dormindo e descansando, como que se preparando para a hora do
nascimento.
Finalmente, é hora de nascer e o bebê estará prontinho para chegar ao
mundo. Em média, o peso de um bebê no final da gestação é de
aproximadamente 3300 gramas, e sua altura pode variar de 48 a 52 cm
(dependendo do sexo).
Com o aproximar-se do final da gestação e com o rebaixamento do útero,
a mãe estará sentindo-se melhor, com mais facilidade para respirar, com menor
43
pressão no estômago e com uma sensação de maior liberdade na parte de cima
do seu ventre.

Aspectos Físicos:

 Menor movimentação do bebê dentro do útero (devido à falta de espaço);

 Aumento da umidade vaginal (leucorreia), de forma mais abundante;

 Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido;

 Prisão de ventre;

 Azia e dificuldade de digestão;

 Câimbras nas pernas;

 Aumento do inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das

mãos;

 Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura;

 Algumas veias varicosas e/ou hemorroidas;

 Aumento das dores nas costas e da sensação de peso nas pernas;

 Respiração mais fácil quando o bebê se posicionar mais para baixo;

 Maior estímulo a urinar, depois que o bebê se posicionar mais para baixo;

 Insônia;

 Sensação de coceira no abdômen;

 Aumento na intensidade das Contrações de Braxton Hicks;

 Colostro, que pode gotejar dos seios;

 Sensação de incômodo ou adormecimento das nádegas e da pélvis;

 Períodos alternados de maior energia ou maior cansaço;

 Aumento ou perda do apetite.

44
Aspectos Emotivos:

 Aumento da ansiedade, excitação e preocupação com relação ao bebê e

ao parto;

 Períodos maiores de distração e falta de concentração no que se está

fazendo;

 Uma sensação de alívio maior ao pensar de que a gravidez está chegando

ao fim;

 Impaciência e Inquietação;

 Sonhos e fantasias sobre como será o bebê.

Preocupações

Alguns Sintomas de um Pré-trabalho de Parto: algumas semanas antes


do parto, o corpo da gestante passa por algumas transformações em decorrência
de estar se preparando para o parto propriamente dito: o bebê se posiciona mais
para baixo na pélvis da mãe, o que dá uma maior sensação de compressão no
baixo ventre, às vezes acompanhada de uma dor lombar; as contrações de
Braxton Hicks se intensificam, tornando-se mais dolorosas e intensas, o que
pode deixar a gestante incerta de reconhecer o trabalho de parto que se inicia;
perdas vaginais mais abundantes e às vezes com uma coloração mais rosada
(sintoma provocado pelo rompimento de algumas veias capilares causado pela
descida do bebê se posicionando no útero para o nascimento).
Alguns Sintomas do Trabalho de Parto: as contrações se intensificam,
cada vez mais frequentes e mais intensas, e geralmente mais regulares; as dores
iniciam-se na parte baixa das costas e se espalham por todo o baixo ventre, às
vezes também nas pernas; e se dá o rompimento da bolsa uterina; muitas vezes,
é expelido o "tampão" (uma espécie de tampa mucosa e elástica que fecha a

45
abertura do útero contra bactérias e fungos. Obs: às vezes, a perda deste
"tampão" pode acontecer dias antes do trabalho de parto iniciar realmente).

15. NUTRIÇÃO GESTACIONAL

Alimentação da gestante e do bebê

A nutrição desempenha um importante papel na gestação. Foi


demonstrado através de testes laboratoriais que dietas deficientes causam
efeitos prejudiciais tanto à mãe quanto ao feto. Constatado por alguns estudos
que a má nutrição materna pode ser uma causa de deficiência no crescimento,
resultando em bebês pequenos e de baixo peso.
As consequências da má nutrição para o feto dependem do período,
severidade e duração da restrição dietética. Adicional energia, proteínas,
vitaminas e minerais são requeridos durante a gravidez para suportar a demanda
metabólica da gravidez e do crescimento fetal.

Adicionando Energia à Sua Dieta

Encontrar o requerimento energético ideal é difícil, porque ele está


correlacionado com o peso da mulher antes da gravidez, o ganho de peso,
período da gestação e a atividade física. De acordo com as Quotas Dietéticas
Recomendadas (RDAs) é necessário um adicional de 300Kcal no período da
gestação, em especial no segundo e terceiro trimestre.

Adicionando Proteínas à Sua Dieta

Ocorre a necessidade de um adicional proteico para suportar a síntese de


tecidos maternal e fetal. É importante compreender que é importante adequar a
alimentação em relação a energia e proteína. O crescimento é um processo
complexo que requer mais do que um fornecimento adequado de proteínas

46
e energia. Para garantirmos uma gestação saudável, ocorre a necessidade de
uma ingestão de vitaminas e minerais dietéticos e/ou suplementados.

Adicionando Vitaminas e Minerais à Sua Dieta

Todos as vitaminas e minerais são de suma importância. Na gestação,


podemos dar maior ênfase ao ácido fólico, ácido ascórbico, vitaminas B6, A, D,
E, K, cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobre, sódio, magnésio, flúor e iodo. Para suprir
as nossas necessidades é extremamente importante uma alimentação
diversificada incluindo cereais, produtos integrais, oleaginosas, frutas, legumes,
verduras, laticínios e carnes nas quantidades recomendadas. Os minerais e as
vitaminas possuem funções específicas que garantem a saúde da mãe e o
perfeito desenvolvimento fetal. É fundamental que a "futura mamãe" tenha
hábitos alimentares saudáveis e "escolha" os alimentos corretamente garantindo
a ingestão de todos os nutrientes necessários.

A Dieta da Mãe que Amamenta

O mesmo podemos dizer para as mães que amamentam, pois durante


este período há um aumento das necessidades energéticas em função do
grande gasto calórico para a produção do leite. A mãe que está amamentando
não pode esquecer de ingerir líquidos em grandes quantidades, principalmente
água (pelo menos um litro por dia), chás e sucos. O baixo consumo de líquido
pode levar a uma diminuição da produção de leite

Precauções para Mães que Amamentam

 Evitar grandes quantidades de café, chá preto, chocolate, alimentos com

corante, alimentos light e adoçantes;

 Não exagerar em temperos de odor forte, como o alho;

 Não fumar nem fazer uso de bebidas alcóolicas;


47
 Procurar comer peixe duas a três vezes na semana;

 Não tomar medicamentos sem orientação médica, pois algumas drogas

podem ser transmitidas para o leite.

 É fundamental que essas fases "especiais de nossas vidas" sejam muito

bem programadas e orientadas por profissionais competentes para

garantirmos a nossa saúde e a de nossos filhos.

 O ideal é procurar a orientação de um profissional especializado para que

a dieta seja direcionada para "você ", de acordo com as sua necessidades

nutricionais, peso atual e exame laboratoriais.

Para a gestante

Indicações relacionadas aos cuidados que uma gestante deverá ter no


período gestacional e lactante:
 Ingestão de ácido fólico (evita malformação, alimentos como: gema de

ovo, fígado, grãos).

 Ômega 3 (que ajuda no combate a depressão na mãe, durante a gestação

ou pós-parto, e ajuda a regular o funcionamento do intestino, alimentos

como: agrião, linhaça, peixe, nozes, castanha).

 Evitar Tabagismo, álcool, drogas, café. O consumo desses produtos

pode trazer problemas em saúde da mãe e do bebê.

Aspecto Nutricional do Aleitamento Materno

48
O leite materno é composto pelo colostro, que é o primeiro leite, e que
apresenta os níveis mais altos de proteína, servindo para estabilizar os níveis de
glicose no sangue do bebê que caem muito, logo após o nascimento. É rico em
vitaminas e minerais. O colostro ajuda a limpar a primeira descarga intestinal do
recém-nascido, preparando o aparelho digestivo do bebê para receber o leite
transicional e o leite amadurecido. O leite é constituído principalmente de água,
proteína, lactose, além de apresentar uma suplementação de vitaminas e sais
minerais, incluindo cálcio, fósforo, zinco e vitaminas B6, B12, C e D.

Aspecto Imunológico do Aleitamento Materno

O leite materno é composto também de fatores que dão imunidade, já que


o recém-nascido não consegue produzir seus próprios anticorpos. Somente aos
três meses o bebê terá sua defesa imunológica completa.

Aspecto Morfofuncional do Aleitamento Materno

Existe uma grande desproporção entre o crânio cefálico e o crânio facial


do recém-nascido, sua mandíbula apresenta-se retraída em relação à maxila, a
sua língua é volumosa frente ao tamanho da cavidade oral e fica numa posição
mais baixa da boca.
A sucção tem um papel muito importante no desenvolvimento ósseo-
muscular e assim, no equilíbrio do posicionamento das arcadas e da língua. Ao
colocar o bebê no seio materno, ele abocanha tanto o bico quanto a auréola,
comprimindo com a sua língua o seio contra o palato duro (céu da boca),
promovendo a extração do leite. A sucção começa a estimular a mandíbula para
frente e para trás, para cima e para baixo, a língua faz um movimento também
de frente para trás para jogar o leite para a orofaringe (garganta) ocorrendo uma
contração nos lábios e uma estimulação para o bebê respirar pelo nariz, pois não
solta o peito enquanto mama.
Desde cedo, o bebê já faz um árduo trabalho, fazendo com que chegue a
suar, pois, a sucção natural exige muito esforço. Todo este esforço que o bebê
realiza é chamado também de movimento de " ordenha".
49
No decorrer dos meses (aproximadamente 3 meses), o bebê passa a ter
mais prática nessa movimentação, diminuindo o reflexo de sucção e passando
para uma função voluntária, preparando assim sua musculatura para um padrão
de sucção mais automatizado, que ocorrerá em torno dos 6 a 7 meses. A sucção
fica mais organizada, com início de dissociação da língua, mandíbula e lábios,
ou seja, estes órgãos deixam de funcionar como um único bloco, sendo que a
mandíbula passa a crescer para baixo e para frente. É também a partir dos 7
meses aproximadamente que o reflexo de deglutição começa a ser mais
voluntário iniciando-se a partir daí a mastigação. Assim o bebê fica pronto para
começar a receber outros tipos de alimentos, mesmo ainda sendo amamentado
no peito.

16. POSICIONAMENTO DO BEBÊ DURANTE A AMAMENTAÇÃO

A posição do bebê deve ser a mais confortável possível, principalmente a


da mamãe, mas é importante frisar que a criança deve ficar com a cabeça
ligeiramente mais elevada, ficando todo encostado no corpo e colo da mãe.
Desta maneira evita-se que o leite escorra para a tuba auditiva (orifício de
ligação entre a boca e o ouvido), causando dores de ouvido frequentes, o que
pode prejudicar o desenvolvimento da audição e consequentemente da
linguagem.

50
Fonte: oapostura.com.br

Nós sabemos que nesta fase a mamãe está passando por situações
novas, dores nas costas, dores nos seios, mas mesmo assim temos que
enfatizar que amamentar o bebê no seio, irá suprir as necessidades afetivas
dele, porque permanece mais tempo com a mãe num contato muito íntimo, pois
é neste ato que a mãe acaricia e fala com seu bebê, estimulando dessa forma o
melhor e mais saudável desenvolvimento da linguagem e emocional do bebê.

17. O PARTO

A forma de parto preferencial deve ser sempre o parto normal, pela via vaginal.
Porém, a cesariana pode ser indicada por questões médicas relativas a problemas na
gravidez, ou simplesmente por solicitação da gestante.
A exagerada popularização da cesária nas últimas décadas provocou na
população a falsa impressão de que o parto por cesária é mais seguro e acarreta menos
complicações para o bebê. Entretanto, o que ocorre é exatamente o oposto. Alguns

51
estudos mostram que o risco de complicações na cesariana chega a ser o dobro do parto
normal.

18. PARTO NORMAL

Fonte: www.todamateria.com

Toda mulher quando fica grávida espera ansiosa a chegada do bebê, mas
uma das dúvidas que muitas mulheres têm é: Fazer parto normal ou cesariana?
O parto normal tem muitas vantagens sobre a cesariana, pois o corpo da
mulher foi preparado para isso, portanto a recuperação é mais rápida e as
chances de surgirem hematomas e infecções na mãe e no bebê são muito
menores, pois o parto normal é o término natural de uma gravidez. O ideal é que
o bebê escolha o dia em que quer nascer.
Por vezes podem ocorrer algumas complicações que colocam em risco a
vida da mãe e do bebê, por isso muitas vezes a cesariana é a saída, mas quando
a cirurgia é agendada com muita antecedência, corre-se o risco de a criança
nascer prematura, mais magra e com os músculos ainda não completamente
desenvolvidos. Há alguns fatores que podem fazer o médico optar por uma

52
cesariana, como é o caso de hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes gestacional,
insuficiência placentária, problemas do coração e do rim, entre outros.
Quando a mãe começa a sentir algumas contrações não dolorosas, mas
frequentes, é sinal de que o bebê já está querendo vir ao mundo e já é hora de
ir para o hospital. No hospital serão feitos alguns procedimentos de rotina e o
médico obstetra irá avaliar a dilatação do colo do útero e a posição do bebê. Se
o colo do útero estiver dilatado e a criança estiver em posição cefálica (de cabeça
para baixo), o parto normal poderá acontecer. Em algumas mulheres a dilatação
do colo do útero deve ser induzida. Para isso, usa-se o hormônio sintético
ocitocina, que é produzido naturalmente pela gestante durante o trabalho de
parto.
Quando as contrações começam com um ritmo constante e regular, inicia-
se o trabalho de parto. Muitos médicos, para aliviarem a dor das mamães,
recorrem a uma anestesia que associa a anestesia raquidiana usada na cesárea
com a anestesia peridural. A paciente não sofre, mas também não perde
totalmente a sensibilidade na região pélvica. Sendo assim, a mãe consegue fazer
a força necessária para impulsionar a criança para fora.
Quando o bebê passa pelo canal vaginal, ele tem todo o seu corpinho
comprimido, inclusive o seu tórax, mas não pense que isso é ruim para o bebê,
pelo contrário, isso garante que o líquido amniótico de dentro dos seus pulmões
seja expelido pela boca, facilitando o primeiro suspiro da criança na hora em que
nasce.
Outro fato que ocorre durante o parto normal é o estresse que o bebê
sente ao sofrer as contrações. Ao passar por esse estresse, o organismo do
bebê irá liberar o hormônio cortisol. No organismo infantil a liberação desse
hormônio faz com que seus pulmões funcionem muito bem, podendo até evitar
futuras pneumonias. Após a saída do bebê, o útero irá se contrair mais uma vez
para expulsar a placenta.
Durante o trabalho de parto, o médico pode optar por fazer uma pequena
incisão no períneo (região entre a vagina e o ânus), chamada de episiotomia.
Essa incisão é feita quando o espaço é pequeno e não dá para a criança passar.
Após o parto, o corte é suturado e cicatriza em poucos dias.
Quando em trabalho de parto, o organismo da mamãe já está produzindo
ocitocina e prolactina, hormônios naturais que aceleram a descida do leite,
53
portanto, assim que vem ao mundo o bebê já pode ser amamentado pela mãe.
Após 48 horas do parto normal, mamãe e bebê já podem ir para casa.

19. A recuperação do parto normal

Dor na região vaginal: É normal ficar com dores no corpo depois de dar
à luz por parto normal, principalmente na região do períneo, a área que fica
entre a vagina e o ânus. Mesmo que você não leve pontos, essa área é
pressionada pela cabeça do bebê durante o parto, por isso fica sensível. No
caso de ter havido fissuras ou lacerações na pele na hora da saída do bebê, os
pontos também deixarão a região dolorida. Se o médico tiver feito
uma episiotomia, pode ser que o corte incomode um pouco mais. O incômodo
deve melhorar em alguns dias, mas há casos em que a dor permanece por
algumas semanas. Depois de dois meses você não deve mais sentir dor
nenhuma. Para aliviar a dor, siga as orientações médicas. O médico pode
receitar algum analgésico seguro para quem amamenta. Veja outras medidas
que se pode tomar:
 Varie de posição: de pé, sentada e deitada, para aliviar a pressão da área.

 Faça compressas geladas. O que funciona bem é um saco de ervilhas

congeladas, envolto num pano.

 Descanse o máximo que puder, sempre que sentir necessidade, para

ajudar seu corpo a se recuperar.

 Faça um banho morno de assento.

 Faça exercícios para o assoalho pélvico, porque eles ajudam a acelerar a

cicatrização e aumentam o fluxo sanguíneo na região.

 Sempre que for fazer xixi, jogue ao mesmo tempo um copo de água morna

sobre sua vagina. Assim a urina fica diluída, o que reduzirá o ardor no

períneo.

54
 Use uma boia, almofada para hemorroida (com um buraco no meio) ou

até a almofada de amamentação para se sentar sem pressionar a região

dos pontos.

Problemas com o xixi: Os músculos da região pélvica foram muito


distendidos durante o parto, então pode ser que eles fiquem meio adormecidos
por um tempo, e isso geralmente resulta em algumas consequências:
 Aflição ou dificuldade para urinar, principalmente nos primeiros dias, às

vezes por efeito colateral dos medicamentos ou medo do ardor. Você

pode urinar em pé, sob o chuveiro ligado, para facilitar, ou jogar água

morna sobre a vagina ao mesmo tempo em que faz xixi, para diluir a urina

e diminuir o ardor nos pontos, se houver.

 Você não sente que está com vontade de fazer xixi e, com tanta coisa

para fazer, acaba se esquecendo. Aí começa a sentir um incômodo na

barriga, porque a bexiga está cheia demais. Procure se lembrar de ir ao

banheiro, mais ou menos, de duas em duas horas.

 O xixi escapa quando você tosse, espirra ou dá risada. É

uma incontinência urinária normal, que deve ser temporária.

Hemorroidas: As hemorroidas são comuns na gravidez, e podem se


agravar ou então surgir durante o trabalho de parto. A tendência é que elas
desapareçam logo, já que não existem mais os fatores hormonais nem a
pressão do peso do bebê sobre as veias. Para aliviá-las, você pode usar as
mesmas medidas que para a região da vagina (evitar ficar muito tempo sentada,
aplicar compressas geladas, fazer banho morno de assento), mas
principalmente deve evitar a prisão de ventre.

Dor para fazer cocô: A primeira ida ao banheiro depois do parto normal pode

55
causar muito nervosismo, afinal toda aquela área está muito sensível. Mas não
adie o momento. Segurar as fezes só vai fazer com que elas fiquem mais
ressecadas e duras, e isso pode provocar sangramento, fissuras e dor na hora
H. O fato de ter ficado algum tempo sem comer durante o trabalho de parto
pode contribuir para que o intestino fique mais preguiçoso. Alguns remédios
para a dor e os suplementos de ferro também têm como efeito colateral a prisão
de ventre. Veja o que você pode fazer:
 Por mais ocupada que você esteja com o bebê, ou por mais medo que

você tenha da dor, não adie a ida ao banheiro. A situação só vai piorar se

as fezes ficarem endurecidas.

 Coma alimentos ricos em fibras, como frutas e verduras.

 Tome muita água, e, se puder, tome suco de laranja com mamão e

ameixa.

 Faça pequenas caminhadas, pois o movimento ajuda o intestino a

funcionar.

 Pergunte ao médico se é o caso de tomar algum medicamento laxante,

ou usar um supositório de glicerina, principalmente se estiver com pontos

no períneo.

Outros sintomas: Depois do parto, você pode ter outros sintomas que são
normais:
 Pés inchados, suor em excesso, xixi em grande quantidade: Tudo isso

significa que seu corpo está se livrando do líquido que acumulou durante

a gravidez.

 Sangramento vaginal: O sangramento normalmente começa logo após

o parto e dura algumas semanas, como se fosse uma menstruação mais

longa.

56
 Veias estouradas nos olhos, nas bochechas e no peito: Devido à força no

período expulsivo do parto, pode ser que algumas veias fininhas,

chamadas capilares, tenham estourado, deixando seus olhos e sua pele

com manchinhas vermelhas. O vermelho deve ir melhorando com o

tempo. Se você achar que as manchas estão aumentando, procure seu

médico.

 Cólicas parecidas com as menstruais na hora da amamentação: Seu

útero se contrai para voltar ao tamanho de antes da gravidez, e essas

contrações causam dor. O hormônio que faz o útero se contrair é liberado

durante a amamentação, por isso é normal sentir cólicas enquanto o bebê

mama. O sangramento também pode aumentar nesses momentos.

Se tiver levado pontos, o médico talvez queira ver depois de uma semana
ou dez dias. E, assim como quem se recupera de uma cesariana, a mãe voltará
ao médico cerca de seis semanas depois do parto, para obter o sinal verde e
retomar todas as suas atividades normais.

20. PARTO CESARIANA

57
Fonte: graphicwitness.medicalillustration.com

A cesariana, também chamada de parto cesário ou cesária, é uma forma


de parto feita através de cirurgia. A cesária ainda é a via mais comum de parto
no Brasil, apesar do parto normal (parto vaginal) ser considerado pela
organização mundial de saúde (OMS) e por diversas entidades médicas a melhor
forma do bebê nascer. Segundo recomendações da OMS, apenas cerca de 15%
dos partos apresentam indicação para a cesariana, devendo os 85% restantes
serem efetuados pela via vaginal.
Exceto nos casos de parto cirúrgico emergencial, a incisão da cesariana é feita
horizontalmente, em uma região baixa do abdômen, já na altura dos pelos pubianos, de
forma a não ser visível futuramente quando a mulher estiver com a barriga à mostra.
Como qualquer cirurgia, a cesária precisa ser feita sob anestesia, habitualmente
peridural ou raquidiana. A anestesia geral na cesária só em feitas em situações
especiais. Durante a cesária, a paciente fica acordada, mas não consegue movimentar a
parte inferior do corpo, que permanece anestesiada ainda algum tempo depois do fim da
cirurgia. Não há nenhum tipo de sedação durante o parto.

21. VANTAGENS DO PARTO POR CESARIANA

58
O fato do parto cesário não ser a via de eleição na maioria dos casos não significa
que ele não apresente algumas vantagens em relação ao parto normal. O que se deve
deixar claro é que, nos casos sem indicação médica, essas vantagens não superam os
riscos de submeter a mãe a um procedimento cirúrgico.
Entre as vantagens e comodidades que a cesária proporciona, podemos citar:
 Possibilidade de escolher previamente a data exata do nascimento.

 Ajuda a reduzir o estresse materno durante o parto por passar a ideia de

um ambiente plenamente controlado, onde tudo ocorre de forma

previamente estipulada.

 O trabalho de parto é curto e com duração previsível.

 Garante que o obstetra da gestante estará disponível no dia do parto.

 Impede a ocorrência de nascimentos pós-termo (com mais de 42

semanas de gestação), o que está associado a um maior risco de

problemas para o neonato.

 Elimina o risco de complicações relacionadas ao processo de trabalho

parto vaginal, como lesão do plexo braquial relacionado a distocia de

ombro, traumas ósseos (fratura de clavícula, crânio e úmero) ou asfixia

provocada por complicações intraparto.

 Reduz o risco a longo prazo de prolapso uterino ou de bexiga e

incontinência urinária na mãe.

22. RISCOS DO PARTO POR CESARIANA

Quando a gestante é submetida a uma cesariana, ela deixa de ser simplesmente


uma paciente em trabalho de parto e passa ser uma paciente cirúrgica em trabalho de

59
parto. Por isso, além dos potenciais riscos inerentes a qualquer parto, acrescentam-se,
ainda, os riscos inerentes a qualquer grande cirurgia.
Entre as complicações que a gestante fica exposta podemos citar:
 Maior risco de infecções.

 Maior risco de trombose dos membros inferiores.

 Maior risco de hemorragias.

 Maior risco de reações aos anestésicos.

 Recuperação mais prolongada após o trabalho de parto.

 Maior incidência de dor no pós-operatório.

Em relação ao bebê, o parto cesariano acarreta um maior risco de problemas


respiratórios no pós-parto imediato, como a taquipneia transitória do neonato. Este risco é
minimizado se a gestante já tiver pelo menos 39 semanas de gravidez e se for permitido
que ela entre espontaneamente em trabalho de parto antes da cesária ser realizada.
Além dos problemas imediatos da cesária, há também as consequências a longo
prazo. A cada cesariana feita, a mulher passa a ter maior risco de implantação anormal da
placenta, principalmente casos de placenta prévia, nas gravidezes subsequentes. Outro
problema é o maior risco de ruptura uterina na gravidez seguinte, caso o parto, desta vez,
seja por via vaginal.

O que acontece logo depois da cesárea

Ainda na sala de recuperação, imediatamente após a cesárea, a mãe


pode sentir frio, tremedeira e coceira. São efeitos colaterais da anestesia e dos
medicamentos usados durante o parto.
A mãe pode pedir cobertores e avisar da coceira, porque os médicos
podem dar remédios para aliviar o incômodo.

60
Quando a mãe for para o quarto, vai permanecer na cama ainda por
algumas horas, e terá um sangramento constante pela vagina.
Conforme o efeito da anestesia for passando, a mãe poderá sentir dor
para tossir, espirrar e dar risada. Nessa hora, colocar um travesseiro sobre o
corte pode ajudar.
Os médicos costumam recomendar que a mulher não fale muito logo
depois do parto, para não acumular muitos gases, que fazem a barriga.
Mas mais ou menos umas dez horas depois do parto a enfermeira vai tirar
a mãe da cama para tomar um bom banho com ajuda. É duro, chega a dar
tontura, mas a movimentação é necessária para a circulação e para ajudar na
recuperação de um modo geral. A mãe vai se sentir bem melhor depois do
banho. Há mulheres que não sentem tanta dor nessa hora. A partir daí a mãe
provavelmente ainda vai precisar de ajuda para se levantar da cama para ir ao
banheiro. Nas primeiras horas, pode ser que a mãe sinta dificuldade para fazer
xixi. É um efeito colateral da morfina.
A mãe precisará de ajuda de alguém que a entregue o bebê, e assim
poderá amamentar normalmente e ficar sentada numa poltrona.
As caminhadas na maternidade também ajudam a eliminar os gases.
O anestesista que fez o parto provavelmente vai deixar prescrito no
hospital algum analgésico que considere adequado.
Normalmente mulheres que passam por uma cesariana ficam internadas
por três dias. Os médicos preferem só dar alta à mulher depois que ela tiver
conseguido fazer cocô. Se a mãe ainda não tiver conseguido, os médicos vão
receitar algum tipo de laxante.
A grande maioria das cesarianas atuais é feita com um corte na região do
baixo ventre, o que significa que a cicatriz se estenderá horizontalmente bem na
marca do biquíni, ou até um pouco abaixo. Logo depois do parto, ela vai ter uma
aparência bem avermelhada, mas, com o passar das semanas e dos meses, vai
clareando.
A retirada dos pontos costuma acontecer de uma semana a dez dias
depois do parto. É um processo que não dói. Antes disso, a mãe vai poder lavar
o corte com água e sabão normalmente durante o banho. Existe também um
outro tipo de sutura com fio absorvível, que elimina a necessidade de retirar os
pontos.
61
Recomenda-se procurar um médico se observar:
 Vermelhidão ou sensação de "quentura" no corte

 Líquido vazando do corte

 Febre (mesmo que o corte pareça estar cicatrizando bem)

É normal que alguma parte da barriga fique meio adormecida. O corte da


cesariana afeta alguns nervos. A sensibilidade pode demorar alguns meses para
voltar. Em caso de dúvida, converse com o médico.
Aproximadamente um ano ou dois após a cesárea, a cicatriz deve ter um
aspecto mais parecido com a cor da pele (dependendo da sua tez) --, até um
pouco mais clara.
Ela praticamente vai sumir. Alguns homeopatas recomendam o uso de
arnica nos dias seguintes ao parto para auxiliar na cicatrização, mas não deixe
de checar com seu médico antes de passar qualquer coisa.
Exercícios físicos mais intensos também devem ser evitados até de seis
a oito semanas após o parto, mas logo que se sentir melhor você já pode dar
umas voltas a pé.
A vida sexual pode ser retomada quando o médico der o sinal verde,
normalmente cerca de 40 dias depois do parto. Mas às vezes a mulher demora
para voltar a ter vontade.

23. PARTO A FÓRCEPS

Parto a fórceps é um procedimento realizado apenas nos últimos


momentos do parto, para poupar ambos, mãe e filho. O parto a fórceps acontece
via vaginal e, atualmente, é um recurso utilizado apenas em casos de
emergência ou de sofrimento fetal. O fórceps é um instrumento que funciona
como uma pinça especial, com as extremidades em forma de colher, que é
inserida na vagina para apreender, orientar e tracionar de forma adequada a
cabeça do bebê, auxiliando sua saída do útero através do canal de parto.

62
Fonte: portalbebes.net

Diferente do que se pensava que o uso de fórceps era sinônimo de trauma


e sofrimento, acabou-se. Hoje, esse instrumento cirúrgico tem um papel inverso,
aliviando o trabalho do parto e poupando desgastes da mãe e do bebê. E, apesar
de não existir uma lei que proíba o uso do fórceps no Brasil, fica a critério dos
médicos usá-lo corretamente e também apenas em casos de emergência ou
dificuldades no trabalho de parto.
Ao contrário da versão atual, que só traz benefícios, quem metia medo
era a antiga, onde o instrumento chamado como "Fórceps alto", era introduzido
às escuras na vagina e buscava-se o bebê no útero, provocando sérias lesões,
que muitas vezes deixavam graves sequelas, tanto no bebê como na mãe, o uso
desse aparelho quando introduzido com muita pressão sobre a pele pode deixar
contusões ou arranhões, ou mesmo pode danificar o tecido adiposo da mãe,
parte da cabeça ou face do bebê pode sofrer problemas também, as contusões
e arranhões que pode acontecer na mãe quando usado esse aparelho, são
observados no 1º ou 2º dia e desaparecerão em uma ou duas semanas.
É uma espécie de parto que também pode ser conhecido como: Parto por
Vácuo Extrator, que consiste em retirar um bebê do ventre de sua mãe, por meio

63
de um instrumento: o fórceps, ou um tipo de ventosa que pode ser de metal ou
silicone.
Este recurso é utilizado pelo médico conforme a necessidade de se puxar
a criança ou auxiliar a mãe que sozinha não consegue “expulsar” a criança de
seu ventre. Neste artigo você verá como é realizado este tipo de intervenção e
quais são os modelos de parto existentes.
É um tipo de procedimento cirúrgico que se realiza no final do parto, para
a retirada da criança da barriga da mãe. O médico poderá utilizar de duas pás
alongadas, cujas pontas se curvam para se encaixarem corretamente a cabeça
do bebe. Se no ato cirúrgico o médico precisar, poderá utilizar uma ventosa que
nada mais é do que um tipo de semicírculo de silicone ou metal que é ligado a
uma bomba pequena a vácuo, cujo encaixe é para se fixar melhor na parte de
trás da cabeça do bebê.

Fonte: portalbebes.net/

O médico recorre a este recurso quando percebe que no final do parto a


criança não consegue sair e fica “agarrada” na saída da barriga, ou então quando
a mãe já não consegue por si só expulsar a criança. Deste modo para poupar
sofrimentos a ambos, o médico utiliza deste recurso para assim finalizar o parto.
É possível que aconteça, ainda quando o médico encontrar certa
dificuldade de ajustar o fórceps entre a cabeça da criança e a barriga da mãe. A
gestante após o parto poderá sentir dor e dificuldade para urinar ou mesmo
manter o controle da urina. Há relatos que alguns pacientes sentiram prisão de
ventre e algumas outras que ficaram com algum outro tipo de dano nas regiões
do ânus e/ou bexiga ocasionada pelo fórceps.

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Quanto ao recém-nascido, este pode nascer com algum machucado
superficial e pequeno na cabeça, ou ficar por alguns dias com algum dos lados
da boca caído. Em ambas as situações as consequências do parto são
temporárias e o bebê se desenvolve naturalmente sem sequelas.

Fórceps

O fórceps obstétrico é um instrumento destinado a apreender a cabeça


fetal e extraí-la através do canal do parto. É formado por duas partes alongadas
e conecta as que se curvam nas pontas para abrigar a cabeça do bebê.
O parto a fórceps tem indicações maternas e fetais. As primeiras
compreendem situações em que o parto deve ser ultimado para reduzir o risco
materno, como as limitações funcionais da paciente ou para poupá-la de maior
esforço. Na atualidade, permanecem válidas as indicações de proteger a mãe
nos casos de cardiopatia (risco de descompensação pelo esforço do período
expulsivo), as pneumopatias, em que a paciente tem sua reserva pulmonar
diminuída e dificuldade em executar o referido esforço, e tumores cerebrais ou
aneurismas, em que o esforço expulsivo pode ocasionar acidente vascular
hemorrágico. Outra indicação é a presença de cicatriz uterina, cuja solicitação
no período expulsivo pode causar a rotura uterina, o que se pretende evitar pela
redução do período expulsivo e da exposição da cicatriz ao esforço.
As indicações fetais, em que o parto deve ser ultimado para redução do
risco, compreendem o sofrimento fetal e a parada de progressão durante o
período expulsivo. A persistência dessas condições pode determinar o óbito fetal
ou deixar sequelas irreparáveis. O sofrimento fetal pode ser diagnosticado pela
ausculta com o auxílio de qualquer recurso, ou mesmo o exame
ultrassonográfico, se disponível na sala de parto.
O diagnóstico de sofrimento fetal impõe-se em caso de prolapso de
cordão, condição não rara em grande multípara com feto em apresentação
cefálica, que evoluem com bolsa íntegra até o período expulsivo, ou em caso de
apresentações anômalas. No primeiro caso (prolapso de cordão), havendo
condições de praticabilidade e não havendo facilidade para realização de
operação cesariana, o fórceps pode salvar a vida do feto.

65
O uso do fórceps médio (apresentação insinuada, porém acima do plano
+2 de DeLee) tem sido abandonado pela maior incidência de lesões maternas e
fetais. Seu uso, atualmente recomendado, é a aplicação em partos vaginais
operatórios de alívio e baixo. O “fórceps alto”, felizmente, ficou no passado: o
que se usa hoje é o chamado “fórceps de alívio”, manobra mais suave, uma
“forcinha” por assim dizer, fetal que ajuda o bebê a nascer.
As contraindicações para o parto a fórceps são a falta das condições de
praticabilidade e a falta de experiência do obstetra com esta cirurgia. Pode ser
necessário o uso de episiotomia. É possível que a mãe sinta algum dor e fique
um pouco machucada depois do parto. Além disso, pode ser que seja mais difícil
fazer xixi e controlar a urina, ou pode ter prisão de ventre. Há um pequeno risco
de danos permanentes à bexiga ou ao ânus. O bebê pode nascer com um
pequeno machucado superficial, o que, normalmente, se cura em poucos dias.
Muito raramente, o nervo facial é danificado durante este tipo de parto, e a boca
do bebê fica caída de um dos lados (o que costuma ser temporário).
As indicações do parto a fórceps são atuais, devido a circunstâncias
especificas em que se mostra superior a cesárea (parada de progressão e
sofrimento fetal no período expulsivo), justificando a grande frequência com que
ainda é praticado.
Mas não se engane, o fórceps também é usado nas cesáreas, para ajudar
a tirar a cabeça do bebê pela abertura na barriga da mãe.

Vácuo-Extrator

Constituído de uma ventosa ligada a um aparelho de sucção, o vácuo-


extrator é usado nas mesmas situações em que o fórceps: risco para o bebê ou
exaustão da mãe.
Hoje em dia, muitos médicos optam pelo auxílio da ventosa (ou vácuo
extrator), em vez do fórceps, embora o fórceps ainda seja bem mais comum.
Isso porque ela é menos dolorosa para a mãe tanto durante quanto depois do
parto, há menor risco de danos à bexiga ou aos intestinos e também menor
chance de uma episiotomia ser necessária.
Para o parto, o obstetra conecta a ventosa à cabeça do bebê dentro da
vagina e depois retira o ar com o auxílio de uma bombinha a vácuo. Esse
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procedimento pode ser barulhento, então se prepare! Uma vez que a ventosa
esteja firme, o médico vai pedir para você fazer força na próxima contração,
enquanto ele puxa a ventosa para ajudar seu bebê a sair. Às vezes, a ventosa
escapa da cabeça do bebê e tem que ser recolocada.
Tradicionalmente, as seguintes vantagens para o vácuo-extrator têm sido
propostas: técnica mais fácil de aprender; menos dependente do diagnóstico
acurado da posição da cabeça fetal; quantidade de força a ser aplicada
intrinsecamente limitada; pode ser usado por parteiras treinadas; e pode
promover a flexão da cabeça fetal defletida. Como desvantagens, apontam-se a
não possibilidade de utilização do instrumento em apresentação de face, cabeça
derradeira e fetos pré-termo; equipamento mais complexo e com maior
possibilidade de falha técnica; e dependência dos esforços maternos para o
parto.
Quando a ventosa é utilizada, por vezes os bebês nascem com a cabeça
ligeiramente em formato cônico, o que tende a durar somente alguns dias. Uma
bolha de sangue (céfalo-hematoma) poderá se formar na cabeça do bebê, mas
isso também desaparece em cerca de uma semana.
Os riscos associados com a utilização do vácuo extrator incluem danos
ao cérebro do bebe, couro cabeludo e dolorosas lacerações para a mãe.

Vantagens e desvantagens desses instrumentos

 Anestesia local (se a mulher não estiver sob o efeito de analgesia de


parto)

 Fórceps: Faz-se um bloqueio bilateral dos nervos pudendos, um tipo de


anestesia local que oferece um bom grau de conforto.
 Vácuo: Não há necessidade de anestesia local, pois a campânula é
pequena e não atinge os lados da cabeça do bebê.

 Episiotomia

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 Fórceps: Pode ser necessário um corte para aumentar a abertura da
vagina e permitir a colocação do instrumento.
 Vácuo: A ventosa é pequena, dispensando a necessidade desse corte.
Além disso, oferece um risco menor de lacerações (lesões) no períneo.

 Uso

 Fórceps: Além de tracionar, permite, se necessário, rotacionar a cabeça


do bebê. As chances de sucesso da manobra são maiores.
 Vácuo: Não permite rotacionar a cabeça do bebê, apenas tracioná-la. Não
pode ser usado em bebês com menos de 34 semanas, que têm a cabeça
mais mole.

24. DOENÇAS E COMPLICAÇÕES NO PERÍODO GESTACIONAL E PÓS-


GESTACIONAL

Diabetes gestacional

Os sintomas básicos do diabetes melito gestacional (DMG) são iguais aos


de outras formas de diabetes, mas, quando o bebê nasce, em geral ele
desaparece. É por isso que, a princípio, o DMG pode parecer inofensivo. Mas
não é bem assim.
O diabetes melito gestacional ocorre em cerca de 2% a 5% das mulheres
grávidas durante a segunda metade da gestação (em geral, no terceiro
trimestre), porque os hormônios que determinam o desenvolvimento fetal na
placenta interferem com a função normal da insulina.
O fato de tender a desaparecer após o nascimento do bebê não significa
que o diabetes gestacional seja só temporário ou que não deva ser levado a
sério. Ele é um fator de risco para aborto (embora não torne uma criança mais
propensa a ter defeitos ao nascer ou mesmo desenvolver diabetes) e, como

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costuma levar a criança a crescer muito antes de nascer, pode contribuir para
complicações durante o parto. Se você já teve um bebê pesando 4,5 kg ou mais
ao nascer, corre risco de ter DMG na próxima gestação.
O importante é que, na maioria das mulheres que desenvolvem DMG, a
doença ocorre porque o pâncreas já está enfraquecido (elas em geral têm
excesso de peso), o que as torna vulneráveis a desenvolver o diabetes mais
tarde – o que ocorre em cerca de um terço à metade dos casos.

25. PRÉ-ECLÂMPSIA

A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez que se caracteriza por um quadro


de hipertensão arterial e de proteinúria (perdas de proteínas na urina) que se inicia após
20 semanas de gestação. Em alguns pacientes, a pré-eclâmpsia também provoca lesão
de órgãos importantes, tais como fígado, rim, pulmões e cérebro.
Existem 4 tipos de hipertensão que podem ocorrer durante a gravidez:
1- Hipertensão crônica – é a hipertensão arterial que a paciente já tinha antes de ficar
grávida e continuará tendo durante e depois da gestação.
2- Hipertensão gestacional – é a hipertensão que aparece somente depois da 20ª
semana de gestação em mulheres que nunca tiveram pressão arterial alta.
3- Pré-eclâmpsia – é o surgimento de pressão arterial alta após a 20ª semana de gravidez,
associado à perda de proteínas na urina, chamada de proteinúria A pré-eclâmpsia cura-se
após o parto.
4- Pré-eclâmpsia superposta à hipertensão crônica – é a pré-eclâmpsia que ocorre em
mulheres que já eram previamente hipertensas.
A pré-eclâmpsia parece ocorrer devido a problemas no desenvolvimento dos vasos da
placenta no início da gravidez durante a implantação da mesma no útero. Conforme a
gravidez se desenvolve e a placenta cresce, a falta de uma vascularização perfeita leva a
uma baixa perfusão de sangue, podendo causar isquemia placentária. A placenta em
sofrimento por falta de circulação adequada produz uma série de substância que ao

69
caírem na circulação sanguínea materna causa descontrole da pressão arterial e lesão
nos rins

FATORES DE RISCO PARA PRÉ-ECLÂMPSIA

– Gravidez em mulheres com idade maior que 40 anos ou menor que 18.
– História familiar de pré-eclâmpsia (inclusive na família do pai).
– Pré-eclâmpsia em uma gestação anterior.
– Gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos, etc.).
– Mulheres previamente hipertensas (hipertensão crônica).
– Obesidade.
– Diabetes mellitus.
– Doença renal crônica.
– Intervalo de tempo prolongado entre gestações.
– Gestantes com doenças autoimunes.
– Primeira gestação.

SINTOMAS DA PRÉ-ECLÂMPSIA

A pré-eclâmpsia ocorre em 5% a 10% das gestações. 75% dos casos são leves e
25% são graves. Pode surgir em qualquer momento da gravidez entre a 20ª semana até
alguns dias após o parto.
A hipertensão que surge após a 20ª semana de gestação é o sintoma mais
comum. Porém, para se caracterizar pré-eclâmpsia e não apenas hipertensão gestacional,
é preciso que haja também a presença de proteinúria (pelo menos 300 mg de proteínas
em exame de urina de 24 horas.
Praticamente toda gestante apresenta edemas (inchaços), porém, uma piora rápida e
súbita dos edemas, principalmente acometendo o rosto e mãos, pode ser um sinal de pré-
eclâmpsia.

70
TRATAMENTO DA PRÉ-ECLÂMPSIA

O tratamento definitivo é a indução do parto. Nem sempre a pré-eclâmpsia ocorre


em idades gestacionais que permitam a indução do parto sem prejuízos para o feto. Por
outro lado, a não finalização da gravidez pode trazer consequências sérias para a mãe.
Portanto, a decisão de se induzir o parto ou prolongar a gravidez deve levar em
consideração à idade gestacional, a gravidade da pré-eclâmpsia e as condições de saúde
mãe e do feto.
Em alguns casos pode-se indicar o internamento da mãe para um
acompanhamento mais próximo da progressão da doença, tentando postergar o parto
para o mais próximo possível da 40ª semana de gestação. Sempre que possível, a
preferência é pelo parto normal.
Hipertensão arterial deve ser controlada, porém isso não interfere no curso da
doença nem na mortalidade materna/fetal. É importante lembrar que alguns anti-
hipertensivos famosos como o Enalapril, captopril e Adalat® são contraindicados na
gestação. O controle da pressão arterial na gravidez deve ser feito somente sob orientação
do ginecologista-obstetra.
O uso de corticoides está indicado para tratar temporariamente as complicações
da síndrome HELLP, mas principalmente para acelerar a maturação dos pulmões do feto
em caso de necessidade de indução do parto antes do termo.
A prevenção das crises convulsivas é importante e pode ser feita com a administração de
sulfato de magnésio logo antes do parto.

26. SÍNDROME HELLP

A síndrome HELLP é a forma grave de pré-eclâmpsia. Esta é a sigla em inglês para


os termos hemólise, enzimas do fígado elevadas e plaquetas baixas.
– Hemólise significa destruição das hemácias (glóbulos vermelhos), o que leva ao
aparecimento da anemia hemolítica;
– O aumento das enzimas do fígado (TGO e TGP) é um sinal de lesão hepática, o que
não deixa de ser um tipo de hepatite associada à pré-eclâmpsia;

71
– Assim como há hemólise, também ocorre destruição das plaquetas, o que acaba por
causar redução da concentração das mesmas na circulação sanguínea.
Além da síndrome HELLP, existem outras manifestações da pré-eclâmpsia grave
como alterações neurológicas tipo visão borrada, cefaleias, confusão mental e até crise
convulsiva. Quando esta última ocorre, estamos diante do quadro de eclampsia, explicado
mais adiante.
Pressões arteriais acima de 160/110 mmHg, forte dor abdominal, proteinúria acima
de 5 gramas (5000 mg) por dia, diminuição importante do volume de urina, edema
pulmonar e grave falha de crescimento do feto são outros sinais e sintomas de pré-
eclâmpsia grave.
Em relação ao feto, os riscos da pré-eclâmpsia incluem descolamento prematura
da placenta, baixo crescimento e desenvolvimento intrauterino e parto prematuro.

27. ECLÂMPSIA

Eclampsia é uma condição rara, mas grave, que provoca convulsões


durante a gravidez. A eclampsia afeta cerca de uma em cada 2 mil a 3 mil
gestações, e pode afetar qualquer gestante, mesmo quem não tem um histórico
de convulsões.
A eclampsia é o grau mais grave do espectro da hipertensão na gravidez, que inclui
a hipertensão gestacional, a pré-eclâmpsia e a eclampsia propriamente dita.
A caracterização da eclampsia se dá pela presença de uma ou mais crises
convulsivas em uma gestante com pré-eclâmpsia já estabelecida.
Ao contrário do que se pensava antigamente e do que os nomes pré-eclâmpsia e
eclampsias possam sugerir, uma doença não é evolução a outra. A eclampsia é na
verdade apenas uma manifestação grave da pré-eclâmpsia.
Na verdade, a imensa maioria das gestantes com pré-eclâmpsia grave não irá
apresentar eclampsia, e a apesar de pouco comum, mulheres com pré-eclâmpsia leve
podem complicar com convulsões. Portanto, não há uma evolução linear entre as duas
doenças.
Até 30% das convulsões ocorrem no momento do parto ou até 48h após o
nascimento do bebê. As crises convulsivas duram em média 1 minuto e são geralmente

72
precedidas por dor de cabeça, alterações visuais ou dor abdominal intensa. O tratamento
é com sulfato de magnésio.
A presença de eclampsia é indicação para se induzir o parto após estabilização do
quadro. O término da gravidez é o único tratamento curativo. 70% das gestantes com
eclampsia que não interrompam a gravidez apresentarão complicações graves com risco
de morte. Nas gestantes com idade gestacional baixa (menor que 32 semanas) pode se
indicar a cesariana.

Sintomas de Eclampsia

Os sintomas comuns de eclampsia são:


 Convulsões
 Perda de consciência
 Agitação
 Dores de cabeça ou dores musculares.

Fatores de risco

Se você tem ou já teve pré-eclâmpsia grave, você pode estar em risco de


eclampsia. Outros fatores de risco incluem:
 Histórico familiar de eclampsia
 Primeira gravidez
 Idade, sendo que o risco é maior após os 35 anos
 Gravidez múltipla
 Intervalo de 10 anos ou mais entre as gestações.

A presença de outras doenças também pode aumentar o risco de eclampsia,


como:
 Obesidade
 Hipertensão;
 Enxaqueca;

73
 Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2;
 Doença renal;
 Tendência a desenvolver coágulos de sangue;
 Uma doença autoimune, como a artrite reumatoide, esclerodermia e
lúpus.

Anemia

A anemia por deficiência de ferro é uma complicação da gravidez bastante


comum. No entanto, pode ser facilmente tratada ou prevenida através de
suplementação com comprimidos de ferro e ácido fólico.
Anemias são doenças em que a quantidade de glóbulos vermelhos ou
de hemoglobina é inferior aos valores normais. Durante a gravidez, o tipo de
anemia mais comum é a anemia por deficiência de ferro, causada pela
insuficiência de ferro ou ácido fólico na dieta. A maioria das gestantes são
aconselhadas a tomar suplementos de ferro e ácido fólico para tratar ou prevenir
eventuais anemias. Cerca de metade das gravidezes à escala mundial são
acompanhadas de anemia. A prevalência varia entre 18% nos países
desenvolvidos e 75% no sul da Ásia.

Hiperémese gravídica

A Hiperémese gravídica é a presença de vómitos severos e persistentes,


ao ponto de causarem desidratação e perda de peso, o que pode provocar
alterações perigosas nos valores de eletrólitos no sangue, lesões no fígado e
hemorragias na retina. São mais graves do que os comuns enjoos matinais e
estima-se que afetem entre 0,5 e 2% das grávidas. A causa é desconhecida,
mas podem-se agravar ou desencadear por fatores psicológicos. O tratamento
requer hospitalização.

74
Doença de Rhesus

A doença de Rhesus ocorre quando existe incompatibilidade do grupo


Rh entre o sangue da mãe e do feto; ou seja, quando o sangue da mãe é Rh-
negativo e o sangue do feto é Rh-positivo, herdado de um pai Rh-positivo. Se o
sangue do feto entrar em contato com o sangue da mãe através da placenta, o
que acontece, sobretudo durante o parto, o organismo da mãe pode considerar
os glóbulos vermelhos do feto elementos estranhos e produzir anticorpos que os
vão destruir (anticorpos antiRh). Se estes anticorpos atravessarem a placenta,
podem destruir parte dos glóbulos vermelhos do feto (eritroblastose fetal) ou do
recém-nascido (eriotroblastose neonatal). A destruição dos glóbulos vermelhos
pode provocar anemia e aumentar a quantidade de bilirrubina no sangue. Se a
bilirrubina for demasiado elevada, pode afetar o cérebro do feto. Nos países
ocidentais, em 13% dos casais o homem é Rh-positivo e a mulher Rh-negativa.
Um em cada 27 recém-nascidos destes casais desenvolve doença de
Rhesus. Na primeira consulta fazem-se análises ao sangue da mãe; se for Rh-
negativo confirma-se o sangue do pai e, se este for positivo, mede-se a
quantidade de anticorpos antiRh na mãe. Ao longo da gravidez são
monitorizados os valores de anticorpos. Se subirem demasiado, faz-se
uma amniocentese para medir os valores de bilirrubina. Se ambos os valores
forem altos, geralmente são feitas transfusões de sangue intrauterinas, sendo o
parto provocado entre a 32ª e 34ª semana de gravidez.

Erupções cutâneas

As dermatoses da gravidez são condições cutâneas que ocorrem apenas


durante a gravidez. Entre as mais comuns estão as pápulas e placas
urticariformes e pruriginosas da gravidez (PPUPG ou PUPPP) e o prurigo da
gravidez. As PPUPG ocorrem numa em cada 160 gravidezes e geralmente

75
manifestam-se no terceiro trimestre ou, mais raramente, após o parto. São
caracterizadas por manchas de pápulas e placas eritematosas
intensamente pruriginosas, que geralmente aparecem no abdómen superior e se
estendem em poucos dias para os braços, coxas e mamas. São tratadas
com corticosteroides tópicos e anti-histamínicos orais. O prurigo da gravidez
afeta uma em cada 300 grávidas e ocorrem com maior frequência entre as 20 e
as 34 semanas de gestação. É uma erupção cutânea intensamente pruriginosa
com pápulas por vezes foliculares ou lesões nodulares, com ou sem crosta, e
que medem entre 0,5 e 1 cm. Geralmente aparece nas pernas e nos membros
superiores.

Gravidez ectópica

Uma gravidez ectópica é uma gravidez em que o feto se desenvolve fora


do útero. Geralmente, desenvolve-se numa das trompas de Falópio, embora em
casos raros se possam desenvolver no canal cervical, na cavidade pélvica ou
na cavidade abdominal. Durante o desenvolvimento fetal, ao deslocar-se em
direção ao útero o óvulo fecundado pode ficar preso na trompa de Falópio e aí
se implantar e desenvolver. Esta complicação afeta entre 0,5 e 1% de todas as
gravidezes, tendo como fatores de risco uma gravidez ectópica anterior,
uma laqueação de trompas malsucedida ou exposição fetal ao dietilestilbestrol.
O risco é elevado no caso da mulher ficar grávida com um dispositivo
intrauterino colocado. Uma gravidez ectópica coloca em risco a vida da mulher
e deve ser removida cirurgicamente o mais cedo possível. Os sintomas de uma
gravidez ectópica são pequenas perdas de sangue pela vagina e cãibras
abdominais, juntamente com o atraso da menstruação. Quando o feto morre
numa fase inicial, o organismo tenta expulsá-lo da mesma forma que o produto
da menstruação e não se verificam lesões. Mas no caso de continuar a crescer
é possível romper as paredes da trompa, causando uma hemorragia interna que
provoca dores e sensação de pressão na parte inferior do abdómen. Entre as 06
e as 08 semanas é possível que ocorra uma dor aguda e intensa no baixo
abdómen seguida por desmaio.

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Placenta

O desprendimento prematuro da placenta ocorre quando o revestimento


da placenta se separa do útero entre as 20 semanas de gestação e o parto.
Verifica-se entre 0,5 e 1 em cada 200 nascimentos, sendo uma urgência
hospitalar e uma das complicações que mais contribui para a mortalidade
materna no mundo. A placenta prévia é a inserção parcial ou total da placenta
no colo do útero. É uma das principais causas de hemorragias pré-natais e afeta
01 em cada 200 partos. O sintoma inicial é uma hemorragia vaginal súbita e
indolor no fim da gravidez, com sangue de cor vermelho vivo e necessita de
cuidados hospitalares.

Aborto e feto morto

Aborto espontâneo é a perda de um feto por causas naturais e


involuntárias antes das vinte semanas de gestação; a partir das vinte semanas
passa a ser denominado feto morto. Aproximadamente 85% dos abortos
espontâneos ocorrem durante as doze primeiras semanas de gestação e os
restantes entre a 13.ª e 20.ª semanas. Durante as primeiras vinte semanas, 20
a 30% das grávidas manifestam hemorragias ou contrações, das quais metade
resulta em abortos espontâneos. Geralmente, os abortos espontâneos devem-
se a anomalias no feto. O primeiro sintoma é a perda de sangue pouco
abundante o uma hemorragia juntamente com a secreção vaginal. Se o processo
de aborto continuar, aumentam as dores, a hemorragia e a secreção, podendo
no fim ser expulsa a totalidade ou parte do conteúdo do útero.
Quando é expulso na totalidade, geralmente não há necessidade de
tratamento; em caso de expulsão parcial geralmente realiza-se uma dilatação e
sucção para remover o restante conteúdo. No entanto, quando apenas se verifica
uma ameaça de aborto, geralmente aconselha-se repouso absoluto, uma vez

77
que os sintomas costumam melhorar. A ameaça de aborto pode ser causada
pela dilatação prematura do colo do útero devido à debilidade do tecido fibroso.

28. DEPRESSÃO PÓS-PARTO

A depressão pós-parto é um episódio depressivo que pode ter início em


qualquer momento da gravidez até quatro semanas após o parto. Ocorre em 4-
20% das gravidezes, dependendo da definição. Em 28% dos casos de
depressão pós-parto, a mulher ainda se encontra deprimida passado três
anos. Em 0,2 % das gravidezes, a depressão pós parto leva a psicose. Nos
mesmo período de seis meses, 13,6 % das mulheres sofre de estresse pós-
traumático.

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