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O Sentido de Lugar

"En un lugar de La Mancha... assim inicia a aventura rocam- bolesca


narrada por Cervantes no Don Quijote de La Mancha. Sempre há um lugar
para se chegar ou se partir. E sempre há necessidade de se saber o sentido
que se atribui a esse lugar. Qual é o sentido de lugar?
Ao se acordar que o lugar acompanha sempre o homem, nem sempre
concordamos com esta ou aquela definição. Há Ema infinidade de definições
de lugar e de sentido que varia conforme as teorias e os autores. Umas
objetivas e outras subjetivas. O sentido de lugar implica o sentido vida e, por
sua vez, o sentido do tempo
Cassirer já colocava uma separação entre a realidade subjetiva e
objetiva, sem pressupor o dualismo dos conceitos metafísicos, pois os valores
não são deduzidos de uns ou de outros, sendo a diferença entre uma e outra
mera significância relativa. Objetivo são aqueles elementos da experiência que
persistem mediante todas as mudanças do aqui e agora. Enquanto o subjetivo
pertence ao sujeito, toda mudança em si, e somente expressa a determinação
particular única aqui e agora. Mais adiante, o autor postula que nunca
conhecemos as coisas que elas são em si mesmas, mas que somente
podemos apreender as permanências e mudanças, estabelecidas nas suas
relações. As coisas existem por si mesmas, mas são somente conhecidas para
nós em suas interações, que influenciam ou obscurecem a natureza de cada
uma.
Para nos nortear no emaranhado labiríntico sobre o sentido de lugar,
faremos considerações, primeiramente se paradas, sobre as duas noções. Em
seguida, abordaremos a dimensões significativas do lugar, a fim de tecer um fie
de Ariadne que relacione as diferenças/semelhanças entre os nomes e as
coisas, entre o lugar e o seu sentido.

NOÇÃO DE LUGAR
Diante do termo, começamos com uma consulta ao dicionário.
Encontramos que o verbete "lugar é um substantivo masculino oriundo do
antigo latim lôgar, locus e local como adjetive Para nosso espanto, nos
deparamos com nada mais nada menos que dezoito vocábulos para designar
lugar. A definição de lugar se mescla, se confunde com espaço ocupado (aqui
empregaremos esse termo), com sitio. Em outras vezes significa povoação,
localidade, região e até país. Em ocasiões diversas quer dizer posição,
categoria, situação, origem, sendo empregada também como oportunidade,
ensejo e vez. Lugar e tempo se nos apresentam frequentemente intimamente
ligados. Percebemos e sentimos a realidade temporal acoplada ao lugar, ao
espacial.
Ampliemos só pouco mais a compreensão. Lugar não é uma forma nem
uma matéria, aristotelicamente falando. Também não é um intervalo ou um
vazio espacial que pode ser sucessivamente ocupado por diferentes corpos
físicos e por si mesmo. O que Aristóteles não poderia ter concebida foi o
conceito de una moderna teoria da relatividade; um lugar é imóvel, no sentido
figurado. A concepção atual de lugar é de tempo em espaço, ou seja, lugar é
tempo lugarizado, pois entre o espaço e tempo se dá o lugar, o movimento, a
matéria

NOÇÃO DE SENTIDO
De volta ao dicionário, tivemos uma igual surpresa quando nos
depararmos com uma infinidade de vocábulos também para sentido.
Assim, buscando no léxico, o verbete sentido aparece como particípio do
verbo sentir. Ainda, sentido é empregado com adjetivos: sensível, triste,
magoado. Porém, quando usado como sujeito masculino pode significar
fisiológico (forma de receber a sensação dos órgãos dos sentidos), senso,
juízo, prepósito, objetivo, pensamento, aspecto, cuidado; ou sujeito feminino:
atenção, direção, advertência, voz de comando (militar). Par outro lado, ainda
podemos usar o termo com sentido figurado, fazer sentido, segundo sentido,
ter sentido.
Todavia, convém lembrar com Cassirer que talvez não exista problema
mais desnorteante e controverso que o “sentido do sentido”. Na filosofia
clássica, a solução de tentativa partia da presunção de que sem identidade
entre o objeto conhecido e a realidade conhecida o fato do conhecimento seria
inexplicável.
Para pensar qual é o “sentido do sentido” é necessário de Início, o
significado ser explicado em termos de ser; pois o ser ou substância é a
categoria universal, que vincula entre si verdade e realidade. Neste texto,
utilizaremos o termo como acepção, como significado ou significação, o que as
coisas querem dizer.

DIMENSÕES SIGNIFICATIVAS DO LUGAR: O HABITAREO FALAR


Tentaremos ampliar a noção de lugar com discussões a respeito do tema
sob vários enfoques, procurando esclarecer as dimensões significativas do
lugar.
A diferença de lugares serve, às vezes, de base a uma diferenciação dos
objetos físicos entre eles (isto e aquilo) e a uma diferenciação entre pessoas
(eu, tu, ele). A divisão entre os dois fatores da representação, o representado e
o que representa (significado e significante) levam em si o germe de uma intui
ção espacial, denotando o caráter único ao tempo do tempo da
irreversibilidade, que deverá permanecer obscuro?.
Assim sendo, o grupo Bourbaki (associação dos colaboradores do
matemático Nicolas Bourbaki) reconhece três estruturas-mães na matemática
moderna: estruturas algébricas ou de grupo, estruturas de ordem ou redes e
estruturas topo- lógicas, incluindo a noção de lugar. Com isso, queremos
assinalar a relevância do conceito e da noção de lugar em todas as nossas
preocupações filosóficas e epistemológicas amarradas à importância e
complexidade do fato de representar lugares. E aceito universalmente que a
lógica do lugar coincide sempre, em linhas gerais, com o paradigma que, em
cada época, o Homem obteve sobre as interrelações entre si mesmo e seu
meio ambiente. Em outras palavras, o lugar, como limite, é um balanço ritmico
entre razão e história ou movimento e pausa.
Outra dimensão significativa de lugar encontraremos na obra clássica de
Gaston Bachelard, que já na metade do século xx apontava o lugar como a
primeira qualidade existencial, por onde todo estudo deveria começar e
terminar". E acrescenta que o princípio de vizinhança/proximidade está na base
de toda noção de distância, pois é muito geral e conveniente o princípio das
conchas sucessivas de Aristóteles. Mediante aquele princípio, concretizamos
nossos axiomas convencionais e ao mesmo tempo racionalizamos nossa
experiência.
Muntañola aponta o entrecruzar sociofísico do lugar em três abordagens
diferentes: acontecimento, estrutura e estrutura e acontecimento"
O lugar como acontecimento, analisado mediante o labirinto do
acontecer heideggeriano, em sua obra clássica Ser e Tempo, discorre sobre o
Homem descobrindo um espaço no tempo. Na concepção do lugar humano
existem dois tipos de estruturas: o lugar itinerante e o lugar radiante. Este
estático, que permite, imóvel, o reconstruir dos círculos sucessivos até os
limites do desconhecido: aquele dinâmico, que recorre ao espaço como
consciência, aquilo que se recorre. No primeiro, a imagem do mundo é um
itinerário e no segundo a imagem se integra a duas superfícies opostas: a do
céu e a da terra, que se unem no horizonte.
Sobre o lugar como estrutura, é sintomático que Lévi- -Strauss tenha
feito pouco uso em seu método, talvez com exceção ao estudar a aldeia dos
Bororo, aqui no Brasil. As ideias sobre o lugar como estrutura dos antropólogos
e semiólogos mostrar mais o que deveria se fazer do que praticamente se tem
feito. Pois, uma coisa é postular a existência de um paralelismo entre
linguagem, ritos e lugar; e outra, muito diferente, é provar esses paralelismos
com os dados empíricos. Esse paralelismo parece mudar com a cultura
nômade das diversas tribos estudadas.
O lugar como síntese progressiva entre acontecimento e estrutura é que
atinge melhor a noção sociofisica de lugar. Segundo Cassirer, a noção
sociofisica de lugar é definida como acontecimento, como estrutura de síntese
entre mudanças com a própria cultura". Muntañola aceita, sociologicamente,
uma semiótica do lugar, enquanto uma representação e um representado,
correspondentes a um significante e um significado. Nosso meio físico se
estrutura simultaneamente com nosso meio social, a partir de uma mesma
origem, e solidariamente de duas ações essenciais do sujeito: conceitualização
e figuração, conforme a figura 01.
O centro do diagrama não representa um indivíduo concreto, senão o
entrecruzamento de um habitar e um falar, ou mediante o estudo de uma
cultura em sua totalidade como estrutura.
Além disso, para Muntañola", o lugar sociofisico pode ser resultante de
três tipos de polaridade estruturais e funcionais: a polaridade habitar e falar, a
polaridade figurar e conceitualizar e a polaridade melo físico e melo social.
Cada uma pressupõe as outras duas, que por sua vez se integram, como se
pode observar nos diagramas seguintes. Eles representam as três dimensões
significantes (Figura 2).
Cada uma das três dimensões significativas da realidade sociofisica se
entrecruzam de modo diferente em relação ao espaço e ao tempo. O sentido
ou significação A será sempre em direção do espaço ao tempo e do tempo ao
espaço, sendo essencialmente um movimento. Ao passo que a significação a
exige uma situação antes e depois no tempo em um espaço fixo, assumindo a
forma de um lugar. A significação e, em si, e como equilíbrio entre A e B, deverá
identificar movimento e lugares por meio do duplo jogo figurativo-conceitual de
nossa capacidade mental humana. É um paradoxo expressar que a
significação c se nos manifesta como material; nesse caso, a matéria sendo o
nosso axioma de vizinhança sociofisica ou nossos padrões, pois somente
identificando tempo e espaço de um modo ou de outro é que conseguimos
colocar em ação as significações c.
Em outras palavras, a noção sociofísica de lugar como síntese entre
acontecimento e estrutura só pode ser real na medida em que as inter-relações
entre as três significações forem descritas e analisadas em nível biográfico
individual e em nível coletivo, tanto no sujeito como no objeto. Muntañola
escreve também sobre a história do lugar, chamando atenção para o
nomadismo e o sedentarismo". Povos que viveram ou vivem uma vida nômade
se estruturavam em um lugar sociofisico de aspecto itinerante; enquanto os
povos de economia agrícola sedentária concebiam um lugar predominante
radiante. Além disso, todos os povos tiveram de equilibrar o itinerante e o
radiante do lugar, sem isso sua mobilidade teria sido. sociofisicamente falando,
nula.
O autor cita o exemplo de aborigenes australianos cuja noção de lugar
reside na qualidade de estar aqui e não acolá, acentuando a separação entre o
interior e o exterior, o que revela a ideia de envolvimento como essencial ao
lugar. Entre esses povos não é a gente que possui a terra, e sim a terra que
possui a gente. Assim, as propriedades não são medidas, mas conhecidas. O
exemplo citado de sedentarismo mitológico radiante são os lugares dos
impérios mesopotâmico e egípcio. Não são mais os fatos naturais que dirigem
as relações do habitar com o falar, mas os fatos construídos com seus
armazéns, ferramentas, transportes, palácios, templos. Todos esses fatos são
artifícios que ignoram o acordo sociofisico nos povos nômades.
Sabemos, agora, que o lugar nunca é inteiramente itinerante nem
radiante, mas sim uma mescla de ambos os tipos de união sociofísica. O lugar
industrializado é um exemplo das complexas misturas possíveis. Nestas não é
fácil culpar as pes soas concretas pelos erros e pelas injustiças do lugar. Cada
um dos setores econômicos primários (mineração e agricultura). secundários
(indústria) e terciários (circulação e de serviços) exigem um equilíbrio entre o
lugar radiante e itinerante, de naturezas diferentes, sendo o cruzamento
sociofisico total um cruzamento entre as três uniões.
Finalmente, Muntañola apresenta suas conclusões sobre a noção de
lugar com uma primeira indagação: "Que é um lugar para viver?", e responde
expressando que o lugar é uma interpenetração sociofisica em que o falar e o
habitar, o meio físico e o meio social como conceitualizar e o figurar se
entrecruzam de forma simultânea, porém sem identificar-se". Uma segunda
indagação básica "Como se estrutura esta interpenetração sociofisica?"
A resposta é que ela se estrutura de várias maneiras simultaneamente,
mas fundamentalmente de três maneiras que se equilibram duas a duas. Isto é:
• Cruzando o falar e o habitar, o lugar assume a forma de itinerários
sociofisicos, nos quais os fatos físicos exteriores e interiores ao
corpo estão relacionados de antemão com o relato mítico do falar,
transmitido oralmente de geração em geração;

A. Cruzando o meio físico e o meio social, o lugar assume a forma de


um campo funcional "radiante, em que as linhas de força são as formas físicas
do lugar e, às vezes, os possíveis itinerários funcionais que permitem esse
lugar. As linhas expressam a ordem e a hierarquia sociofísica que o lugar
possui, ou seja, seu poder simbólico real, ao mesmo tempo emocional;

B. O lugar pode se estruturar cruzando a conceitualização e a figuração


a fim de procurar um constante e incansável equilíbrio lógico entre a
inteligibilidade conceitual e figurativa no lugar, entre a itinerância e a radiância.
C. Em resumo, o lugar é um signo constante de reconciliação sociofisica
não apenas de razões, mas também de emoções.

Outro autor que convém lembrar, por seus aportes para explicar e
ampliar a noção de lugar, é Yi-Fu Tuan, com seu clássico Espaço e Lugar, a
Perspectiva da Experiência.
Para esse geógrafo, a familiaridade com dada porção do espaço, pela
experiência, faz torná-la lugar. Pois espaço e lugar sio designações do nosso
cotidiano, indicando experiências triviais, do dia a dia. Não há necessidade de
fazer um esforço consciente para estruturar nosso espaço, uma vez que esse
espaço em que nos movemos e nos locomovemos, integrante de nossa vida
diária, é de fato o nosso lugar. Conhecemos o fosso lugar; cada um tem seu
lugar. Assim sendo, onde vivemos todos, nossa residência, nosso bairro inteiro,
se tornam um lugar para nós. A própria pátria, vista como nosso lar,
afetivamente, se torna um lugar. "O lugar é segurança e o espaço liberdade, ou
ainda, o espaço movimento e o lugar passa logo, o espaço é mais abstrato e o
lugar mais concreto. A valorização do lugar provém de sua concretude; embora
seja passível de ser engendrado ou conduzido de um lado para o outro, é um
objeto no qual se pode habitar e desenvolver sentimentos e emoções. Tal
realidade concreta é atingida por meio de todos os nossos sentidos, com todas
as nossas experiências, tanto mediante a imaginação quanto simbolicamente.
Conhecer um lugar é desenvolver um sentimento topofilico ou
topofóbico. Não importa se é um local natural ou construído, a pessoa se liga
ao lugar quando este adquire um significado mais profundo ou mais íntimo. Os
lugares íntimos, como nossos lares, são mais aconchegantes no inverno, nos
dias chuvosos, nos momentos de doenças ou de festividade, de descanso, de
atendi- mento às nossas festividades. Contudo, a criança, desde pequena,
encontra o seu lugar intimo e primeiro nos pais, pois a casa está repleta de
objetos habituais vistos com a realidade do lar.
Os lugares, ainda segundo Tuan, podem se fazer visíveis por meio de
inúmeros meios: rivalidade ou conflito com outros lu gares e manifestações de
arte e de arquitetura. Todo lugar adquire identidade mediante as diversas
dimensões espaciais, tais como: localização, direção, orientação, relação,
território, espaciosidade e outras. É relevante, também, relacionar o espaço/
lugar com o tempo, pois em três momentos este se torna aqueles: tempo como
movimento, sendo lugar como pausa; afeição ao lugar como função do tempo;
e lugar como tempo tornado visível ou lugar como lembrança. Em suma, lugar
é um mundo de significados organizados, a um tempo estático e a outro
dinâmico; são caminhos que se tornam lugares significativos.
Não poderíamos esquecer de apresentar, neste ensaio, as reflexões de
Kevin Lynch em What Time is This Place? Suas preocupações dizem respeito à
representação dos lugares: presente, passado e futuro, ligada ao ritmo da vida,
pois são costurados juntos na síntese dos tempos biológico, psicológico e
social. Para os indivíduos, tempo/lugar significa seus lares. suas residências,
seus lugares de trabalho, de lazer, enfim de todas as suas ações.
O autor entende que o mundo ao nosso redor pulsa em ciclos grandes e
pequenos. É como se nadássemos em uma corrente do tempo, da informação.
Alguns ciclos são evidentes aos nossos sentidos, com alternância de: luz e
sombra, quente e frio, barulho e silêncio, fases da lua, marcha aparente do sol,
dia e noite. No entanto, outros que nos afetam não são conscientes: o fluxo da
gravidade, a pressão atmosférica, radiação não visível. Outros ainda implicam
mudanças: dormimos e acordamos, saciamos e sentimos fome, ficamos
alegres e tristes, nascemos, crescemos, vivemos e morremos, interessados e
entediados. Há aqueles ciclos internos, corporais, muito evidentes: temperatura
do corpo, excreção, batimento cardíaco, atividade cerebral, respiração,
digestão, movimento dos olhos, menstruação, produção de hormônios,
crescimento, tônus muscular, sonhos, anseios, afeições.
Lynch, como arquiteto, pesquisador e estudioso das for- mas, das
funções e das estruturas do espaço urbano, nos trouxe uma grande
contribuição à compreensão e à abrangência sobre o lugar. Direta ou
indiretamente, na prática, quem mais tem se aproveitado de suas investigações
e resultados são os geógrafos. Pois o lugar é considerado uma das essências
básicas para a geografia humanista.
O autor discute as transformações das cidades, como lugares em
continuas mudanças. As urbes são modificadas por crises econômicas,
catástrofes ecológicas, uso de materiais diferentes e inovadores, assimilação
de novos estilos de vida, principalmente pela industrialização e adoção de
áreas verdes (parques, jardins, alamedas, praças arborizadas) e, por que não,
pela chegada de epidemias (no passado, as pestes e as pragas: e, no
presente, a dengue ou a gripe suína).
A presença do passado, no perfil das cidades, é a valorização do meio
ambiente natural, quer na reconstrução de conjuntos de antanho, quer na
preservação de edifícios, ruas, praças ou bairros inteiros. O autor continua a
examinar a questão de mudança e de recorrência, como o sentido de estar vivo
e sentir-se vivo. As coisas se vão, a morte chega e o presente é consciente,
pois a imagem que temos do lugar é sempre pessoal. Nossas imagens do
passado e do futuro são imagens do presente continuamente recriados. O
cerne de nosso sentido de espaço-tempo é o sentido de agora" e "aqui. Temos
dois tipos de evidência da passagem do tempo que se reflete no lugar: a
repetição rítmica (as marés, os relógios, ciclos do sol e as fases da lua) e a
mudança progressiva e irreversível (crescimento e decadência) não são
recorrentes, mas a alteração do que amamos de fato não retorna, apesar de
nossas esperanças e desejos de que as coisas mudem. Temos consciência de
que o tempo interior é diferente do exterior. O tempo social que coordena as
ações de muitas pessoas nem sempre estão de acordo com o tempo rítmico do
corpo. Os relógios digitais são bem mais precisos, mas o tempo flui da mesma
maneira. Procuramos alcançar o espaço-tempo para este mundo ou para
preservar, ou para mudar, tornando visível o nosso desejo. A imagem precisa
ser flexível e consoante à realidade externa (o lugar) e à nossa natureza
biológica para promover nosso bem-estar.

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