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ESTADIAMENTO DO CÂNCER

Após a confirmação de um câncer, existe a necessidade não só de avaliar o órgão doente, mas também de constatar a
presença ou a ausência da doença em outras áreas e/ou órgãos do corpo e, para isso, o oncologista é quem determinará
a realização de alguns exames laboratoriais e de imagem.
A necessidade de se classificar os casos de câncer em estadios baseia-se na constatação de que as taxas de sobrevida
são diferentes quando a doença está restrita ao órgão de origem ou quando ela se estende a outros órgãos.
Conhecer o estadio da doença, define o tipo de tratamento e pode prever o prognóstico da paciente.
OBJETIVOS DO ESTADIAMENTO
a) obtenção de informações sobre o comportamento biológico do tumor;
b) definir, dentre as possibilidades, qual a terapia mais adequada;
c) previsão sobre o andamento do tratamento, respostas terapêuticas, complicações;
d) prognóstico de cada caso;
e) contribuição para pesquisa clínica e publicação científicas.
FATORES QUE AFETAM O ESTADIAMENTO
a) Órgão e Tecido de Origem do Tumor;
b) Classificação Gradual do tumor é dada pelo grau de diferenciação celular tumoral ou seja, o quanto as células
tumorais são parecidas ou muito diferentes das células normais. No baixo grau ou Grau I (células bem diferenciadas)
as células cancerígenas se parecem muito com as células normais. Grau II (moderadamente diferenciadas), Grau III
(pouco diferenciadas) e Grau IV (indiferenciadas) de alto grau, as células cancerosas parecem muito diferentes das
células normais. Quanto maior o grau, maior é a tendência do tumor crescer mais rapidamente e têm um prognóstico
pior, portanto podem precisar de tratamentos diferentes do que os cânceres de baixo grau. Mesmo quando o grau não
afeta o estágio do câncer, ele ainda pode afetar o prognóstico e/ou tratamento.
c) Extensão do Tumor Primário: tamanho ou volume; invasão de tecidos adjacentes; comprometimento de nervos,
vasos ou sistema linfático;
d) locais das metástases detectadas;
e) Marcadores Tumorais são substâncias encontradas no sangue, urina ou tecidos de pessoas com
DETERMINADOS tipos de câncer. A maioria dos marcadores tumorais são proteínas ou pedaços de proteínas. Eles
são produzidos pelo próprio tumor ou pelo organismo como resposta à presença do câncer. Nem todos os tumores
produzem estes marcadores.
f) Estado Funcional do Paciente. Os instrumentos ou escalas mais utilizados são o Índice de Karnofsky e a escala de
desempenho ECOG (Eastern Cooperative Oncologic Group) ou Performance de Zubrod. O índice de Karnofsky
descreve os níveis crescentes de atividade e independência com valores que variam de 0 a 100. Zero indica morte e
100, o nível normal de desempenho físico e aptidão para realizar atividades normais. É o instrumento mais utilizado
no prognóstico da terapia de câncer por tratar-se de medida do rendimento para classificação da habilidade de uma
pessoa para desempenhar atividades, avaliando o progresso do paciente após um procedimento terapêutico e
determinando sua capacidade para terapia. Outro instrumento utilizado é a escala de desempenho ECOG, que
estabelece escores de 0 a 5. O escore de 0 indica que o paciente é completamente ativo e capaz de realizar atividades
normais e 5 é atribuído ao paciente morto. A cada consulta, é atribuída uma classificação ao paciente de acordo com
os sintomas e o estado geral.
Escalas de Zubrod
(ECOG) e Karnofsky
g) Tipo de célula. Alguns tipos de câncer podem ter diferentes tipos de células. De modo que o tipo celular pode
afetar o tratamento e o prognóstico, esse é um fator importante no estadiamento. Por exemplo, os cânceres de esôfago
são principalmente cânceres de células espinocelulares ou adenocarcinomas. O câncer espinocelular do esôfago é
estadiado de forma diferente do que o adenocarcinoma de esôfago.
TIPOS DE ESTADIAMENTO
O estadiamento é realizado quando um paciente recebe o diagnóstico inicial de câncer, antes de qualquer tratamento
ser iniciado. Os principais tipos de estadiamento são:

 Estadiamento Clínico é aquele que se baseia nos achados de exame clínico, exames de Raio-X,
Ultrassonografia, Tomografia, Ressonância, Pet-CT e a biópsia do tumor. A determinação de estadiamento
clínico é dada com a identificação da letra “c” (minúscula) antes do “T” ou do “N” ou simplesmente sem ela.

 Estadiamento Patológico se baseia nos exames anátomo patológicos do tumor após a realização da cirurgia
com a retirada do tumor (parte ou todo) e dos linfonodos. Às vezes, o estadiamento patológico pode ser
diferente do estadiamento clínico, por exemplo, se a cirurgia mostra que o câncer se disseminou mais do que
pensava. O estadiamento patológico oferece à equipe médica, informações mais precisas que podem ser
utilizadas para prever a resposta ao tratamento e seus resultados (prognóstico). A determinação de
estadiamento patológico é dada com a identificação da letra “p” (minúscula) antes do “T” ou do “N”.

 
Tumor: Pelo sistema TNM, o “T” (maiúsculo) acompanhado de um número (0 a 4) é usado para descrever o tumor
primário, particularmente o seu tamanho. Pode também ser atribuída uma letra minúscula “a”, “b” ou “c” em cada “T”
com base na medidas, presença ou ausência de ulceração e taxa mitótica.
Tx usado quando o tumor primário não pode ser avaliado.
T0 usado para ausência de evidência de tumor primário (tumor não pode ser encontrado).
Tis usado quando existe um tumor primário que encontra-se no início, na camada mais superficial do tecido ou órgão
e que ainda não atingiu camadas mais profundas.
T1 ou T2 ou T3 ou T4 são usados de acordo com o envolvimento de cada camada do tecido ou órgão, ou seja,
determina o tamanho do tumor. Em outras palavras, quanto maior o número atribuído ao T, maior é a invasão,
podendo atingir até tecidos ou órgãos ou estruturas ao lado de onde se encontra o tumor primário.

Linfonodo: Pelo sistema TNM, o “N” (maiúsculo) representa os linfonodos regionais, e também é atribuído a ele um
número (0 a 3), que indica se a doença disseminou para os gânglios linfáticos. Pode também ser atribuída
adicionalmente uma letra minúscula “a”, “b”, ou “c” em cada N em alguns tumores.
Nx usado quando os linfonodos não podem ser avaliados.
N0 usado para ausência de evidência de tumor primário (tumor não pode ser encontrado)
N1 ou N2 ou N3 são usados de acordo o tamanho e/ou localização e/ou número de linfonodos comprometidos pela
doença primária. Em outras palavras, quanto maior o número atribuído ao N, maior é o comprometimento da doença
nos linfonodos.
 
Metástase: O “M” (maiúsculo) no sistema TNM indica se a doença se disseminou para outras partes do corpo.
Mx usado quando não possível avaliar a presença ou ausência de metástases distantes do tumor primário.
M0 usado quando não existe metástases distantes do tumor primário.
M1 usado quando existe metástases para órgãos ou tecidos a distância.
AGRUPAMENTO DOS ESTÁGIOS
Uma vez determinados o T, N e M, são combinados para atribuir uma nota global. Para a maioria dos cânceres, o
estágio utiliza um número romano de I a IV, onde o estágio IV (4) é o mais elevado e significa que o câncer é mais
avançado do que a fase imediatamente anterior e assim sucessivamente. Algumas vezes os estágios são subdivididos,
usando letras como A e B.
Estágio 0 é o carcinoma in situ, para a maioria dos cânceres. Isso significa que o câncer se encontra numa fase muito
precoce, localizado apenas na área onde originalmente se iniciou e não se disseminou. Nem todos os cânceres têm um
estágio 0.  
Estágio I corresponde ao estágio seguinte e têm um bom prognóstico. Lembrando que o prognóstico vai piorando a
medida que o estágio aumenta.
 
Importante ressaltar que o estadio do câncer é determinado apenas quando (ou logo depois) o câncer ser
diagnosticado, ou seja, com o passar dos tempos será o mesmo. Se o tumor diminuir de tamanho, crescer, se
disseminar ou recidivar após o tratamento, permanecerá o do início, no momento do diagnóstico.
Por exemplo, digamos que uma mulher é diagnosticada com câncer de mama estadio II. O câncer poderá desaparecer
com o tratamento e se depois de alguns anos surgem metástases nos ossos, dizemos que trata-se de uma doença
estádio II com progressão de doença para os ossos.
Se durante tratamento nos meses iniciais o câncer de mama não desaparece e se dissemina para os ossos será
denominado também câncer de mama estágio II com progressão de doença para os óssea em vigência de tratamento.
Em ambos os casos, o estágio original não muda e não será chamado de câncer de mama estágio IV. O câncer de
mama em estágio IV refere-se a um câncer que já se disseminou para alguma região distante do corpo, no momento do
diagnóstico.
As estatísticas de sobrevida relacionadas ao estágio do câncer de mama estágio II que recidivou nos ossos não são as
mesmas que para o câncer de mama estágio IV.
Em algum momento, poderá haver o “reestadiamento”.  Que é o termo usado para a realização de exames que
permitam avaliar a doença, uma vez feito o tratamento. O reestadiamento pode ser usado para determinar a resposta ao
tratamento ou avaliar se o câncer voltou e vai precisar de mais intervenções terapêuticas. Muitas vezes, os mesmos
exames que foram feitos quando o câncer foi diagnosticado pela primeira vez, como, por exemplo, exame físico,
biópsia e exames de imagem, serão feitos novamente.
Após esses exames um novo estágio pode ser determinado. E estará descrito com uma letra “r” minúscula antes do
novo estágio, o que denota um estágio diferente ao do diagnóstico inicial. O estágio inicial sempre permanece o
mesmo. Exames para determinar a extensão da doença são comuns durante e após o tratamento, no entanto atribuir um
novo estágio raramente é feito, exceto em estudos clínicos.
EXAMES DE ESTADIAMENTO
Uma biópsia é necessária para confirmar o diagnóstico de câncer. Biópsias também podem ser necessárias para
determinar se a imagem observada em um exame de imagem corresponde, por exemplo, à disseminação da doença.
Durante a biópsia, o médico remove fragmentos do tumor para serem estudados sob um microscópio. Algumas
biópsias são feitas durante a cirurgia. Mas, existem vários tipos de biópsias, nas quais o médico pode remover
pequenos fragmentos do tumor com auxílio de uma agulha fina ou endoscópio.
A partir do diagnóstico do tumor primário, existe a necessidade da realização de outros exames subsidiários em busca
de metástases.
Não existe uma regra de pedir vários e os mesmos para todas os tumores. Cada doença tem o seu comportamento e seu
comprometimento metastático.
Vale lembrar também, que a existência de uma doença em estádio inicial, não significará que o paciente será ou não
tratado, ou seja, a avaliação clínica e as condições gerais de saúde, também são fatores decisivos na indicação ou
contra indicação de qualquer terapia.
Os exames subsidiários geralmente são radiografias, ultrassonografias, tomografias computadorizadas, ressonâncias
magnéticas, cintilografia óssea, Pet-CT, marcadores tumorais,
Após o tratamento, o paciente entrará em um seguimento que necessitará da realização de alguns dos exames acima
em busca de possíveis recidiva ou progressão da doença.
      
Radiografias:
São exames utilizados para avaliar principalmente a presença de lesões que sugerem comprometimento metastático,
como por exemplo em pulmões e ossos.
Ultrassom
Ao contrário da maioria dos exames de diagnóstico por imagem, a ultrassonografia é uma técnica que não emprega
radiação ionizante para a formação da imagem. Ela utiliza ondas sonoras de frequência acima do limite audível para o
ser humano, que produzem imagens em tempo real de órgãos, tecidos e fluxo sanguíneo do corpo.
O ultrassom pode ser útil para determinar se uma massa sólida ou se está preenchida com líquido. Os padrões de eco
produzidos pela maioria dos tumores têm aparência diferente dos de tecido normal.
Muitas vezes a ultrassonografia é utilizada para guiar precisamente o posicionamento de uma agulha de biópsia em
uma área suspeita de câncer.
Tomografia Computadorizada
A tomografia computadorizada é uma técnica de diagnóstico por imagem que utiliza a radiação X para visualizar
pequenas fatias de regiões do corpo, por meio da rotação do tubo emissor de Raios X ao redor do paciente. O
equipamento possui uma mesa de exames onde o paciente fica deitado para a realização do exame. Esta mesa desliza
para o interior do equipamento, que é aberto, não gerando a sensação de claustrofobia.
Alguns exames de tomografia são realizados em duas etapas: sem e com contraste. A administração intravenosa de
contraste deve ser realizada quando se deseja delinear melhor as estruturas do corpo, tornando o diagnóstico mais
preciso.
Muitas vezes a tomografia computadorizada é utilizada para guiar precisamente o posicionamento de uma agulha de
biópsia em uma área suspeita de câncer.
Ressonância Nuclear Magnética
A ressonância magnética é um método de diagnóstico por imagem, que utiliza ondas eletromagnéticas para a
formação das imagens. A ressonância magnética produz imagens que permitem determinar o tamanho e a localização
de um tumor de rim, bem como a presença de metástases.
Assim como na tomografia, também pode ser usado um contraste via intravenosa para a obtenção de maiores detalhes
do corpo, porém com menos frequência.
Pet-CT – Tomografia por Emissão de Pósitrons
A tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) mede variações nos processos bioquímicos, quando alterados por
uma doença, e que ocorrem antes que os sinais visíveis da mesma estejam presentes em imagens de tomografia
computadorizada ou ressonância magnética. O PET scan é uma combinação de medicina nuclear e análise bioquímica,
que permite uma visualização da fisiologia humana por detecção eletrônica de radiofármacos emissores de pósitrons
de meia-vida curta.
Os radiofármacos ou moléculas marcadas por um isótopo radioativo, são administrados ao paciente, por via venosa,
antes da realização do exame. Como as células cancerígenas se reproduzem muito rapidamente, e consomem muita
energia (açúcar) para se reproduzirem e se manterem em atividade, o exame aproveita essa propriedade. Moléculas de
glicose, que são energia pura, são marcadas por um radioisótopo e injetadas nos pacientes. Como as células de
tumores são ávidas da energia proveniente da glicose, esta vai concentrar-se nas células cancerígenas, onde o
metabolismo celular é mais intenso do que nas células normais. Alguns minutos depois da administração de glicose é
possível fazer um mapeamento do organismo, produzindo imagens do interior do corpo.
O PET scan permite detectar pequenos acúmulos de células cancerígenas e se o câncer se disseminou para os
linfonodos ou outras estruturas e órgãos do corpo.
Cintilografia Óssea
Este exame pode mostrar se a doença se disseminou para os ossos. Pode ser feita se houver razões para pensar que o
tumor pode ter se espalhado para os ossos devido a sintomas como dor óssea ou resultados dos exames de sangue, que
mostram um aumento no nível de cálcio. Entretanto o PET scan também podem mostrar a disseminação da doença
para os ossos, então, se o paciente tiver realizado esse exame não precisará realizar a cintilografia óssea.

CÂNCER DE PELE MELANOMA


INTRODUÇÃO AO CÂNCER DE PELE MELANOMA
A pele é o maior órgão do corpo humano, de característica heterogênea conforme localização no corpo. O
desenvolvimento de células atípicas nesse órgão pode resultar em um câncer de pele, que pode ser classificado como
câncer de pele melanoma ou simplesmente melanoma e câncer de pele não melanoma ou simplesmente câncer de pele.
Os não-melanoma representam 95% do total dos casos de câncer de pele e os dois tipos mais comuns são: o
basocelular (carcinoma de células basais) e o espinocelular (carcinoma de células escamosas). Esse tipo de patologia é
uma das mais comuns no Brasil, sendo que o não melanoma tem um bom prognostico.  
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, em 2020 são esperados cerca de 93.170 para novos casos de câncer
de pele não melanoma em mulheres e 83.770 em homens. Para melanoma, 4.250 em mulheres e 4.200 em homens.
FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE PELE MELANOMA
Os fatores de risco podem ser achados no ambiente físico, herdados ou decorrência de hábitos ou tradições próprias de
um determinado ambiente social e cultural.
Os principais fatores de risco para o câncer de pele são:
Exposição à Radiação Ultravioleta (UV) – A luz solar é a principal fonte de raios ultravioleta (UV) que pode ser
subdividida em três tipos de raios, UVC, UVB e UVA, de acordo com o seu comprimento de onda. A radiação
ultravioleta B (UVB) provoca queimaduras e tem um papel importante no desenvolvimento da maioria dos tipos de
câncer de pele. Raios UV danificam o DNA de células. O câncer de pele tem início quando o dano afeta o DNA dos
genes que são responsáveis pelo crescimento das células da pele.
 
Pele Clara –  Conforme a escala Fitzpatrick (classificação de fototipos cutâneos), pessoas com menos pigmento
(melanina) na pele têm menos proteção contra as radiações UV, principalmente do Fototipo 1 e 2. Se queimam com
facilidade, têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver câncer de pele.
 
Escala Fitzpatrick
Escala Fitzpatrick
Lesões precursoras – Nevo malanocítico atípico, lentigo maligno (lesão pré invasora do melanoma, extensa na face e
de crescimento lento e progressivo acima dos 60 anos), nevo congênito gigante e Nevo congênito com transformação
para melanoma.
Idade – A maioria dos carcinomas basocelulares e espinocelular aparece em pessoas mais idosas, provavelmente
devido à exposição ao sol acumulativa. 
Gênero – Os homens são mais propensos que as mulheres de ter câncer de pele basocelular e cerca de 3 vezes mais
chance de desenvolver câncer de pele espinocelular. Isto é provavelmente em função de uma maior exposição ao sol.
Exposição a Produtos Químicos – A exposição a grandes quantidades de arsênio, aumenta o risco de desenvolver
câncer de pele. O arsênio é um metal pesado encontrado naturalmente, em algumas áreas, em águas de poço; e,
também utilizado em pesticidas. Trabalhadores expostos ao alcatrão industrial, ao carvão, a parafina, e a certos tipos
de óleo podem ter um risco aumentado de desenvolver câncer de pele basocelular e espinocelular.
Câncer de Pele Prévio – As pessoas que tiveram câncer de pele basocelular e espinocelular têm um risco aumentado
de desenvolver outro câncer de pele.
Genéticos – Correspondem a aproximadamente 10% dos casos de melanoma. Dentre os genes de alta penetrância,
o locus gênico CDKN2A, localizado no braço curto do cromossomo 9, é o que corresponde a maioria dos casos de
melanoma familiar (25 a 40% dos casos). Este gene codifica duas proteínas importantes na regulação do ciclo celular,
principalmente ante lesões no DNA. Outro gene é o CDK4 que codifica uma proteína responsável pela progressão do
ciclo celular.
O melanoma, além dos fatores já descritos, associam-se o relato prévio de câncer de pele, histórico familiar de
melanoma, xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol, com
queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos), nevo congênito (pinta escura) e o nevo displásico (lesões
escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas).
PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PELE MELANOMA
Além da prevenção primária como alimentação, combater o tabagismo, as maneiras específicas de prevenir o câncer
de pele é a fotoproteção, desde que a exposição solar inadequada é um fator preponderante na sua indução.

 Evite exposição solar entre as 10:00 e 15:00h.


 Use creme fotoprotetor de FPS 15 ou mais, reaplique-o após suor intenso ou mergulho mesmo nos dias
nublados.
 Complemente a proteção solar através de óculos de sol, camiseta, chapéu e guarda-sol.
 Evite sempre o bronzeamento deliberado, seja através do sol ou de fontes artificiais de ultravioleta. (Cabines
de Bronzeamento).
 Tratamento de lesões capazes de transformarem em câncer de pele.
 Ensine as crianças a protegerem-se do sol desde cedo. Mantenha as crianças menores protegidas do sol usando
foto-protetores adequados e expondo-as em horários mais favoráveis.
 Os danos solares ocorrem a cada exposição, tendo efeitos maléficos cumulativos.
 Use um protetor solar ou filtro solar, refazendo a aplicação a cada duas horas, ou após nadar ou suar em
excesso, durante todo o tempo em que permanecer ao sol.
 Auto exame de pele.
CLASSIFICAÇÃO PATOLÓGICA DO CÂNCER DE PELE MELANOMA
Melanoma Disseminativo Superficial – É a forma mais comum, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Mais
frequente em pacientes de pele clara de 30 a 50 anos. Comporta-se como uma lesão de crescimento ao longo de 5 anos
e que cresceu mais rápido nos últimos dois meses. No home aparece mais em tronco enquanto que nas mulheres, nos
membros inferiores.

Melanoma Nodular – É um melanoma de forma nodular que surgiu em pele clinicamente normal. Compreende cerca
de 15 a 30% dos casos, em pessoas da quinta e sexta décadas. Localiza-se mais frequentemente em tronco e mais em
homens que em mulheres. Cresce mais rápido que os outros subtipos. Tende a ter um prognóstico mais reservado
devido a sua espessura e não simplesmente pela forma nodular. Tem aspecto de uma lesão nodular séssil, bem
delimitada ou pediculada e, por vezes, multinodular.

Melanoma Acral ou Melanoma Lentiginoso Acral – Apresenta-se como três subtipos: Melanoma palmo-plantar,
Melanoma subungueal e melanoma mucoso. Compreende os melanomas em áreas distais do corpo, particularmente
plantas dos pé e subungueais (debaixo das unhas), por sua característica fase de crescimento radial (para as laterais) ou
“lentiginosa” (sardento).

Quando originado na matriz, o melanoma subungueal incipiente manifesta-se como uma melanoníquia estriada.


Melanoníquia estriada ou melanoníquia longitudinal é o termo utilizado para designar qualquer hipercromia linear
marrom ou enegrecida da lâmina e o do leito ungueal. Podem ser de causa neoplásica (nevos
melanocíticos, melanoma) ou não neoplásica (racial, medicamentosa) e originam-se mais frequentemente da matriz
ungueal distal porque esta contém melanócitos ativos, dendríticos e mais numerosos. O melanoma subungueal é mais
frequente no polegar e hálux (“dedão”) e o envolvimento de um único dedo com uma faixa pigmentada aumenta a
suspeita para melanoma subungueal, mais do que quando faixas pigmentadas semelhantes envolvem múltiplos dedos.
Melanoma Lentigo Maligno – O lentigo maligno, após a progressão de alguns anos, podem adquirir características
de invasividade, quando passam a apresentar células de melanoma da derme passando a ser classificado como
Melanoma Lentigo Maligno. Tem predileção pelas áreas da pele cronicamente expostas ao sol, comumente cabeça e
pescoço, de pessoas acima dos 40 anos. Sua incidência aumenta com a idade e apresenta um pico entre sexta e oitava
décadas. O Lentigo Maligno surge como uma extensa mácula irregular, de limites imprecisos, que se expande
centrifugamente, com uma pigmentação heterogênea em tons variáveis de Cinza, marrom, marrom escuro ou preto.
Tipos Especiais de Melanoma
Melanoma Desmoplásico – Acomete mais frequentemente a região cefálica, seguida do tronco e membros superiores.
Por ser mais encontrado em áreas foto-expostas e eventualmente estar associado ao melanoma tipo lentiginoso. Mais
comumente apresenta-se como uma pápula (pequena elevação sólida e limitada a superfície da pele de até 5 mm)
endurada, placa ou nódulo não pigmentado, de aparência inócua. A impressão clínica inicial é a de um carcinoma
basocelular, dermatofribroma, sarcoma, cisto ou cicatriz hipertrófica. Devido às suas características clínicas
inespecíficas, o diagnóstico muitas vezes é tardio.
 
Melanoma Amelanótico ou Amelanocítico – é um melanoma caracterizado pela pequena ou nula produção de
melanina. Todos os quatro tipos clássicos de melanoma podem apresentar-se sob a forma amelanótica. É raro, cerca de
2 a 8% dos melanomas. Mais frequentemente em áreas expostas ao sol da pele de pacientes do sexo feminino acima
de 60 anos com foto envelhecimento acentuado. Pode apresentar-se como uma mácula, pápula ou placa com bordas
irregulares, eritema tosa, por vezes descamativa simulando um carcinoma basocelular superficial, ceratose actínica,
doença de Bowen ou dermatoses inflamatórias como a psoríase. Também pode manifestar-se como um nódulo
exofítico, geralmente erosado, semelhante a um granuloma piogênico ou hemangioma. A sintomatologia mais
frequente é o prurido ou sangramento pós traumático. Nos melanomas verdadeiramente amelanóticos, o único critério
dermatoscópico relevante para o diagnóstico é o padrão vascular. Estruturas vasculares mais frequentes:
glóbulos/áreas vermelho leitosas, vasos puntiformes, vasos ‘em grampo de cabelo’, vasos lineares irregulares e a
associação de vasos puntiformes e lineares irregulares.
 
Melanoma Primário de Mucosa – São tumores extremamente raros e biologicamente agressivos. Podem ocorrer na
cabeça e pescoço (55,4%), genitália feminina (18%), região anorretal (23,8%) e aparelho urinário (2,8%).
Diferentemente do melanoma cutâneo, sua incidência permanece estável. Geralmente incidem em pacientes na 7ª
década de vida e são mais frequentes no sexo feminino. Devido à sua localização peculiar, o diagnóstico na maioria
das vezes é tardio, quando o paciente já apresenta micrometástases.
 
Nevo Azul Maligno – Forma extremamente rara e agressiva de melanoma que se origina de um nevo azul. Localiza-
se mais frequentemente no couro cabeludo, seguido dos pés e tronco. Clinicamente assemelha-se a um nevo azul
benigno, geralmente com mais de 3,0cm de diâmetro.
 
Melanoma Dérmico Primário – O melanoma dérmico primário é outra variante raríssima que geralmente apresenta-
se simulando uma lesão cística, vascular ou outras formas de câncer da pele não melanoma. Acomete mais
frequentemente pacientes acima dos 60 anos de idade, sem predileção por sítios anatômicos.
 
Melanoma de Desvio Mínimo (Melanoma Nevóide) – São tumores que exibem pouca atipia citológica durante a sua
fase de crescimento vertical. Geralmente acometem o tronco ou parte proximal dos membros de adultos jovens.
Manifestam-se clinicamente como um nódulo expansivo ou tumor verrucoso cujas células, que podem ser epiteliódes
(nevóides) ou alongadas (spitzoides), tendem a estar distribuídas de maneira uniforme.
 
Melanoma Sptzoide – Sua distinção de um nevo de Sptiz pode ser uma tarefa difícil para o patologista. Lesões
situadas nos membros inferiores de pacientes com menos de 40 anos de idade têm uma probabilidade 8 vezes maior de
serem um nevo de Spitz. Por outro lado, lesões no tronco de pacientes acima de 40 anos têm uma chance de 7,4:1 de
serem um melanoma.
DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE PELE MELANOMA
O médico busca todo o histórico relacionado a esta e a outras doenças, além de seus antecedentes de tratamentos,
fatores de risco para esta e outros tipos de doenças, medicamentos, hábitos, vícios e antecedentes familiares. Em
seguida, um exame clínico descritivo completo e em busca de outras possíveis lesões de pele e alterações nos gânglios
linfáticos (virilhas, pescoço e axilas). 
A exame clínico do “A-B-C-D-E” é muito importante na avaliação e da conduta diagnóstica.

A dermatoscopia é um exame feito com auxílio de uma óptica para melhor visualizar as estruturas da pele,
proporcionando uma visão em profundidade que facilita a análise e documentação das manchas e pintas. Este
procedimento é realizado com o uso de um instrumento chamado dermatoscópio, que é uma espécie de microscópio
com uma fonte de luz que permite visualizar a lesão com um aumento de até 400 vezes seu tamanho, possibilitando
uma melhor inspeção.

Mapeamento corporal total e dermatoscopia digital


Para pacientes com alto risco de desenvolver câncer de pele, principalmente aqueles com múltiplos nevos (pintas) e
parentes com melanoma, recomenda-se fotografar todo o corpo e cada uma das pintas usando um dermatoscópio
acoplado à uma máquina fotográfica digital. Esse exame é útil para acompanhamento e deve ser repetido conforme
orientação do dermatologista. Apenas aquelas pintas que mudarem serão suspeitas de câncer de pele, possibilitando o
diagnóstico precoce com redução do número de lesões removidas desnecessariamente.
Exame dermatoscópico digital de lesão em ombro direito.
O diagnóstico definitivo se dá por meio do exame anátomo patológico através da biópsia incisional ou excisional da
lesão suspeita. A incisional é a que retira-se um fragmento da lesão tumoral e a excisional, retira-se toda a lesão, pois
neste momento, o mais importante e oncologicamente adequado, é confirmar a suspeita e analisar o exame para
indicar a conduta adequada para o tratamento.
Dependendo dos resultados da biópsia, outros exames podem ser necessários para descobrir o tamanho do tumor, o
quão profundamente está comprometendo outros tecidos e/ou órgãos e se espalhou para outras partes do corpo. Isso é
chamado de estadiamento e ele muito importante para a escolha do plano de tratamento correto. 
Outros exames laboratoriais e de imagem Raio-x do tórax, Ultrassonografia de abdome total, Tomografia
computadorizada (TC), Ressonância nuclear magnética (RNM) e Tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT).
MARCADORES TUMORAIS DO CÂNCER DE PELE MELANOMA
Não existem marcadores tumorais específicos para o melanoma, mas a dosagem de DHL (desidrogenase lática) é fator
prognóstico poderoso, sendo incluída no último estadiamento publicado.  No caso do melanoma, pesquisamos uma
enzima chamada desidrogenase láctica (DHL). Níveis elevados de DHL podem ser um sinal de doença mais grave.
ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE PELE MELANOMA
Classificação ou Níveis de Clark:
É um sistema baseado na anatomia da pele, ou seja, conforme o Melanoma se aprofunda nas camadas da pele
(epiderme, derme papilar, derme reticular, tecido subcutâneo), os níveis de Clark aumentam e ele vai de I a V (um a
cinco). 
Nível I: Melanoma confinado a epiderme.
Nível II: Melanoma invade a derme papilar.
Nível III: Melanoma preenche a derma papilar mas não invade a derme reticular.
Nível IV: Melanoma invade a derma reticular.
Nível V: Melanoma invade o tecido subcutâneo.
 
Classificação ou Níveis de Breslow:
O índice de Breslow é um dos detalhes mais importantes, pois é uma medida do melanoma desde o seu topo (na
camada granulosa da epiderme) até a porção mais profunda. Esta medição é feita através do microscópio e é dada em
milímetros (mm). Quanto mais “alto e profundo” for o melanoma, maior será o seu índice de Breslow. Quando o
melanoma for ulcerado, o topo é a base da úlcera.
Esse dado é importante porque representa um dos principais fatores prognósticos para melanoma. Através de estudos
estatísticos, ele é capaz de predizer a sobrevida, recidiva local e acometimento de linfonodos. Além disso, esse índice
nos guia ao tomar decisões do melhor tratamento cirúrgico, exames complementares, etc.
Nível I: Melanoma < 0,75 mm.
Nível II: Melanoma de 0,76 a 1,5 mm.
Nível III: Melanoma de 1,51 a 4,0 mm.
Nível IV: Melanoma > 4,1 mm invade a derma reticular.
 
Tanto o NÍVEL DE CLARK quanto o ÍNDICE DE BRESLOW são sistemas utilizados pelo médico patologista
(aquele que analisa no microscópio a doença) para dizer qual a profundidade do Melanoma.
Hoje em dia, o Índice de Breslow é mais utilizado do que o Nível de Clark para estabelecer condutas de tratamento e
prognóstico. Isso acontece porque o Índice de Breslow é mais confiável e mais fácil de ser reproduzido pelos médicos
patologistas, tornando um sistema mais adequado para utilização em larga escala. 
 
Ulceração
Termo usado para descrever uma ferida da pele sobre o melanoma. A ulceração é outro importante fator, pois
melanomas não ulcerados tendem a ter pior prognóstico.
 
Índice mitótico:
A taxa mitótica é determinada pela contagem do número de células que estão mostrando mitoses, ou divisão
celular. Uma maior taxa mitótica indica maior probabilidade da doença se espalhar.
Outros termos adicionais também podem ser encontrados no exame anatomopatológico, como fase de crescimento
radial ou vertical, invasão linfática, satélites, regressão e fase do diagnóstico. Porém, essas informações são variáveis.
ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE PELE MELANOMA - TNM (AJCC, 8ª. Edição)
Tumor Primário (T)
Tx – Tumor primário não pode ser avaliado
T0 – Sem evidência de tumor primário
Tis – Melanoma “in situ”
T1 – Tumor ≤ 1,0 mm de espessura (e que invade a derme papilar (nível II de Clark))
T1a – Tumor ≤ 0,8 mm de espessura sem ulceração
T1b – Tumor ≤ 0,8 mm de espessura com ulceração ou Tumor de 0,8 a 1,0 mm com ou sem ulceração
T2 – Tumor de 1,0 a 2,0 mm de espessura
T2a – Tumor de 1,0 a 2,0 mm de espessura sem ulceração
T2b – Tumor de 1,0 a 2,0 mm de espessura com ulceração
T3 – Tumor de 2,0 a 4,0 mm de espessura
T3a – Tumor de 2,0 a 4,0 mm de espessura sem ulceração
T3b – Tumor de 2,0 a 4,0 mm de espessura com ulceração
T4 – Tumor > 4,0 mm de espessura
T4a – Tumor > 4,0 mm de espessura sem ulceração
T4b – Tumor > 4,0 mm de espessura com ulceração
 
Satelitose é a presença de disseminação até 2,0 cm do tumor primário; metástase em trânsito são metástases
clinicamente evidente, cutâneas e/ou subcutâneas, a partir de 2,0 cm do tumor primário, em direção ou não à
primeira cadeia de drenagem linfática; Microssatelitose são metástases microscópicas, cutâneas e/ou subcutâneas,
encontradas no exame anatomopatológico, descontínuas do foco do tumor primário, não podendo haver fibrose ou
inflamação separando os focos.
Imagem associando os níveis de Clark e de Breslow.
Linfonodos Regionais (N)
Nx – Linfonodos não podem ser avaliados
N0 – Ausência de metástases para linfonodos
N1 – Metástase em apenas 1 linfonodo comprometido
N1a – Metástase em apenas 1 linfonodo envolvido (sentinela) e ausência de satelitose, metástase em trânsito ou
microssatelitose.
N1b – Metástase em apenas 1 linfonodo envolvido (sentinela) e ausência de satelitose, metástase em trânsito ou
microssatelitose.
N1c – Presença de satelitose, metástase em transito ou microsatelitose sem envolvimento linfonodal
N2 – Metástases em 2 ou 3 linfonodos, ou 1 linfonodo envolvido em associação a satelitose, metástases em trânsito ou
microssatelitose.
N2a – Metástases em 2 ou 3 linfonodos (sentinela) e ausência de satelitose, metástase em trânsito ou microssatelitose.
N2b – Metástases em 2 ou 3 linfonodos e ausência de satelitose, metástase em trânsito ou microssatelitose.
N2c – Metástase em 1 linfonodo (sentinela ou não) em associação a satelitose, metástase em trânsito ou
microssatelitose.
N3 – Metástases em 4 ou mais linfonodos, ou 2 a 3 linfonodos envolvidos em associação a satelitose, metástases em
trânsito ou microssatelitose.
N3a – Metástases em 4 ou mais linfonodos (sentinela) e ausência de satelitose, metástases em trânsito ou
microssatelitose.
N3b – Metástases em 4 ou mais linfonodos ou linfonodos coalescentes e ausência de satelitose, metástases em trânsito
ou microssatelitose.
N3c – Metástases em ao menos 2 ou 3 linfonodos (ou coalescentes) em associação a satelitose, metástases em trânsito
ou microssatelitose.
 
 Metástases a distância (M)
Mx – Metástases a distância não podem ser avaliadas
M0 – Ausência de metástases a distância
M1 – Metástases a distância
M1a – 0- Metástases em pele, partes moles, músculos ou linfonodos não regionais, e níveis séricos de DHL dentro da
normalidade.
 1- Metástases em pele, partes moles, músculos ou linfonodos não regionais, e níveis séricos de DHL elevados.
M1b – 0- Metastases em pulmão (com ou sem sítios incluídos me M1a), e níveis séricos de DHL dentro da
normalidade.
1- Metastases em pulmão (com ou sem sítios incluídos me M1a), e níveis séricos de DHL elevados.
M1c – 0- Metastases em sítios além de M1a e M1b, sem comprometimento do sistema nervoso central, e níveis
séricos de DHL dentro da normalidade.
1- Metastases em sítios além de M1a e M1b, sem comprometimento do sistema nervoso central, e níveis séricos de
DHL elevados.
M1d – 0- Metastases para sistema nervoso central, e níveis séricos de DHL dentro da normalidade.
 1- Metastases para sistema nervoso central, e níveis séricos de DHL elevados.
Agrupamento anatômico TNM – Estadiamento Clínico

Agrupamento anatômico TNM – Estadiamento Patológico

TRATAMENTO CÂNCER DE PELE MELANOMA


A definição do tratamento a ser realizado é uma decisão em conjunto com os médicos, equipe multiprofissional,
paciente, familiares e cuidadores baseadas em suas condições clínicas de saúde, indicações, vontades, valores e
crenças. Nem todos os tratamentos alistados são apropriados ou aceitáveis para todos os pacientes.
O tratamento dependerá do Estadiamento Clínico com exames de imagem.
Através de exames radiológicos realizados antes da cirurgia, o médico verificará o tamanho do tumor e eventual
comprometimento de outras estruturas no organismo, especialmente dos pulmões, fígado e gânglios linfáticos
(linfonodos). Todas estas informações constituem o estadiamento clínico do tumor e juntamente com estadiamento
patológico (pós operatório) definirão a forma mais adequada de tratamento, assim como o prognóstico.
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR DO CÂNCER DE PELE MELANOMA
Uma equipe multidisciplinar no tratamento do câncer é fundamental, tendo em vista que é um processo que passa por
várias etapas. E, em cada uma delas é necessário o atendimento de um profissional de saúde especializado para prestar
o melhor suporte possível. As vezes um paciente realiza uma cirurgia e demora para iniciar a quimioterapia, deixando
de oferecer uma melhor condição terapêutica para o doente.
Cada paciente reage de uma forma diferente. Por isso, estar em uma equipe multidisciplinar possibilita uma
abordagem mais ampla e eficiente, desde o diagnóstico até o pós-tratamento, fazendo com que cada membro tenha um
papel importante no cuidado. É uma verdadeira engrenagem em constante movimento em que cada profissional
aborda o doente e seus familiares, tornando o tratamento também menos doloroso e traumático.
 
Médico Cirurgião Oncológico – É o cirurgião especializado no tratamento cirúrgico dos tumores e outras condições
inerentes a evolução da doença ou do tratamento. Está em sempre contato tanto com o doente oncológico quanto com
a família neste momento em que o futuro muitas vezes parece incerto. Além disso, possui habilidades em cirúrgicas
radicais ou conservadoras, convencionais e minimamente invasivas (laparoscopia e robótica), além da experiência e
conhecimento para indicação ou contra-indicação do melhor momento de atuação baseado nas condições clínicas do
paciente com câncer.
Médico Oncologista Clínico – É o médico especializado nas diferentes formas de tratamento como a quimioterapia,
hormonioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Graças aos avanços científicos, hoje existem inúmeras possibilidades de
regressão, remissão e até mesmo a cura de várias doenças, desde que abordadas e tratados no momento certo e nas
melhores condições clínicas em que o paciente se encontra.
Médico Paliativista – É o especialista no controle de sintomas causados pela doença ou tratamento. O manejo de dor,
falta de ar, obstipação, diarréia, náuseas e dificuldades com alimentação, entre outros, assegura ao paciente qualidade
de vida e conforto para desenvolver o tratamento proposto ou mesmo enfrentar o processo de finitude quando a
progressão de doença limita a proposta curativa. Saiba mais sobre cuidados paliativos.  
Enfermeiro – O enfermeiro é quem dá as orientações sobre os cuidados e precauções gerais da colostomia,
urostomias, traqueostomias, curativos e feridas. Saiba mais sobre as estomias e seus cuidados.  
Psicólogo – Sentimentos como depressão, ansiedade, medos, preocupações e dúvidas são comuns e muitas vezes,
precisam de cuidado. O psico-oncologista apoia emocionalmente o paciente e seus familiares, proporcionando uma
melhor qualidade de vida. Saiba mais sobre psicoterapia.
Nutricionista – É o profissional que pode ajudar a diminuir os efeitos colaterais do tratamento por meio de uma
alimentação equilibrada e saudável, principalmente durante a quimioterapia. Em casos de colostomia, também são
necessárias orientações sobre o que comer e o que deve ser evitado. Saiba mais sobre nutrição.
Fonoaudióloga – É o profissional focado em todos os aspectos da comunicação humana, ou seja, a linguagem oral e
escrita, a fala, a voz e a audição, além dos movimentos relacionados à mastigação, deglutição e respiração. Atua em
parceria com outros profissionais da equipe e outros como, neurologistas e psicopedagogos. Saiba mais sobre
fonoterapia.
Cirurgião Dentista – É o profissional que cuida não só da saúde dos dentes, mas de toda a boca e de estruturas
associadas. Aqui no INCA, desenvolve ações preventivas do câncer de boca e atua com os demais membros da equipe
prevenindo e tratando lesões provocadas pela quimioterapia e radioterapia, além do todo o processo relacionado a
nutrição, mastigação e deglutição para melhorar sempre o estado nutricional do paciente. Saiba mais sobre cuidados
odontológicos.
Fisioterapeuta – É responsável por promover a recuperação físico-funcional do paciente restaurando movimentos e
funções comprometidas durante ou após a doença.
TRATAMENTO CLÍNICO MULTIDISCIPLINAR PARA O CÂNCER DE MAMA
Uma equipe multidisciplinar no tratamento do câncer é fundamental, tendo em vista que é um processo que passa por
várias etapas. E, em cada uma delas é necessário o atendimento de um profissional de saúde especializado para prestar
o melhor suporte possível. As vezes um paciente realiza uma cirurgia e demora para iniciar a quimioterapia, deixando
de oferecer uma melhor condição terapêutica para o doente.
Cada paciente reage de uma forma diferente. Por isso, estar em uma equipe multidisciplinar possibilita uma
abordagem mais ampla e eficiente, desde o diagnóstico até o pós-tratamento, fazendo com que cada membro tenha um
papel importante no cuidado. É uma verdadeira engrenagem em constante movimento em que cada profissional
aborda o doente e seus familiares, tornando o tratamento também menos doloroso e traumático.
Médico Cirurgião Oncológico – É o cirurgião especializado no tratamento cirúrgico dos tumores e outras condições
inerentes a evolução da doença ou do tratamento. Está em sempre contato tanto com o doente oncológico quanto com
a família neste momento em que o futuro muitas vezes parece incerto. Além disso, possui habilidades em cirúrgicas
radicais ou conservadoras, convencionais e minimamente invasivas (laparoscopia e robótica), além da experiência e
conhecimento para indicação ou contra-indicação do melhor momento de atuação baseado nas condições clínicas do
paciente com câncer.
Médico Oncologista Clínico – É o médico especializado nas diferentes formas de tratamento como a quimioterapia,
hormonioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Graças aos avanços científicos, hoje existem inúmeras possibilidades de
regressão, remissão e até mesmo a cura de várias doenças, desde que abordadas e tratados no momento certo e nas
melhores condições clínicas em que o paciente se encontra.
Médico Paliativista – É o especialista nos cuidados da fase em que a cura já não é possível pelo fato da doença estar
avançada ou em progressão ou mesmo “espalhada” para vários órgãos do corpo, mas não significa um fim da vida.
Esse é o seu grande papel em oferecer condições de qualidade de vida, como alívio da dor, falta de ar, alimentação,
obstipação, diarreia, e muitas outras condições clínicas. 
Enfermeiro – É o profissional que está ao lado do paciente em todos os momentos e que orienta sobre os possíveis
efeitos colaterais, sinais e sintomas e outras possíveis dúvidas que surjam durante o tratamento. O enfermeiro é quem
dá as orientações sobre os cuidados e precauções gerais da colostomia.
Psicólogo – Sentimentos como depressão, ansiedade, medos, preocupações e dúvidas são comuns e muitas vezes,
precisam de cuidado. O psico-oncologista apoia emocionalmente o paciente e seus familiares, proporcionando uma
melhor qualidade de vida.
Nutricionista – É o profissional que pode ajudar a diminuir os efeitos colaterais do tratamento por meio de uma
alimentação equilibrada e saudável, principalmente durante a quimioterapia. Em casos de colostomia, também são
necessárias orientações sobre o que comer e o que deve ser evitado.
Fisioterapeuta – É responsável por promover a recuperação físico-funcional do paciente restaurando movimentos e
funções comprometidas durante ou após a doença. A drenagem linfática do membro superior do lado da mama
operada, principalmente nos casos de linfadenectomia axilar e/ou reconstrução mamária e mesmo durante e após a
Radioterapia, precisa ser estimulada. Isso assegura a qualidade de vida e o retorno a vida cotidiana muito mais rápida
e com muito menos dor e desconforto, principalmente a longo prazo, em uma área extensa de irradiação, pode levar a
sequelas muitas vezes dolorosas e limitantes.
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO CÂNCER DE PELE MELANOMA
É o tratamento utilizado em todos os tipos de melanoma e em todos os seus estágios. Depois da retirada completa da
lesão inicial (biopsia excisional ou incisional) deve ser realizado uma nova cirurgia com margens amplas (ampliação
de margens), para diminuir a chance do tumor voltar naquele local.
Em tumores com espessura (nível de Breslow) menor do que 1mm, a margem de segurança de 1 cm parece suficiente.
Entre 1 e 2 mm de espessura a margem seria de 2 cm e acima de 3 mm, margem lateral de 2 a 3 cm, dependendo da
localização anatômica.
Dependendo principalmente da profundidade do melanoma, faz-se a pesquisa do linfonodo sentinela, que é o primeiro
gânglio a ser atingido no caso de metástase. Caso haja linfonodo positivo, o esvaziamento dos gânglios daquela região
é necessário (linfadenectomia). Esse exame é feito injetando-se um corante azul próximo ao tumor e este é drenado
para os gânglios.
O primeiro gânglio atingido é removido e analisado. Se houver células tumorais nesse gânglio, o exame é considerado
positivo, realizando-se então a retirada de toda aquela cadeia de gânglios. Mesmo havendo a remoção de todos os
melanomas, alguns pacientes podem precisar de quimioterapia, que, quando administrada após a cirurgia, para
diminuir as chances de o melanoma retornar. Chamamos de terapia adjuvante. Pode haver a necessidade também da
realização de cirurgia em outros órgãos, caso o melanoma tenha se espalhado.
 
Indicações de Pesquisa do linfonodo Sentinela em Melanoma Cutâneo:
Breslow ≤ 1 mm E índice mitótico ≥ 1/mm²
Breslow ≤ 1 mm E ulceração
Breslow ≤ 1 mm E Clark IV/V
Breslow de 1,01 a 4 mm
Breslow > 4 mm E linfonodo clinicamente negativo
INTRODUÇÃO AO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA
A pele é o maior órgão do corpo humano, de característica heterogênea conforme localização no corpo. O
desenvolvimento de células atípicas nesse órgão pode resultar em um câncer de pele, que pode ser classificado como
câncer de pele melanoma ou simplesmente melanoma e câncer de pele não melanoma ou simplesmente câncer de pele.
Os não-melanoma representam 95% do total dos casos de câncer de pele e os dois tipos mais comuns são: o
basocelular (carcinoma de células basais) e o espinocelular (carcinoma de células escamosas). Esse tipo de patologia é
uma das mais comuns no Brasil, sendo que o não melanoma tem um bom prognostico.  
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer, em 2020 são esperados cerca de 93.170 para novos casos de câncer
de pele não melanoma em mulheres e 83.770 em homens. Para melanoma, 4.250 em mulheres e 4.200 em homens.
FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA
Os fatores de risco podem ser achados no ambiente físico, herdados ou decorrência de hábitos ou tradições próprias de
um determinado ambiente social e cultural.
Os principais fatores de risco para o câncer de pele são:
Exposição à Radiação Ultravioleta (UV) – A luz solar é a principal fonte de raios ultravioleta (UV) que pode ser
subdividida em três tipos de raios, UVC, UVB e UVA, de acordo com o seu comprimento de onda. A radiação
ultravioleta B (UVB) provoca queimaduras e tem um papel importante no desenvolvimento da maioria dos tipos de
câncer de pele. Raios UV danificam o DNA de células. O câncer de pele tem início quando o dano afeta o DNA dos
genes que são responsáveis pelo crescimento das células da pele.
 
Pele Clara –  Conforme a escala Fitzpatrick (classificação de fototipos cutâneos), pessoas com menos pigmento
(melanina) na pele têm menos proteção contra as radiações UV, principalmente do Fototipo 1 e 2. Se queimam com
facilidade, têm de duas a três vezes mais chances de desenvolver câncer de pele.
 
Escala Fitzpatrick

Escala Fitzpatrick
Idade – A maioria dos carcinomas basocelulares e espinocelular aparece em pessoas mais idosas, provavelmente
devido à exposição ao sol acumulativa. 
Gênero – Os homens são mais propensos que as mulheres de ter câncer de pele basocelular e cerca de 3 vezes mais
chance de desenvolver câncer de pele espinocelular. Isto é provavelmente em função de uma maior exposição ao sol.
Exposição a Produtos Químicos – A exposição a grandes quantidades de arsênio, aumenta o risco de desenvolver
câncer de pele. O arsênio é um metal pesado encontrado naturalmente, em algumas áreas, em águas de poço; e,
também utilizado em pesticidas. Trabalhadores expostos ao alcatrão industrial, ao carvão, a parafina, e a certos tipos
de óleo podem ter um risco aumentado de desenvolver câncer de pele basocelular e espinocelular.
Exposição às Radiações – Pessoas que fizeram tratamento radioterápico têm maior risco de desenvolver câncer de
pele na região irradiada. Isso é muito preocupante em crianças que fizeram radioterapia.
Câncer de Pele Prévio – As pessoas que tiveram câncer de pele basocelular e espinocelular têm um risco aumentado
de desenvolver outro câncer de pele.
Inflamação da Pele ou Lesão Grave – Cicatrizes de queimaduras, áreas de cicatrizes de infecções ósseas, pele
danificada por alguma doença inflamatória são mais susceptíveis de desenvolver câncer de pele, embora o risco seja
baixo.
 
Psoríase – Pessoas com psoríase (doença inflamatória da pele) tratadas com psoraleno e radiação ultravioleta têm
maior chance de desenvolver câncer de pele espinocelular e provavelmente outros tipos de câncer de pele.
Pele Seca – É uma condição rara, hereditária, resultante de um defeito em uma enzima que normalmente repara danos
ao DNA. Pessoas com esta condição apresentam um alto risco de desenvolver a doença e outros tipos de cânceres de
pele em uma idade jovem.
Síndrome de Gorlin – É uma condição incomum, congênita, hereditária, na qual os indivíduos podem apresentar
alterações na mandíbula, olhos e tecido nervoso. As pessoas com essa síndrome são propensas a desenvolver câncer
de pele basocelular ainda na juventude.
Imunossupressão – Pessoas que utilizam medicamentos que suprimem gravemente o sistema imunológico, como
pacientes transplantados, têm um risco aumentado de desenvolver câncer de pele espinocelular e outros tipos menos
comuns, como o sarcoma de Kaposi e o carcinoma de células de Merkel. O tratamento com doses elevadas de
corticosteroides também pode diminuir a eficiência do sistema imunológico, aumentando o risco de câncer de pele. A
infecção com o vírus HIV, que causa a AIDS, muitas vezes debilita o sistema imunológico o que aumenta o risco do
desenvolvimento do câncer de pele basocelular e espinocelular.
Vírus do papiloma humano (HPV) – A infecção com o vírus HPV é um fator de risco para câncer de pele
espinocelular, principalmente se o sistema imunológico do indivíduo está debilitado. Sua transmissão é especialmente
sexual. Existem diferentes tipos de HPV, e algumas variedades estão fortemente associados com certos tipos de
cânceres.
Tabagismo – As pessoas que fumam são mais propensas a desenvolver câncer de pele basocelular, especialmente nos
lábios. Fumar não é um fator de risco conhecido para o carcinoma basocelular.
PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA
Além da prevenção primária como alimentação, combater o tabagismo, as maneiras específicas de prevenir o câncer
de pele é a fotoproteção, desde que a exposição solar inadequada é um fator preponderante na sua indução.

 Evite exposição solar entre as 10:00 e 15:00h.


 Use creme fotoprotetor de FPS 15 ou mais, reaplique-o após suor intenso ou mergulho mesmo nos dias
nublados.
 Complemente a proteção solar através de óculos de sol, camiseta, chapéu e guarda-sol.
 Evite sempre o bronzeamento deliberado, seja através do sol ou de fontes artificiais de ultravioleta. (Cabines
de Bronzeamento).
 Tratamento de lesões capazes de transformarem em câncer de pele.
 Ensine as crianças a protegerem-se do sol desde cedo. Mantenha as crianças menores protegidas do sol usando
foto-protetores adequados e expondo-as em horários mais favoráveis.
 Os danos solares ocorrem a cada exposição, tendo efeitos maléficos cumulativos.
 Use um protetor solar ou filtro solar, refazendo a aplicação a cada duas horas, ou após nadar ou suar em
excesso, durante todo o tempo em que permanecer ao sol.
 Auto exame de pele A–B-C-D-E. Aqui é utilizado principalmente para lesões relacionadas ao melanoma, mas
como trata-se de uma ferramenta muito útil, pode ser utilizado para avaliar e comparar a evolução das lesões
de pele de um modo geral.

CLASSIFICAÇÃO PATOLÓGICA DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA


O carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC) são os subtipos mais frequentes nos carcinomas
cutâneos.
O CBC é um tumor epitelial maligno da localização da pele, que surge a partir de células pluripotentes da camada
basal da epiderme e folículos pilosos e tipo bainha e é o câncer mais comum.
O CEC, também chamado epidermoide, é um tumor maligno das células queratinizadas da epiderme e seus anexos.
Ela compromete a pele e as mucosas com epitélio escamoso e é o segundo tipo de câncer de pele mais frequente.
Esses tumores diferem em sua origem celular, em sua biologia tumoral, em sua capacidade de apresentar
comprometimento regional e sistêmico, o que terá implicações no estadiamento e terapêutica.
QUADRO CLÍNICO DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA
Os sinais e sintomas variam de paciente para paciente, e podem se apresentar de tais maneiras:

 Nódulo único endurecido.


 Irritação ou abaulamento de uma parte da mama.
 Edema de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo).
 Edema da pele.
 Eritema na pele.
 Inversão do mamilo.
 Sensação de massa ou nódulo em uma das mamas.
 Sensação de nódulo aumentado na axila.
 Espessamento ou retração da pele ou do mamilo.
 Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos.
 Inchaço do braço.
 Dor na mama ou mamilo.

DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA


O médico busca todo o histórico relacionado a esta e a outras doenças, além de seus antecedentes de tratamentos,
fatores de risco para esta e outros tipos de doenças, medicamentos, hábitos, vícios e antecedentes familiares. Em
seguida, um exame clínico descritivo completo e em busca de outras possíveis lesões de pele e alterações nos gânglios
linfáticos (virilhas, pescoço e axilas). 
A exame clínico dermatológico é fundamental na avaliação da conduta diagnóstica.
A dermatoscopia é um exame feito com auxílio de uma óptica para melhor visualizar as estruturas da pele,
proporcionando uma visão em profundidade que facilita a análise e documentação das manchas e pintas. Este
procedimento é realizado com o uso de um instrumento chamado dermatoscópio, que é uma espécie de microscópio
com uma fonte de luz que permite visualizar a lesão com um aumento de até 400 vezes seu tamanho, possibilitando
uma melhor inspeção.
MARCADORES TUMORAIS DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA
Não existem marcadores tumorais específicos para o câncer de pele não melanoma.
ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA - TNM (AJCC, 8ª. Edição)
O American Joint Committee on Cancer (AJCC) não contempla o carcinoma basocelular no seu manual de
estadiamento. Recomenda-se estratificar estas neoplasias pelo seu risco de recorrência local de acordo com o seu
tamanho, localização, bordas, padrão histológico, infiltração perineural e tratamentos prévios.

Estratificação de risco de recorrência:


ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA: CARCINOMA ESPINOCELULAR - TNM
(AJCC, 8ª. Edição)
Tumor Primário (T)
Tx – Tumor não acessível;
Tis – Carcinoma in situ;
T1 – < 2 cm;
T2 – 2-4 cm;
T3 – > 4 cm ou menor com invasão óssea menor ou invasão perineural ou invasão no subcutâneo > 6 mm;
T4a – Invasão óssea grosseira ou medula óssea;
T4b – Invasão dos ossos ou forames da base do crânio.
 
Linfonodos Regionais (N) (Clínico)
Nx – Linfonodos não avaliáveis;
N0 – Sem linfonodos regionais comprometidos;
N1 – Metástase em um linfonodo ipsilateral ≤ 3 cm e sem extravasamento extracapsular;
N2a – Metástase em um linfonodo ipsilateral entre 3-6 cm sem extravasamento extracapsular;
N2b – Metástases em múltiplos linfonodos ipsilaterais < 6 cm e sem extravasamento extracapsular;
N2c – Metástases em linfonodos contralaterais ou bilaterais < 6 cm e sem extravasamento extracapsular;
N3a – Metástases linfonodais > 6 cm e sem extravasamento extracapsular;
N3b – Qualquer comprometimento linfonodal com extravasamento extracapsular.
 
Linfonodos Regionais (N) (patológico)
pNX: Linfonodos não avaliáveis;
pN0: Sem linfonodos regionais comprometidos;
pN1: Metástase em um linfonodo ipsilateral ≤ 3 cm e sem extravasamento extracapsular;
pN2a: Metástase em um linfonodo ipsilateral ou contralateral ≤ 3 cm com extravasamento extracapsular ou metástase
em um linfonodo ipsilateral entre 3-6 cm sem extravasamento extracapsular;
pN2b: Metástases em múltiplos linfonodos ipsilaterais < 6 cm e sem extravasamento extracapsular;
pN2c: Metástases em linfonodos contralaterais ou bilaterais < 6 cm e sem extravasamento extracapsular;
pN3a: Metástases linfonodais > 6 cm e sem extravasamento extracapsular;
pN3b: Metástase em um linfonodo ipsilateral > 3 cm com extravasamento extracapsular ou múltiplos linfonodos
ipsilaterais, contralaterais ou bilaterais, com pelo menos um com extravasamento extracapsular.
 
Metástases a distância (M)
Mx – Metástases a distância não podem ser avaliadas
M0: Sem evidência de metástase à distância;
M1: Metástase à distância.
 

TRATAMENTO DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA


A definição do tratamento a ser realizado é uma decisão em conjunto com os médicos, equipe multiprofissional,
paciente, familiares e cuidadores baseadas em suas condições clínicas de saúde, indicações, vontades, valores e
crenças. Nem todos os tratamentos alistados são apropriados ou aceitáveis para todos os pacientes.
O tratamento dependerá do Estadiamento Clínico com exames de imagem quando necessário.
Através de exames radiológicos realizados antes da cirurgia, o médico verificará o tamanho do tumor e eventual
comprometimento de outras estruturas no organismo, especialmente dos pulmões, fígado e gânglios linfáticos
(linfonodos). Todas estas informações constituem o estadiamento clínico do tumor e juntamente com estadiamento
patológico (pós operatório) definirão a forma mais adequada de tratamento, assim como o prognóstico.
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA
Uma equipe multidisciplinar no tratamento do câncer é fundamental, tendo em vista que é um processo que passa por
várias etapas. E, em cada uma delas é necessário o atendimento de um profissional de saúde especializado para prestar
o melhor suporte possível. As vezes um paciente realiza uma cirurgia e demora para iniciar a quimioterapia, deixando
de oferecer uma melhor condição terapêutica para o doente.
Cada paciente reage de uma forma diferente. Por isso, estar em uma equipe multidisciplinar possibilita uma
abordagem mais ampla e eficiente, desde o diagnóstico até o pós-tratamento, fazendo com que cada membro tenha um
papel importante no cuidado. É uma verdadeira engrenagem em constante movimento em que cada profissional
aborda o doente e seus familiares, tornando o tratamento também menos doloroso e traumático.
 
Médico Cirurgião Oncológico – É o cirurgião especializado no tratamento cirúrgico dos tumores e outras condições
inerentes a evolução da doença ou do tratamento. Está em sempre contato tanto com o doente oncológico quanto com
a família neste momento em que o futuro muitas vezes parece incerto. Além disso, possui habilidades em cirúrgicas
radicais ou conservadoras, convencionais e minimamente invasivas (laparoscopia e robótica), além da experiência e
conhecimento para indicação ou contra-indicação do melhor momento de atuação baseado nas condições clínicas do
paciente com câncer.
Médico Oncologista Clínico – É o médico especializado nas diferentes formas de tratamento como a quimioterapia,
hormonioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Graças aos avanços científicos, hoje existem inúmeras possibilidades de
regressão, remissão e até mesmo a cura de várias doenças, desde que abordadas e tratados no momento certo e nas
melhores condições clínicas em que o paciente se encontra.
Médico Paliativista – É o especialista no controle de sintomas causados pela doença ou tratamento. O manejo de dor,
falta de ar, obstipação, diarréia, náuseas e dificuldades com alimentação, entre outros, assegura ao paciente qualidade
de vida e conforto para desenvolver o tratamento proposto ou mesmo enfrentar o processo de finitude quando a
progressão de doença limita a proposta curativa. Saiba mais sobre cuidados paliativos.  
Enfermeiro – O enfermeiro é quem dá as orientações sobre os cuidados e precauções gerais da colostomia,
urostomias, traqueostomias, curativos e feridas. Saiba mais sobre as estomias e seus cuidados.  
Psicólogo – Sentimentos como depressão, ansiedade, medos, preocupações e dúvidas são comuns e muitas vezes,
precisam de cuidado. O psico-oncologista apoia emocionalmente o paciente e seus familiares, proporcionando uma
melhor qualidade de vida. Saiba mais sobre psicoterapia.
Nutricionista – É o profissional que pode ajudar a diminuir os efeitos colaterais do tratamento por meio de uma
alimentação equilibrada e saudável, principalmente durante a quimioterapia. Em casos de colostomia, também são
necessárias orientações sobre o que comer e o que deve ser evitado. Saiba mais sobre nutrição.
Fonoaudióloga – É o profissional focado em todos os aspectos da comunicação humana, ou seja, a linguagem oral e
escrita, a fala, a voz e a audição, além dos movimentos relacionados à mastigação, deglutição e respiração. Atua em
parceria com outros profissionais da equipe e outros como, neurologistas e psicopedagogos. Saiba mais sobre
fonoterapia.
Cirurgião Dentista – É o profissional que cuida não só da saúde dos dentes, mas de toda a boca e de estruturas
associadas. Aqui no INCA, desenvolve ações preventivas do câncer de boca e atua com os demais membros da equipe
prevenindo e tratando lesões provocadas pela quimioterapia e radioterapia, além do todo o processo relacionado a
nutrição, mastigação e deglutição para melhorar sempre o estado nutricional do paciente. Saiba mais sobre cuidados
odontológicos.
Fisioterapeuta – É responsável por promover a recuperação físico-funcional do paciente restaurando movimentos e
funções comprometidas durante ou após a doença.
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO CÂNCER DE PELE NÃO MELANOMA
É o tratamento mais comum para estes tumores a depender das características, da localização e do tamanho.

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