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AULA 12: LIPÍDIOS (PARTE 1)

❑ Os lipídeos são um grupo heterogêneo de ❑ Isolante térmico (gordura subcutânea) – LIPÍDEOS: CLASSIFICAÇÃO
moléculas orgânicas relativamente insolúveis manutenção da temperatura corpórea; ❑ Lipídeos Simples:
em água, mas relativamente solúveis em ❑ Digestão e absorção de vitaminas Ácidos Graxos e Cereas;
solventes orgânicos apolares, como o éter, lipossolúveis (A, D, E, K); ❑ Lipídeos Compostos:
clorofórmio, acetona e benzeno. ❑ Papel importante na qualidade dos Fosfolipídeos, Esfingolipídeos,
alimentos (textura, sabor, aspectos Lipoproteínas;
❑ Compostos orgânicos de origem animal ou
nutricionais e densidade calórica). ❑ Lipídeos Variados:
vegetal
❑ Formados por C, H e O ❑ Gordura estrutural: mantém órgãos nos Esteróis (Colesterol e sais
❑ Caraterística básica: insolubilidade em lugares, protegem contra lesões traumáticas e biliares/carotenóides e vitaminas
água e solúveis em solventes orgânicos choques. lipossolúveis);
apolares (álcool, éter...). ❑ Gordura subcutânea: isolante térmico
❑ Gordura dietética 1. Ácidos Graxos:
❑ Fornecem 9 kcal/g ❑ Ácidos carboxílicos que possuem cadeia
❑ Armazenado nas células adiposas (TG) → • Essencial para digestão, absorção e transporte
de vitaminas lipossolúveis e compostos carbônica, geralmente, não ramificada e
sobrevivência por semanas ou meses na uma única carboxila.;
privação de alimentos. fitoquímicos.
• Lentifica o processo digestivo. ❑ Classificam-se de acordo: tamanho da
❑ Os lipídeos podem ser apresentados na cadeia, presença de ramificações,
forma líquida (óleos) e na forma sólida ❑ Em alimentos: textura → cremosidade e
maciez, sabor e densidade calórica presença de insaturações, posição da 1°
(gorduras); As gorduras e os óleos ligação dupla.
constituem aproximadamente 34% da ❑ ENERGÉTICA
energia na alimentação dos seres humanos
NOMENCLATURA DOS
• Adipócitos e oxidação mitocondrial
(fornecendo 9 kcal/g). ÁCIDOS GRAXOS
❑ ESTRUTURA
• Fosfolipídios e esfingolípidios ❑ Comprimento da cadeia
❑ BIOCATALISADORES ❑ Ligações duplas
FUNÇÕES • número
• Vitaminas, hormônios e prostaglandinas
❑ Fornecer energia, armazenada na ❑ TRANSPORTADORES • localização
forma de triacilgliceróis. • Ácidos biliares e lipoproteínas ❑ Comprimento da cadeia
❑ Elementos estruturais – componentes ❑ ÁCIDOS GRAXOS> Unidade fornecedora de • C18 (18 carbonos)
importantes das membranas energia
biológicas; ❑ TRIGLICERÍDEOS> Armazenamento dos ác.
graxos (Músculos e células adiposas)
❑ Atuam como hormônios e mensageiros ❑ Número de ligações duplas
❑ FOSFOLIPÍDEOS> Estrutura celular e bainha
intracelulares; de mielina • C18:2 (2 ligações duplas)
❑ Proteção contra lesões traumáticas e ❑ ESTEROIDES> Membrana celular e hormônios
choques; sexuais- testosterona (colesterol)
❑ Nomenclatura de acordo com a Ácidos graxos: (tamanho da cadeia de carbono) ❑ Componentes das membranas
localização da primeira ligação dupla, a ❑ Cadeia curta (AGCC < 6 C) – Ex: ácido butírico celulares, precursores de
partir da extremidade do grupamento ❑ Cadeia média (AGCM 6 a 12 C) – Ex: ácido láurico hormônios, atividade
metil ❑ Cadeia longa (AGCL > 12 C) – Ex: ácido linolênico antiplaquetária, prevenção
• Sistema ômega (metil): ômega 3 de doenças cardiovasculares.
Ácidos Graxos Saturados ou Gordura saturada
❑ Proporção de consumo
recomendada (pró-inflamação
x antidifamação) – ω-6: ω-3
→ 5:1
❑ Ligações simples;
❑ Geralmente sólidos à temperatura ambiente;
❑ Presentes principalmente nas gorduras de
Ácidos Graxos Essenciais
origem animal (carne bovina, porco, gema do ovo,
leite, manteiga). Vegetais: óleo de coco e óleo de ❖ NÃO SÃO SINTETIZADOS PELO
palma. ORGANISMO HUMANO (n-6 E n-3)
❑ estimulação crescimento
Ácidos graxos Insaturados ❑ manutenção pele e crescimento
capilar
São geralmente líquidos à temperatura ambiente;
❑ regulação do metabolismo de
MONOINSATURADOS - Uma dupla ligação
colesterol
❑ ÔMEGA 9 (Ác. Oleico)
❑ Reprodução
• Azeite de oliva, azeitona, óleo de canola,
• DEFICIÊNCIA
abacate e oleaginosas (amêndoas, amendoim,
❑ Localização dos H ❑ (Baixo) Crescimento
castanhas e nozes).
• ácidos graxos Cis ou trans ❑ dermatite escamosa
POLINSATURADO - Duas ou mais duplas ligações;
❑ Infertilidade
❑ ÔMEGA 6 (Ác. linoleico)
• Óleos vegetais (canola, milho e girassol), nozes, ❑ (baixa) Resposta inflamatória
❑ anormalidades renais
amendoim.
❑ mitocôndrias hepáticas anormais
Cis-9 – ácido oléico Trans-9 – ácido elaídico ❑ ÔMEGA 3 (Ác. linolênico)
❑ contração reduzida do miocárdio
• Derivados de canola e soja, peixes como atum e
salmão, sementes de chia e linhaça. Ácidos graxos essenciais: ω-3 e ω-6
❑ ω-3 (AG linolênico) e ω-6 (AG
linoleico)
❑ Ácido eicosapentaenoico (EPA)
e ácido docosahexaenoico
(DHA) são tipos de ômega 3
Fontes alimentares de ω-3 Monoinsaturadas (ômega 9) Ácidos graxos trans> MONOINSATURADOS ❑ TE AMOOOOOOO
e ω-6 fontes alimentares • Ômega 9 2. Triacilgliceróis (TG)
❑ azeite de oliva, azeitonas,
macadâmia, nozes, avocado, ❑ Biscoitos recheados; • Oliva
❑ Popularmente conhecidos como
castanha-do-pará e Chocolates; Lasanha • Canola
triglicerídeos; se encontram em maior
abacate. congelada 4 queijos; • Girasol
proporção na alimentação;
Pol insaturadas (ômegas 3) Sorvete de massa;
❑ Fazem parte da dieta humana através dos
Salgadinho de pacote; POLIINSATURADOS
❑ algas marinhas e em ÓLEOS e GORDURAS;
Batata fritas (fast- ❑ Ômega 6 (Linoléico)
peixes, como salmão, food)
atum, sardinha, arenque • Milho
e cavalinha • Algodão
Ácidos graxos trans e • Soja
Pol insaturadas (ômegas 6)
impacto sobre a saúde • Girasol
❑ azeites vegetais
(girassol, milho, soja, ❑ Alteração do perfil ❑ Ômega 3 (Linolênico)
etc.) lipídico (redução do • Linhaça
HDL, aumento do LDL e • Atum
Ácidos graxos trans do TG); • Salmão
❑ Processo inflamatório; • Arenque ❑ Os TG são transportados no sangue e
❑ Hepatomegalia armazenados em tecidos (reserva
❑ Posição do H na ligação (acúmulo de gordura e
2. Glicerídeos energética).
dupla; ❑ Ácidos graxos
inflamação hepática);
❑ Hidrogenação de AG esterificados ao glicerol,
❑ Redução na tolerância a 3. Fosfolipídios
insaturados: transforma podem ser: mono, di ou
glicose. ❑ Lipídeos anfipáticos (formado por 2 AG +
AG líquidos em sólidos triacilgliceróis.
(EX: margarina); Ácidos Graxos 1 Glicerol + 1 fosfato) subdividido em:
❑ Comportando-se como SATURADOS • Glicerofosfolipídeos e Esfingolipídios.
AG saturados.
❑ CADEIA ❑ 2° mairo componente lipídico do
CURTA/MÉDIA organismo;
• Coco ❑ Solubilidade em água- principal
• Babaçu componente das membranas celulares;
• Amêndoas ❑ Propriedades emulsificantes;
Hidrogenação ❑ Transporte e utilização de ácidos
❑ CADEIA LONGA
❑ o óleo vegetal é bombardeado por graxos e colesterol;
• Cacau
outras moléculas, que junto com o
ambiente de alta pressão, muda a • Banha FONTES:
estrutura do óleo, transformando-o• Dendê ❑ Lecitina: fígado, gema de ovo, soja,
de líquido para uma gordura sólida • Sebo leite
3. Fosfolipídios: FITOESTERÓIS
FUNÇÃO ❑ Desempenham funções estruturais
❑ Formar a bicamada lipídica de todas análogas ao colesterol, porém em
as membranas; tecido vegetal.
❑ Atuam como emulsificantes, estando ❑ Fontes: soja, os frutos oleaginosos e
presentes na BILE, e monocamada os óleos vegetais em geral,
externas das proteínas; principalmente de canola, arroz e
❑ Ingestão alimentar pequena, porém o girasol.
organismo é capaz de produzi-los se ❑ Tipos: Sitosterol, campesterol,
houver necessidade (crescimento e estigmasterol.
renovação celular);
❑ Encontrado na retina e nos neurônios

4. Glicolipídeos

❑ Formado por ácidos graxos, não


possuem o fosfato, e sim glicose ou
galactose; 5.1 Colesterol
❑ Esterol característico de tecidos animais e
5. Esteróis e derivados: humanos, ingeridos através do consumo de
❑ São lipídeos que possuem um
leite e derivados, aves, peixes, frutos do
núcleos esteroide;
mar, ovos ou produtos industrializados
❑ fazem parte dos esteróis o
contendo algum destes ingredientes, ou
COLESTEROL (origem animal) e
pode ser sintetizado no fígado.
FITOESTERÓIS (origem vegetal);
ESTERÓIS FUNÇÕES: Colesterol
❑ Componentes importantes das ❑ Estruturar membranas celulares;
membranas celulares ( estabilidade); ❑ Precursor de ácidos biliares;
❑ O colesterol é encontrado na ❑ Precursor de Vitamina D;
alimentação na forma livre ou ❑ Precursor de hormônios esteroides
esterificada a AG; e outros hormônios como Cortisol e
❑ O colesterol é o maior esterol aldosterona.
encontrado em alimentos de origem ❑ Função estrutural
animal; ❑ Precursor dos ácidos biliares
❑ Os óleos vegetais são livres de ❑ Precursor de Vitamina D3 (colecalciferol)
colesterol. ❑ Precursor de Hormônios esteróides
AULA 14: LIPÍDIOS (PARTE 2) Sais biliares fazem a
emulsificação da gordura,
----INGESTÃO---- para que a enzima lipase
pancreática possa agir
❑ Para um indivíduo saudável – 30% do
quebrando as triglicérides
total de energia consumida deverá ser
em diglicérides e ácidos
proveniente da gordura da dieta, na
graxos livres, os
seguinte proporção:
diglicérides sofrem uma
• < 10% de ácidos graxos saturados
nova ação da lipase dando
(doenças coronarianas < 7%); • 20-
origem a monoglicérides,
23% de ácidos graxos poli-insaturados
ácidos graxos e glicerol.
e monoinsaturados;
Cerca de 70% do
• < 300 mg colesterol/dia.
diglicerideos são
absorvidos pela mucosa
intestinal o restante 30%
----DIGESTÃO----
é o que será convertido
em monoglicérides, glicerol
➢A hidrólise dos lipídios começa e ácidos graxos.
EFETIVAMENTE no estômago pela A colecistocinina possui,
ação da lipase gástrica e lipase lingual – ainda, função de estímulo do
hidrolisa parte dos triacilgliceróis – pâncreas para a liberação
❑ A gordura que entra na porção superior
especialmente os de cadeia curta e do suco pancreático,
do duodeno é composta por 70% de TG,
média – em ácidos graxos e juntamente com outro
sendo o restante formado por uma
diacilgliceróis. hormônio liberado pelo
mistura de produtos de hidrólise
❑ No estômago os movimentos de duodeno, a secretina. O
parcialmente digeridos.
propulsão, retropropulsão e suco pancreático possui
❑ A digestão de gordura ocorre
mistura na região antral várias enzimas digestivas
principalmente no intestino delgado –
desempenham um papel importante (principalmente proteases e
sais biliares e da lipase pancreática.
na emulsificação dos lipídios. carboidratases) sendo a
❑ A entrada de gordura no ID estimula a
❑ Esse processo de emulsificação – lipase pancreática a
liberação de enterogastrona – atua
essencial para garantir a responsável pela hidrólise
inibindo a secreção e a motilidade
eficiência da ação enzimática no das ligações ésteres dos
gástrica – tornando mais lenta.
duodeno, pois aumenta a Lipídios liberando grande
❑ A presença de gordura no ID também
superfície de contato, facilitando quantidades de colesterol,
estimula a secreção de CCK – estimular
a interação enzimática. Ácidos Graxos, glicerol e
a contração da vesícula biliar (bile) e
algumas moléculas de
estimular a excreção de secreções
monoacilgliceróis.
pancreáticas.
ABSORÇÃO ❑ OS QUILOMICRONS MIGRAM PARA O
SISTEMA LINFÁTICO, DEPOIS PARA A
❑ Os produtos finais da digestão, os ácidos graxos CORRENTE SANGUÍNEA E SEGUEM
livres e monoglicerídeos são incorporados nas micelas PARA OS TECIDOS;
e transportados até os enterócitos. ❑ ATIVADA PELA APO-II
❑ Próximo ao enterócito as micelas se dissociam – (LIPOPROTEINA LIPASE); LIBERA
moléculas lipídicas são absorvidas por meio de ÁCIDOS GRAXO E GLICEROL
difusão na porção proximal, enquanto os ácidos ❑ OS ÁCIDOS GRAXOS ENTRAM NOS
biliares são absorvidos na porção terminal do íleo. ADOPÓCITOS OU MIÓCITOS ( SÃO
ARMAZENAMENTO
❑ Dentro dos enterócitos, os ácidos graxos livres OXIDADOS COMO COMBUSTÍVEIS OU
migram para o retículo endoplasmático liso e são REESTERIFICADOS PARA
reesterificados ao glicerol e aos monoacilgliceróis ARMAZENAGEM);
para forma TG.
❑ Os TG com a inserção de apoproteínas são chamados TRANSPORTE
de quilomícrons. ❑ Via exógena: transporte dos lipídios
❑ Os quilomicrons são liberados nos vasos linfáticos e dietéticos do intestino para o fígado
atingem a circulação venosa sistêmica. (quilomícrons).
❑ TCM - solúveis em água – sistema portal – ❑ Via endógena: transporte de lipoproteínas
transportado diretamente para o fígado – absorção sintetizadas nos hepatócitos para os tecidos
rápida (20 minutos) – considerado fonte de energia periféricos (VLDL, IDL, LDL, HDL).
imediata.
❑ Ácidos graxos são grande fontes de energia (em uma mesma
quantidade ultrapassam os CHO nesse quesito);
❑ Vários tecidos são capazes de oxidar ácidos graxos – β –
oxidação: quando adentra a célula do tecido em processo de
metabolismo, o ácido graxo é ativado pela coenzima A numa
reação que demanda energia e é catalisada pelo acetil-CoA
sintetase.
❑ A reação consome 2 lig. de fosfato altamente energéticas
para produzir AMP. Isso equivale ao uso de 2 ATPs. Os
pirosfosfatos resultante são hidrolisados (reação
irreversível).

Oxidação de ácidos graxos ocorre no interior da mitocôndria:


1) Ácidos graxos de cadeia curta podem passar diretamente para
o interior da matriz mitocondrial.
2) Ácidos graxos de cadeia longa e seus derivados CoA são
incapazes de atravessar a membrana interna da mitocôndria –
necessário um sistema de transporte de membranas – molécula
responsável carnitina (lisina e metionina), sendo encontrada em
alta concentração nos músculos.
• O ácido graxo ativado (acetil-CoA) une-se por covalência à
carnitina do lado citoplasmático da membrana mitocondrial
METABOLISMO INTEGRADO NOS TECIDOS através da enzima transferase carnitina aciltransferase I (CAT
I).
A hidrólise completa dos TG = glicerol e 3 ácidos graxos; Essa hidrólise
• Uma segunda transferase aciltransferase II (CAT II)
acontece amplamente no interior do organismo: localizada do lado interno da membrana interna, lança o acetil-
❑ Através da ação da lipase lipoproteica do endotélio vascular em tecidos não
CoA graxo e a carnitina para dentro da matriz.
hepáticos;
❑ Através de uma lipase intracelular que age no fígado e no tecido adiposo.
• A porção do glicerol pode ser usada como energia pelo fígado e por outros
tecidos através da ação da enzima gliceroquinase, que converte glicerol em
glicerol fosfato – entra na via glicolítica como di-hidroxiacetona fosfato –
podendo ocorrer a oxidação de energia ou glicogênese.
Oxidação de Ácidos Graxos ❑ Normalmente a concentração de corpos
cetônicos no sangue é muito baixa, mas
❑ Captação e oxidação celular de ácidos graxos pode atingir altos níveis em situações
de oxidação acelerada dos ácidos
graxos combinada a uma baixa ingestão
ou a um uso incomum de carboidratos.

• Para que o ciclo TCA possa funcionar


- suprimento de unidades de 4
carbonos - esses intermediários são
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ENERGIA NA OXIDAÇÃO DE formados principalmente por
ÁCIDOS GRAXOS A piruvato (produzido glicólise)
❑ ativação de 1 ácido graxo requer 2 ligações de alta energia
por mol de ácido graxo oxidado.
❑ Cada quebra de ligação C-C saturado = 5 ATPs • Sem a oxidação da glicose, o
❑ Cada acetil-CoA oxidado = 12 ATPs suprimento de CHO é inadequado - o
β oxidação de ácidos graxos ❑ Exemplo: palmitato (16 carbonos) grupo de oxaloacetato, com qual
❑ A oxidação dos ácidos graxos ativados na mitocôndria ocorre acetil-CoA se combina para oxidação
através de uma via de degradação cíclica na qual unidades de no ciclo TCA, é reduzido
bicarbono na forma de acetil-CoA são quebradas uma a uma,
partindo da porção final do carboxil.
• Conforme o uso de CHO diminui, a
oxidação de ácidos graxos é
❑ Além da oxidação direta através do ciclo de Krebs OU acelerada a fim de prover energia
ciclo do ácido tricarboxílico (ciclo TCA) OU ácido cítrico, o através dos substratos (acetil-CoA)
acetil-CoA pode seguir outros caminhos catabólicos no do ciclo TCA
interior do fígado, sendo um deles a via pela qual são
formados os chamados corpos cetônicos (acetoacetato, B-
hidroxibutirato e acetona). • Esse deslocamento ao catabolismo
❑ O acetoacetato e o B-hidroxibutirato - não são oxidados de gorduras, combinado a uma
no fígado - são transportados pelo sangue até os tecidos redução na disponibilidade de
periféricos - podem ser convertidos novamente a acetil- oxaloacetato, resulta num acúmulo
CoA e oxidados através do ciclo de Krebs- serve de de acetil-CoA.
combustível nesses tecidos.
❑ A formação de corpos cetônicos é uma via adicional para o
uso do acetil-CoA, onde o fígado consegue distribuir • Brusco aumento na formação de
combustível as células periféricas. corpos cetônicos - cetose
❑ A cetose pode representar um perigo ❑ Malonil CoA é o 1° intermediário na síntese ❑ A lipólise é estimulada por hormônios como a epinefrina,
porque pode causar um desequilíbrio no de ácidos graxos – aumento na norepinefrina, hormônio adrenocorticotrópico (ACTH), hormônio
balanço ácido-base do corpo. concentração de malonil CoA promoveria a estimulados da tireoide (TSH), glucagon, hormônio do crescimento e
❑ Entretanto, a habilidade do fígado de síntese de ácido graxo e inibiria a tiroxina.
enviar corpos cetônicos a tecidos oxidação. ❑ A insulina antagoniza os efeitos desses hormônios – inibindo a
periféricos, como cérebro e músculo - é ❑ A concentração de malonil CoA aumenta atividade da lipase.
um importante mecanismo para oferta toda vez que o indivíduo está bem suprido V Diretriz Brasileira de Dislipidemia
de energia em períodos de fome. de carboidratos. ❑ Redução de AGS e Trans
❑ A glicose excedente, que não pode ser ❑ Aumento no consumo de AGMI e AGPI
oxidada através da via glicolítica ou ❑ Aumento no consumo de fitoesteróis e fibras
armazenada como glicogênio – é convertida ❑ Redução no peso • Redução de bebidas alcoólica
❑ Redução no consumo de glicídios simples
em triglicerídeos para armazenamento
❑ Aumento de AF
através do malonil CoA disponível. ❑ Cessar Tabagismo
• Assim células ricas em glicose não oxidam TN ❑ Fatores dietéticos que elevam colesterol e TG:
ativamente ácidos graxos para obtenção
de energia. Sendo a lipogênese estimulada,
em parte, pela inibição da entrada de
ácidos graxos na mitocôndria.

❑ Os níveis de glicose no sangue podem afetar


a lipólise e a oxidação de ácidos graxos por
REGULAÇÃO DO METABOLISMO LIPÍDICO outros mecanismos: Aconselha-se: restringir à ingestão de gordura animal, leite e
derivados integrais, polpa de coco e de alguns óleos (dendê e coco).
❑ A regulação da oxidação de ácidos graxos 1) Hiperglicemia – aumento insulina –
está intimamente ligada ao status dos transporte de glicose para dentro da célula Fitoesteróis ✓ Desempenham funções estruturais análogas ao
carboidratos. adiposa – lipogênese; colesterol em tecidos animais
2) Insulina também exerce um efeito ✓ Fontes: soja, os frutos oleaginosos e os óleos vegetais em geral,
antilipolítico pronunciado; principalmente de canola, arroz e girasol.
• Os ácidos graxos formados no citoplasma 3) Hipoglicemia – estimula taxa de oxidação ✓ Tipos: Sitosterol, campesterol, estigmasterol;
das células do fígado podem converter-se de ácidos graxos – oxidação acelerada –
em TG e fosfolipídios ou ser após atividade do ciclo TCA – inadequada
transportados via carnitina até as disponibilidade de oxaloacetato.
mitocôndrias para oxidação.
• A enzima carnitina acil transferase I ❑ A enzima chave para mobilização de gordura
(CAT I), que catalisa a transferência dos é a triglicerídio lipase, sensível à atividade
grupos graxos acil em carnitina – é inibida hormonal encontrada nas células do tecido
pelo malonil CoA. adiposo.

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