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Foi escrito pelo renomado crítico literário George Steiner. Publicado pela
primeira vez em 1967, a obra explora o campo da Literatura Comparada, que
se concentra na análise e comparação de literaturas de diferentes culturas e
idiomas.
O autor aborda a natureza literária com uma perspetiva ampla e profunda. Ele
examina como a literatura transcende fronteiras linguísticas e culturais,
conectando pessoas de diferentes partes do mundo através da palavra escrita.
Steiner também analisa como a literatura é uma forma de arte que reflete a
condição humana, oferecendo insights profundos sobre a natureza da
existência, emoções, e questões universais.
Além disso, o autor considera a literatura como uma das maneiras mais
significativas de transmitir conhecimento e reflexão sobre a experiência
humana. Ele destaca como a literatura é capaz de capturar a complexidade e a
riqueza da vida de uma forma que outras formas de expressão podem não ser
capazes.
Steiner também explora as várias técnicas literárias, estilos e gêneros que
contribuem para a diversidade da produção literária ao redor do mundo. Ele
enfatiza como a linguagem é fundamental na criação de significado e na
transmissão de emoções e ideias.
“Aquele que não conhece línguas estrangeiras, não sabe nada da sua própria
língua”.
Eliot diz que os termos “crítica” e “tradição” são mal utilizados pela crítica da
poesia e, por isso, diz que merecem uma redesignação.
A crítica é uma comparação das obras anteriores.
O adjetivo de “tradicional”, no que diz respeito à avaliação de produção de um
poeta, implica uma falta de individualidade em relação às obras do passado.
No momento de elogiar um poeta, foca-se o quanto ele menos se assemelha
aos outros, e neles se procurava achar a sua própria essência.
O conceito de tradição para Eliot envolve um sentido histórico que implica a
perceção da presença do passado no presente. A obra de um poeta não tem
valor absoluto em si, a apreciação que temos dela constrói-se ao que ela
mantém com as obras precedentes.
Eliot entende esta relação como uma “ordem ideal”. Ao surgir uma nova obra
de arte é reajustada a “ordem ideal”, a qual é realizada com base em valores e
sentidos, de forma a que haja harmonia. Se a nova obra não reajustar a ordem
não é uma nova obra.
Para Eliot a crítica não se trata de julgar se a obra foi melhor ou pior que as
precedentes, mas de uma comparação com elas. O poeta deve poder se
apropriar do passado com uma certa capacidade crítica de seleção. A sua
originalidade reside na sua postura crítica e criativa, na maneira em que a sua
criação dialoga com as obras anteriores.
3. Reflexões sobre o Exílio de Edward Said
Said explora a experiência de estar fora do seu país natal, Palestina, e como
isso influência a sua perspetiva do mundo.
Ele também analisa a relação entre os intelectuais e o poder político,
criticando a orientação muitas vezes distorcida dos discursos acadêmicos e
mediáticos. Ao longo da obra, Said enfatiza a importância de uma visão crítica
e autêntica na compreensão dos eventos globais e na construção de uma
sociedade mais justa.
Ideias de Said:
Resumo:
O Oriente será, nesta obra, uma referência mítica e real.
A rápida viagem até ao Egito vai mudar Eça completamente a sua vida
Ao chegar ao Egito Eça impressiona-se perante a perspetiva de pôr o pé
naquele solo. Eça descreve o mundo oriental como algo que cria nos
espectadores curiosidade de forma a parecer um espetáculo. Eça é
influenciado imagens, pinturas sobre o oriente.
O oriente sugere ao viajante ocidental fecundidade, sensualidade e desejo. É
frequente a apreensão do Oriente como uma atmosfera natural de
feminilidade, pois sempre houve imagens escritas e imagens pictóricas
(pinturas de mulheres)
Eça revela um espírito original no vasto campo do orientalismo oitocentista e
concorda com Said quando diz que procurara um sentido na vida no Oriente
sendo- se habitante do Ocidente é não procurar nada --- Coloca a civilização
Ocidental superior
Eça quando viajou para o Oriente encontrou o passado antigo, que estará
indelevelmente presente em ficções futuras, mas encontrou também uma
realidade dua contemporânea tão substancialmente diferente da que
conhecera até então. Eça partiu para o Oriente como um jovem impregnado
pelo romantismo, regressa um entusiasta do realismo.
Eça sucumbiu para sempre ao fascínio evocado nas suas ficções sobre o
Oriental. Ao início vai ser portador de preconceitos e pouco a pouco vai
desfazendo essas ideias.
No primeiro parágrafo há uma ideia de escuridão que vai sendo adjetivada de
uma determinada forma. Grande escuridão, ruas estreitas, há um julgamento
de valor associado à perigosidade
No terceiro parágrafo é salientada a indominável curiosidade e o autor
aproxima-se o leitor dirigindo-se a ele como um ser também curioso. Há uma
idealização de que o Oriente é o harém (espaço onde viviam as mulheres de
um único homem)
No quinto parágrafo há insistência da curiosidade da vontade de querer ver
como numa peça de teatro. Há uma referência à comédia (situações visíveis
como forma de educação “ridendo castigat mores), em que se cria uma
distanciação entre narrativa e o espectador
Aspetos económicos
O desenvolvimento capitalista dos editores de livros promoveu a
circulação dos mesmos, que foi bastante influenciada pela
industrialização do século 19 (Aspeto positivo)
A falta de redes de distribuição de livros faz com que, por exemplo,
livros da língua árabe fossem pouco desenvolvidos. (Aspeto negativo)
A lei do copyright regulou o mercado internacional de obras literárias
e a proteção do autor contra o plágio. Contudo, também se apresenta
como uma limitação, pois autores dos países mais pobres não podem
pagar pelos direitos de autor. (Aspeto negativo)
Em países em que o mercado dos livros foi liberalizado, o livro é visto
como um objeto comercial, pelo que deve obedecer às leis do
mercado, de modo a que seja mais vendido.
Aspetos culturais
Aspetos Sociais
Numa das viagens que tem de fazer entre o continente e o Brasil acaba por
sofrer um naufrágio
Obra escrita por Daniel Defoe e considera-se esta obra o primeiro romance
inglês.
Esta obra escreve-se no romanesco por meio da narrativa de uma história
fictícia, que envolve personagens e situações imaginárias. O romanesco é um
género literário caracterizado pela narrativa de romances, ou seja, histórias
extensas e fictícias que exploram diversas situações e eventos. Nesse sentido,
a obra de Daniel Defoe encaixa-se perfeitamente nesse género, uma vez que é
um romance que conta as desventuras do protagonista Robinson, que após
um naufrágio, é deixada sozinha numa ilha deserta. Também explora questões
emocionais como a solidão, a sobrevivência, a relação com os animais e a luta
contra os elementos da natureza. É uma obra que cativa o leitor ao levá-lo
para um mundo imaginário repleto de aventuras e desafios
Há muitas reflexões ligadas à religião durante a obra. Por esta razão o seu
escravo (sexta-feira) tem um nom não cristão, pois ele não era batizado.
O autor ao descrever o Sexta-feira usa muito, “mas” para mostrar que o Sexta-
feira não é assim tão diferente dos europeus. “A cor da sua pele não era negra,
mas sim morena” — tenta tornar a personagem menos estranha para o autor.
Na maneira como o sujeito descreve a forma do Sexta-feira se inclinar e ser
submisso é uma maneira de justificar a colonização. A obra surge como
justificativa da colonização sendo que a mensagem que passa é que se acha
que os indígenas precisam de ser ajudados, ou seja, colonizados.
Robinson é um herói que passa pelas peripécias sozinho.
Do ponto de vista comparatista é interessante ver que esta obra vai ser
reescritas adaptando a um tipo de público ou a um momento da história.
Descrição do Sexta-feira como uma pessoa que não era assim tão “má”. O sujeito tem
uma visão eurocêntrica e então para ele todas as pessoas que não têm aspeto europeu
parecem estranhas. O sujeito descreve o Sexta-feira como um intermédio entre o
europeu e as outras raças, dizendo que “não era assim tão mau”
O nome Sexta-feira surge, pois, o escravo foi “salvo” numa sexta-feira e o sujeito
pensou que não lhe poderia dar um nome cristão, porque ele não tinha sido batizado.
O sujeito fez o sexta-feira crer que tinha sido salvo por ele e deu-o a entender que
tinha de ser seu servo, dizendo-lhe que o seu nome era “Amo” —Visão de quem é a
favor do colonialismo
Grande crítica ao canibalismo. Robinson irrita-se com o Sexta-feira, porque ele sugeriu
cometer canibalismo com duas pessoas.
No final, o sujeito percebe que Sexta-feira apesar de ser diferente, se fosse instruído
de maneira correta agiria de forma correta também, pois Deus deu a todos os
humanos os mesmos valores.
A ilha de Coetzee
Numa relação de paratextualidade, o título vai mostrar que nesta obra é Sexta-feira a
personagem principal, no entanto a imagem da capa continua a mostrar a submissão
de Sexta-feira
Neste texto, é Sexta-feira que vai ensinar Robinson a divertir-se, entreter com a
natureza …
É visível no texto uma evolução do Sexta-feira, evolução esta que ressoltou do
trabalho/colonialismo de Robinson.
Apesar de que Sexta-feira e Robinson têm uma relação de entreajuda é referido no
texto que Sexta-feira trabalhava arduamente e Robinson reinava como um senhor.
Sexta-feira não entendia as regras e os ideais ocidentais que eram ensinadas por
Robinson, mas tentava aplica-las, no entanto caía na “asneira” --- Ideal de
superioridade dos ideais do Ocidente comparativamente com outros
Lúcia, personagem principal, jovem de 18 anos, vai ao seu primeiro baile e fica
perplexa com aquele cenário glamoroso. Pouco tempo depois Lúcia juntou-se à filha
da dona da casa e ao seu grupo, mas acabou por ficar excluída. Ela não conseguia
acompanhar as conversas, fez uma pergunta e ninguém lhe respondeu e quando
foram todos dançar, Júlia ficou sozinha, ninguém a convidou para dançar. De seguida,
duas meninas olharam para Lúcia com ar de desdenho, como se quisessem abandonar
a festa.
Lúcia passa por um espelho e recorda o momento em que conseguiu o vestuário para
a festa. Lúcia não gostava do vestido, achava-o feio, mas foi o único que a madrinha
lhe deu, o mesmo aconteceu com os sapatos encontrados no sótão. Lúcia tinha de ir
ao baile e, por isso, estava disposta a ir de qualquer forma, mas quando se deparou
com o espelho percebeu que não se enquadrava naquele ambiente e referiu que não
deveria ter ido.
Lúcia voltou a ver-se ao espelho e vendo que estava pálida concluiu que precisava de
maquilhagem. Este aspeto salienta o quanto ela queria parecer “normal” entre as
outras pessoas. O facto de estar pálida é algo natural da tristeza que passava sobre ela,
no entanto ela queria estar inserida na alegria que pairava na festa. De seguida, saiu o
sapato a Lúcia e ela aterrorizada pensou que alguém tivesse visto que aquele era o seu
sapato (não queriam que soubessem que ela era de uma classe inferior). Foi ao quarto
de vestir e deparou-se com uma conversa de 3 meninas que falavam mal dela, na qual
se conclui que Lúcia seria mais bonita se estivesse vestida de maneira mais adequada.
Lúcia voltou a ver-se ao espelho, estava mais pálida do que antes rapidamente voltou
a colocar maquilhagem, mas, entretanto, surgiu a 3º menina da casa de banho, que lhe
disse que aqueles espelhos eram como as pessoas más e não mostravam a verdade
sobre ela. Lúcia sentiu-se muito confusa com a simpatia da menina, mas ao mesmo
tempo pareceu-lhe que a menina a queria proteger de um perigo que ela não via
Lúcia debruçou-se sobre uma janela e viu a filha da dona da casa a dançar com um
rapaz que se depois foi falar com Lúcia e até pediu para dançarem. Estava tudo muito
encantador, pois Lúcia encontrou uma pessoa que a pudesse ascender socialmente,
mas quando deu por si estava no meio do salão a dançar. Entretanto o seu sapato saiu
e Lúcia viu-se obrigada a ignorar que aquele sapato era seu para não se sentir
injuriada. Quando a música parou a dona da casa disse a um empregado para retirar o
sapato, o qual foi levado com o auxílio de pinças. Este aspeto realça o desprezo que
aquelas pessoas tinham pela classe mais baixa.
Lúcia encontrou outro espelho numa salinha e decidiu tentar fugir da sua imagem, mas
não conseguia, ela sempre a encontrava. Viu o rapaz com quem dançara sentado num
banco à espera dela, mas não conseguiu ir ter com ele com a vergonha que tinha por
achar que ele sabia que o sapato era dela. Lúcia reflete que precisa de ir viver com a
sua madrinha e fê-lo, porque pensava que a vida com a madrinha iria fazer com que
ela pertencesse àquele mundo e na realidade ela teve tudo o que queria a partir desse
momento, tinha tudo sem se esforçar muito, no entanto Lúcia guardava o seu vestido
antigo, dizia que o queria queimar, mas não chegava a fazê-lo, pois algo dentro dela
dizia-lhe que aquela era a sua verdadeira identidade.
Lúcia foi convidada para um novo baile na mesma casa onde tinha acontecido um
passado, mas desta vez Lúcia sentia-se bem. Ela chegou ao baile com um vestido
adequado e sapatos que eram de invejar. Os espelhos da casa diziam que ela era mais
bonita daquele baile, até que Lúcia decidiu ir à salinha que tinha estado à 20 anos
atrás, pois queria que aquele espelho dissesse que ela era a mais bonita, no entanto o
espelho gelou-lhe a alma e ela viu-se com o vestido que usou no último baile naquela
casa. Entretanto encontrou o rapaz com que tinha conversado e ele recordou-a da
noite em que se conheceram e que nessa noite ela tinha os sapatos feios e obriga-a a
calçar um dos sapatos. Lúcia quer fugir dessa realidade, mas o seu corpo está
imobilizado. Ela vê tudo o que conseguiu conquistar a ser desfeito. No dia a seguir ela
é encontrada sem vida por uma síncope cardíaca. As pessoas que a viram morta nunca
chegaram a perceber como é que ela tinha morrido com um sapato de brilho e o outro
todo roto. As pessoas falaram muito da sua morte durante algum tempo, mas depois
Lúcia foi esquecida.
NOTAS IMPORTANTES: Não adiantava mudar a sua vida, ela seria lembrada pela sua vida
anterior. Lúcia acaba por desaparecer de vez para aquele meio social. Depois da sua morte foi
esquecida, mas a sua imagem no espelho permaneceu. Ela morre, mas a história da gata
borralheira permanece. A sua vontade de ter uma vida glamorosa não adiantou de nada.