essa palestra criada pela prefeitura municipal de Limeira foi realizada para profissionais da educação infantil, o arquivo relata os pontos importantes da palestra
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No dia 13/07/2016 na Secretaria Municipal de Educação de Limeira foi realizado a
palestra “Cultura Afro”, destinado aos estagiários que participam do projeto escolar “Mais Tempo, Mais Escola”. O objetivo da palestrante Andréia foi oferecer uma reflexão sobre alguns mecanismos discriminatórios presentes no cotidiano escolar; pensar a respeito dos lugares sociais produzidos pelo racismo institucional; discutir a difícil relação entre os mecanismos de exclusão racial e a construção da identidade de crianças negras. Neste momento, a palestrante nos conduziu a fazer uma reflexão sobre as raízes brasileiras. Em uma apresentação de slides, Andréia discutiu sobre a importância de a cultura brasileira ser baseada na cultura afro. Conduzindo-nos ao conhecimento como, por exemplo, a culinária brasileira, costumes, canções, brincadeiras e até mesmo fisionomia. Partindo deste conhecimento, houve uma reflexão sobre as formas como o racismo se revela no interior da escola: seja a partir de mecanismos explícitos ou velados. Esses mecanismos se manifestam no alto índice de evasão escolar, nas dificuldades de aprendizagem das crianças negras, nos conflitos raciais, entre outros aspectos. Andréia nos trouxe a pergunta oferecendo uma reflexão sobre: como se manifesta o racismo no cotidiano escolar? A palestrante relatou que o espaço escolar reúne um conjunto de valores sociais, padrões de comportamento, princípios morais que direcionam as relações interpessoais no processo de construção das identidades individuais. Andréia citou o que afirma Cavalleiro: “A escola e a família, desempenham um papel importante na formação do sujeito, pois são essas instituições que lhes apresentam o mundo social. As primeiras formas de socialização do indivíduo se dão a partir do universo escolar, ou seja, no contato com outras crianças e adultos que não pertencem ao seu grupo familiar e social. Essa fase que se estende até os sete anos de idade define alguns aspectos da personalidade e da identidade da criança” (CAVALLEIRO, 2010). Nesse processo, a família e a escola concordam e discordam de certas visões e valores sociais. E essas possíveis discordâncias se dão pelo processo de aprendizagem do sujeito e não criam conflitos significativos no ambiente familiar e escolar. A escola deve organizar e aproximar os diferentes conhecimentos. A maneira como o mundo vai se significando pelo individuo não apenas o situa na vida social, mas também adequa elementos para a construção de sua identidade. Esses elementos estão ligados á forma de como o sujeito identifica o seu próprio corpo reconhece como parte da sociedade. Desta forma, a identidade se forma na ação do reconhecer-se e ser reconhecido pelo outro. Quando a criança negra inicia o seu processo de socialização na escola, se depara com o seu “defeito de cor”, sendo muitas vezes rejeitada. A não aceitação das crianças negras se manifesta nos olhares, gestos, afetos e “brincadeiras”, assim como, nos conteúdos escolares e nas relações interpessoais. Com essa imagem corporal distorcida, a identidade da criança se constrói na vontade de ser o outro, o branco, criando representações psíquicas ligadas á morte e á dor. Ao decorrer da palestra, Andréia frisou a importância da devida conduta que os profissionais escolares devem tomar ao exercício de conscientizar os alunos sobre tais pré- conceitos que muitas vezes são oculto e ignorado pelo meio social que vivem, havendo um reforço positivo para que os estagiários planejem oficinas que possibilitam conscientiza-los sobre “Cultura Afro”. Houve também uma discussão sobre situações que estagiários já haviam presenciado no ambiente escolar. Andréia acentuou que as crianças e os adolescentes negros são oprimidos frequentemente na escola. Sendo que a instituição não tem se apresentado como um lugar de sentido, na medida em que o processo de aprendizagem exclui os saberes familiares, censurando a história das populações negras e reforça padrões de comportamento e beleza pautados nos ideias da cor branca. Neste momento fomos orientados ao um pequeno intervalo, e ao voltar, a palestra foi finalizada com uma convocação de alguns voluntários para brincar da brincadeira chamada “Terra-Mar” (Moçambique).