No dia 18/02/2017, foi realizado o curso “Psicologia Criminal” ministrado por
Alvino Augusto de Sá, em São Paulo. No primeiro período, o psicólogo abordou assuntos como: Conceituação Geral de Criminologia Clínica, Modelo Médico-Psicólogo de Criminologia Clínica, e Modelo Psicossocial de Criminologia Clínica. Neste aspecto, o profissional relatou que a Criminologia clínica é um campo de atividade e de conhecimentos interdisciplinares predominantemente científicos que visa analisar o comportamento criminoso e estudar estratégias de intervenção junto ao encarcerado, ás pessoas envolvidas com ele e com a execução de sua pena. O psicólogo deu ênfase no tema Criminologia Clínica de Inclusão Social, na qual pontuou que esta análise e compreensão são feitas mediante uma escuta compreensiva do preso, em sua individualidade, suas características, ambições, tendência, conflitos, e na qual o seu discurso e sua avaliação tem valor central e seu discurso é tido como um discurso forte. É sob este enfoque que se deverá fazer o chamado exame criminológico de entrada, convertido então em verdadeiro instrumento de apoio ao preso e de individualização de sua pena. Além disso, o psicólogo enfatizou sobre o paradigma das inter-relações sociais: contribuição de Debuyst. Ainda neste aspecto, enfatizou sobre o objeto de estudo da criminologia, sendo que corresponderia a um paradoxo, portanto. Ele integraria o comportamento problemático, sem que recorra à ideia de crime como um fato social bruto, bem como integraria o sistema penal, o processo de construção do crime e de reação social perante o mesmo, sem que recorra a uma concepção construtivista fechada desse sistema. Neste momento o profissional falou sobre as Aplicações da Criminologia Clínica de Inclusão Social à Execução Penal (e ao direito criminal), e da multidisciplinaridade à transdisciplinaridade. A transdisciplinaridade se consiste em um alargamento de fronteiras e de compreensão da realidade, sendo a renovação do pensamento, do espírito, da consciência, da cultura, e o desafio para rever princípios, conviver com os contrários, conviver com as diferenças (éticas e culturais), conviver com a insegurança e incerteza. A trandisciplinaridade deverá promover uma real transformação emancipatória, porém não só do apego do indivíduo a seus conceitos e conhecimentos, mas também de seu apego defensivo à sua história, á sua subjetividade, a seus valores, á sua ética e á sua cultura. Neste momento, o profissional abordou o tema Razões e Rerspectivas da Violência e da Criminalidade. Neste tema houve um enfoque sobre a Verdade dos mitos. Na medida em que carregada de arquétipos, é mais profunda que a “verdade” objetiva dos fatos, embora mais dificilmente acessível á razão pura. Sendo assim, portanto, a versão bíblica sobre a história do homem e a própria mitologia contêm, profundas verdades sobre o homem. Ainda neste tema enfatizou assuntos sobre: Razões e Perspectivas do Primeiro Crime do Homem, O maior Crime da Humanidade, Mitologia Grega, Razões e Perspectivas da Violência na Tragédia Grega, e Dinâmica da Violência Fundamental. No aspecto “integração da violência fundamental pela líbido – I” o profissional citou Bergeret, 1990: “O dinamismo de todo esse grupo instintual arcaico constituiria a base dinâmica, nesse momento mal diferenciada objetalmente, sobre a qual se estabelecia o apoio da libido que, como diz Freud, extrairia nele amplamente a energia própria para sua vetorialização teleológica completamente específica, na direção da objetalidade autêntica, do intercâmbio amoroso e da criatividade” Neste sentido, o assunto se seguiu sobre As duas Interpretações de Édipo, o rei, integração da violência fundamental pela líbido – II, Manifestações da violência fundamental, tipos de Criminalidade segundo Hassemer, Violência Fundamental Criança x Adulto, Violência: razão de novas violências, e a Trajetória (saudável) das Violências e dos Conflitos. Por fim, o profissional abordou o ultimo tema, sendo ele Neurose e crime Delinquência Neurótica. No aspecto “Crime e Neurose”, constituem-se por três vantagens do crime neurótico: Liga a culpa inconsciente a algo conhecido, substitui a culpa inconsciente pela culpa conhecida. O crime é sentido como menos grave, substitui o crime mais grave pelo menos grave. E a punição exterior é mais tolerável, substitui a punição interior pela punição exterior. O psicólogo encerrou o curso com um vídeo, e logo depois, houve um momento para comentários e uma breve discussão.
Nação tarja preta: O que há por trás da conduta dos médicos, da dependência dos pacientes e da atuação da indústria farmacêutica (leia também Nação dopamina)