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Resumo

Resumo de Neoplasia Torácica 0

Neoplasia Torácica

Larissa Prado Meira


Faculdade Santo Agostinho

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Resumo de Neoplasia Torácica 1

1. Introdução
Os principais tipos histológicos de neoplasias torácicas são carcinoma epidermoide
(de células escamosas), presente em 30% a 35% dos casos; adenocarcinoma, 30% a 35%
dos casos; carcinoma indiferenciado de grandes células, 10% a 15% dos casos; e
carcinoma de pequenas células, 20% a 30% dos casos. O tabagismo é o principal fator
de risco associado ao câncer de pulmão. Essa exposição ao fumo está diretamente
relacionada ao carcinoma epidermoide, bem como o carcinoma indiferenciado de
grandes células e o carcinoma de pequenas células.

2. Achados Radiológicos
As apresentações radiológicas das neoplasias pulmonares dependem da localização,
dimensões e histologia da neoplasia. Dentre os achados radiológicos, podem-se
destacar o alargamento hilar devido à lesão pulmonar central ou linfonodomegalia hilar;
obstrução das vias aéreas, determinando atelectasia ou pneumonia pós-obstrutiva;
massa ou nódulo periférico; massa mediastinal; envolvimento pleural; envolvimento
ósseo; e cavitação em uma massa ou solitária.
Dentre as características pulmonares que permitem a diferenciação entre as
neoplasias benignas e malignas estão a presença e o padrão de calcificação de um
nódulo solitário. Os quatro padrões de calcificação benigna são central, sólida difusa,
laminar e tipo “pipoca”. Os três primeiros padrões são vistos em infecções prévias, e o
do tipo “pipoca” é visto em hamartomas. Quando presentes, estes padrões favorecem
a possibilidade de benignidade (Figura1).
O tumor de Pancoast é um tumor localizado no ápice pulmonar (sulco superior) que
invade os tecidos adjacentes (parede torácica, vasos subclávios, coluna vertebral),
envolvendo o plexo braquial e gânglios da cadeia simpática cervical inferior e
mediastinal superior (Figura 2). Tem como característica o desenvolvimento da
síndrome de Pancoast que consiste na tríade clínica de dor no braço ipsilateral, atrofia
dos músculos da mão e síndrome de Claude-Bernard-Horner (enoftalmia, ptose, miose
e anidrose).

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A causa mais comum desse tumor são as neoplasias pulmonares, incluindo os


principais tipos histológicos como carcinoma epidermoide, adenocarcinoma e
carcinoma de grandes células indiferenciadas. Outros tumores que se localizam no sulco
superior também podem causar a síndrome de Pancoast, incluindo câncer de mama,
mieloma múltiplo, metástases, linfoma e mesotelioma.

FIGURA 1- Tomografia computadorizada de tórax (a/b:


janela mediastinal) evidenciando lesão pleuro-
parenquimatosa, com possível acometimento de parede
torácica, de aproximadamente 30 × 25 mm em segmento
posterior (segmento II) de lobo superior de pulmão
direito. FONTE: SILVA, Vanessa Assis da et al. Hamartoma
pulmonar como diagnóstico diferencial de metástase de
carcinoma de mama: relato de caso. Jornal Brasileiro de
Pneumologia, [s.l.], v. 33, n. 6, p.738-742, dez. 2007.
FapUNIFESP (SciELO)

FIGURA 2- Radiografia de tórax (A) e TC (C). FONTE:


Adilson Prando, Fernando Moreira. Fundamentos de
Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007

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3. Carcinoma Bronquioalveolar
O carcinoma bronquioloalveolar corresponde a cerca de 2% a 5% de todas as
neoplasias pulmonares, com maior predominância entre os 50 e 70 anos. Não está
associado ao tabagismo, mas à fibrose pulmonar difusa. Os sintomas mais frequentes
são tosse, catarro, dispneia, hemoptise e febre. Em geral, pode se disseminar pelas vias
aéreas, além das vias linfática e hematogênica.
Em relação à apresentação radiológica, há presença de consolidação pulmonar,
podendo exibir dois tipos de apresentação, sendo a primeira a forma nodular solitária,
que está presente em 43% dos casos e é representada por uma massa periférica solitária
associada a repuxamento da pleura adjacente, tendo crescimento lento, além de
opacidade tipo vidro fosco, pseudocavitação, margens espiculadas e sinal do brônquio
aberto. O segundo tipo de apresentação é denominado forma consolidativa difusa, onde
observam-se opacidades difusas, com áreas de confluência. Na tomografia
computadorizada, notam-se opacificação tipo vidro fosco, consolidações, diminutos
nódulos pulmonares e espessamento dos septos interlobulares (FIGURA 3).

FIGURA 3- Carcinoma bronquioloalveolar. FONTE: Adilson Prando, Fernando Moreira. Fundamentos de


Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

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4. Carcinomas Epidermoides
O carcinoma epidermoide pode se manifestar como pequenos tumores
endobrônquicos obstrutivos até grandes massas cavitadas. Em geral, tem localização
central (2/3 dos casos), podendo determinar atelectasia ou pneumonia pós-obstrutiva
(FIGURA 4). Os 1\3 periféricos se apresentam como nódulo ou massa pulmonar
solitária.

FIGURA 4- TC de Carcinoma epidermoide apresentando massa central, estreitando o lúmen


brônquico . FONTE: Adilson Prando, Fernando Moreira. Fundamentos de Radiologia e Diagnóstico por
Imagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007

5. Adenocarcinomas
O adenocarcinoma se apresenta, em geral, como massa periférica, subpleural,
associada à retração da pleura adjacente. As margens das lesões podem ser redondas,
lobuladas ou pouco definidas. Ademais, é comum a presença de broncogramas aéreos
associados à presença do adenocarcinoma (FIGURA 5).

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FIGURA 5- TC de Adenocarcinoma pulmonar. FONTE: Adilson Prando, Fernando Moreira. Fundamentos


de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007

6. Carcinomas de Pequenas Células


O carcinoma de pequenas células apresenta-se como massa central, associada à
linfonodopatia mediastinal extensa envolvendo hilo e mediastino. Sendo que, a
linfonodomegalia metástatica hilar é a principal manifestação radiológica e,
dificilmente, é identificado o foco primário (FIGURA 6). Em geral, cresce e gera
metástases rapidamente, sendo ela a neoplasia pulmonar que mais causa obstrução na
veia cava superior.

FIGURA 6- Radiografia (A) e TC (B) de neoplasia


pulmonar de pequenas células. FONTE: Adilson
Prando, Fernando Moreira. Fundamentos de
Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2007

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7. Carcinomas de Grandes Células


Esse, em geral, se apresenta como grandes massas periféricas, frequentemente,
maiores que 3 cm, com necrose central ou cavitação. Pode ocorrer linfonodomegalia
hilar e mediastinal (FIGURA 7). Ademais, esse tipo histológico está diretamente
relacionado com o tabagismo e, frequentemente, produz metástases precoces, apesar
de essas serem menos frequentes do que as que ocorrem no carcinoma de pequenas
células. Os principais locais de metástase são fígado, adrenal, cérebro, osso e rins.

FIGURA 7- Radiografia (A) e TC (B) de neoplasia pulmonar células grandes. FONTE: BRANT, William E.;
HELMS, Clyde A. Fundamentos de Radiologia DIAGNÓSTICO POR IMAGEM. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008. 4 v

8. Estadiamento Radiológico de Câncer de Pulmão


O estadiamento é baseado na extensão do tumor primário (T), no envolvimento
linfonodal (N) e na evidência de metástases distantes (M). Usando a classificação TNM.
Classificação TNM de câncer de pulmão
Tumor primário (T)
Tx Células malignas no escarro sem tumor identificável
T0 Não há evidência de tumor primário
Tumor ≤ 2 cm de diâmetro, circundado por pulmão ou pleura visceral, surgindo
T1a
distalmente a um brônquio principal
T1b Tumor > 2 cm, mas < 3 cm de diâmetro

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Tumor > 3 cm, mas ≤ 5 cm de diâmetro; qualquer tumor invadindo a pleura


T2a visceral; qualquer tumor com atelectasia ou pneumonite obstrutiva de menos
de um pulmão inteiro; o tumor deve estar a mais de 2 cm da carina traqueal
T2b Tumor > 5 cm, mas ≤ 7 cm
Tumor > 7 cm de diâmetro; qualquer tumor com invasão localizada da parede
torácica, diafragmática, pleura mediastinal ou pericárdio; invasão do nervo
T3
frênico; nódulos-satélite no mesmo lobo; o tumor deve estar a menos de 2 cm
da carina, mas sem envolvê-la
Qualquer tumor que invada o mediastino ou estruturas mediastinais vitais,
incluindo coração, grandes vasos, traqueia, carina, nervo laríngeo recorrente
T4
ou corpo vertebral; nódulos tumorais-satélite no mesmo pulmão, mas em
lobos diferentes
Metástase linfonodal (N)
N0 Nenhuma evidência de metástase linfonodal
Metástase para linfonodos peribrônquicos ipsilaterais ou linfonodos hilares,
N1
incluindo envolvimento por propagação contígua do tumor
N2 Metástase para linfonodos do mediastino ipsilateral ou linfonodos subcarinais
Metástase para os linfonodos do mediastino contralateral ou do hilo, ou
N3
linfonodos escalenos ou supraclaviculares
Metástase distante (M)
M0 Nenhuma evidência de metástase a distância
Metástase no pulmão contralateral; nódulos tumorais da pleura ou
M1a
pericárdico; derrame maligno pleural ou pericárdico
M1b Metástases a distância, nódulos tumorais separados em lobos diferentes

Referências bibliográficas

1. BRANT, William E.; HELMS, Clyde A.. Fundamentos de Radiologia DIAGNÓSTICO


POR IMAGEM. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 4 v.
2. CHEN, Michael Y. M.; POPE, Thomas L.; OTT, David J.. Radiologia básica. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2012. 424 f.
3. Adilson Prando, Fernando Moreira. Fundamentos de Radiologia e Diagnóstico por
Imagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
4. Giuseppe D’Ippolito, Rogério Pedreschi Caldana. Série Colégio Brasileiro de
Radiologia e Diagnóstico por Imagem – Gastrointestinal. Rio de Janeiro: Elsevier,
2011.

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