Você está na página 1de 10

Gamopatia Monoclonal

de Significado
Indeterminado

Thiago Fernandes Diaz – Médico Residente


Nefrologia HC FMUSP
Introdução
É uma proliferação clonal,
assintomática e pré maligna de
plasmócitos.
Ocorre em até 3 % da população
acima de 50 anos.
Geralmente é um achado incidental
quando solicitado eletroforese de
proteínas por uma variedade de
sinais e sintomas clínicos
inespecíficos.
Critérios Diagnósticos
Encontro dos três critérios:
Presença de proteína sérica monoclonal
(proteína M: IgA, IgG ou IgM) numa
concentração <3 g/dL. Deve ser distinguida
da gamopatia policlonal.
Menos de 10% de plasmócitos na medula
óssea.
Ausência de lesões líticas medulares,
anemia, hipercalcemia e insuficiência renal
relacionados ao processo de proliferação de
plasmócitos.
* A presença de cadeia leve monoclonal na urina
pode ser evidenciada na gamopatia
monoclonal indeterminada, não diferenciando,
portanto do mieloma múltiplo.
Critérios Diagnósticos
Também é caracterizada por:
Desenvolvimento de mieloma múltiplo
ou doenças malignas relacionadas na
taxa de 1% ao ano.
Sem evidência de neoplasia
hematológica. Pacientes não devem
ter leucocitose, blastos, linfadenopatia,
hepatoesplenomegalia ou massa que
possam ser atribuídas a essa patologia.
Pode estar associado a desordens não
malignas como lúpus eritematoso
sistêmico e púrpura trombocitopência
idiopática.
Incidência
Ocorre em 1 a 3% dos adultos
acima de 50 anos.
Acomete 2 a 3 vezes mais a
população africana e afro-
americana.
Maior incidência em homens.
Exames Laboratoriais
necessários
Hemograma
Cálcio e creatinina sérica
Eletroforese proteína e
imunofixação
Eletroforese de proteína urinária e
imunofixação
Pesquisa de cadeia leve
Quantificação de imunoglobulina
Mielograma
Radiografia de ossos longos
Complicações
Fratura principalmente do
esqueleto axial
Trombose venosa profunda:
hipercoagulabilidade secundária
ao clone plasmocitário.
Preditores de progressão
 Ao diagnóstico, não há dados isolados que
diferenciem os pacientes com evolução
benigna daqueles que irão progredir para
doença maligna como mieloma múltiplo,
amiloidose, macroglobulinemia de
Waldenstrom ou linfoma.
 Fatores independentes como tipo de protéina
M (não IgG e cadeias leves) e sua quantidade
(>1,5g/dl) podem indicar maior risco de
progressão.
 Reavaliar suspeita de progressão para
doença neoplásica pela variação na dosagem
de proteína M sérica e alterações clínicas e
laboratoriais.
Seguimento
 Nenhum tratamento é necessário para
pacientes com gamopatia monoclonal
indeterminada.
 Todos devem ser seguidos periodicamente com
revisão da história clínica, exame físico e
dosagem sérica e urinária de proteína M.
 Pacientes com alto risco de progressão:
seguimento semestral e, se estáveis, passar a
intervalos anuais.
* Pacientes que desenvolvem mieloma múltiplo
após gamopatia monoclonal indeterminada,
apresentam curso clínico mais indolente com
melhores resultados terapêuticos.
Referências
 Monoclonal gammopathy of
undetermined significance. Rajkumar,
SV, Kyle, RA, Landaw, SA. Available at
www. up to date.com
 Ronco PM, Aucouturier P, Moulin. Renal
amyloidosis and glomerular diseases with
monoclonal immunoglobulin deposition.
In: Feehally J, Floege J, Johnson RJ.
Comprehensive clinical nephrology.
Philadelphia: Elsevier, 2007. p.319-332.

Você também pode gostar