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Capítulo 9

• 9.1 Lípidos

David João Horta Lopes


LÍPIDOS

adipócitos
.Grupo heterogéneo de biomoléculas, na
estrutura química e na função

.Característica comum:

Insolubilidade em água;
solubilidade em solventes
orgânicos (Ex. clorofórmio, metanol, éter,
benzeno, etc)

Célula do cotilédone de uma semente


Lípidos

(Silva, 2021)
Ácidos gordos – qualquer ácido monocarboxílico alifático que
possa libertar-se por hidrólise a partir de óleos ou gorduras naturais
• Geralmente são de cadeia linear com número par de átomos de
carbono (4 a 30)
Por oxidação fornecem grandes quantidades de energia
(NADH, ATP e GTP) para a neoglucogénese.

(adapt.
(adapt. Campos,1998)
Campos, 1998)
Lípidos – Estrutura
• São compostos que possuem uma cadeia alifática (formada por -CH2-)
com pelo menos 8 átomos de carbono

•Também definidos com compostos insolúveis na água mas


solúveis em solventes orgânicos como éter e clorofórmio

(Berg. et al.,2002)
LÍPIDOS SIMPLES - por hidrólise originam um álcool e um ou mais
ácidos gordos

LÍPIDOS COMPOSTOS - por hidrólise libertam não apenas um álcool


e ácidos gordos, mas também ácido fosfórico, oses, etc.
Na maioria são:
Funções Biológicas Ésteres de ácidos gordos
ou
Amidas de ácidos gordos

- Formas de reserva intracelular de energia metabólica ( 9 cal/grama)

- Componentes estruturais das membranas biológicas

- Componentes da superfície celular envolvidos no reconhecimento de células,


na especificidade das espécies e na imunidade dos tecidos

- Proteção de estruturas biológicas (paredes celulares de bactérias,


folhas das plantas superiores, exo esqueleto de insetos e pele dos vertebrados)

- Formas de transporte de energia metabólica

-Agentes de emulsificação

-Segundos mensageiros

- Atividade biológica intensa:


- Vitaminas (A, D, E, K)
- Hormonas (ex. glicocorticóides)
- Prostaglandinas
Classificação estrutural

1. Ácidos gordos

2. Lípidos derivados do glicerol (glicerolípidos ou glicerídeos):


. Acilgliceróis (glicerídeos)
. Éteres alquílicos dos acilgliceróis
. Glicosilacilgliceróis
. Glicerofosfolípidos (fosfoacilgliceróis)

3.Lípidos não derivados do glicerol:


. Esfingolípidos
. Lípidos derivados de dióis
. Álcoois alifáticos e ceras
. Terpenos (lípidos isoprenóides)
. Esteróides

Eicosanóides (Prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos)

5. Sistemas lipoproteicos
(Pavão, 2005)
Ácidos gordos
(Lípidos : tipologia
e sua função
biológica)

(Koolman & Rohm, 2007)


(adapt. Campos, 1998)

(Berg. et al.,2002)

(adapt. Campos, 1998)


Lípidos - Glicerídeos
Caraterísticas estruturais dos Lípidos:

. Ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas de C4 a C36

. . Ácidosgordos saturados
. Ácidos gordos insaturados (uma ou mais duplas ligações,
geralmente
não conjugadas e com configuração cis)
.. Monoinsaturados (monoenóicos)
.. Poli-insaturados (polienóicos)

. Alguns contêm anéis, grupos OH, cadeias ramificadas

. Os mais comuns têm um número par de átomos de C (C12-C24)


Caraterísticas estruturais:

18:0 18:1 9 ou 18:1 (cis9)


Ácido n-octadecanóico Ácido cis-9-octadecenóico
Ácido esteárico Ácido oleico
Ácido gordo saturado Ácido gordo insaturado (Pavão, 2005)
Representação dos ácidos gordos:

Indica-se o nº total de átomos de carbono, seguido de 2 pontos, o nº de


duplas ligações e depois, entre parêntesis, o algarismo correspondente
ao primeiro átomo de carbono de cada dupla ligação

Exemplo:

(adapt. Campos, 1998)

(adapt. Campos, 1998)


Alguns ácidos gordos:

(Berg. et al.,2002)
(adapt. Campos, 1998)
(Pavão, 2005)
2. Ponto de fusão
. À temperatura ambiente (25ºC):
. Ácidos gordos saturados de C12 a C24 têm consistência de
cera
. Ácidos gordos insaturados com o mesmo nº de C são
líquidos

Diferente grau de “ordenamento”

Ácidos gordos Mistura de ácidos gordos


saturados saturados e insaturados
(Pavão, 2005)
Maior flexibilidade Menor flexibilidade

“ordenamento” em arranjos Arranjos menos ordenados


quase cristalinos
Difícil extração em solventes orgânicos
É necessário acidificar a solução de extração

Análise → Cromatografia de gás

Funções dos ácidos gordos:


- Fazem parte da constituição de triacilgliceróis, fosfolípidos e
glicolípidos
- Moléculas altamente energéticas → armazenadas como
triacilgliceróis (TG)

Derivados dos ácidos gordos:


Eicosanóides
* Prostaglandinas
* Tromboxanos
* Leucotrienos
Dupla ligação

(adapt. Campos, 1998)


Acilgliceróis (glicerídeos)
Os mono, di ou triésteres do glicerol com ácidos gordos designam-se,
respectivamente de:
- monoaglicerol (ou monoglicerídeo);
- diaglicerol (ou diglicerídeo);
- e triacilglicerol (ou triglicerídeo).

Gorduras ou Óleos – misturas de lípidos sólidos ou líquidos à


temperatura ordinária

Triglicerídeos => 3 resíduos de glicerol (ex: cardiolipina)

(adapt. Campos, 1998)

(adapt. Campos, 1998)


2. Triacilgliceróis/Triglicérideos (formas de
armazenamento de energia)
e ceras
Glicerídeos
ou
Acilgliceróis

Ésteres de ácidos gordos e glicerol → Mono- Polar(anfipático)


Di-
Tri- Apolar
Triacilgliceróis:
. São pouco abundantes nas membranas

. Constituem reservas nutritivas – tecidos


adiposos
Os resíduos de ácidos gordos podem
(citoplasma
ser iguais ou diferentes-glicéridos simples dos adipócitos)
ou mistos
.

Sólidos
(AG saturados)
. Os mais abundantes na natureza são: - tripalmitina
Líquido
- triestearina (AG insaturados)
- trioleína
(Pavão, 2005)
A maioria das gorduras naturais (dos óleos vegetais, dos produtos lácteos e da
gordura animal) são misturas complexas de triacilgliceróis simples ou mistos
Os ácidos gordos do azeite, manteiga e gordura animal

Ácidos gordos (% do total)

Azeite Manteiga Gordura


(líquido) Animal (Pavão, 2005)
Ceras
O—C=O

* Ésteres de ácidos gordos de cadeia longa (saturados)


e
álcoois de cadeia longa (saturados; insaturados; esteróis)


Moléculas com grupo fracamente polar
e com longa cauda apolar

Ácido esteárico
Formam o sebo: - camada protetora da pele
são repelentes da água
Nota: Em microrganismos marinhos funcionam como reservas de
combustível metabólico (Pavão, 2005)
Lípidos , Glícidos e Proteínas
Estruturais das Membranas
Proteínas e os processos membranários

As proteínas das membranas são as responsáveis pela


maioria dos processos dinâmicos exercidos pelas
membranas
• Lípidos => barreira de permeabilidade estabelecendo
compartimentos
• Proteínas => participam de todas as outras funções
das membranas (transporte de substâncias e
informações através delas)
(Ex: mielina => 18% de proteínas)
Proteínas e os processos de membranários

• Periféricas (d, e)
• Integrantes (a,b,c)

(Berg. et al.,2002)
A delimitação dos compartimentos nas células
eucarióticas
• Muitas bactérias como E.coli, têm 2 membranas
separadas por uma parede celular (proteínas,
peptídeos e glúcidos)
• A membrana interna age como barreira de
permeabilidade e a externa como proteção

(Berg. et al.,2002)
Comparação estrutural entre Triglicerídeos,
Glicerofosfolípidos e Esfingolípidos

(Pavão, 2005)
Glicerofosfolípidos

(Pavão, 2005)
Glicerofosfolípidos (fosfoglicéridos)
Encontram-se em concentrações importantes nas membranas celulares e
nas estruturas sub-celulares (mitocôndrias)

Local de contacto das substâncias lipídicas com as substâncias


hidrossolúveis

Estão implicados nos processos que permitem a absorção, o transporte e


as interações das substâncias lipídicas de um modo geral

Constituídas essencialmente por fosfoglicéridos, fosfolípidos e


colesterol, sendo os principais responsáveis pelo seu estado físico e
permeabilidade seletiva
Glicero-
fosfolípidos
(fosfoacilagliceróis/fosfatidatos)
→ Ácido fosfatídico (PA)
→ Fosfatidiletanolamina (PE)
ou cefalina
→ Fosfatidilcolina (PC) ou
lecitina
→ Fosfatidilserina (PS)

→ Fosfatidilglicerol (PG)

→ Fosfatidilinositol-4,5-
-bisfosfato (PIP2)

→ Cardiolipina
ou
Difosfatidilglicerol (DPG)

(Pavão, 2005)
São lípidos anfipáticos
(Pavão, 2005)

Plasmalogéneos – possuem uma ligação éter no carbono C1 ao invés


da ligação éster normal encontrada na maioria dos
glicéridos (particularmente abundantes no tecido cardíaco:
50% do total de fosfolípidos)
Propriedades dos Fosfoglicerídeos

* Compostos anfipáticos

* Extraídos com misturas de solventes: CH3OH e CHCl3

* Os mais polares, Lisofosfolípidos, formam micelas


em meio aquoso

* Os mais comuns, PC e PE – carga neutra a pH=7


PS – carga negativa a pH=7
Formação das camadas bimoleculares em meios
aquosos

•Formação de uma micela (estrutura


globular) onde as cabeças são rodeadas por
água e as caudas hidrocarbonadas ficam no
interior, interagindo umas com as outras

•Lâmina bimolecular – constituída por duas (Berg. et al.,2002)

lâminas lipídicas

•As caudas hidrófobas de cada lâmina


individual interagem uma com a outra,
formando um interior hidrófobo que age
como barreira de permeabilidade
A Fluidez das membranas
• A fluidez das membranas que permite o
transporte e a transmissão de sinais é
controlada pela sua composição em ácidos
gordos e colesterol

(Berg. et al.,2002)
Fosfolípidos
São lípidos que contêm um grupo fosfato e geralmente são derivados do
ácido fosfatídico (formado por glicerol, 2 moléculas de ácido gordo e
1 molécula de ácido fosfórico)

Fosfolipídios são um componente importante das membranas celulares.

Os fosfolipídios contêm apenas ácidos gordos unidos a uma molécula de glicerol.

(Berg. et al.,2002)
Fosfolípidos - lípidos estruturais

(Silva, 2021)
Fosfolípidos - lípidos estruturais

(Silva, 2021)
Principais estruturas de
glicerofosfolípidos
e nomes usuais

(adapt. Campos, 1998)


Esfingolípidos
Esfingolipídios são uma classe de moléculas de lipídios que formam membrana. Contém esfingosina, um
amino álcool orgânico alifático ou uma substância estruturalmente semelhante a ela.

Os esfingolipídeos mais simples são as ceramidas (esfingosina com um ácido gordo), amplamente
distribuídos em pequenas quantidades em tecidos de plantas e animais.

Os outros esfingolipídeos podem ser sintetizados a partir das ceramidas. São constituintes da bainha de
mielina
São derivados de uma aminoálcool a esfinganina, que por redução origina a esfingosina

(adapt. Campos, 1998)


2. Esfingo-
lípidos
Amidas da esfingosina e ácidos gordos

→ Ceramida

→ Esfingomielina

→ Glucosilcerebrósido

Glico-
Esfingo- → Lactosilceramida
lípidos

→ Gangliósido (GM2)
(Pavão, 2005)

São lípidos anfipáticos


Glicolípidos
É uma contração de glicosil-lípido

Glicoglicerolípidos – quando têm um ou mais resíduos de glicerol

Dois dos principais glicoglicerolípidos das plantas

glícido (adapt. Campos, 1998)


lípido
São os principais
componentes de
todas as
membranas
biológicas

(adapt. Campos, 1998)


Esfingolípidos
São amidas de ácidos gordos (AG) e esfingosina

CH3(CH2)12-CH=CH-CH-CH-CH2-OH 1,3-Dihidro-2-amino-octadeca-4-eno
  ou
OH NH2 Esfingosina

Ceramida – acilesfingosina = AG + Esfingosina

Da substituição a nível do 1º -OH da esfingosina, originam-se:

Esfingomielinas – fosfoesfingolípidos (15-20% dos fosfolípidos totais):


Ceramida + Fosfato + Colina

Glicoesfingolípidos:
– Cerebrósido = Ceramida + Galactose
- Sulfátido = Ceramida + Galactose + Sulfato *
- Gangliósidos = Ceramida + oses + Ácido siálico **

* 5% da baínha de mielina; ** 6% dos lípidos totais da substância cinzenta


Alguns Glicoesfingolípidos
são determinantes dos
grupos sanguíneos
(cabeças polares)

Antigénio 0: sem GalNAc ou Gal

Antigénio A: com GalNAc

Antigénio B: com Gal

(Pavão, 2005)
Transfusões de sangue entre os tipos sanguíneos A, B, O

(Pavão, 2005)
Glicoesfingolípidos
Glicoesfingolípidos – compostos com um monossacarídeo e um
esfingóide (ex: gangliósidos e sulfatídeos)

(adapt. Campos, 1998)

Os cerebrósidos nos mamíferos encontram-se localizados sobretudo nas


baínhas da mielina
Estruturas fundamentais para a síntese dos esfingolípidos
(adapt. Campos, 1998)
Esfingomielina (particularmente abundante na mielina de alguns neurónios)
Região Polar
Fosfato

Esfingosina

Região Apolar
Colina
AG saturado

Nota: É um fosfolípido

(Pavão, 2005)
Doenças hereditárias
resultantes
da acumulação
anormal de lípidos
membranares

Degradação promovida
por enzimas hidrolíicos
nos lisossomas

(Pavão, 2005)
Doenças hereditárias resultantes
da acumulação
anormal de lípidos membranares

Gangliosidoses são esfingolipidoses (distúrbios de armazenamento


lisossômico) de origem genética autossómica
recessiva caracterizadas pela acumulação generalizada
de gangliosídios, oligossacarídeos ou sulfato de
queratano mucopolissacarídeos (e seus derivados).

https://pt.wikipedia.org
Doenças hereditárias resultantes
da acumulação
anormal de lípidos membranares

Doença de Fabry, doença de Anderson-Fabry ou deficiência de alfa-


galactosidase A - é uma doença genética rara associada ao cromossoma X. É
causada pela deficiência de uma enzima lisossomica chamada alfa-galactosidase A e
afeta entre 1 e 3 de cada 100.000 nascidos vivos.
A Doença de Fabry é hereditária e acpntece quando ocorre uma mutação no gene
GLA (Xq22.1.) que é responsável pela produção de uma enzima presente nos
lisossomas conhecida como Alfa-Galactosidase A (α-Gal A), gerando sua total
ausência ou deficiência.

https://pt.wikipedia.org
Doenças hereditárias resultantes
da acumulação
anormal de lípidos membranares
A doença de Niemann-Pick refere-se a um grupo de distúrbios metabólicos herdados
que resultam na acumulação de esfingomielina nas células nervosas. A gordura acumula-
se no fígado, pulmão, cérebro, baço e medula óssea. Estão incluídos na família maior
de doenças de depósito lisossómico (DDL)
Doença de Gaucher é uma doença genética, progressiva, sendo a mais comum das
doenças lisossómicas de depósito, que recebem esse nome devido à acumulação de
restos de células envelhecidas depositadas nos lisossomas.
Está relacionada com o metabolismo dos esfingolípidos (um tipo de gordura).
É causada por uma deficiência na enzima glucocerebrosidase, cuja função é fazer a
digestão dos glucocerebrósidos dentro da célula, que se acumulam causando lesões a
diversos órgãos.
Afeta 1 em cada 40.000 nascidos vivos. As principais características que se observam
são um aumento dos órgãos como fígado, baço e rins, diminuição do número
de plaquetas e doenças ósseas. A doença foi descrita na tese de doutoramento de Philippe
Ernest Gaucher em 1882.
https://pt.wikipedia.org
Doenças hereditárias resultantes
da acumulação
anormal de lípidos membranares
Uma mancha vermelho-cereja pode ser vista na doença de Tay Sachs: o centro da fóvea aparece vermelho por que está rodeado por um halo leitoso.

A doença de Tay Sachs (DTS) é uma gangliosidose em que ocorre por acumulação
do gangliosídio GM2 especialmente nos neurónios. Essa acumulação resulta de um defeito na
enzima hexosaminidase A decorrente de mutações no seu gene codificador. É uma
doença neurodegenerativa. Apresenta um padrão de herança autossómico recessivo, o que
significa que indivíduos de ambos os sexos são igualmente propensos a apresentar a doença e que,
na maioria das vezes, as crianças afetadas são filhas de um casal no qual tanto o pai quanto a mãe
possuem uma de suas duas cópias do gene defeituosa.
O diagnóstico molecular permite não somente a confirmação do diagnóstico bioquímico nos
indivíduos afetados, através da dosagem enzimática, como também o aconselhamento genético de
casais de transmissores.

A doença, particularmente prevalente entre os judeus Ashkenazi, leva, na maioria das vezes, a
intensa deterioração mental e física, culminando com a morte do indivíduo ainda na infância,
antes dos cinco anos de idade.
A doença Tay-Sachs possui 5 mutações, pode ser descoberta na gestação e é consequência de
uma mutação recessiva, presente apenas quando se herdam genes mutantes tanto da mãe quanto
do pai.
Atualmente as expectativas de cura concentram-se na terapia enzimática substitutiva.
https://pt.wikipedia.org
Lípidos com outras
funções
Esteróis e Esteróides - Colesterol
ESTERÓIDES - São compostos que apresentam na
sua estrutura o núcleo ciclopentano-fenantreno

(adapt. Campos, 1998)


ESTERÓIS – esteróides hidroxilados
Todos são sintetizados a partir do acetil-coA por uma via que passa pela formação
do esqualeno

Colesterol – esteróide presente nos eucariotas e que modula a fluidez


das membranas e é percursor das hormonas esteróidicas (progesterona,
testosterona, estradiol e cortisol)
Esteróis (esteróides hidroxilados) – lípidos estruturais presentes nas
membranas da maior parte das células dos eucariotas.

Caraterística estrutural dos esteróides: núcleo esteróide


(derivados do ciclopentano per-hidrofenantreno)

Colesterol - principal esterol dos tecidos animais

Lípido anfipático

Nota: colesterol
é transportado
por lipoproteínas
(maioritariamente
na forma de
ésteres)

(Pavão, 2005)
Biossíntese dos esteróis - colesterol
percursor Do Acetoacetil coA
ao
ácido mevalónico
redutase (etapa reguladora da
síntese do colesterol)

Presente nas células animais e vegetais

isopentenil-pirofosfato

Ciclização do esqualeno

(adapt. Campos, 1998)

lanoesterol
e
colesterol
Colesterol – principal esterol de origem animal

5 3OH colesteno (Pavão, 2005)


Único substituinte polar

Colesterol (COl):

•Livre (impropriamente
chamado)

* Esterificado
- palmitato de
colesterilo
- oleato de colesterilo
Outros esteróides
Vitaminas D
Hormonas esteróides (atuam através de receptores nucleares):
Androgénios – derivados do androstano (19 C)
Ex: testosterona
Estrogénios – derivados do estrano (18 C)
Ex: estradiol
Progestagénios – derivados do pregnano (21C)
Ex: progesterona
Glucocorticóides – derivados do pregnano (21 C)
Ex: cortisol
Mineralocorticóides - derivados do pregnano (21 C)
Ex: aldosterona
Ácidos biliares- derivados do colano (24 C)
Ex: ácido cólico
ácido desoxicólico
(Pavão, 2005)

Estradiol (18 C) – Regula o ciclo menstrual;


= estrogénio = Promove e mantém as características sexuais
femininas
Testosterona (19 C) – Promove a espermatogénese;
= androgénio = Promove e mantém as características sexuais
masculinas
Hormonas esteróidicas
Podem classificar-se em função do nº de átomos de carbono das
respectivas moléculas:
- hormonas em C18 (estrogénias)
- hormonas em C19 (androgénias)
- hormonas em C21 (progesterona, mineralocorticóides e
glucocorticóides)

(adapt. Campos, 1998)


(adapt. Campos, 1998)

(adapt. Campos, 1998)


Hormonas esteróidicas
A progesterona segregada ao nível do corpo amarelo da placenta e das
cápsulas suprarenais => nidação e gestação

Corticosterona e a aldosterona segregadas pelas cápsulas suprarenais,


=> permitem a reabsorção do sódio e do cloro ao nível do rim

Cortisol e cortisona são hormonas cortico-suprarenais


=> estimulam o metabolismo proteico e a neoglucogénese ao nível do
fígado
=> atuam também nos tecidos conjuntivos e linfóides diminuindo a
permeabilidade e opondo-se a processos inflamatórios

Testosterona é segregada ao nível dos testículos => responsável por


vários caracteres sexuais masculinos (androgénio)

Hormonas estrogénias (estradiol e estrona) segregadas nos ovários =>


responsável por vários caracteres sexuais femininos
Hormonas – os mensageiros intracelulares

Os processos metabólicos são frequentemente regulados através de


“sinais” do exterior

Aos compostos que em resposta a estes sinais são segregados por


glândulas e os transmitem à célula chamam-se hormonas => mensageiro
intercelular sendo transportadas pela corrente sanguínea

Nos animais superiores a coordenação celular e a manutenção do meio


interno (homeostase) é feita pelo sistema endócrino e pelo sistema
nervoso autónomo
Três tipos estruturais de hormonas:
- esteróidicas (estrogénios, androgénios, mineralocorticóides)
- polipeptídicas (insulina, ocitina, melanotropina-MSH, vasopressina-
ADH, glucagon, prolactina)
- derivadas de aminoácidos (epinifrina ou adrenalina e norepinefrina)
epinifrina ou adrenalina resposta das glandulas adrenais →stress
glucagon Papel fundamental na regulação
insulina No fígado do metabolismo dos glúcidos
No músculo
Intervêm para aumentar a disponibilidade
de glucose
Acciona a resposta de

Libertado no pâncreas →”cascata” → activar síntese da


Promove a glicogenólise do fígado glucose
Insulina é a hormona responsável pela
redução da glicemia (taxa de glicose no
sangue), ao promover o ingresso de glicose nas
células. Insulina
Esta é também essencial no consumo de
carbohidratos, na síntese de proteínas e no
armazenamento de lipídios (gorduras).

É produzida nas ilhotas de Langerhans, células


do pâncreas endócrino. Age numa grande parte
das células do organismo, como as células
presentes em músculos e no tecido adiposo,
apesar de não agir em células particulares como
as células nervosas.

Quando a produção de insulina é deficiente, a


glicose acumula-se no sangue e na urina,
destruindo as células por falta de
abastecimento: Diabetes mellitus.

Para pacientes nessa condição, a insulina é


providenciada através de injeções, ou bombas
de insulina.
Regulação da glicemia pelas hormonas glucagon e insulina
Também pelo uso de insulina inalada.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Insulina
Glucagon e insulina (hormonas peptídicas)
Desempenham papel importante na regulação dos metabolismos glucídico e lipídico
• Glucagon (ou glucagina) => segregado no pâncreas, em condições de baixo teor de glucose:
- favorece a degradação do glicogénio inibindo a sua síntese;
- favorece a produção de glucose
- favorece a neoglucogénese no fígado => inibe a glicólise
- inibe a síntese dos ácidos gordos por inibir a actividade da acetil-coA-carboxilase e porque
também a produção de ácido pirúvico diminui.
- estimula a hidrólise dos triglicéridos do tecido adiposo.
• Insulina => assinala se o organismo está alimentado. É sintetizada no pâncreas em presença de
teor de glucose elevado:
- favorece a formação de glicogénio tanto no fígado como no músculo;
- favorece a glicólise => inibe a neoglucogénese no fígado;
- acelera a glicólise no fígado, o que por seu lado favorece a síntese de ácidos gordos;
- promove a entrada de glucose no músculo e nas células adiposas, o que resulta na síntese e
armazenamento de triglicéridos;
- estimula a síntese proteica no músculo => inibe a degradação intracelular das proteínas.
Biossíntese da
insulina
Efeitos da falta de
insulina

Hiperglicémia- aumento de concentração de glicose no


sangue

Glicosúria – quando a capacidade dos rins de absorver


a glicose é ultrapassada a urina remove quantidades
crescentes de glicose

Cetonúria – anions de corpos cetónicos em grande


quantidade na urina

Consequências da Diabetes mellitus => Uma glicémia


constantemente elevada causa a longo prazo alterações
nos vasos sanguíneos (angiopatia diabética), lesões nos
rins (nefropatia) e do sistema nervoso bem como a
opacificação do cristalino (catarata)

(Koolman & Rohm, 2007)


(Pavão, 2005)
Ação da Insulina
Regulação da
glucose sanguínea
por insulina e
glucagina

Alta [glucose]sangue induz


a secreção de insulina
pelo pâncreas

Baixa [glucose]sangue induz


a libertação de glucagina

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