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Essa atitude de rejeição da guerra foi acompanhada por intelectuais europeus, alguns dos
quais perseguidos durante a Guerra. Lembro-me do caso de Romano Guardini, um padre
alemão de origem italiana que foi perseguido pelos nazis e que foi um dos precursores de um
ideal de construção europeia baseado na paz e contra a guerra. Esse ideal haveria de ser
retomado pelo papa João Paulo II, quando, referindo-se à necessidade de evitar a guerra no
Iraque, lançou o célebre grito “Guerra nunca mais!”.
Muitas coisas se passaram desde a celebração dos tratados europeus iniciais, que foram sendo
sucessivamente revistos e aprofundados, dando-se progressivamente maior relevo à dimensão
da integração política, como condição para fazer funcionar uma comunidade cada vez maior e
mais complexa.
Ao mesmo tempo que se garantiu a paz na maior parte da Europa (não nos podemos esquecer
do grande drama que foi Guerra dos Balcãs) e se garantiu a capacidade de movimentação de
fatores produtivos no espaço europeu, com destaque para a liberdade de circulação de
pessoas, muitos problemas surgiram e estão à vista de todos. A incapacidade da União
Europeia de lidar com o influxo massivo de migrantes não previstos nem desejados pôs a nu as
debilidades do projeto europeu. A isso acresce a saída do Reino Unido da União Europeia,
decidida em referendo. E convém não esquecer que outros referendos foram no passado
desfavoráveis à ideia de uma Europa unida ou, pelo menos, mais integrada.
Existe uma história de integração europeia, ou seja, uma narrativa que seja lembrada pelas
pessoas e as mobilize? É difícil responder à questão, mas é bom que pensem nela. Continuem
pois a vossa reflexão com base no que aprenderam no livro de apoio e noutros recursos a que
sejam capazes de aceder, nomeadamente na internet.