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Universidade Estácio de Sá

Unidade: Madureira

FUNDAMENTOS DE BIOQUÍMICA

LIPÍDIOS

Prof. Dr. Aldo Rodrigues da Silva


Lipídeos
• Moléculas apolares.

• Insolúveis em água.

• Solúveis em solventes orgânicos (álcool, éter e clorofórmio).

• Não formam polímeros.

• Grande diversidade química

• Diversas funções:
- armazenamento de energia
- funções estruturais - membranas
- co-fatores enzimáticos
- transportadores de elétrons
- precursores hormonais
- mensageiros intracelulares

Apresentam maior quantidade de energia que os carboidratos


São a 2º fonte de energia do organismo
Lipídeos

São Classificadosem dois grandes grupos quanto


ao seu ponto de Fusão:

• Gorduras - glicerídeos de ácidos saturados são "sólidas" à


temperatura ambiente PRODUZIDAS POR ANIMAIS.

• Óleos - glicerídeos de ácidos insaturados são líquidos à


temperatura ambiente PRODUZIDAS POR
PLANTAS.
NECESSIDADES DE LIPÍDIOS
 Cada grama de gordura gera 9 kcal, enquanto que,
cada grama de carboidratos ou proteínas geram 4
Kcal/g
 Fonte de ácidos graxos essenciais
 Maior reserva energética (não deve passar dos 30%
do V.C.T.)
Armazenado nos adipócitos

Ác. Graxo CO2 + H2O + Energia
Oxidação celular
FUNÇÕES

 Reserva de energia e combustível celular


 Membranas celulares (fosfolipídios e
glicolipídios)
 Isolamento e proteção de órgãos
 Impermeabilizante (ceras)
 Isolante térmico
 Hormonal (esteróides)
 Anti-oxidante (Vitaminas A e E)
 Digestiva (sais biliares)
FUNÇÕES
FUNÇÕES

O metabolismo energético dos lipídios


acontece, portanto, secundariamente ao dos
carboidratos, o que torna os lipídios que
contém ácidos graxos, notadamente os tri-
acil-gliceróis (trigligerídeos) as principais
biomoléculas de reserva energética. De fato, a
própria absorção dos lipídeos se dá de forma
a favorecer esta função.
Ácidos Graxos
São ácidos monocarboxilicos, geralmente com uma cadeia carbônica longa, com
número par de átomos de carbono e sem ramificações, podendo ser saturada ou
conter uma insaturação (ácidos graxos monoinsaturados) ou duas ou mais
insaturações (ácidos graxos poli-insaturados)
Ácidos graxos naturais mais comuns...
Ácidos Graxos

• Saturados = não apresenta ligações duplas

Carne bovina
Gema de ovo
Leite
...

• Insaturados = apresenta uma ou mais ligações duplas e


um número menor de hidrogênios ligados à cadeia

Vegetais
“dobra”
Sólido ou Líquido – Uma questão de instauração?

Ponto de Fusão
Sólido ou Líquido – Uma questão de instauração?
Os pontos de fusão também são muito influenciadas pelo comprimento e grau de
instauração da cadeia hidrocarbonada.

À temperatura ambiente(25°)

• os ácidos graxos saturados de 12 a 24 têm CONSISTÊNCIA DE CERA

• os ácidos graxos insaturados de 12 a 24 LIQUIDOS OLEOSOS.

De modo geral, a temperatura de fusão dos ácidos graxos


 diminui com o número de insaturações
 aumenta com o comprimento da cadeia
Ácidos graxos essenciais

 Não são sintetizados pelas células do organismo - adquiridos


através da alimentação;

 Existem dois Ácidos Graxos essenciais, são eles:

 Ácido linolênico: ômega-3 Retina e desenvolvimento


cerebral
(peixes)

 Ácido linoléico: ômega-6 Sistema imunológico


(óleos vegetais - girassol, milho, soja, algodão).
Carência de Ácidos Graxos

• Dermatite;

• Desenvolvimeto precário dos bebês;

• Fraqueza;

• Incapacidade de andar;

• Visão embaçada;

• Dificuldades de aprendizagem;
Constituição dos Lipídeos
Ácidos graxos saturados
• Não possuem duplas ligações;
• São geralmente sólidos à temperatura ambiente-maior ponto de
ebulição;
• Gorduras de origem animal ricas em ácidos graxos saturados.
Ácidos graxos saturados
Exemplos:

Nome comum Nome IUPAC


Ácido butírico Ácido butanóico

Ácido capróico Ácido hexanóico

Ácido caprílico Ácido octanóico

Ácido cáprico Ácido decanóico

Ácido láurico Ácido duodecanóico

Ácido merístico Ácido tetradecanóico

Ácido palmítico Ácido hexadecanóico

Ácido esteárico Ácido octadecanóico

Ácido melíssico Ácido untriacontanóico


Ácidos graxos insaturados

• São ácidos carboxílicos com


cadeias 4 e 36 C, com 1 ou
mais duplas ligações;

• Menor ponto de ebulição;

• As duplas ligações estão na


posição cis, na natureza.

• Ao sofrer hidrogenação
forma a ligação trans.

Ácido oléico
Fontes em alimentos
Ácidos graxos
SATURADOS MONOINSATURADOS POLIINSATURADOS

CADEIA CADEIA
CURTA LONGA

Ômega 6 Ômega 3
Coco Cacau Ômega 9 (Linoléico) (Linolênico)
Babaçu Banha Oliva Milho Linhaça
Amêndoas Dendê Canola Algodão Atum
Sebo Girasol (h) Soja Salmão
Girasol (R) Arenque
ÔMEGA ()
Outro Modo de agrupar ácidos graxos insaturados.
-9, principal representante o ácido oléico
( C 18:1)
Ex: óleos vegetais
 -6, representado pelo ácido linoléico ( C 18:2)
Ex: Sementes oleaginosas; Óleo de milho, girassol e soja.

 -3, está incluído o ácido  - linolênico ( C 18:3)

Ex: canola ou soja, peixes de águas frias e profundas (salmão,


truta, arenque, cavalinha, atum, destacando-se a manjuba e
sardinha).
ATENÇÃO
Todos os ácidos graxos saturados são sintetizados no
organismo a partir da acetil-CoA, entretanto os
ácidos graxos poli-insaturados são exclusivos dos
vegetais, sendo que o ácido linoléico (18: 2) e
o linolênico (18:3) são considerados essenciais aos
seres humanos por serem precurssores dos
eicosanóides e serem responsáveis pela fluidez da
membrana.

O ácido araquidônico (20:4) torna-se essencial


quando há a carência dietética do ácido linoléico,
que é utilizado em sua síntese.
Lipídios que contêm Ácidos Graxos

1) Glicerídeos  compostos por 1 a 3 moléculas de ácidos


graxos estereficado ao glicerol, formando mono, di ou tri-
acil-gliceróis (mono, di ou triglicerídeos).

2) Ceras  ácidos graxos de 16 a 30C e álcool mono-


hidroxilíco de 18 a 30C.

3) Fosfolipídeos ácidos graxos + fosfato

4) Esfingolipídeos  ácido graxo + esfingosina

5) Glicolipídeos  ácido graxo + glicerol + açúcar


TRIACILGLICERÓIS:
-São ésteres formados por uma molécula de glicerol que é
um álcool, ligado a três moléculas de ácidos graxos.

-Nos humanos são armazenados nos adipócitos, células que


compõe o tecido adiposo.
Função  Reserva de energia
As gorduras são sólidas na
Os óleos são líquidos a temperatura ambiente, e
temperatura ambiente são compostas por
e são compostos por Óleos e Gorduras triacilgliceróis contendo
triacilgliceróis contendo uma grande proporção de
uma grande proporção ácido graxo saturado ou
de ácido graxo mono insaturado com duplas
e/ou poliinsaturado. ligações trans.
Triacilgliceróis

São constituídos por três moléculas de ácidos graxos esterificadas a uma molécula
de glicerol
Triacilgliceróis- Reserva Energética
Triacilgliceróis- Reserva Energética

Maior Reserva Energética Menor espaço - Células


Fosfolipídeos

• Compõe a bicamada de
todas as membranas
biológicas.

• Atuam como agentes


emulsificantes e estão
presentes na bile, e fazem
parte da monocamada
externa das lipoproteínas.
Lipídeos Estruturais em Membranas
Glicerofosfolipídeos
Glicerofosfolipídeos
Exemplo: Fator ativador de Plaquetas

• Produzido por Basófilos;

• Estimula a agregação de plaquetas e a liberação de


serotonina (vasoconstrutor)
Esfingolipídios

 Lipídios de membrana com duas caudas


apolares, cabeça polar, mas ausência de
glicerol;

 Três principais subclasses:

 Esfingomielinas: bainha de mielina

 Cerebrosídios: membrana das células


nervosas

 Gangliosídios: ligam-se a neurotransmissores


durante a transmissão do impulso nervoso
(receptores de membrana).
Glicoesfingolipídeos como determinantes dos grupos
sanguíneos
lipídios que não contêm ácidos graxos
Terpenos  possuem unidades isoprenóides como
unidades básicas. As vitaminas E e K são os
representantes mais importantes, além de vários óleos
aromáticos de vegetais.

Esteróides  o núcleo ciclo-pentano-per-hidro- fenantreno


é a estrutura básica. O colesterol(e seus derivados) e a
vitamina D são os mais importantes representantes deste
grupo.

Carotenóides  um tipo de terpeno, geralmente álcool. A


vitamina A é o representante mais importante deste tipo de
lipídio.
Esteróides

 Colesterol – mais abundante e produzido no fígado;

 Alto teor em carne vermelha e em gema de ovo;

 Participa da formação de membranas celulares;

 Precursor dos hormônios sexuais masculino (testosterona) e feminino (estrógeno);

 Precursor dos sais biliares e da vitamina D;

 No sangue humano, o colesterol é transportado associado a lipoproteínas.


COLESTEROL
• É obtido por meio de síntese celular (70% colesterol
endógeno) e (30% colesterol exógeno) pela dieta.

• Exceto em pessoas com alterações genéticas do


metabolismo do colesterol, o excesso dele no sangue
resulta dos péssimos hábitos alimentares que nos
levam à grande ingestão de colesterol e de gorduras
insaturadas (geralmente origem animal)
Transporte de lipídios — Lipoproteínas
plasmáticas
Lipoproteínas plasmáticas
ATEROSCLEROSE
Esteróis anabolizantes

 Promovem crescimento e divisão celular (desenvolvimento de tecidos);

 Sintéticos desenvolvidos com finalidade médica para quem produz pouca testosterona;

 Hipertrofia muscular, força e resistência;

 Efeitos colaterais: acne, problemas no fígado,  pressão arterial,  LDL e HDL, pêlos
na face e problemas no ciclo menstrual (mulheres)
Esteroides são hormônios endocrinos

Testosterona: testiículo
Estradiol: ovário e placenta
Cortisol: adrenocortex (glicose)
Aldosterona: adrenocortex (sal)
Prednisolone e prednisone: drogas
antiinflamatórias
Resumo
Membranas Biológicas

• Mantém constante o meio intracelular;

• São impermeáveis na sua maioria a solutos polares ou


carregados;

• Recebe sinais químicos do meio extracelular;

• Estrutura celular se deve a camada de fosfolipídios;

• As proteínas são os principais componentes funcionais e são


mantidas por interações hidrofóbicas;

• As membranas são assimétricas, podendo ter proteínas que


atravessam a bicamada ou apenas uma das camadas.
Membranas Biológicas

Meio
Limite Intracelular

Meio
Extracelular
Membranas Biológicas

Funções

Separar Integrar

Células Organelas
X X
Meio Citosol

Membrana Plasmática Retículo Endoplasmático, Complexo


de Golgi, Lisossomo, Peroxissomo,
Mitocôndria, Cloroplasto, Envoltório
Nuclear, Vacúolos e Vesículas
CARACTERÍSTICAS DA MEMBRANA PLASMÁTICA

 Tam.: 6 a 9 nm de espessura.

 São flexíveis e fluidas.

 É formada de lipídios, glicídios e proteínas

 São permeáveis à água e impermeáveis a íons (Na, K,


H,...) e à moléculas polares não carregadas (glicídios).

 São permeáveis à substâncias lipossolúveis.


Dependendo das condições do meio e da composição lipídica,
os agregados lipídicos podem se associar de 3 formas
distintas, são elas:

Micela Vesícula

Bicamada
MEMBRANA PLASMÁTICA

• Transporte: endocitose e exocitose

www.sobiologia.com.br/.../Citologia/cito13.php
Modelos de Membranas Biológicas
Singer e Nicolson (1972)  Modelo do Mosaico Fluido

 bicamada lipídica;
 proteínas embebidas na bicamada lipídica mosaico
proteínas e lipídeos apresentam movimentos nas membranas fluído
LIPÍDEOS

Moléculas Anfipáticas

Região Hidrofílica + Região Hidrofóbica


Lipídeos
Principais componentes das membranas celulares

Fosfolipídeos

Barreira Moléculas hidrosolúveis


Funções Fluidez da membrana biológica
Gerar moléculas sinalizadoras

Comunicação Química
LIPÍDEOS
Fosfolipídeos
Lipídeo fundamental nas membranas biológicas

Saturação Ácidos Graxos Fluidez das Membranas


Saturados Insaturados

+ viscosa/- fluida - viscosa/+ fluida


Colesterol
Interação colesterol + fosfolipídeos

Torna a membrana mais rígida


Distribuição dos Lipídeos nas Membranas

FORMA ASSIMÉTRICA
Há diferenças entre faces citosólica e não-citosólica
Movimentação dos lipídeos
Flip Flop Rotação Difusão Lateral

depende da temperatura
Permeabilidade da Bicamada Lipídica

Tamanho da molécula;
Barreira Semipermeável
Solubilidade da molécula
Membranas Biológicas

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Lipídeos Carboidratos
Proteínas

Integrais Periféricas
ou ou
Intrínsecas Extrínsecas
Proteínas
Proteínas Integrais (75%)

Extraídas da bicamada
com técnicas drásticas
(detergentes)

Moléculas Anfipáticas
Proteínas

Proteínas Integrais

Moléculas anfipáticas Ligadas externamente aos lipídeos


transmembranas ligadas por ligações covalentes
covalentemente aos lipídeos;
PROTEÍNAS
Proteínas Periféricas

Espaço extracelular
Extraídas com facilidade da
bicamada com soluções salinas

Proteínas ligadas a outras proteínas


por ligações não-covalentes;

Citosol
PROTEÍNAS

Distribuição
Assimétrica

Inclusive entre faces citosólica e não-citosólica


FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS NAS MEMBRANAS

As funções básicas das proteínas nas membranas são:


• Realizar o transporte de moléculas polares grandes e/ou com cargas elétricas;

• Promover o transporte de metabólitos;

• Realizar o transporte de substâncias contra gradientes de concentração, mediante o gasto


energético;

• Promover o transporte de elétrons que pode ser utilizado na produção de energia, como ocorre
nas mitocôndrias e cloroplastos;

• Ancorar a membrana a macromoléculas, tanto na face citoplasmática (p.ex., córtex celular) como
na não citoplasmática da membrana (p.ex., matriz extracelular);

• Realizar o reconhecimento celular e molecular por meio de receptores inseridos na bicamada


lipídica;

• Atuar como enzimas participando de reações específicas, muitas delas envolvidas na transdução de
sinais.
PROTEÍNAS

TRANSPORTE

Poro Hidrofílico
Múltiplas -hélices
formando poros aquosos
Movimentação das Proteínas

Rotação Difusão Lateral

Difusão Vertical
Mobilidade Lateral das Proteínas da Membrana

Demonstração experimental
PROTEÍNAS
Restrição do movimento das proteínas

Ligação Ligação matriz


citoesqueleto extracelular

Ligação proteínas Barreira difusão Territórios de


células diferentes Membrana
Membranas Biológicas
Estrutura Molecular Básica

Lipídios Carboidratos

Proteínas

Periféricas Integrais
CARBOIDRATOS
Hidratos de carbono ligados covalentemente aos lipídeos e proteínas da membrana
Glicoproteínas secretadas pela célula / adsorvidas superfície

LOCALIZAÇÃO

Assimétrica:

Face não
citoplasmática das
membranas
Funções do Glicocálice

Tipo de carboidratos da membrana

• Proteção da superfície celular

Reconhecimento e
adesão celular
Funções do Glicocálice

Determinação antigênica “Impressão digital da célula”


Funções do Glicocálice

Propriedades enzimáticas (peptidase/glicosidase)

microvilosidades glicocálice
Funções do Glicocálice

receptor de macromoléculas (hormônios, neurotransmissores, toxinas, etc)

Porção Receptora

Porção Efetora
Funções do Glicocálice

ligação de toxinas, vírus e bactérias Reconhecimento molecular


TIPOS D E TRANSPORTE TRANSMEMBRANA
Forças responsáveis por transporte de substâncias

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