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• ATIVIDADE REFLEXIVA DE FISIOLOGIA HUMANA.

Disciplina: Fisiologia Humana


Temática: Comunicação, integração e homeostase
Aluna: Sabrina Janes Santos
RA: 09040874
Curso: Biomedicina

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Desenvolvimento da Atividade

Relato de Caso (fictício)

OBS: As questões a serem analisadas, discutidas e respondidas estão


presentes ao longo do relato de caso, assim como as dicas, pistas e imagens.

São 8 horas da manhã e Pablo Garcia, de 20 anos, está com fome. Ele foi
ao consultório médico antes do café da manhã para dosar a glicemia (glicose
sanguínea) de jejum, como parte de um exame de rotina. Neste exame, o sangue é
coletado depois de uma noite em jejum, e a concentração de glicose no sangue é
mensurada. Como ele sabe que se encontra em boas condições de saúde, não
está preocupado com o resultado. Ele é surpreendido, então, quando a enfermeira
que trabalha no consultório do médico o chama dois dias depois. “Sua glicemia em
jejum está um pouco elevada, Pablo, ela está 130 miligramas por decilitro, e o
normal é 100, ou menos. Alguém na sua família tem diabetes?” “Bem, sim – meu
pai tem. O que exatamente é diabetes?”
Mais tarde naquele dia no consultório médico, a enfermeira explica sobre o
diabetes para Pablo. O diabetes mellitus é uma família de distúrbios metabólicos
causados por defeito nas vias homeostáticas responsáveis por regular o
metabolismo da glicose. Existem várias formas de diabetes, e algumas podem ser
herdadas. Uma das formas, o diabetes mellitus tipo 1, ocorre quando as células
endócrinas do pâncreas deixam de produzir insulina, um hormônio protéico
envolvido na homeostasia da glicose do sangue (OBS: as células beta são
destruídas por um processo autoimune e, por isso, há uma menor secreção de
insulina). Em outra forma, o diabetes mellitus tipo 2, a insulina pode estar presente
em níveis normais ou acima dos valores normais, mas as células-alvo responsivas
à insulina não respondem normalmente a este hormônio.

*Caro aluno, agora analise as pistas, dicas e imagens fornecidas e


responda corretamente às questões ao longo do relato de caso.

Pergunta 1 : Em qual tipo de diabetes é mais provável de haver defeito na


via de sinalização da insulina na célula-alvo?

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Resposta: Diabetes mellitus tipo 2 é o que mais se encaixa dentro do
defeito na via de sinalização de insulina na célula alvo.
Níveis altos ou normais de insulina sugerem que o problema não é
com a quantidade de insulina, mas sim com a ação de insulina na célula. O
problema no diabetes tipo 2 pode ser um defeito no mecanismo de transdução
de sinal.

Pergunta 2: A insulina é um hormônio proteico. Você esperaria encontrar o


seu receptor na superfície celular (membrana) ou no citoplasma das células-alvo?
Dica: Moléculas sinalizadoras lipofílicas (hidrofóbicas) possuem
receptores intracelulares. Moléculas lipofóbicas (hidrofílicas) possuem receptores de
membrana.
Resposta: A insulina é um hormônio proteico, possui moléculas
lipofóbicas, portanto encontraria o seu receptor na superfície celular
(membrana).
A insulina é um hormônio que possui seus receptores situados na
membrana celular. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas, nas
ilhotas pancreáticas, sendo liberada para ligar-se às células alvo através
de um receptor que possui as subunidades beta e alfa, sendo uma
glicoproteína.

As subunidades do receptor são ligadas por pontes dissulfeto,


estando a parte alfa na região externa da célula, enquanto a parte beta se
encontra na parte interna celular.

Proteínas são lipofóbicas (hidrofílicas) e, portanto, hormônios


proteicos, como a insulina, possuem receptores de membrana.

Pista: IMAGEM 1: Locais dos receptores das células-alvo

Fonte: SILVERTHORN (2017)


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“Meu pai aplica injeções de insulina para o seu diabetes”, diz Pablo. “O que
a insulina faz?” A enfermeira explica que a insulina normalmente ajuda a maioria
das células a captar e utilizar a glicose. Em ambos os tipos de diabetes, contudo,
as concentrações de glicose no sangue em jejum estão elevadas, uma vez que as
células não captam e não usam a glicose normalmente. Se são aplicadas injeções
de insulina em pacientes com diabetes tipo 1, os seus níveis de glicose no sangue
baixam. Se são aplicadas injeções de insulina em pacientes com diabetes tipo 2,
o nível de glicose no sangue pode mudar muito pouco.

Pergunta 3: Em qual forma de diabetes os receptores de insulina estão


mais provavelmente regulados para cima?
Dica: A produção programada de novas proteínas (receptores, enzimas e
transportadores de membrana, em particular) é denominada regulação para cima
(up- regulation). Inversamente, a remoção programada de proteínas é denominada
regulação para baixo (down-regulation). Em ambas as situações, a célula é
induzida a produzir ou remover proteínas para alterar sua resposta.
Pista: A regulação para cima dos receptores geralmente ocorre se uma
molécula sinalizadora está presente em concentrações anormalmente baixas.

Resposta: Os receptores de insulina estão mais prováveis de


causar regulação para cima no diabetes tipo 1, onde os níveis de
insulina são baixos.
Neste tipo de DM os níveis de insulina são baixos. Por essa razão, o
tipo 1 é mais provável de causar regulação para cima dos receptores de insulina.

“Por que a elevação da glicose no sangue é ruim?” Pablo pergunta. “A


elevação da glicose no sangue após a refeição não é ruim por si mesma", diz a
enfermeira, “mas quando está elevada após o jejum, sugere que alguma coisa
esteja errada na forma de o seu corpo lidar com o metabolismo da glicose”.
Quando uma pessoa normal ingere alimentos contendo carboidratos, os níveis de
glicose no sangue aumentam e estimulam a liberação da insulina. Quando as
células captam a glicose e o nível de glicose no sangue cai, a secreção de outro
hormônio pancreático, o glucagon, aumenta. O glucagon aumenta a concentração
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de glicose no sangue para mantê-la na faixa homeostática.

Pergunta 4: A regulação homeostática dos níveis de glicose do sangue


pelos hormônios insulina e glucagon é um exemplo de qual postulado de Cannon?

Resposta: A insulina diminui os níveis de glicose no sangue e o


glucagon os aumenta. Por essa razão, os dois hormônios são um exemplo de
controle antagonista.
A regulação homeostática é um exemplo do postulado de
Cannon; e alguns sistemas corporais estão sob controle antagonista.

Dica : Os postulados de Cannon descrevem o papel do sistema nervoso na


manutenção da homeostasia, e os conceitos de atividade tônica, controle
antagonista e diferentes efeitos dos sinais em diferentes tecidos.

Pista: “O postulado de Cannon descreve as variáveis reguladas e os


sistemasde controle fisiológicos”

Walter Cannon, o pai da fisiologia norte-americana, descreveu várias


propriedades dos sistemas de controle homeostático, nos anos de 1920, baseado
em suas observações do corpo nos estados saudável e doente. Isso ocorreu
décadas antes de os cientistas terem qualquer ideia de como esses sistemas de
controle funcionam nos níveis celular e subcelular.

Os quatro postulados de Cannon são (SILVERTHORN,


2017):

1. O sistema nervoso tem um papel na preservação da


“aptidão” do meio interno . A aptidão, nesse caso, significa
condições que são compatíveis com a função normal. O sistema
nervoso coordena e integra o volume sanguíneo, a osmolaridade do
sangue, a pressão sanguínea e a temperatura do corpo, entre outras
variáveis reguladas. (Na fisiologia, uma variável regulável é também
conhecida como parâmetro.

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2. Alguns sistemas do corpo estão sob controle tônico.
Para citar Cannon, “Um agente pode existir desde que tenha uma
atividade moderada que possa ser modificada para cima e para baixo”.
O controle tônico é como se fosse o controle do volume de um rádio. O
rádio está ligado, mas ao virar o botão você pode fazer o nível do som
se tornar mais alto ou mais baixo. Esse é um dos conceitos mais
difíceis da fisiologia porque temos sempre a tendência de pensar que
as respostas estão sendo “ligadas” ou “desligadas”, em vez de
pensarmos que uma resposta sempre ligada pode aumentar ou
diminuir. Um exemplo fisiológico de um sistema tonicamente
controlado é a regulação minuto a minuto do diâmetro dos vasos
sanguíneos pelo sistema nervoso. Um aumento do sinal emitido pelo
sistema nervoso diminui o diâmetro do vaso e uma diminuição desse
sinal aumenta o diâmetro. Neste exemplo, é a quantidade de
neurotransmissor que determina a resposta do vaso: quanto mais
neurotransmissor maior a resposta constritora.

3. Alguns sistemas corporais estão sob controle


antagonista . Cannon escreveu, “Quando se sabe que um fator pode
modificar um estado homeostático em uma direção, é razoável
procurar um fator ou fatores que tenham um efeito oposto”. Os
sistemas que não estão sob controle tônico geralmente estão sob
controle antagonista, realizado por hormônios ou pelo sistema
nervoso. Em vias controladas pelo sistema nervoso, neurônios de
diferentes divisões do sistema nervoso podem ter efeitos opostos. Por
exemplo, sinais químicos da divisão simpática aumentam a frequência
cardíaca, mas sinais químicos provenientes da divisão parassimpática
a diminuem. Quando sinalizadores químicos possuem efeitos opostos,
eles são chamados de antagonistas.

4. Um sinal químico pode ter efeitos diferentes em tecidos


diferentes. Cannon observou corretamente que “agentes

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homeostáticos antagonistas em uma região do corpo podem ser
cooperativos em outra”. Contudo, a base para as ações
aparentemente contraditórias de alguns hormônios ou nervos não se
esclareceu até os cientistas aprenderem mais sobre os receptores
celulares. Como você aprendeu anteriormente neste capítulo, um único sinal
químico pode ter diferentes efeitos dependendo do receptor e da via
intracelular de sua célula-alvo. Por exemplo, a adrenalina contrai ou dilata os
vasos sanguíneos, dependendo de se estes vasos possuem receptores
adrenérgicos alfa ou beta 2.

Pablo fica fascinado pela habilidade do corpo de controlar a glicemia.


“Como o pâncreas sabe qual hormônio secretar?”, ele pergunta. Células especiais no
pâncreas, chamadas de células beta, monitoram a concentração de glicose
sanguínea e liberam insulina quando a glicose sanguínea aumenta após uma
refeição. A insulina atua sobre os tecidos do corpo para que estes captem e
utilizem a glicose.

Pergunta 5: Na via reflexa da insulina, cite o estímulo, o sensor, o centro


integrador, o sinal de saída, o(s) alvo(s) e a(s) resposta(s).

Resposta : Estímulo: aumento do nível de glicose do sangue; sensor:


células beta pancreáticas que detectam a mudança; centro integrador: células
beta; sinal de saída: insulina; alvos: qual quer tecido do corpo que responda à
insulina; respostas: captação e utilização da glicose.

Pista: Um estímulo é o distúrbio ou mudança que ativa a via. O estímulo


pode ser uma mudança na temperatura, no conteúdo de oxigênio, na pressão
sanguínea, ou qualquer uma de uma miríade de outras variáveis reguladas.

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Dica: IMAGEM 2

Fonte: SILVERTHORN (2017)

“Ok, só mais uma pergunta”, diz Pablo. “Você disse que pessoas com
diabetes têm níveis altos de glicose no sangue. Se a glicose é tão alta, por que ela
não pode simplesmente entrar nas células?”

Pergunta 6: Por que a glicose não consegue simplesmente entrar nas


células quando a concentração de glicose no sangue é maior que a concentração
intracelular?
Dica: a glicose é lipofóbia (hidrofílica).

Pista: A difusão simples acontece através da bicamada fosfolipídica. A


difusão facilitada utiliza proteínas carreadoras.

Resposta: Como a glicose é lipo fóbica, ela não pode atravessar a


membrana por difusão simples, a glicose deve a travessar por difusão
facilitada e, se a célula não tiver o
carreador necessário, a difusão facilitada não ocorre.

Pergunta 7: O que você acha que acontece com a secreção de insulina


quandoonível de glicose do sangue cai? Que tipo de feedback está atuando aqui?
Dica: O estímulo para a liberação de insulina é um aumento dos níveis
de glicose no sangue.
Pista: No feedback negativo, a resposta contrabalança ou compensa o

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estímulo.
No feedback positivo, a resposta aumenta o estímulo.

Resposta: Níveis elevados de açúcar no sangue estimulam a liberação


de insulina, por tanto, uma diminuição de açúcar no sangue deverá diminuir a
liberação de insulina, assim a resposta (o açúcar no sangue diminui) contra
balança o estimulo (açúcar elevado no sangue), então estará atuando feedback
negativo.

Pablo submeteu-se a mais exames e foi diagnosticado com diabetes tipo 2.


Com uma atenção cuidadosa na sua dieta e com um programa regular de exercícios,
ele conseguiu manter seus níveis de glicose sanguínea sob controle. O diabetes é
uma epidemia que vem crescendo em todo o mundo. Mais preocupante é o fato de
que outras 79 milhões de pessoas são consideradas “pré-diabéticas” – em risco
significante de se tornarem diabéticas.

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1. Referências bibliográficas

Fisiologia humana
STANFIELD, C, L. . 5ed. São Paulo: Pearson Education
Fisiologia Humana
do Brasil, 2013. SILVERTHORN, D. U. : Uma abordagem
integrada. 7ed. Porto Alegra: Artmed, 2017.

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