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Universidade Federal do Ceará

Centro de Ciências Agrárias


Departamento de Zootecnia

NUTRIÇÃO DE NÃO RUMINANTES


AULA 3 – LIPÍDEOS

Profª. Dr.ª Francislene Silveira Sucupira


• Compreender estrutura química, funções e
classificação dos lipídeos;
• Compreender como ocorre a digestão,
OBJETIVOS absorção e metabolismo dos lipídeos para os
animais não ruminantes;
• Compreender a importância dos ácidos
graxos para a nutrição animal.
INTRODUÇÃO

Quimicamente diferentes entre si;


Não são polímeros (repetição de unidade estrutural básica).
Possui ácidos graxos em sua estrutura ou é derivada de ácidos
graxos;
Formam óleos e gorduras,
Formas de armazenamento de energia em organismos vivos;

Cadeia + hidrocarbonada (+ ligações do tipo C-H).

Característica que os define:


INSOLUBILIDADE EM ÁGUA,
SOLUBILIDADE EM COMPOSTOS ORGÂNICOS.
INTRODUÇÃO

Associam-se a outras biomoléculas:


- Proteínas (lipoproteínas);
- Carboidratos (glicolipídeos).

Realizam diversas funções biológicas:


- Componentes não-proteicos das membranas biológicas;
- Precurssores de compostos metabólicos;
- Componentes isolantes;
- Componentes emulsificantes;
- Co-fatores enzimáticos;
- Transportadores de elétrons;
- Pigmentos fotossensíveis.
CLASSIFICAÇÃO

 Quanto a sua estrutura: nutricional


- Lipídeos simples: sem ácido graxo na cadeia
- Lipídeo composto: Com ácido graxo na cadeia

Quanto a função: bioquímica


- Estrutural
- Armazenamento
- Funções metabólicas
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Ácidos graxos
Nomenclatura:
-Comprimento da cadeia,
-Nº de duplas ligações,
-Especificações de duplas ligações por letra grega (∆).

Exemplos:
Ácido palmítico → 16:0
Ácido oléico → 18:1
Ácido cis-9-hexadecenóico → 16:1 (∆9);
Ácido linoleico → 18:2 (∆6, 9);
Ácido linolênico → 18: 3 (∆3, 6 e 9).
Sistema de denominação diferente: Ômega
- São AGPI → Extremidade metila
-
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Ácidos graxos
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Ácidos graxos

Fonte: Sakomura et al., (2014)


CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Ácidos graxos
Capacidade de rotação de ligações duplas de C;
AG’s saturados – rotação livre – assumem conformação mais
estável – estendida.
AG’s insaturados – curvatura – menos flexibilidade.

Comprimento de cadeia Presença de insaturações


Grau de solubilidade Grau de empacotamento
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Ácidos graxos
Lipídeos: 9,4 kcal EB/g
Carboidratos: 4,15 kcal EB/g
Proteínas: 5,65 kcal/EB/g

Obs.: Valor energético – comprimento


da cadeia carbônica e presença de
duplas ligações

Fonte: Sakomura et al., (2014)


CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Ácidos graxos
Ácidos Graxos Insaturados: “Cis” e “Trans”
Posição do H ligado ao C da dupla ligação.
Determina se líquido ou sólido a T°C ambiente.
Obs: Formados no rúmen pelas bactérias – Leite, carne e manteiga.

Fonte: Sakomura et al., (2014)


CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Ácidos graxos tipo Ômega
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Triacilgliceróis
Ésteres de ácidos graxos com o glicerol,
Maioria são mistos e insolúveis em água,
Lipídeo de reserva →Principal composto das gorduras naturais
(óleos vegetais e gordura animal),
Estoques concentrados de energia metabólica.

Citosol aquoso + TGD insolúveis:


- Gotículas de óleo → Depósito de combustível metabólico.

Variam em função do número de AG’s:


- Monoacilgliceróis, Diacilgliceróis, Triacilgliceróis.

Variam em função do tipo de AG:


-Simples: Mesmo tipo de AG (+ comuns)
-Mistos: Diferentes AG’s.
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Triacilgliceróis
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de armazenamento: Triacilgliceróis
Sua oxidação completa libera 9 kcal/g de energia metabólica:
-Carboidratos e proteínas: 4 kcal/g.

Armazenamento – tecido de reserva:


1. Quebra da ligação éster – lipases;
2. Mobilização para tecido de uso;
3. Oxidação na mitocôndria.

Manutenção orgânica
- Glicogênio x TAG
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de membrana: Glicerofosfolipídeos

Alguns tecidos animais e organismos unicelulares são ricos em


lipídeos éter, nos quais uma das cadeias de AG’s está ligada por
ligação éter ao glicerol.

• Tecido cardíaco
de vertebrados;
• Membranas de
bactérias e
protistas.
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de membrana: Galactolipídeos
Constituídos de um glicerol, duas cadeias alifáticas de ácidos
graxos de cadeia longa (C14 a C36), e galactose (monossacarídeo)
ligado ao C3 do glicerol por ligação glicosídica.
Predominam em células vegetais → 70 a 80%;
P → limitante → Mecanismo de conservação .

Funções gerais:
- Lipídeos de membrana.
CLASSIFICAÇÃO
 Lipídeos de membrana: Esfingolipídeos
Constituídos de uma esfingosina (álcool aminado de cadeia longa)
de cadeia longa ligado a ácidos graxos de cadeia longa (C14 a C36),
ligados a um grupo polar por ligação glicosídica ou fosfodiéster.
OBS: Carbonos C1, C2 e C3são análogos ao glicerol.
Encontrados em plantas e animais, abundante no sistema nervoso.

Funções:
- Lipídeo de membrana (s. nervoso);
- Reconhecimento celular.

- Precursor: Ceramida
PRESENÇA DE LIPÍDEOS NAS RAÇÕES

 Depende da espécie: hábitos alimentares


Animais onívoros: [triacilgliceróis]
Animais herbívoros: [galactolipídeos]
DIGESTÃO LIPÍDEOS
GORDURAS

TRITURAÇÃO

UTILIZAÇÃO/
EMULSIFICAÇÃO DISTRIBUIÇÃO/
AÇÃO ENZIMÁTICA RESERVA

MICELAS

METABOLISMO

Absorção

VLDL
QUILOMÍCRONS (SISTEMA LINFÁTICO) TECIDOS LDL
IDL
HDL

PORTOMÍCRONS (CORRENTE SANGUÍNEA) FÍGADO


DIGESTÃO LIPÍDEOS

✓ BOCA
ENZIMAS RESPONSÁVEIS
✓ PAPO
✓ PROVENTRÍCULO
✓ LIPASE LINGUAL
✓ MOELA
✓ LIPASE GÁSTRICA
✓ INTESTINO DELGADO
✓ LIPASE PANCREÁTICA
✓ INTESTINO GROSSO

BOCA
✓INSIGNIFICANTE QUANTIDADE DE LIPASE LINGUAL E GÁSTRICA​
✓DIGESTÃO INSIGNIFICANTE DOS LIPÍDEOS​
✓PROVENTRÍCULO - LIBERAÇÃO DOS LIPÍDEOS DA MATRIZ DOS ALIMENTOS - DISPERSÃO
EM EMULSÕES​

INTESTINO DELGADO

✓ FRAÇÃO GORDUROSA DO ALIMENTO – CCK (MUCOSA) – REDUÇÃO DA MOTILIDADE – LIBERAÇÃO


DE LIPASE PANCREÁTICA + BILE
✓LIPASE PANCREÁTICA ATUAÇÃO EM PH ENTRE 6,0 E 7,0 + CO-FATOR
DIGESTÃO LIPÍDEOS

➢ ENTRADA DE LIPÍDEOS NO INTESTINO DELGADO;

➢ ESTÍMULO DAS CÉLULAS DA MUCOSA INTESTINAL


(DUODENO/JEJUNO) = SINTETIZAM CCK E SECRETINA
(HORMÔNIOS PEPTÍDICOS);

➢ O CCK ATUA SOBRE A VESÍCULA BILIAR (SECREÇÃO DE


BILE) E SOBRE AS CÉLULAS EXÓCRINAS DO PÂNCREAS
(ENZIMAS DIGESTIVAS);

➢ CCK = DIMINUI A MOTILIDADE GÁSTRICA;

➢ A SECRETINA ATUA SOBRE O PÂNCREAS QUE LIBERA


SOLUÇÃO AQUOSA RICA EM BICARBONATO.
DIGESTÃO LIPÍDEOS

Sintetizados no fígado;
Precursor: Colesterol;
Conjugados com outras moléculas;
Função: emulsificação
Facilitar atuação enzimática

Fonte: Sakomura et al., (2014)

Fonte: Sakomura et al., (2014)


DIGESTÃO LIPÍDEOS

Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images? =tbn:ANd9GcQf1LXJPoCui0cZ6uY6sy8uS9023275nI-


JzgvgIOtWkMhLzhOw4hQzkwOPeSpS0Ccdi_Q&usqp=CAU
DIGESTÃO LIPÍDEOS

Hidrólise – interface entre fração lipídica e aquosa;


Colipase – fator polipeptídico;
Ativação * e funcionamento da lipase;
Abertura entre ácidos graxos – anexar a lipase (“Âncora”).

SAIS BILIARES
FOSFOLIPÍDEOS
COLESTEROL
DIGESTÃO LIPÍDEOS

DEGRADAÇÃO DE UM ÉSTER DE COLESTERILA


DEGRADAÇÃO DE UM TRIGLICERÍDEO

Fonte : CHAMPE E HARVEY (1996)


DIGESTÃO LIPÍDEOS

Solubilização por sais biliares – micelas;


Composição: Vitaminas lipossolúveis (A< D< E e K), colesterol e
fosfatidilcolina;
Facilita a absorção de mono e diacilgliceróis e de ácidos graxos;
Absorção no jejuno – difusão simples;
Sais biliares – absorvidos no íleo – Na dependente (gasto de energia) –
fígado – vesícula viliar.

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/4169687/
Fonte: http://www.aninhafernandes.com/2018/11/a-moda-do-micelar-nao-e-feiticaria-e.html/
Fonte: https://quimicafisiologicablog.wordpress.com/2017/04/30/digestao-e-absorcao-de-lipideos/
DIGESTÃO LIPÍDEOS
lipase

MICELAS :
• ÁCIDOS GRAXOS LIVRES
• 2-MONOACILGLICEROL
• SAIS BILIARES
• COLESTEROL
micela • FOSFOLIPÍDEOS

A absorção das gorduras


pelos enterócitos é por
difusão facilitada
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/13070033/
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS

REALIZADA PELOS ENTERÓCITOS

✓ EXISTE 2 FORMAS DE ABSORÇÃO


▪ DIRETAMENTE PELA MUCOSA INTESTINAL (AGCC, AGCM e Glicerol)
▪ PELA PROTEÍNA LIGADORA DE ÁCIDOS GRAXOS (FABP) – FATTY ACIDS BIDING PROTEIN

FABP
Fonte: Wang et al. (2015)
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS

Fonte: Dukes et al. (2014)


ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS

Fonte: Dukes et al. (2014)


ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS
MOBILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS

Tecido adiposo:
-Armazenamento de AG (alimentar e orgânica) → TAG,
-Fonte mais concentrada de energia química do corpo.

Condições de estresse, jejum ou exercício vigoroso:


-Hidrólise de TAG à AG’s L e Glicerol;,
-Lipase hormonio sensível.

Redução na glicemia:
-Secreção de Adrenalina e Glucagon;
-Ativação da lipase.

Aumento na glicemia:
-Efeito contrário;
-Armazenamento de lipídeos no tecido adiposo.
MOBILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS

Principal fonte de energia: Oxidação de Ácidos Graxos


-Triacilgliceróis: Hidrólise de AG’s → Lipases
-Fosfoaclgliceróis: Hidrólise de AG’s → Fosfolipases

Resultados da degradação:
a) Glicerol:
-Fígado;
-Oxidação pela Via glicolítica;
-Síntese de TAG, FLP ou Glicose.

b) Ácidos graxos:
-Circulação sanguínea;
-Tecidos que necessitam de energia;
-Proteína transportadora de AG → Membrana celular.
MOBILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
MOBILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS

Antes de serem oxidados, os AG’s precisam entrar na mitocôndria.

Membranas mitocondriais: Extremamente seletivas!

AG’s com 12 C entram na mitocôndria livremente.

AG com mais de 12 C precisam ser transportados.


-Antes de serem transportados passam por processo de ativação.

Processo de ativação de AG’s e transporte para interior da mitocôndria


ocorre em 3 etapas.
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS

Oxidação de ácidos graxos: Ocorre em 3 etapas

1. β – oxidação: Remoção oxidativa de unidades sucessivas de Acetil-CoA.

2. Ciclo do ácido Cítrico: Oxidação de grupos acetil a CO2.

3. Cadeia respiratória: Elétrons das duas fases são transferidos ao O2 e


fornecem energia para a síntese de ATP.
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS

Ex.: Palmitoil (16C)


➢ Equação para uma passagem:
Palmitoil-CoA (16 C) + CoA + FAD + NAD+ + H2O →
miristoil-CoA (14 C) + acetil-CoA + FADH2 + NADH + H+
➢ Equação final (7 passagens):
Palmitoil-CoA (16 C) + 7CoA + 7FAD + 7NAD+ + 7H2O →
8 acetil-CoA + 7FADH2 + 7NADH + 7H+
➢ Equação global final (incluindo a transferência de elétrons e a fosforilação
oxidativa):
Palmitoil-CoA + 7CoA + 7O2 + 28Pi + 28 ADP →
8 acetil-CoA + 28ATP + 7H2O
CATABOLISMO DE ÁCIDOS GRAXOS
REGULAÇÃO DA ß-OXIDAÇÃO
FORMAÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS

O
Produzida em
CH3 C CH3 menor
concentração, é
Acetona exalada.

OH
O O
O CH3 C CH2 C
CH3 C CH2 C O-
H
Acetoacetato O-
3 Hidroxibutirato

Transportados pelo sangue para tecidos extra hepáticos


onde são convertidos a acetil-CoA e oxidados no C.A.C.
O Cérebro pode se adaptar ao uso desses compostos.
FORMAÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS
FORMAÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS
DEGRADAÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS

• Funções de óleos e gorduras nas rações:


- Fornecimento de ácidos graxos essenciais:

Ácidos graxos essenciais para aves e suínos.


AG’s essenciais Exigências:
Ácido Linoléicoa Aves – 1 e 1,3%
Ácido Linolênicob Suínos – 1 a 2%
Ácido araquidônico (a)
Ácido Eicosapentaenóico (a, b) Suplementação de CLA
(isômeros de ácido linoleico).
Ácido Docosahexaenóico (a, b)
Fonte: Mazzuco (2021); Verussa (2015).
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS

Sintomas de deficiência de ácido linoleico.


Sintomas
Aves Suínos
Crescimento retardado Perda de pelo
Fígado gorduroso Dermatite
Redução na tx postura e tamanho Deficiência na produção de bile
dos ovos
Redução na eclodibilidade dos ovos Atrofia muscular
Aumento na mortalidade Redução na espermatogênese
embrionária
Fonte: Bertechini (2012)
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS

• Benefícios suplementação CLA nas rações:


- Redução no ganho de gordura corporal – efeito sobre adipócitos;
- Aumento sobre deposição da massa magra;
- Aumento da eficiência alimentar.

Obs.: Efeitos X Espécies X Níveis

- Mudança no perfil lipídico da carne e dos ovos;


- Sistema imune x nível.
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS
• Melhoria na palatabilidade das rações – suculência e maciez;
• Redução na pulvurulência das rações;
• Lubrificação dos equipamentos;
• Redução no desgaste de máquinas por corrosão - Facilita o processo de
peletização e reduz gasto de energia;
• Aumento na densidade energética das rações - alto valor energético;
• Fornecimento de energia de baixo incremento calórico.

Perda energética (calor) que ocorre durante o processo de


digestão, absorção e metabolismo de nutrientes.
INCREMENTO
CALÓRICO Atividade gastrointestinal, hepática, renal, sistema circulatório
e respiratório.

Lipídios < Carboidratos < Proteínas


IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS

• Efeito extra calórico – efeito benéfico que vai além do fornecimento de energia
e AG’s:
- Disponibilizam nível de EB superior ao esperado;
- Estímulo de CCK - Inibição de esvaziamento gástrico – tx passagem;
- Maior tempo de exposição as enzimas digestivas - digestão e aproveitamento de
todos os nutrientes;
- Melhoria na formação de micelas – absorção de gorduras.

Suplementação lipídica entre os níveis


de 1,5 e 3,5 % - Efeito extra calórico.

Níveis nas rações avícolas – 3 a 4%.


IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS

• Comprimento da cadeia carbônica do AG - cadeia digestibilidade

• Nº duplas ligações:
- Aumento insaturações - - digestibilidade da gordura.

• Idade dos animais:


- Animais + jovens = digestibilidade das gorduras
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS

• Vantagens no uso de óleos e gorduras:


1) Redução no custo de produção:
- Valor calórico 2,25 x maior que outros ingredientes;
- Economia na ração devido a melhoria na conversão alimentar;
- Possibilidade de uso de gorduras de baixo custo;
- Maior velocidade de crescimento com abate de animais mais precoce.
Obs: Custo elevado do óleo – custo x benefício;
Obs2: Diferentes fontes de óleo – composição e respostas fisiológicas;
Obs3: Gordura – disponibilidade x fonte x respostas fisiológicas.
*Ácidos graxos saturados.
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS

• Vantagens no uso de óleos e gorduras:


2) Estratégia alimentar em épocas quentes do ano:
- CR x T°C Ambiental;
- Aumento na inclusão – Substituição de carboidratos;
- Estímulo a ingestão de ração;
- Recupera atendimento das exigências nutricionais e ingestão de energia;
- Fornecimento de energia – menor IC – menor T°C corporal;
- Aumento na energia disponível para a produção;
- Melhoria nos índices de desempenho – GP, Produção de ovos, massa de ovos,
peso dos ovos. Reprodução. Composição da carcaça.
Obs: nível e composição dos lipídeos da carcaça.
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS
IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL DOS LIPÍDEOS
QUALIDADE DE ÓLEOS E GORDURAS DESTINADOS A
NUTRIÇÃO
• Acidez:
- Indica a quantidade de AG’s livres – mg de NaOH neutralização 1 g gordura
- Exposta a água, ácidos ou enzimas;
- Rancidez oxidativa – formação de hidroperóxido + RL’s
- Umidade (0,5%);
- Temperatura;
- Presença de íons metálicos – Ca++, Cu++, Fe++ e Zn++.
Obs.: Manejo adequado no armazenamento;
Obs2.: Uso de antioxidantes – Butihidroxitolueno (BHT),Butihidroxianisol
(BHA) e Tocoferol.
Obs.: Efeito sobre valor energético.
ÓLEOS EM RAÇÕES DE AVES E SUÍNOS

Critérios de qualidade exigidos para gordura de rações de frango.


Critérios
Umidade e impurezas Máx. 1%
Ácidos graxos livres Máx 15%
Ácidos graxos oxidados Máx. 2%
Antioxidanre Presente
Fonte: Manual da linhagem AgRoss (2018)
• Digestibilidade de lipídeos reduzida na fase inicial –
LP x SB;
• Aumento gradativo –fornecimento de alimentos
sólidos;
• Fonte x composição (AG’s x comprimento de cadeia).

ÓLEOS E
GORDURAS
PARA SUÍNOS
ÓLEOS E GORDURAS PARA SUÍNOS

Valores de digestibilidade aparente de diferentes fontes de óleo em leitões de


acordo com as semanas.
Fontes de gordura
Digestibilidade Aparente Sebo bovino Óleo de milho Óleo de coco
Semana 1 75,38 76,48 81,74
Semana 2 76,03 79,68 83,26
Semana 3 81,52 86,30 89,19
Semana 4 86,63 89,30 89,65
Fonte: Adaptado de Cera et al. (1989)
MANIPULAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO DOS OVOS

• Manipulação dos dieta – Composição dos AG’s da gema dos ovos;


• Ômega 3 na dieta – aumento na gema do ovo;
• Fonte: óleos de peixes, algas ou óleos vegetais – deposição de Ômega – 3.
MANIPULAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO DOS CARNES

• Fornecimento de gordura na dieta – reduz lipogênese;


• Deposição de AG’s da ração – diretamente na gordura corporal;
• Ingredientes – níveis variados de óleo x ≠ perfil de AG’s ´- ≠ gordura corporal;
• AG’s dietéticos + potencial de alteração na gordura corporal – 18:2 e 18:3.

teor EE deposição na carne Síntese de novo dos AG’s

Acetil-CoA - Citossol
teor EE deposição na carne
Ácido palmítico – 16:0 e AGCL
MANIPULAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO DOS CARNES

Perfil de AG’s na carne suína – Animal tem potencial para


sem interferência dietética. expressar síntese natural de
AG”s
MANIPULAÇÃO DO PERFIL LIPÍDICO DOS CARNES
LIPÍDEOS NA ALIMENTAÇÃO DE COELHOS

• Lipídeos presentes nas dietas – AGCM e AGCL (C14 – C20);


• Exigência de AG’s ômega - atendida pelos ingredientes convencionais;
• Rações para coelhos – Nível de energia baixo a moderado;
• Baixos níveis de inclusão de óleos nas dietas – 30 a 35 g/kg ração;
• Adição em rações:
- Fêmeas em lactação – atender necessidades energéticas;
- Coelhos desmamados – GP e estimular sistema imunológico;
- Coelhos em crescimento – perfil de AG’s e Valor nutricional da carne.
LIPÍDEOS NA ALIMENTAÇÃO DE COELHOS

• Aproveitamento dos lipídeos - varia com a idade dos coelhos.

1) Láparos – lipase gástrica - digestão e absorção (Leite: 100 a 150 g / L ).

2) Desmame – atividade da lipase gástrica - lipase pancreática e no cólon

3) Sem variações para estágio reprodutivo (lactação e gestação).

4) Correlação nengativa → nível de FB e digestibilidade de EE.


LIPÍDEOS NA ALIMENTAÇÃO DE EQUINOS

• Uso em dietas:
- Aumentar densidade energética;
- Substituir carboidratos energéticos.

• Benefícios da adição de lipídeos para equinos:


- Melhoria da eficiência energética;
- Melhoria da condição corporal;
- Redução no nervosismo;
- Adaptação do metabolismo – estímulo para oxidação das gorduras durante o
exercício.
LIPÍDEOS NA ALIMENTAÇÃO DE EQUINOS

• Óleos x gorduras → Óleos – melhor palatabilidade;


• + comuns: óleo de milho e de soja
• Atingir quantidade de energia – tx máx. de consumo de MS (esporte);

• Benefícios para animais atletas:


- Maior aporte de energia para trabalho;
- Melhora a recuperação após competições;
- Reduz danos musculares;
- Dietas alta energia - + seguras.

Obs.: Dietas ricas em carboidratos – cólica, laminite, úlcera e doenças


ortopédicas.
LIPÍDEOS NA ALIMENTAÇÃO DE EQUINOS

“... Evidências comprovam que o desempenho de cavalos em exercícios


melhoraram após um período de alimentação com suplementação de gordura.
Dietas com alto nível de gordura aumentam a capacidade de oxidação de ácidos
graxos em cavalos atletas. O aumento na capacidade oxidativa pode ser benéfico
para a musculatura de equinos durante o exercício aeróbico”.
(POTTER, WEEB, EVANS; 1992).

“Níveis de 5 a 20% de óleos em dietas para equinos melhoram a digestibilidade


total da dieta e garantem segurança no fornecimento de níveis mais elevados de
energia dietética”.
OBRIGADA!

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