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2ºano
1ºsemestre
Soluções
Existem três tipos de soluções:
• Verdadeira
• Coloidal
• Suspensão
Em geral, nesta cadeira, elaboramos soluções verdadeiras (ou simplesmente
designadas por soluções).
• Soluções verdadeiras ou Soluções → Mistura homogénea de duas ou mais substâncias
(solvente e solutos) que constituem uma só fase.
• Solvente ou Meio ou Fase dispersante → É o componente que satisfaz uma das
condições, pela ordem seguinte:
o Ter o mesmo estado físico que a solução;
o Ter maior quantidade de substância (nº de moles).
• Soluto ou Fase dispersa → Ou não tem inicialmente o mesmo estado físico da solução
ou está em menor quantidade.
Uma solução poderá ter mais do que um soluto, mas tem, apenas, um único solvente.
Concentrações
A concentração de uma solução exprime a composição quantitativa dessa solução.
Existem várias formas de exprimir a concentração das soluções:
Notas:
• Percentagem em massa
• Percentagem em volume
• Percentagem em massa/volume
• Partes por milhão (ppm) e por bilião (ppb)
• Fração em quantidade de substância ou fração molar
• Molalidade de um soluto
• Normalidade
Normalidade
Trata-se de uma unidade mais antiga para concentração que caiu em desuso, sendo
pouco utilizada na prática escolar, mas muito utilizada na indústria. Expressa a composição de
uma solução em equivalentes grama por decímetro cúbico de solução.
Classificação de Reagentes
Os reagentes podem ser classificados do menor para o maior grau de pureza como:
técnicos, puros, para-análise, cromatograficamente puros ou espectrograficamente puros.
• Técnicos → Destinados a fins industriais correntes, com um grau de pureza não muito
elevado;
• Puros → Destinados a preparações laboratoriais correntes, que não envolvam técnicas
especiais de análise.
• Para-análise (p.a. e p.a. Plus) → Destinados a análises exigentes, indicam teores
máximos de impurezas;
• Cromatograficamente puros → Destinados a processos analíticos altamente sensíveis,
como a cromatografia;
• Espetrograficamente puros → Destinados a análise espetroscópica, sendo o grau de
pureza ainda superior aos anteriores.
É por isso que, na elaboração de soluções, em diluições, são usados reagentes com
graus de pureza inferior a 100%. Por exemplo, para diluirmos o etanol utiliza-se,
preferencialmente, o etanol a 96%, por ser bastante mais acessível.
Assim, a escolha de um reagente para um determinado trabalho deve ser feita de acordo
com as exigências desse mesmo trabalho.
Preparação de Soluções
O manuseamento de reagentes implica o conhecimento das normas de segurança a
respeitar, bem como as propriedades próprias do soluto que obrigam a procedimentos
particulares, nomeadamente o trabalho na hotte, uso de luvas, etc.
Cálculo de Soluções
Medição:
• Balança de precisão (precisão +/- 0,01g) nos • Provetas para medições não rigorosas.
casos correntes. • Pipetas para medições rigorosas.
• Balança analítica (precisão +/- 0,0001g), • Balões volumétricos para diluições
para medições rigorosas. rigorosas.
Dissolução/Diluição: Após a pesagem do soluto sólido, finamente dividido, adiciona-se a uma
parte do solvente. Adiciona-se em seguida o resto do solvente para completar o volume final
pretendido.
Armazenamento:
Nota: Os rótulos devem indicar quando e por quem foi feita a solução, bem como os elementos
que a constituem.
Exercício:
a) Queremos fazer uma solução de 1L de álcool clorídrico a 1%.
• Etanol a 100%:
Assim, para preparamos uma solução de 1L de álcool clorídrico a 1%, tendo apenas
disponível etanol a 100%, necessitamos de 693 ml de álcool a 100%; 297 ml de água destilada e
10 ml de HCl.
• Etanol a 96%:
Assim, para preparamos uma solução de 1L de álcool clorídrico a 1%, tendo apenas
disponível etanol a 96%, necessitamos de 721,88 ml de álcool a 100%; 268,13 ml de água
destilada e 10 ml de HCl.
R: É preferível usar o álcool a 96%, pois de um ponto de vista económico é mais barato que o
álcool a 100%, uma vez que quanto maior é o grau de pureza mais caro o álcool é.
Fixação
• É a primeira etapa histotécnica após colheita do material biológico.
No entanto, em alguns livros há contradições, porque consideram como
primeira etapa o processamento histológico, defendendo que a fixação não faz parte da
histotécnica.
• Os tecidos vivos são sistemas dinâmicos que respondem à presença ou à ausência de
estímulos.
• Visa a preservação dos tecidos.
Os tecidos estão inseridos em sistemas vivos com homeostase, estando sempre
a receber quer a nível nutricional, hormonal, etc., estímulos. Quando um tecido é
removido vivo vai entrar em necrose (sem estímulos o tecido morre, quando morre dá-
se a morte celular e ocorrem reações).
A nível da anatomia patológica o que se deseja é que os tecidos estejam
preservados para que o diagnostico seja feito num tecido que mimetize o tecido em
estado vivo, se não estiver preservado podem-se dar alterações celulares tendo como
consequência não se poder fazer um diagnostico com base neste tecido. Logo, esta
etapa da fixação é muito fundamental. *
• É uma etapa crucial. *
• Uma má fixação compromete todo o trabalho posterior, uma vez que é impossível
reconstituir um tecido mal preservado. Um tecido que não seja num determinado
tempo fixado para depois ser preservado, encontra-se num processo irreversível, pois
sem fixação e preservação dão-se reações irreversíveis e depois disto não há nada que
se possa fazer.
A nível patológico, seja patologia benigna ou maligna cada uma delas vai ter as suas
particularidades. Os núcleos podem estar irregulares ou picnóticos, há sempre relação núcleo
citoplasma transformada. Nas células o processo neoplásico ocorre a uma velocidade rápida,
pois ao nível do ciclo celular os check points acabam por estar todos a ser passados. Podemos
ainda ter a nível patológico núcleos grandes, pois ocorre uma enorme síntese nuclear para se
produzir cada vez mais células.
Exemplo: pâncreas, fígado, cérebro (órgãos com conteúdo enzimático elevado, logo entram em
autólise com maior facilidade quando o tecido é removido do seu sistema dinâmico).
Efeitos da Autólise
Órgãos mais sujeitos a putrefação: estômago, vesicula biliar (estes 2 órgãos, por
exemplo, têm presentes muitas enzimas e, por isso, entram em autólise mais rapidamente),
intestinos (tem microbiota normal, onde estão presentes bactérias que equivalem a 2 Kg do
nosso peso corporal, devido a estas bactérias entram em putrefação mais rapidamente).
Nota: O nosso sistema imunitário está sempre em alerta, logo mesmo tendo bactérias no nosso
corpo há certos limites no mesmo que fazem com que as bactérias não provoquem putrefação
in vivo.
Efeitos da Putrefação
Modificação do Volume
• A fixação modifica de forma mais ou menos pronunciada o volume dos tecidos.
• Esta modificação é maior ou menor
consoante a quantidade de água que
constitui o tecido e a diferença da pressão
osmótica entre o fixador e os tecidos.
• Qualquer que seja o fixador, o tecido sofre
nas fases seguintes uma retração, que anula
os efeitos de inchaço derivados da fixação.
• Positivo: separa os ácidos nucleicos das histonas libertando os grupos reativos (fosfatos)
facilitando a sua deteção (no caso da hematoxilina ela ligava-se ao núcleo das células
devido à presença do ácido fosfórico).
• Negativo: se a fixação for longa extrai os ácidos nucleicos e anula o seu estudo. Há
basofilia nuclear.
Nota: Ácido acético – usa-se numa mistura e dá uma coloração nuclear mais brilhante.
Métodos da Fixação
Existem diversos métodos de fixação, que podemos dividir de forma geral em:
• Métodos Físicos
• Métodos Químicos
• Frio
• Calor
Nota: Exames extemporâneos peroperatório – exames que ocorrem quando o paciente está no
bloco a fazer uma cirurgia. Após removido o que se tem de estudar, para ver se se tem de retirar
mais ou não, faz-se um corte de congelação para fazer um diagnostico imediato. Exemplo:
cancro da mama, tiroide.
Criodissecção ou Liofilização
• Arrefecimento instantâneo em nitrogénio líquido.
• A água é removida numa câmara de vácuo a - 40°C (sublimação).
• Conserva na íntegra a estrutura antigénica.
• O tecido pode ser fixado em FA (formaldeído).
• Técnica restrita em laboratórios de investigação.
Criossubstituição
• Envolve a rápida congelação até aos –160°C em isopentano.
• Os tecidos são imersos em acetona (altamente volátil, portanto evapora rapidamente
dos tecidos) e álcool, por exemplo, que removem a água lentamente através da
dissolução dos cristais gelados que se formam com a congelação do material.
• O aumento gradual de temperatura até aos 4°C termina eficazmente a fixação.
• As peças são cortadas no crióstato ou criomoto e são mantidas a essa temperatura.
• É fácil, conveniente, seguro, e fácil de implementar em laboratório.
Microondas
• Biópsias de pequeno tamanho.
• Solução isotónica de NaCl.
• Fixação pela ação das MW durante 3 a 5’.
• Preservação de antigénios.
• Podem ser utilizadas soluções fixadoras, como a formalina → calor aumenta a
volatilidade.
• Microondas com temperatura.
Métodos Químicos
• Mais utilizado em AP (anatomia patológica).
• Consiste na utilização de agentes químicos, normalmente líquidos, designados de
fixadores.
• Diferentes tipos de fixação:
o Vapores
o Perfusão
o Imersão (mais utilizado)
Tipos de Fixação
Vapores (métodos mais antigos a grande tecnologia está mesmo no forno de mw)
• Aquecimento do fixador.
• Coloca-se o tecido a fixar por cima do fixador.
• A libertação de vapores vai provocar a fixação da peça.
• Aplicações:
o Tecidos preservados por criodissecação ou liofilização.
o ICQ (imunocitoquímica).
o Estudos de fluorescência para anticorpos.
o Demonstração de enzimas hidrolíticas.
o Estudos ultraestruturais (utiliza-se estes fixadores em microscopia eletrónica):
▪ Formaldeído (aldeído mais simples cor transparente)
▪ Glutaldeído (dialdeído, molécula mais estável que o 1º)
▪ Tetróxido de ósmio (cor preta)
Perfusão
• Técnica utilizada em animais de experimentação vivos.
• Consiste na “injeção” de líquido fixador no sistema
circulatório com o animal anestesiado – permite um estudo
mais in vivo possível.
• Em AP utiliza-se uma técnica similar à perfusão, ex.: na
árvore brônquica.
• Pseudo-perfusão – técnica ex vivo (células já saíram do seu
sistema dinâmico); injeção de fixador na árvore brônquica,
fixação de fora para dentro – se não fixarmos o suficiente
ao cortar no meio o corte ainda está em sangue.
Imersão
Dos métodos mais utilizados. Consiste em emergir
completamente o tecido no líquido fixador (tecido tem de estar
todo em contacto com o líquido fixador senão o fixador não consegue atuar).
• Intervalo entre a colheita do material e a fixação – o intervalo deve ser o mais curto
possível para inibir fatores tal como a putrefação e autólise, para ficar o mais perto
possível do seu estado vivo no nosso caso usamos o tecido ex vivo.
• Rapidez de penetração do fixador.
• Volume do líquido fixador.
• Espessura do material biológico.
• Consistência dos tecidos.
• Tempo da fixação.
• Concentração do fixador.
• Temperatura.
• pH.
• Lavagens pós-fixação.
• Pressão Osmótica.
• Tipo de Fixador.
Nota: Temos um fragmento colocado num líquido fixador e o fixador vai atuar da superfície
externa para a interna. Se for um fixador com um fraco poder de fixação vai demorar muito
tempo a fixar o centro do tecido. Nós não queremos isto, pois acaba por ser uma zona não
representativa para dar o diagnóstico, o que fazemos então são cortes seriados transversais para
que o fixador possa penetrar no interior do tecido também. O objetivo é mesmo aumentar a
superfície de contato.
Existem 3 tipos de fontes de material biológico (podem ser de qualquer tecido do corpo
humano e também peças inteiras):
• Necropsias ou Autopsias
• Cirurgia: quando se esgotou vários métodos de diagnóstico menos invasivos,
possivelmente já se fez uma biopsia para perceber que tipo de patologia era aquela, e,
por isso, agenda-se uma cirurgia para remover uma lesão, sendo feita mais numa
perspetiva terapêutica do que diagnóstica.
• Biopsia: serve para se confirmar ou não uma patologia que se suspeita.
Exemplo: Pessoa com ardor no estomago há muito tempo, vai ao medico e há a suspeita
que pode ser uma gastrite aliada à presença da Helicobacter pylori, o que se faz é uma
endoscopia para visualizar o estomago e remove-se um pequeno fragmento.
Nota: Formaldeído – aldeído mais simples; Glutaraldeido – segundo aldeído mais simples, é um
dialdeído e é uma molécula mais estável.
Duração da Fixação
A duração da fixação depende da maioria das outras variáveis, nomeadamente:
Concentração do Fixador
• Quanto maior a concentração de um líquido fixador maior a rapidez de fixação.
• No entanto, deve-se ter cuidado, uma vez que concentrações elevadas podem ser
prejudiciais para a estrutura do material biológico.
Temperatura
• A fixação trata-se de uma reação química e como tal é influenciada pela temperatura.
• O aumento da temperatura acelera a fixação.
• O frio retarda a fixação, pelo método químico.
• A temperatura ambiente deve ser sempre tida em conta.
pH
• Os valores de pH extremos podem ter efeitos nocivos, bem como as variações.
• Utilizam-se fixadores com um pH variável entre 6 e 8.
• Para a preservação da ultraestrutura é importante que o pH do fixador seja entre os 7.2
e 7.4 (ou seja usam-se soluções tampão).
Lavagem Pós-fixação
Alguns fixadores formam pigmentos artefatuais nos tecidos, sendo necessárias lavagens
pós-fixação.
Pressão Osmótica
• A osmolaridade das misturas fixadoras é importante.
• Nº de partículas que se encontram em solução.
• Qualquer fixador provoca efeitos de retração nos tecidos.
• Soluções hipertónicas acentuam a retração.
• Soluções hipotónicas podem provocar o rebentamento das células.
• Aspeto com elevada relevância na ME (estuda-se ultraestruturas na ME).
Tipo de Fixador
Existem várias formas de classificar fixadores, entre as quais:
• O modo de atuação.
• Mecanismo de ação.
• A natureza das estruturas a fixar.
Modo de Atuação
Segundo o modo de atuação os fixadores são classificados em:
• Aditivos: está a adicionar algo, ex.: adicionar pontes de metileno entre os aminoácidos
• Não aditivos: não fixam por adição
• Coagulantes: coagulam proteínas
• Não coagulantes
Ligam-se quimicamente ou
adicionam-se provocando alterações
nos tecidos
Sim Não
Formalina – fixador aditivo não coagulante; Álcool – fixador não aditivo e coagulante.
Mecanismo de Ação
• Álcoois – mecanismo dos fixadores por coagulação.
• Aldeídos – mecanismo dos fixadores aditivos.
Cross-linking.
Permitem preservação antigénica sendo necessário depois fazer a recuperação
de antigénio (isto em imunocitoquimica, se o fizermos em imunofluorescência
utilizamos o frio, fazemos cortes de congelação e não necessitamos de
recuperação do antigénio).
• Agentes Oxidantes
Desnaturação proteica extensa.
Formação de ligações cruzadas.
Tetróxido de ósmio e Dicromato de potássio.
• Mercúrios
Bom detalhe nuclear.
Toxicidade elevada.
• Picratos
Bom detalhe nuclear.
Ácido pícrico e Líquido de Bouin.
Ácidos Nucleicos
• DNA +RNA + proteínas → núcleo.
• Maioria dos fixadores parecem não reagir com o DNA e RNA.
• Fixadores ideais: Álcool acético e a solução de Carnoy.
• Fixador + utilizado: formalina → só reage com o DNA a 65℃ e com RNA a 45℃.
• A fixação ocorre habitualmente para a estabilização das proteínas nucleares.
Lípidos
• Vários fixadores preservam os lípidos.
• Fixadores ideais impedem a sua remoção durante fases posteriores da técnica
histológica: Formalina tamponada 10%; Tetróxido de ósmio e o ácido crómio.
Glícidos
• Vários glícidos perdem-se durante a fixação e alguns deles quando preservados
(glicogénio, glucose) tornam-se num fator que dificulta a fixação de proteínas.
• Fixadores ideais: Carnoy’s, Gendre’s, formalina alcoólica ácida, álcool absoluto,
Metacarn.
Proteínas
• Estrutura primária → é determinada pelo arranjo de ligações covalentes entre os
aminoácidos.
• Estrutura secundária → é determinada por pontes de hidrogénio entre várias
componentes da cadeia peptídica.
• Estrutura terciária → pontes de hidrogénio, ligações iónicas e ligações hidrofóbicas =
estrutura frágil e muito reativa com fixadores aditivos.
• Fixadores aditivos → alteraram a estrutura das proteínas terciárias por alterarem cargas
elétricas no ponto onde vão estabelecer ligação.
• Fixadores não aditivos coagulantes → proteína terciária insolúvel.
• Fixadores ideais para uma proteína secundária podem não o ser para estruturas
terciárias (ex.: metanol e o etanol).
• Fixador ideal: Clark-Carnoy, Carnoy, Metacarn.
Fixadores
3 fixadores mais utilizados de maneira geral em AP (os anteriores são usados de maneira
particular):
• Formaldeído
• Líquido de Bouin
• Etanol
Formaldeído
• É um gás, é utilizado em solução aquosa para podermos fazer fixação dos tecidos – aqui
já falamos de formalina.
• É o aldeído mais simples.
• Forma molecular H2CO.
• Nome oficial IUPAC –Metanal.
• Fixador aditivo, não coagulante.
• Une cadeias proteicas (polimerização), formando pontes entre as proteínas.
• É o fixador universal em Histopatologia.
• Como foi referido anteriormente o formaldeído é um gás obtido a partir do
Paraformaldeído que é: sólido estável, insolúvel em água, constituído por polímeros de
alto peso molecular (polioximetilenoglicol).
• A forma sólida é dissociada em água a em condições ligeiramente alcalinas (adicionar
NaOH até pH=7.2).
• Quando aquecido (60℃), em solução aquosa em condições ligeiramente alcalinas
(NaOH até pH=7.2), gera um gás – o Formaldeído.
• Formaldeído: é o fixador, gás incolor, caracterizado pelo seu cheiro muito forte,
inflamável.
• Formol ou Formalina: solução aquosa de Formaldeído, sendo solúvel em água até 40%
(máximo).
• Como fixador de tecidos, a formalina é usada a uma concentração de 10%
em solução aquosa (formaldeído a 4%).
• As soluções comerciais (37-40%) – formalina absoluta em laboratório –
contêm cerca de 10% de metanol, que tem como função evitar a
polimerização do metilenoglicol.
• Em solução aquosa coexiste com a sua forma hidratada (metilenoglicol), podendo
polimerizar sob a forma de um precipitado branco (polioximetilenoglicol).
• Segundo a reação de Cannizzaro, quando 2 moléculas de formaldeído interagem, 1 é
reduzida a metanol e a outra oxidada a Ácido fórmico (iões formato).
• Fosfato monobásico e dibásico – Formalina Tamponada ou Formalina Neutra.
Nota: BPA-bisfenol A composto muito utilizado para fazer plásticos e enlatados. É um disruptor
endócrino que vai interagir com as nossas hormonas e mimetizar encaixes que temos nos nossos
recetores hormonais.
Líquido de Bouin
• Constituído por: Ácido pícrico, Formaldeído a 37-40% e Ácido acético.
• Fixador mais indicado para alguns exames histoquímicos como é o caso do tricrómio de
masson.
• Preserva bem os aspetos gerais da célula com um bom detalhe nuclear.
• Utilizado em gânglios: aspeto fluorescente VS tamanho reduzido.
• A coloração amarela conferida pelo Ácido pícrico pode ser removida com etanol 50% ou
a 70% ou etanol 70% saturado com Carbonato de lítio.
• Fixador rápido: fixa entre 4 e 24 h (4h:1mm).
• Tempo de fixação máximo: 8 dias, após este tempo os fragmentos endurecem
excessivamente, dificultando o corte.
Etanol
• Líquido incolor, inflamável.
• Fixador coagulante, não aditivo – desnatura e coagula todas as proteínas do tecido
exceto das nucleoproteínas.
• Utilizado preferencialmente para a preservação de componentes do tecido solúveis em
água (ex.: glicogénio).
• Dissolve os lípidos.
• Torna o fragmento duro e quebradiço.
• Faz desaparecer todos os grânulos e pigmentos acidófilos.
• Patologia Cirúrgica
Peças cirúrgicas e Biópsias.
Exames extemporâneos – exames de urgência, onde a pessoa está no bloco
operatório e é retirada uma amostra de forma rápida, depois é feito um corte
de congelação e uma coloração rápida de hematoxilina-eosina, o patologista a
partir deste momento pondera se vai fazer uma cirurgia mais conservativa ou
não.
• Necrópsia
• Amostras citológicas (consultas, exames especiais, cirurgia)
Consultas – exemplo: Para uma consulta de ginecologia, a fim de fazer o rastreio
do cancro do colo do útero, é retirado uma amostra para fazer-se citologia em
meio líquido ou em esfregaço (cada vez mais em meio líquido por causa da
genotipagem para o HPV)
Exames especiais – exemplo: punções por agulha fina, que são amostras
também provenientes da citologia, seja da medula óssea, da tiroide, da mama,
etc.
Peça Cirúrgica
• É obtida por cirurgia (internamento ou ambulatório).
• Objetivo: promover o tratamento de uma patologia ou efetuar uma terapia paliativa.
• Incluí, frequentemente, toda a lesão (retira-se todo o tumor).
Órgãos, partes de órgãos.
• Maior dimensão que a biópsia.
• 31077 (códigos de faturação) – Exame macroscópico e histológico de peça de resseção
cirúrgica ou de feto com 11 semanas ou menos.
• 31097 – Exame macroscópico e histológico de peça de resseção cirúrgica com disseção
ganglionar e/ou avaliação da margem circunferencial e/ou mapeamento – servem para
estudar se os gânglios estão comprometidos e se há metastização.
Biópsia
• Porção de tecido obtida para estudo anatomopatológico.
• Objetivo: obter um diagnóstico de uma lesão que não foi possível obter por métodos
clínicos, definição terapêutica (e.g. biópsia da mama).
• Tamanho reduzido (temos de ter o maior cuidado para não a perder).
• Pode ou não incluir toda a lesão (excisional ou incisional), normalmente não inclui, mas
há uma exceção, por exemplo, para um nevo – neste caso remove-se na sua totalidade,
tratamos a lesão como biópsia de tamanho reduzido.
Nota: Por exemplo, no exame da próstata chega-se a uma certa idade e não se vai fazer um
exame prostático, em vez disso, prescreve-se umas análises clínicas para o PSA (antigénio
específico para a próstata) e verifica-se se este valor está ou não aumentado. Se estiver
aumentado a segunda coisa que se faz, por palpação, é o toque retal para saber se há uma
hiperplasia ou hipertrofia. Só após termos feito estes passos todos é que realizamos um exame
de biópsia prostática (feito com agulha fina).
Necrópsia
• Objetivo: conhecer a causa da morte através da investigação dos órgãos e outras
estruturas.
• A necrópsia pode ser: Clínica ou Médico-Legal/Forense.
Receção de Amostras
A receção das amostras que chegam ao laboratório de AP pode ser efetuada pelo técnico
que procede ao registo e deve fazer corresponder a amostra biológica à requisição.
As amostras, habitualmente, não chegam a fresco, mas num recipiente com líquido
fixador.
Requisição
• Deve sempre acompanhar o material recebido e o seu preenchimento é um ato quase
tão importante quanto a colheita do material.
• Em papel ou digital (de acordo com a aplicação informática disponível).
Requisição (que veio com a amostra deve ter estes requisitos preenchidos) –
Requisitos:
• Identificação do utente (nome, idade, sexo, profissão, nº de processo).
• Natureza do material.
• Informações clínicas necessárias (diagnóstico clínico, terapêutica, etc.).
• Nome do médico e serviço requisitante.
• Data da colheita. (!!!)
• Agente fixador adicionado à amostra.
Receção de Amostras:
Recipientes:
• Identificação do Utente (nome completo, idade, nº de processo)
• Agente fixador em volume adequado (consoante o tipo de amostra), se a amostra não
estiver totalmente submersa eu perfaço com o fixador.
• Recipiente estanque (impedir derrames)
Descrição Macroscópica
Consiste na descrição das amostras biológicas, bem como na retirada e
acondicionamento dos fragmentos de tecido destinados ao exame macroscópico ou
histopatológico.
Objetivos:
• Confirmação do diagnóstico clínico.
• Estudo de adenopatias (tem haver com os gânglios – metastização).
• Verificação do grau de malignidade/grau de invasão/margens cirúrgicas.
• Estadiamento oncológico.
• Definição do prognóstico e tratamento pós-operatório.
Tipo de Material
• Consistência mole: deve-se primeiro proceder à fixação e, mais tarde, secionar. A
fixação torna o material mais duro e resistente às manipulações.
• Material acompanhado de coágulos sanguíneos (ex.: raspagens uterinas): separar
estes, a menos que se proceda à sua análise, uma vez que dificultam a execução dos
cortes histológicos.
• Peças cirúrgicas com fios de sutura: indicativos ou não de pontos de reparo para a
macroscopia (marcar por quadrantes), deverão ser retirados por meio de uma tesoura
de ponta fina, uma vez que a sua dureza dificulta a execução dos cortes histológicos.
Cor:
• Utilizar cores primárias (azul, verde, amarelo e vermelho e também, branco, preto e
cinzento)
• Tonalidade (claro, escuro, vivo)
• Evitar termos comparativos
• Líquidos: transparente, translúcido, turvo
Brilho:
• Aprecia-se na superfície externa dos órgãos e na superfície de corte e pode ser:
brilhante; baças ou mate (zonas de necrose)
Consistência / Textura:
• Mole (como os lábios), dura (como a fronte), firme (como o nariz)
• Graduação: ligeira, moderada ou marcada
• Outros termos: flutuante, elástica, friável, mucosa, gelatinosa, seca, caseosa, granulosa,
homogéneo, heterogéneo
Superfície de um Órgão:
• Lisa, rugosa, nodular (macro ou micro), bosselada, vilosa, ulcerada, coberta (p.e. por
fibrina), elevada ou em relevo (hiperplasia nodular hepática), deprimida (enfartes
renais), umbilicada (metástases)
Superfície de Corte:
• Seca, húmida, cor, plana ou difluente (saliência), homogénea, heterogénea, lisa,
granular, fibrosa, zonas de necrose, com ou sem serosidade
Conteúdo:
• Vesical (nos casos de distensão da bexiga)
• Vesícula biliar (distensão)
• Quistos (se muito volumoso)
• Gástrico (consistência pastosa)
Estruturas (órgãos) Tubulares:
• Dilatadas (distendidas), obstruídas (obliteradas), estenosadas (estreitamento), com
divertículos
Descrição Macroscópica
Apêndice
• Seção transversal do terço médio
• Seção transversal próxima aos bordos do tumor
• Seção longitudinal, que reflete o fundo do apêndice
Exemplo:
Diagnóstico Provável:
Fibroadenoma com
estroma adiposo?
Carcinoma??
Útero
• Peça de Histerectomia total (útero e anexos), de
dimensões X/X1/X2 cm, onde se observa uma lesão que
lembra “cacho de uvas”.
Diagnóstico Provável:
• Tumor benigno
• Mola Hidatiforme / Tumor trofoblástico gestacional (só
se desenvolveu o saco no trofoblasto)
Ovário
• Observa-se ovário com o peso de X g, cor escura, superfície sólida que contém ao corte
... massa, cabelos, dentes, calcificação.
Estômago
Intestino Grosso
Pâncreas
• Observa-se cavidade aproximadamente ovóide de paredes irregulares.
• O conteúdo, parte líquida e parte de restos de necrose extravasaram ao corte.
• A necrose ocorreu após processo inflamatório extremamente destrutivo.
Pulmão
• Pulmão que à superfície de corte apresenta inúmeras áreas mais
claras, pouco delimitada, friáveis de coloração acinzentada ou
branco-amarelado.
• No centro das lesões pode-se verificar excesso de pigmento de
coloração negra.
• Paredes irregulares e áreas de necrose.
• Na porção superior “caverna” recente com paredes irregulares.
Trompa
• Dependendo de suspeita patológica realiza-se, corte em três secções: zona proximal,
média e distal.
• Quando se suspeita de produto de conceção, realizam-se vários cortes perto da área de
hemorragia.
Pólipo
• Dependendo do tamanho tratamo-los de maneira diferente
• Realizar corte longitudinal, onde incluem a margem do tumor do pólipo com ou sem
pedúnculo
• Corte longitudinal e uma secção transversal na base, quando esta é larga (pelo maior
eixo)
• A descrição macroscópica deve referir as medidas, diâmetro e comprimento (mesmo
que seja um pequeno fragmento)
Exame Microscópico
• O exame macroscópico (feito pelo técnico de AP com uma pós-graduação em
Macroscopia) é uma etapa fundamental para um bom exame microscópico.
• Este é realizado pelo patologista através da visualização das lâminas ao microscópio
ótico após processamento técnico.
• Tem como objetivo final um diagnóstico que pode ser obtido através de:
Lâminas histológicas – Constituídas por fragmento(s) de tecido de espessura
muito fina que após a aplicação de um conjunto de procedimentos torna(m)- se
visível, por meio de corantes, ao microscópico ótico.
Imprint – Em órgãos hematopoiéticos é possível obter uma camada unicelular
pressionando levemente a lâmina sobre a superfície de secção desses órgãos
(no entanto há sempre algumas células que descamam).
Costumam-se fazer imprints a nível do olho.
Processamento Histológico
O processamento histológico é
constituído por um conjunto de 3
etapas:
● Diafanização ou Clarificação:
realizada pelo xileno, sendo que este só tem uma concentração.
● Impregnação: realizada pela parafina, sendo que esta à temperatura ambiente é solida e,
primeiramente, precisamos de aquecê-la para que esta possa penetrar nos tecidos. O meio de
impregnação deve ser o mesmo que o de inclusão.
Na última etapa da desidratação utilizamos o etanol a 100%, pois é este que em teoria
não tem água nenhuma e após esta utilização conseguimos trabalhar o tecido com o xileno, mas
não conseguiríamos anteriormente, porque onde estiver água presente não é possível o xileno
entrar. Por fim, retiramos o xileno para que entre a parafina.
Desidratação
• Na desidratação utilizamos concentrações crescentes de etanol (70, 96 e 100%).
• Etapa que sucede a fixação.
• Primeira etapa do processamento histológico, se a fixação for considerada como
processo de conservação.
Nota: Há autores que consideram que a fixação está inserida no processamento
histológico.
• Objetivo: retirar a água existente nos tecidos (água da solução aquosa de formalina),
pois a água é incompatível com a parafina que é o agente final deste processo.
Método Químico
Na desidratação, o método químico trata-se da utilização de solventes orgânicos que
apresentam uma grande solubilidade com a água, permitindo a extração e substituição desta.
O desidratante ideal é:
• Solúvel em água.
• Solúvel em parafina.
• Etanol
• Isopropanol (álcool com maior estabilidade)
• Acetona (ação rápida e evapora rapidamente)
• Dioxano
• Tetrahidrofurano
Etanol
• C2H6O
• Forma “pura” – etanol/álcool absoluto (a 100%). No entanto, normalmente, pede-se
etanol 99,5% no limite 99,8% para os laboratórios, o que não é na verdade
completamente álcool absoluto.
• Muito solúvel em água.
• O mais utilizado em AP como agente desidratante.
• Etanol “industrial” possui elevado grau de impurezas – mas é considerado 100% puro
para AP.
• Inflamável e volátil.
• Provoca uma retração no tecido e endurecimento (rápido), especialmente o mais puro
(a 100%).
• Não é miscível com a parafina (e por isso é que precisamos depois do xileno).
• Etanol 70% - provoca menor retração – os fragmentos podem permanecer durante mais
tempo.
Nota: Existem 12 etapas e a etapa onde podemos deixar os fragmentos permanecer
mais tempo é no etanol a 70%, porque este tem ainda uma boa quantidade de água,
não ocorrendo efeitos nefastos para os tecidos.
• Etanol 95% devolve as cores dos tecidos, anteriormente à fixação – bom para tirar
fotografias.
Isopropanol
• C3H8O
• Álcool isopropílico (tipo de álcool mais puro que o normal)
• Inflamável
• Ação mais lenta e tolerante que o etanol – menor retração dos tecidos (sendo, por isso,
um reagente mais estável).
• Não dissolve os corantes solúveis em etanol.
• Não é miscível com a parafina.
• Não dissolve a celoidina (meio de impregnação/inclusão).
Acetona
• CH3(CO)CH3
• Propanona.
• Pode utilizar-se como agente desidratante quando a rapidez é um fator importante. No
entanto, uma desidratação muito rápida leva a que as desvantagens apareçam também
muito rápido, logo a acetona não é muito utilizada pela razão apresentada no último
ponto*.
• Inflamável.
• Muito volátil.
• Mais rápida que o etanol.
• Não é miscível com a parafina.
• *Tem tendência a endurecer os tecidos, se a desidratação for longa.
Tetrahidrofurano
• OC4H8
• Óxido de dietileno, Óxido de tetrametileno ou THF.
• Agente desidratante ideal, sendo solúvel tanto na água como na parafina.
• Altamente inflamável.
Apesar de ser um desidratante ideal não é muito
• Perigo de explosão (peróxidos).
utilizado por causa desta razão.
• Menos tóxico que o dioxano.
• Ação muito rápida.
• Danifica pouco os tecidos.
Diafanização (Transparência)
• De onde surgiu o nome diáfano? Se tivéssemos um processamento manual, nesta etapa
os fragmentos iriam ficar translúcidos, sendo que apenas quando vão para a parafina é
que recuperam novamente as suas cores.
• Consiste na substituição do agente desidratante no tecido, normalmente etanol, por um
solvente da parafina.
• É um processo de clarificação, uma vez que após a sua ação os tecidos ficam
transparentes (provocado pelo elevado índice de refração).
Xileno
• C6H4(CH3)2
• Dimetil benzeno.
• A solução comercial é constituída por uma mistura de orto-, meta- e para-
xilol.
• Diafanizador mais utilizado no processamento e coloração.
Vantagens
• É o mais rápido (30 min. a 1h).
• Endurece pouco os tecidos.
• Eliminação fácil dos tecidos.
• Fácil observação do fim do processo (manualmente).
• Não dissolve a celoidina.
As cassetes têm tecidos que têm uma espessura máxima para conseguirem serem
colocados lá dentro, sendo esta espessura muito importante para todas as trocas que existem.
Todas estas reações estão a ser feitas da superfície de contacto para dentro, por isso, é
importante o poder de penetração dos reagentes, que está também relacionado nos tecidos
com as densidades: há tecidos difíceis de penetrar como o caso do tecido adiposo
(processadores automáticos tem tempos mais longos para estes).
Desvantagens
• Aclara os tecidos somente a partir do etanol absoluto (pois este não é miscível em água).
• Endurece os tecidos por exposição longa.
• Tendência para endurecer tecidos fibrosos, musculares e cartilagíneos.
• Torna os tecidos quebradiços.
• Tendência para acidificar. Por este motivo só colocamos o fragmento até ao tempo
estritamente necessário.
Tolueno
• C6H5CH3
• Metil benzeno
• Considerado o diafanizador ideal por muitos técnicos.
Vantagens
• É rápido (1 a 2h).
• Endurece menos os tecidos que o xilol.
• Não torna os tecidos quebradiços.
• Tolerância de mais de 12h para os tecidos.
• Fácil observação do fim do processo.
• É mais volátil que o xileno, sendo esta uma forma de ser eliminado depois da parafina.
• É mais tolerante à contaminação da água.
Desvantagens
• Aclara os tecidos somente a partir do etanol absoluto.
• Tendência para acidificar, no entanto, tem maior tolerância à água do que o xileno.
Benzeno
• C6H8
Vantagens
• É relativamente rápido (1 a 3h).
• Endurece muito pouco os tecidos.
• Não torna os tecidos quebradiços.
• Provoca pouca retração.
• É muito volátil, evapora-se rapidamente do banho de parafina,
diminuindo a frequência de mudança desta.
Desvantagens
• É cancerígeno, afeta sobretudo sangue e medula óssea, podendo a longo prazo
desenvolverem-se anemias.
• Endurece tecidos fibrosos, músculo e tendões.
• Difícil manutenção do nível de volume nos processadores abertos.
• Não é muito utilizado.
Concentração do Desidratante
Para uma desidratação o mais completa possível é necessário:
• Imersões com concentrações crescentes – método gradual (70, 96 e 100), para evitar
retração.
• Últimas imersões com a substância no estado puro, sendo que, assim, nos certificamos
que vamos remover toda a água.
• Mudança periódica: a água retirada dos fragmentos vai diminuir a concentração.
A água é mais densa que o etanol, portanto no caso do recipiente maior, como não
haverá agitação por 3 horas as cassetes que estão no fundo vão estar em contacto com água
esse tempo todo e, em consequência, vão estar sempre hidratadas.
Logo, é preferível passar de volume pequeno em volume pequeno do que ter apenas
uma imersão única num grande volume.
Já no caso da diafanização (onde se tira etanol e se coloca xileno), o xileno é mais denso
que o etanol. Não é benéfico ter agitação, porque o que se deseja é que o xileno esteja sempre
em contacto com as cassetes e que o etanol esteja mais no topo do recipiente.
Duração
• Duração: o tempo necessário até equilibrar as proporções água/etanol ou etanol/xileno.
• Quando o equilíbrio é atingido (proporção igual) retiram-se os fragmentos de forma a
minimizar a retração e o endurecimento.
• Etanol 100% – fragmentos quebradiços.
Temperatura
• Aumento da temperatura acelera as reações.
• Aumenta os efeitos negativos: retração e endurecimento.
• Aumenta o perigo de incêndio.
• A evaporação do agente desidratante, mais volátil que a água, leva à hidratação.
Vácuo
• Não tem efeitos na duração das etapas.
• Ajuda a retirar o ar dos tecidos.
Agitação
• Influencia a desidratação, sendo benéfico.
• Agitação constante: desidratação mais rápida e eficiente.
• Sem agitação: a água é mais densa deposita-se no fundo do recipiente – fragmentos
hidratados.
• A agitação durante a diafanização possui efeitos negativos.
• O xilol é mais denso que o etanol.
• Não agitar permite que o diafanizador fique separado do etanol.
Se, por exemplo, houver um problema com a desidratação onde esta foi mal feita
retiramos a parafina e depois colocamos o bloco no xileno para tirar a parafina presente lá de
dentro. Tecidos de dentro ficam com xileno e depois passamos para o etanol a 100% (pois tem
0% de água), deixamos ficar uma horas e, por fim, voltamos a fazer o processamento todo outra
vez.
Impregnação
• Consiste no preenchimento dos espaços vazios, anteriormente ocupados por xileno, por
substâncias que irão proporcionar uma consistência firme.
• O meio utilizado na impregnação deve ser igual ao meio utilizado na inclusão.
• A substância mais utilizada na impregnação é a parafina.
• Existem outros meios de impregnação, tais como: celoidina (é um meio solúvel em
solventes e não é necessária fonte de calor), gelatina, ceras esterificadas e polietileno.
Parafina
• CnCH2n+2
• Sólida à temperatura ambiente.
• Substância branca cristalizada e gordurosa (nós temos em forma de pallage).
• Constituída por carbonetos saturados que se encontram nos resíduos de destilação do
petróleo.
• Insolúvel na água e no etanol.
• Solúvel nos agentes diafanizadores (único em que esta é solúvel).
• Pontos de fusão variáveis, no entanto, devem ter um ponto de fusão de cerca de 35℃
superior à TA.
• Funde quando colocada a temperatura superior ao seu ponto de fusão, não superior a
60℃.
Não regular os banhos-maria para 60℃, porque é onde ocorre a extensão e isto pode
retirar parafina do nosso tecido e o tecido começa a encolher.
Nota: A parafina mais útil é a dura, pois, ao usar parafina dura funciona tanto para os tecidos
que utilizamos a parafina mole como para os que utilizamos a parafina dura, mas o inverso não
já não iria acontecer, pois a parafina mole só pode ser utilizada especificamente para os tecidos
onde atua.
Boa Qualidade:
• Homogénea
• Compacta
• Opalina – sem pontos, manchas brancas compactas
• Amolece pouco a pouco
• Fusão iniciada pelos bordos (visualizado quando estamos a incluir)
Má Qualidade:
• Granulosa
• Manchas compactas
• Liquefaz-se desigualmente
• Fusão aleatória
Aditivos
• A parafina utilizada em AP não é pura.
• A parafina pura tem tendência para secar, tornando a longo prazo os blocos difíceis de
cortar.
• Não é suficientemente elástica, estalando e dificultando o corte.
Polímeros Plásticos
• Aumentam a consistência e elasticidade.
• Aumentam a flexibilidade.
• Aumentam a durabilidade.
• Permitem cortes finos uniformes e em série.
Borracha
• Aumenta a elasticidade.
• Aumenta a sustentação da amostra.
• Impede a formação de rugas.
Cera de Abelhas
• Propriedades físicas semelhantes às da parafina
• Recurso renovável
• Fornece consistência para um corte uniforme
• Aumenta a elasticidade
• Evita rugas nos cortes
Celoidina
• É constituída por nitrocelulose.
• É utilizada dissolvida em éter + etanol. (Éter causa desmaios e ambos, o éter e o etanol,
são inflamáveis.)
• Esta técnica não utiliza calor, pois consiste na evaporação do solvente.
• Diminui a retração.
• Ideal para órgãos inteiros, osso descalcificado, olhos (a parafina descola a retina) e
tecido nervoso.
• A técnica é muito lenta (várias semanas).
• Cortes com espessura superior a 10-15 mm. (cortes para impregnação)
• Arquivo dos blocos em etanol – pouco prático, pois o arquivo é feito com etanol, mas
este evapora.
• Celoidina + solventes = inflamabilidade.
Gelatina
• Substância derivada da hidrólise do colagénio (é um glícido, logo quando o bloco é
arquivado, como ela tem a sua componente de açúcares, pode existir a contaminação
por microrganismos).
• Dá suporte a tecidos delicados e fragmentos muito pequenos
• Gelatina a 25%
• Endurece-se o bloco em formaldeído a 10% antes do corte
• Corte difícil
Ceras Esterificadas
• Ponto fusão inferior à parafina.
• Permitem um corte mais fino.
• Endurecimento deve ser feito progressivamente – retração do tecido.
• Custo elevado.
Polietileno
• Polímero simples e inerte.
• Ceras hidrossolúveis. Trata-se de uma cera solúvel em água que seria algo ótimo, porque
não precisaríamos de processamento histológico, logo seria mais rápido, mas não são
usadas porque não dão bons resultados.
• Carbowax (mais conhecida).
• Passagem direta da fixação para a impregnação (1 Carbowax 4000: 9 Carbowax 1500).
• Com este método é possível preservar substâncias solúveis nos solventes orgânicos. Por
exemplo: os lípidos que são muito bem fixados com formalina, mas removidos pelos
solventes orgânicos etanol e xileno.
Agente Diafanizador
• A solubilidade com a parafina condiciona a rapidez da sua eliminação.
• A volatilidade do diafanizador, faz com que este desapareça mais lenta ou rapidamente
do banho de parafina.
• Temos o benzeno que desaparece mais rapidamente, mas não é usado por ser
carcinogénico, por outro lado, o xileno e o tolueno ao desaparecerem fazem com que
parafina fique menos contaminada.
Temperatura
A temperatura da parafina é muito importante porque:
Vácuo
• Eliminação de bolhas de ar.
• Eliminação do agente diafanizador.
• Facilita a penetração da parafina.
Tipos de Processamento
O processamento mais comum em AP, atualmente pode ser realizado de 3 formas:
• Manual
• Automático
• Microondas
Manual
Vantagens
• Os fragmentos podem variam de tamanho.
• Controlo da diafanização (só é possível neste tipo de processamento)
• Não há problemas com avarias e falta de energia elétrica.
Desvantagens
• Moroso.
• O técnico fica sujeito a maior contacto com os agentes químicos prejudiciais.
• Não realiza programas de fim de semana e outros especiais.
• Não realiza vácuo, agitação, etc.
• Erro humano.
Automático
• Tamanho standard das cassetes.
• A maioria dos laboratórios de Histopatologia possuem processadores automáticos de
tecidos.
• Necessidade com o crescimento do volume de trabalho e preocupações com saúde do
trabalhador.
• Não há controlo visual por parte do técnico.
Vantagens
• Rápido.
• Agitação, vácuo, aquecimento.
• Tratamento homogéneo (passam todos pelas mesmas condições).
• Programas ao fim de semana, feriados, overnight.
• Diminui o erro humano.
• Diminui a exposição do técnico a agentes químicos perigosos.
• Tempo investido noutras atividades laborais.
Desvantagens
• Falta de energia elétrica.
• Anomalias nos aparelhos.
• Não há um controlo visual por parte do técnico, ex.: fim da diafanização.
• Homogeneidade das amostras requerida para estarem adaptadas ao programa.
Microondas
• Fontes de calor.
• Estudos efetuados associam as MW à aceleração da difusão dos reagentes utilizados na
Histopatologia sem danos morfológicos.
1. Etanol absoluto
2. Isopropanol
3. Parafina líquida a 67 ℃ (parafina tem óleos minerais – colmatar a ação que o xileno iria
ter)
4. Parafina líquida a 82 ℃
Inclusão
• É a etapa que se segue ao processamento.
• Consiste em incluir o fragmento impregnado num bloco.
• O bloco é constituído por meio de inclusão.
• O meio de inclusão deve ser o mesmo da impregnação.
O paraplasto é usado em
laboratório e trata-se da parafina com
todos os aditivos já falados.
Meios de Inclusão
Os meios de inclusão podem ser divididos, na generalidade, em 2 grupos:
• Solúveis em solventes
• Fundidos
Solúveis em Solvente:
• Não exige calor.
• Impregnação dos tecidos em soluções crescentes de meio de inclusão.
• Quando a concentração máxima é atingida, o tecido é colocado num molde e deixa-se
endurecer/solidificar o bloco.
• O bloco endurece pela evaporação do solvente ou pela polimerização.
• Exemplo comum: celoidina.
Fundidos:
• Exige calor.
• Coloca-se o meio de inclusão no molde
e deixa-se solidificar.
• Solidifica à temperatura ambiente.
• É o meio mais utilizado, sendo o principal meio de inclusão fundido utilizado a parafina.
• De forma a assegurar a qualidade da inclusão, a penetração do meio deve ser feita em
meio líquido e de forma progressiva.
• Moldes de inclusão
• Pinças
• Aparelho de inclusão
Moldes
Placas de Leuckart
Podem em situações excecionais serem
utilizadas. Consistem em duas peças em forma
de L e com uma base metálica. Nós através da
manipulação dessas duas peças conseguimos,
quisermos obter blocos maiores. Assim, as placas
são movidas de forma a obterem-se blocos de
diversos tamanhos.
Moldes de Inox
Mais utilizados, são reutilizáveis, funcionais e
com grande versatilidade de tamanhos.
Pinças
Permitem o manuseamento e orientação do fragmento.
Podem ser:
As pinças passadas pela lamparina ficam muito quentes e isto faz com que se formos
logo agarrar o fragmento este fique queimado. Inicialmente não conseguimos visualizar isto, no
entanto, tal pode ser verificado no microscópio.
Não devem:
Aparelho de Inclusão
O aparelho de inclusão é constituído por:
Notas:
Depósito de Parafina
• Local onde se coloca a parafina que irá servir como suporte externo ao fragmento
impregnado.
• Deve estar quente o suficiente para estar líquida (60℃).
Depósito de Moldes
• A condição indispensável neste local é que a temperatura esteja a 60℃, de forma que
não existam restos de parafina sólida nos moldes.
Placa Quente
• Mantém a temperatura da parafina e do molde.
• Permite trabalhar com comodidade e orientar corretamente o fragmento.
Placa Fria
• Temperatura de pelo menos 0℃.
• Solidifica a parafina para posteriormente ser retirado do molde.
Técnica de Inclusão
Atenção: a Parafina não deve apresentar indícios de agente clarificador (xileno), ou seja, não
deve estar contaminada, deve estar homogénea e sem impurezas.
Deve-se ter também atenção aos timings, uma vez que os compassos de espera devem
ser o menor possível para que não ocorram diferentes pontos de solidificação.
• Verificar tipo de fragmento. Para tal, abrimos a cassete e visualizamos o seu conteúdo.
• Escolher o molde mais adequado (sobretudo de acordo com o tamanho do fragmento).
• Encher o molde (até ao topo) com parafina em cima da placa quente.
• Colocar o fragmento dentro do molde com a orientação mais adequada.
o Neste ponto ter em conta que a superfície de corte melhor é a que fica para
baixo na cassete e no molde e o fragmento deve ser colocado de acordo com as
suas características e com a estrutura tecidular a observar.
• Centrar o mais possível o fragmento para melhor obtenção de corte.
• Colocar o molde em cima da pequena superfície fria e calcar fragmento (de forma a ficar
todo no mesmo plano).
• Colocar a base da cassete (com o registo do fragmento) em cima do molde (e bater
suavemente, para tirar as bolhas de ar).
• Colocar resultado na placa fria.
• Aguardar que solidifique.
• Retirar o bloco do molde.
• O bloco com o fragmento estabiliza à temperatura do laboratório.
• Retirar o excesso de parafina anexado à base da cassete para melhor aderência ao porta-
blocos do micrótomo.
Nota: A inclusão deve ser efetuada no tempo menor possível, de forma a não existirem
diferentes tempos de solidificação.
Orientação de Fragmentos
• O(s) fragmento(s) deve(m) ser incluído(s) horizontalmente para obtenção de cortes
completos dos fragmentos.
• O tecido deve ser orientado de forma que ofereça uma resistência crescente ao longo
do corte, assim previne-se a compressão de zonas mais moles por zonas mais duras.
• Fragmentos incluídos tendo em conta o modo como foram colocados na cassete durante
a macroscopia.
• Todos os tecidos serão posicionados com a superfície de corte para baixo.
• Estruturas Tubulares → devem ser incluídas de maneira que o corte seja transversal ao
seu lúmen.
• Estruturas Epiteliais → devem ser incluídas de maneira a ser transversal a todas a
camadas, para que todas possam ser visualizadas.
• Fragmentos grandes e densos.
• Múltiplos fragmentos no mesmo bloco → devem ser orientados da mesma forma.
Estruturas Tubulares
• Incluídos de forma que o corte pelo micrótomo seja transversal ao seu
lúmen.
• Ex: Veias, Artérias, Trompas, Apêndice.
Estruturas Epiteliais
• Incluídas de forma que o corte seja transversal a todas as suas camadas.
• Quando vários fragmentos no mesmo bloco colocá-los com a camada
serosa voltada sempre para o mesmo lado.
• Ex: Pele, Intestino, Estômago, Vesícula.
• Vesícula – Não se deve calcar por cima, mas sim pelos lados. (incluída de
parede, fragmentos recolhidos normalmente são retângulos)
• Chapa
Ex: Fragmento de Fígado
• Topo
Ex: Artéria Aorta
• Parede Voltamos para o
Ex: Vesícula etanol a 100% (não
voltamos a hidratar
Incidentes e Contratempos da Inclusão o fragmento)
Defeitos Causas prováveis Soluções
Voltar à desidratação e
Fragmento tende a desincluir. O fragmento foi mal desidratado.
diafanização.
A parafina é de má qualidade.
Blocos friáveis, granulosos e com
Parafina saturada. Mistura não Voltar a incluir em outra parafina.
pequenas manchas brancas.
homogénea de várias parafinas.
Fragmento perdido, voltar à
Blocos encurvam-se e fragmentos Má fixação. Agentes desidratantes amostra original se possível.
mirram passadas semanas. e diafanizantes saturados. Retroceder o processamento
histológico.
Erros da Inclusão
Erro Solução
Má orientação dos fragmentos (não permite
Fundir o bloco e re-incluir o(s) fragmento(s).
visualizar ao MOC todas as suas camadas).
Colocar o fragmento no molde antes deste conter a
Avaliar no momento do corte, fazendo um maior
parafina (a adesão do fragmento ao fundo do molde
desbaste. Re-inclusão do(s) fragmento(s).
pode fazer o tecido separa-se da parafina).
Ao MOC o tecido apresenta focos de destruição
Não utilizar pinças muito quentes.
causados pelo calor.
Arrefecimento lento (cristalização irregular – mau
Re-inclusão.
corte).
Arrefecimento rápido (a parafina entre o fragmento e Solucionar se possível um maior desbaste. Re-incluir
o molde retrai e o bloco fica com superfície côncava). novamente.
Espera longa entre a colocação da parafina e do
Diminuir ao máximo o compasso de espera entre
fragmento (formação de uma camada de parafina
etapas na inclusão. Orientar o bloco para obter um
dura que vai dificultar a orientação do fragmento e o
bom corte. Re-incluir.
corte).
Pressionar os fragmentos de forma firme e suave de
Inclusão defeituosa ou incompleta (cortes dilacerados
modo a que estes fiquem completos no corte.
ou seccionados).
Orientar o bloco. Re-incluir
Pode-se dever ao facto de ser
uma má parafina ou o laboratório ter
uma T.A muito alta.
Microtomia
• O estudo dos tecidos na dimensão celular da vida, requer a preparação de cortes
histológicos de modo que sejam observados ao M.O.C.
• Tecidos e órgãos são opacos à luz devido à sua espessura e densidade.
• Cortes devem ser finos e translúcidos.
• A microtomia consiste em retirar dos blocos cortes finos e regulares (3 μm).
• Microtómos.
Constituição do Micrótomo
Apesar da grande variedade de micrótomos, qualquer um deles apresenta duas partes
integrantes fundamentais:
• Porta-blocos (objetos)
• Porta-facas
Porta-blocos
Constituído por:
Porta-facas
Constituído por:
• Lâmina Móvel: bloco está fixo e a faca é que se desloca (ex.: M. Corrediça).
• Lâmina Fixa: lâmina está fixa e o bloco é que se desloca (ex.: M. Minot).
Micrótomo de Corrediça
• O bloco está fixo no porta-blocos e desloca-se num plano vertical
ascendente em relação à lâmina, em cada corte.
• A faca/lâmina é colocada no porta-facas e movimenta-se num plano
horizontal em relação ao bloco – este movimento é possível devido
ao mecanismo de corrediças deste micrótomo.
Características:
• Aconselhado na execução de cortes de fragmentos incluídos em
celoidina e em blocos de parafina de grande superfície.
• Dificuldade na execução de cortes seriados (“ténias”).
Mícrótomo de Minot
• Micrótomo rotativo.
• Deslocamento vertical do bloco, por ação de uma manivela
adaptada a uma roda que efetua um movimento giratório.
• Um sistema de rodas dentadas assegura um movimento
horizontal e regular do porta-facas condicionando a
homogeneidade de espessura dos cortes.
Características:
• Maior facilidade na realização de cortes seriados.
• Principal tipo utilizado nos crióstatos.
• Não permite um controlo tão pormenorizado dos fatores que influenciam o processo de
corte (ex.: temperatura do bloco).
Tipos de Facas
• A seleção do tipo de faca mais adequado e o seu ângulo de inclinação no porta-facas
dependem da natureza da peça e do meio utilizado na impregnação e inclusão.
• Uma faca afiada com um gume sem defeitos é essencial para obter cortes de qualidade.
• Apesar de um processamento com pouca qualidade, quando se utiliza uma boa faca,
pode ser possível obter cortes.
• Cortes impossíveis de diagnosticar podem resultar de uma faca de má qualidade,
mesmo que o processamento seja bom.
• Pincel
• Pinças (preferencialmente curvas)
• Agulha histológica
• Tina com água fria
• Banho-maria, termostasticamente controlado
• Lâminas
• Suporte de lâminas
• Lápis
Banho-maria
• Após a passagem pela água fria os cortes são submetidos ao calor
da água quente para que ocorra a sua extensão.
• O aparelho deve apresentar uma base escura de forma a ser mais
fácil a visualização e seleção dos cortes que apresentam maior
qualidade.
• Temperatura da água recomendada: 45-55℃.
Lâminas
• Utilizadas para apanhar o corte na água fria.
• O fragmento segue nas lâminas o resto da técnica histológica.
• Espessura recomendada: 1,0 a 1,2 mm.
• Adaptam-se melhor às ranhuras das caixas de transporte e possuem
resistência suficiente.
Suporte de lâminas
• Local onde se colocam as lâminas para depois irem à estufa.
• Podem ser de vidro ou de plástico.
• Se forem de plástico, deve ser de resistente a temperaturas elevadas.
Lápis
• Identificar as lâminas.
• Coloca-se o n.º no canto fosco das lâminas, n.º que acompanha toda a técnica
histológica.
• No caso de as lâminas não possuírem canto fosco utiliza-se a caneta de ponta de
diamante para se proceder ao registo.
Técnica de Corte
Durante o corte, o técnico deve estar sentado e assumir uma posição confortável, isto
porque não deve descurar da sua saúde física, já que esta técnica pode demorar horas.
Execução de Cortes
• De forma a remover o excesso de parafina e expor a área
do fragmento adequada para o corte.
• Desbaste: espessura a 30 μm (maior rapidez).
• Selecionar de seguida a espessura de corte mais adequada
ao tipo de tecido (2 a 3 μm).
• Situações especiais:
o Amiloide – 10 μm.
o Mielina – 15 μm.
o Fragmentos neurológicos – 15 a 20 μm.
Temperatura do Bloco e da Faca
• Antes do corte, colocar os blocos numa placa fria para facilitar o processo.
• Após uma série de cortes, quer o bloco como a faca, devido à constante fricção, podem
aquecer em demasia, devendo ser arrefecidos para que os cortes sejam de qualidade.
• Fragmentos de cérebro, medula e gânglios linfáticos – arrefecer apenas a faca.
Velocidade de Corte
• É variável consoante a natureza das peças.
• Quanto mais duro e menor for o fragmento, maior a
velocidade a utilizar.
• Uma velocidade menor deve ser utilizada quando os
tecidos são moles e maiores.
Características Especiais
Fragmentos Hemorrágicos:
• Passar sobre a superfície do bloco uma solução alcalina de hidróxido de amónia a 10% -
amacia o tecido, previne a sua rutura e facilita o corte.
Tecidos Calcificados:
• Se apresentarem depósitos de cálcio que dificultam o corte o bloco pode ser sujeito à breve
ação de um descalcificador (ex.: RDO).
A deficiente clarificação
Neste bloco hidratado trata-se de uma zona em que
temos uma consistência não conseguimos ver em
heterogénea – tem um buraco pormenor as células, porque o
no centro. agente diafanizador não entrou
de forma homogénea, não
permitindo a entrada dos
agentes seguintes.
Extensão
• Os cortes de parafina têm 2 faces diferentes – uma superior, rugosa e opaca, e outra
inferior, lisa e brilhante.
• Face brilhante virada para a água, porque é aquela que por capilaridade, adere melhor
à lâmina de vidro.
• Ter o cuidado de não deixar bolhas, porque diminuem a adesão à lâmina e poderão
produzir artefactos na coloração, diminuindo a sua qualidade e dificultando a sua
análise ao microscópio.
• Permanência do corte na água quente apenas o tempo suficiente para permitir a sua
extensão completa.
• Este processo não deve ser demasiado prolongado de forma a evitar a expansão dos
tecidos para além do seu tamanho original e evitar a distorção estrutural.
• Diversos tecidos apresentam zonas (ex.: cartilagem e mucinas) com diferentes
capacidades de distensão, resultando em cortes cuja extensão é pouco uniforme na
água quente.
• Neste caso o processo deve ser mais longo como forma de uniformizar o corte.
Adesão
• Em determinadas situações é exigido, em vez de utilizar apenas água, a utilização de
substâncias que promovam a adesão dos cortes às lâminas.
• Estas substâncias podem ser: gelatina, albumina-ovo, APES-Silane, cargas
electroestáticas.
Criotomia
• Para um rápido diagnóstico, realização de técnicas especiais – estudos enzimáticos,
pesquisa de lípidos.
• Usado em cortes de congelação.
• Cortes com espessura inferior a 15-20 μm.
• Micrótomo do tipo Minot + câmara refrigerada estanque (até -30℃)
Criótomo – Recomendações
• A temperaturas específicas os tecidos têm uma firmeza diretamente relacionada com o
seu conteúdo em água e lípidos.
• Para cada tipo de tecido existe uma temperatura ótima de corte.
• Os crióstatos estão habitualmente a -20℃ para a maior parte dos fragmentos.
• Cérebro, gânglios linfáticos, fígado e baço requerem temperaturas ligeiramente
elevadas.
• Lípidos – ambientes muito mais frios.
OCT (o oct é colocado numa peça metálica circular e colocamos também lá o fragmento)
é colocado no aparelho e é como que o nosso molde, é como um meio de inclusão – oct vai
refrigerar.
Ultramicrotomia
• Micrótomo + mistura de microscópio.
• A espessura do corte histológico é um fator determinante na resolução obtida no ME.
• Produção de cortes extremamente finos (100 a 120 nm).
• Para obter estes cortes é necessário incluir os fragmentos num material
mais duro que a parafina – resinas epóxi.
• Micrótomo de tipo Minot com algumas modificações.
• 2 oculares para visualizar o processo de corte (os blocos e os cortes são
pequenos).
• Facas de vidro ou diamante.
• O ultramicrótomo deve estar numa bancada própria, livre de vibrações.
• Inclusão na ultramicrotomia é uma etapa irreversível.
Recolha do corte
• Os cortes são posteriormente recolhidos em grades de ouro, cobre ou outros metais.
Coloração Hematoxilina-Eosina
• Este é um método de coloração histológica combinada ou em conjunto – efetuada com
recurso a 2 corantes.
• Existem múltiplas variantes, segundo o tipo de hematoxilina ou de eosina utilizadas. A
mais usada é a hematoxilina de harris.
• Este método consta sempre de uma fase inicial em que se coram os núcleos com
hematoxilina e uma fase posterior de contraste citoplasmático e dos componentes
extracelulares com a eosina.
Coloração H&E
Consiste na utilização conjunta de:
Protocolo
• Desparafinização (com recurso ao xileno) – 10 min
• Hidratação (passagens com agitação):
o Álcool 100° (não tem nenhuma água)
o Álcool 95°
o Álcool 70°
• Água
• Hematoxilina (corante aquoso) – 10 min (cora os
núcleos e mais que isso)
• Água – lavagem para retirar excessos
• Diferenciador (álcool clorídrico – constituído pelo
etanol a 70) – 5- 15 segundos—remove o excesso e
ficamos só com os núcleos corados – coloração
regressiva, (coloração progressiva seria se hematoxilina tivesse só, por exemplo, 2 min
e aí não necessitávamos de um diferenciador)
• Água – azular – água corrente – 5 minutos
• Álcool 70° - passagem
• Eosina (alcoólica) – 1 min – diferenciador da eosina é aquoso logo é água a 4%
• Desidratação (passagem com agitação):
o Álcool 95° - não usamos etanol a 70 porque a [ ] da água assim é muito alta
o Álcool 100° - remove totalmente a água
o Álcool 100°
• Clarificação – xileno – 5 minutos
• Montagem
Notas:
✓ Colocar na estufa a 60℃ e o tempo mínimo que as lâminas devem lá estar é 30 minutos,
pode-se ainda regular a estufa para 70℃.
✓ Quando as lâminas vão para a estufa passa a haver adesão do tecido à lâmina. A parafina
encontra-se dentro dos espaços das células.
✓ As lâminas no xileno ficam transparentes.
✓ O Álcool clorídrico está entre 0,5 e 1%. Trata-se de uma concentração baixa para
controlar o processo que é muito rápido.
✓ Xileno no mínimo tem de estar 5 minutos.
Hematoxilina-eosina, Resultados
• Núcleo – Azul a preto
• Citoplasma – várias tonalidades de rosa
• Fibras musculares – vermelho a rosa forte
• Eritrócitos – vermelho a laranja
• Fibrina – rosa forte
Hematoxilina
• É o corante natural mais usado para corar
o núcleo.
• Obtida a partir de uma planta
(Haematoxylon campechium).
• Não é um verdadeiro corante (o seu
produto de oxidação é que é).
• Produto de oxidação: hemateína.
Hemateína
• Corante aniónico fraco (logo não tem grande afinidade para
ácidos nucleicos).
• Fraca afinidade para o tecido, desta forma é inadequada como
coloração nuclear sem a presença de um ião mordente.
• Cora estruturas de natureza ácida.
• Oxidação natural ou química, sendo a química é mais rápida.
Oxidação Natural
• Exposição à luz e ao ar.
• Processo lento (3 a 4 meses).
• Mantém as propriedades corantes durante mais tempo.
• Ex.: Hematoxilina de Delafield, Hematoxilina de Ehrlich.
Oxidação Química
• Utilização de agentes químicos de carácter oxidante como: iodato de sódio, óxido de
mercúrio, permanganato de potássio, etc.
• Oxidação de hematoxilina a hemateína provoca o aparecimento de 1 anel
paraquinónico – atua como cromóforo.
• Hemateína obtida possui carga electroestática fracamente ácida.
• Conversão rápida de hematoxilina em hemateína.
• Perca de propriedade corante mais rapidamente.
• Tempo de oxidação é crucial – leucoderivados.
• Retardar o processo de oxidação – utilizar soluções ácidas.
• Espelhado dourado à superfície da solução – sobre-oxidação.
• No processo de oxidação o pH do solvente utilizado é fundamental:
Convém que as hematoxilinas tenham uma oxidação logo artificial, pois permite que a
hemateína seja produzida.
Hematoxilinas Alumínicas
• Harris – usada em laboratório
• Mayer – usada em imunocitoquimica
• Carazzi
• Cole
• Ehrlich
• Delafield
• Gill – usada em alguns hospitais e laboratórios
• O ião metálico é o alumínio, usualmente sob a forma de sulfato alumínico de potássio
ou sulfato alumínico de amónia.
• Coram o núcleo de vermelho, o qual é convertido numa mescla azul a preta quando a
secção é lavada com uma solução alcalina fraca.
• O tempo para a coloração bem como para uma diferenciação satisfatória é variável de
acordo com o tipo e longevidade da hematoxilina utilizada (e a preferência pessoal do
patologista).
• Na coloração de rotina de HE a hematoxilina mais utilizada é a de Harris.
• A hematoxilina de Carazzi é ocasionalmente utilizada, particularmente para secções
congeladas urgentes.
Hematoxilina de Harris
• Mais utilizada na coloração de rotina
• 5 – 15 min
• Grande estabilidade (6-12 meses)
• Iodato de sódio ou potássio (substituem o óxido de
mercúrio) – agentes oxidantes
• Usada de forma regressiva ou progressiva
• Diferenciadores: álcool acético ou clorídrico
Hematoxilina de Mayer
• Mais utilizada em ICQ – as marcações são
castanhas, núcleos corados e não só, tem de
haver uma boa diferenciação entre núcleo e
citoplasma e um bom contraste no corante.
• 5 – 10 min
• Iodato de potássio
• Progressiva ou regressiva
• Esta hematoxilina é amadurecida quimicamente com iodato de sódio.
• Pode ser utilizada como corante regressivo e progressivo, nesta última situação pode
ser verificada quando existe a necessidade de dar ênfase a um componente
citoplasmático.
• É utilizada como coloração de contraste nuclear para demonstração de glicogénio em
várias técnicas histológicas enzimáticas.
• Este corante é aplicado durante 5 a 10 minutos.
Hematoxilina de Carazzi
• Esta hematoxilina é igualmente utilizada, tal como a de Mayer, para contraste nuclear
progressivo durante um período curto de tempo.
• Utilizada em secções congeladas nos exames extemporâneos.
• 45 seg.
• Iodato de potássio
• Progressiva
Hematoxilina de Cole
• Iodina alcoólica (agente oxidante)
• 20 – 40 min. Devido a este elevado tempo de atuação não é muito utilizada.
Hematoxilina de Ehrlich
• Iodato de potássio (2 meses de amadurecimento).
• Propriedades ácidas, sendo, por isso, a coloração nuclear menos intensa.
• Coloração nuclear menos intensa (pois os núcleos já são ácidos).
• Modo de atuação mais lento (20-45 min.).
• Tecidos expostos a substâncias ácidas ou fixados durante muito tempo.
• Coloração excelente para o núcleo, capacidade de corar mucinas, incluindo
mucopolissacáridos cartilagíneos.
• É recomendada para corar osso e cartilagem, uma vez que se liga às mucinas.
Hematoxilina de Gill
• É utilizada como coloração de rotina
em maior proporção do que a de
Mayer.
• É mais estável que a de Harris, isto
porque a auto-oxidação é inibida
fazendo com que não ocorram reações
durante muitos meses.
• As desvantagens associadas com esta hematoxilina residem no facto
de escurecer alguns mucos em comparação com a de Harris, entre outras...
• Iodato de sódio.
• 5 – 15 min.
• Muito estável, pouca auto-oxidação.
• Desvantagens: origina manchas em lâminas adesivadas, cora o muco numa tonalidade
muito escura.
Hematoxilinas Férricas
• Os sais de ferro são utilizados simultaneamente com agentes oxidantes e como
mordentes.
• A maioria dos sais férricos utilizados são cloreto de ferro e o
sulfato de amónio férrico.
• Problema: forte oxidação destas hematoxilinas.
• Preparação separada do mordente/oxidante e da solução de
hematoxilina e misturá-las imediatamente antes da sua
utilização (ex.: hematoxilina de Weigert).
• Weigert
• Heidenhain
• Loyez
• Verhöeff
Hematoxilina de Weigert
• Esta é uma hematoxilina em que o cloreto de
ferro é utilizado como mordente e oxidante.
• O ferro e a hematoxilina são preparados
separadamente e misturados imediatamente
antes da sua utilização.
• Solução de Hematoxilina + Solução Férrica
(1:1)
Hematoxilina de Heidenhain
• Sulfato de amónio férrico – oxidante e mordente.
• Todos os componentes ficam de cor negra ou verde-escuro.
• A hematoxilina é posteriormente removida das diferentes estruturas tecidulares:
mitocôndrias, estriações musculares, cromatina nuclear e a mielina podem ser
demonstradas por esta respetiva ordem.
• Uma diferenciação prolongada irá remover o corante de quase todas as estruturas, no
entanto os eritrócitos e a queratina são estruturas que retêm o corante por mais tempo.
Hematoxilina de Loyez
• É uma hematoxilina férrica em que o
sulfato férrico de amónio é utilizado
como mordente.
• É utilizada para demonstrar mielina e
pode ser aplicada a secções em
parafina, congeladas e nitrocelulosicas.
Hematoxilina de Verhöeff
• Esta hematoxilina é utilizada para demonstrar
fibras elásticas corando-as de preto.
• Este contraste é ideal para fotomicrografias.
Eosina
• A eosina é o corante mais apropriado para se combinar com a hematoxilina –
demonstra a arquitetura histológica geral, porque:
o Diferencia o citoplasma de diferentes tipos de células.
o Diferencia diferentes tipos de tecido conjuntivo, fibras e matrizes
(tonalidades rosa a vermelho).
• Corante fracamente ácido.
• Pertence ao grupo das fluoresceínas.
• Contém 4 mol de Br.
• Facilmente solúvel na água.
• Cora o citoplasma, conjuntivo e fibras de colagénio.
• Diferencia-se com água.
Tipos de Eosinas
A diferença está no tipo e n.º de átomos de halogéneos que contém:
Eosina Alcoólica
• Eosina Y
• Água destilada
• Etanol a 95%
• Ácido acético glacial
Eosina Aquosa
• Eosina Y 5% em água destilada (sol.
stock).
• Sol de stock / água destilada, 1⁄4
(solução de trabalho).
Eosina Precipitada
• Eosina Y 5% / dH2O, HCl (8mL) pp 24 h, decantar, 1ª imagem: Eosina alcoólica;
lavar o pp dH2O (6X, 500 ml). 2ª imagem: Eosina aquosa;
• Secar o pp 37 ℃. 3ª imagem: Eosina precipitada.
• Dissolver o pp em 800 ml de etanol a 95%.
• Coloração em 30 - 60 segundos.
Algumas Recomendações
• Adicionar 1 gota de ácido acético glacial:
o Favorece o contraste pela interrupção do meio alcalino (azul).
o Evita que a solução volte a alcalina depois de lavado.
Objetivos:
Nota: As lamelas permitem o arquivo da lamina, mas tem de estar secas. A sua secagem ocorre
sempre na horizontal, pois, caso contrário, a lamela escorrega.
Nota: Os números que aparecem à frente dos meios são os índices de refração.
Meios de Montagem Sintéticos
• Clearmount.....................1,515
• HSR..................................1,540
• DPX..................................1,600
• Entellan............................1,650 (mais usado)
Técnica de Montagem
• Escolha da lamela apropriada. Se pudéssemos escolher só um tamanho de
lamela escolhemos a maior.
• Delgada, índice de refração 1,5.
• Superfície plana.
• Formato apropriado ao corte.
Na montagem podem ser usados os dedos (com luvas para não ficarem lá impressões
digitais), podem também ser utilizadas as pinças de bico de pato, que têm uma superfície maior
a fim de conseguirem agarrar melhor a lamela.
• Limpar o excesso de meio.
• Etiquetar convenientemente.
• Informação legível.
• A informação deve estar centrada.
Fatores de Influência
• Procedimentos corretos.
• Equipamento em boas condições.
• Pureza dos reagentes.
• Validade dos produtos a utilizar.
• Padronização correta de reagentes.
• Laminas teste.
o Trata-se de uma lamina que já sabemos o que está lá e, por
isso, sabemos o resultado (serve como controlo). Assim,
para ver se a lamina que a seguir obtemos está bem ou não
usamos esta lamina teste. É controlo positivo, porque tem
algo na lamina.
Critérios Avaliados
• Fixação: adequação e pigmentos.
• Descalcificação: pouco ou muito descalcificado.
• Processamento: adequação.
• Inclusão: orientação, calcamento.
• Microtomia: espessura, cortes pouco fundos, artefactos de vibração, marcas de faca,
defeitos no gume da faca, chatter, entre outros...
• Hematoxilina: intensidade, contraste, detalhe da cromatina, diferenciação.
• Eosina: intensidade, seletividade, diferenciação.
• Outros artefactos: resíduos de parafina.
• Montagem: bolhas de ar, quantidade de meio de montagem.
HCl:
Notas:
✓ A formalina a 10% está pronta a ser usada e trata-se da solução aquosa de formaldeído,
sendo que este último pertence aos aldeídos, logo não é tão correto utilizar o termo
formol, pois o ol refere-se, normalmente, a um álcool.
✓ Formaldeído é um gás que pode estar no máximo de 37% a 40% dissolvido em água.
✓ Quando trabalhamos com reações exotérmicas, temos que ter cuidados acrescidos, pois
existe o risco de explosão. Sabendo que reações com ácidos são exotérmicas, o ácido
coloca-se sempre em segundo lugar, após o solvente, gota a gota.
Deve ser sempre respeitado o tempo mínimo de fixação de 24 horas para peças
cirúrgicas e de 6 horas para biopsias.
Outro tipo de amostras também de pequenas dimensões (imagem da direita), por vezes,
apesar de terem uma quantidade de agente fixador adequada e suficiente, devido à sua
densidade, ficam a flutuar no agente fixador. Aquilo que podemos fazer é colocar uma
compressa em cima do fragmento, para que esta compressa fique embebida no agente fixador
e cause peso em cima do fragmento, fazendo com que todas as superfícies deste fragmento que
estava a flutuar fiquem cobertas pelo agente fixador.
• Baço;
• Cólon;
• Esófago;
• Estômago;
• Fígado;
• Globo ocular;
• Intestino delgado;
• Mama;
• Placenta;
• Pulmão;
• Rim;
• Útero;
• Etc...
As que estão a negrito são as que iremos acompanhar com mais detalhe.
Devemos efetuar a palpação e analisar a localização do tumor com a peça ainda fechada.
Passadas 24h, qualquer peça deve seguir para a análise macroscópica. Nessa análise
ocorre a descrição da peça, com detalhe, e a colheita de fragmentos.
1. Peça de gastrectomia subtotal/total (se está na íntegra ou veio só uma parte) com X cm
de comprimento na grande curvatura e X cm de comprimento na pequena curvatura.
2. Identifica-se um tumor com X e Y cm de aspeto polipoide/ulcero- vegetante (tumores
com o centro ulcerado e na parte periférico um rebordo vegetante) /plano-
ulcerado/infiltrativo, localizado na pequena/grande curvatura/antro/corpo/incisura
angularis/transição esófago-gástrica (X% o tumor na porção esofágica).
3. Em profundidade, o tumor invade/não invade a muscular/subserosa/serosa e dista X cm
da margem proximal e X cm da margem distal.
4. A restante mucosa não tem alterações/tem áreas hemorrágicas numa extensão de X
cm/tem X pólipos a X cm do tumor, o maior com X cm, etc.
5. Nos pequeno e grande epíplons identificam-se X gânglios linfáticos, o maior com X cm
de diâmetro. Todos os gânglios devem ser submetidos a análise microscópica para se
detetar possíveis metastizações.
Procedimento:
Passar para o
Colher fragmentos e
Pô-los a fixar processamento
colocá-los em cassetes
histológico