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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE


CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

A inflamação e reparação

Matos Avelino, 81221103


:

Nampula, Setembro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM NUTRIÇÃO

A inflamação e reparação

Matos Avelino, 81221103 Trabalho de Campo da disciplina de Patologia Ia


ser submetido na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Nutrição do 2º ano, da
UnISCED, leccionado pelo docente:

Tutor:

Nampula, Setembro de 2023


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Índice
1. Introdução..................................................................................................................4

1.1. Objectivos...............................................................................................................5

1.2. Metodologia............................................................................................................5

2. A inflamação e reparação...........................................................................................6

2.1. Conceitos básicos...................................................................................................6

2.2. Factores nutricionais influenciam o processo inflamatório....................................6

2.3. Factores nutricionais influenciam reparação dos tecidos.......................................7

2.3.1. Nutrição e cicatrização de feridas.......................................................................8

2.4. Fatores que Podem Otimizar a Cicatrização..........................................................9

3. Conclusão...................................................................................................................9

4. Bibliografia..............................................................................................................11

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1. Introdução
A reacção, ou processo inflamatório (inflamação, do Latim, inflammo, pp. - atus, de in, em +
flamma, chama), é desencadeada nos tecidos vascularizados sempre que há dano celular, e
está intimamente associada com o processo de reparo tecidual. Usualmente os agentes
flogógenos desencadeadores de lesão celular promovem os fenômenos irritativos nos tecidos,
por meio da liberação, nos mesmos, de moléculas sinalizadoras de agressão (alarminas),
provenientes do agente flogógeno e próprias do tecido, que, por seu lado, levam ao
surgimento dos fenômenos alterativos, que, em sentido amplo, compreendem as alterações
teciduais vasculares e exsudativas (fenômenos vasculares e exsudativos), as degenerações e as
necroses, e os fenômenos produtivos, resolutivos e reparativos.

Em determinadas condições a reação inflamatória pode intensificar os danos teciduais,


deixando sequelas, ou levar à morte, pelo grave comprometimento da função de órgãos vitais
(encéfalo, coração, pulmões, rins) ou pelas repercussões sistêmicas, como o estado de choque,
caracterizado pela insuficiência circulatória sistêmica aguda em manter a pressão arterial
suficiente para a perfusão sanguínea dos órgãos vitais, levando à hipóxia generalizada.

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1.1. Objectivos
Objectivo Geral

 Conhecer a A inflamação e reparação

Objectivos Específicos

 Identificar factores nutricionais influenciam reparação dos tecidos


 Descrever factores nutricionais influenciam o processo inflamatório

1.2. Metodologia
Para a elaboração deste trabalho baseou-se nas seguintes linhas Metodológicas: Consultas
Bibliográficas; Leitura de páginas de internet; Análise dos conteúdos e a sua respectiva
selecção; Compilação dos dados; e o trabalho esta estruturado da seguinte maneira:
Introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia

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2. A inflamação e reparação

2.1. Conceitos básicos


A inflamação é uma reacção complexa a vários agentes nocivos, como os microrganismos e
células danificadas, geralmente necróticas, que consiste de respostas vasculares, migração e
activação de leucócitos e reacções sistémicas (Mendonça et al, 2013).

A inflamação deve ser entendida como uma série de interacções moleculares, como ocorre em
outros processos biológicos.

A inflamação é uma resposta à infecção ou lesão tecidual que ocorre para erradicar
microrganismos ou agentes irritantes e para potenciar a reparação tecidual. Quando activada
de forma excessiva ou persistente, a inflamação pode causar o comprometimento de órgãos e
sistemas, levando à descompensação, disfunção orgânica e morte. Actualmente, é reconhecido
que a inflamação está implicada em diversas doenças, infecciosas ou não, destacando doenças
causadas por protozoários e bactérias, a osteoartrite, doenças do sistema cardiovascular,
neuropatias, doenças pulmonares, esclerose múltipla e câncer, os quais geram, todos os anos,
elevado custo aos sistemas de saúde do país.

2.2. Factores nutricionais influenciam o processo inflamatório


Alguns factores podem causar complicações e retardamento no processo cicatricial,
contribuindo para que este não evolua de maneira fisiologicamente correta (Dealey, 2001).

Dentre os diversos factores que prejudicam a cicatrização, a hemorragia é um factor que causa
complicações e comprometimento na ferida. Ocorre principalmente em feridas cirúrgicas,
sendo indicativo de “sutura cirúrgica malfeita, coágulo deslocado, infecção ou erosão de vaso
sanguíneo por corpo estranho” (Dealey, 2001; Potter, Perry, 2005, p.58).

Outro factor, também prejudicial para as feridas, é a infecção. Uma ferida infectada evidencia
drenagem de secreção purulenta, sendo esta confirmada através técnica de cultura e
apresentando um resultado de 105 por grama de tecido. Também é comum a presença de
febre, dor no local da ferida e elevada contagem de leucócitos. As feridas que apresentam
tecido morto ou necrosado, corpos estranhos e diminuição do suprimento sanguíneo estão
propensas à infecção local (Potter & Perry, 2005).

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“A presença de infecção prolonga a fase inflamatória do processo cicatricial, provoca
destruição tecidual, retarda a síntese do colágeno e impede a epitelização” (Dantas, Jorge,
2005, p.60).

O estado nutricional adequado favorece a cicatrização bem-sucedida, sendo que uma


deficiência nutricional o prejudica e afeta todas as fases do processo. Vários nutrientes estão
envolvidos e participam da cicatrização. Dentre eles, os mais importantes são as proteínas,
calorias, zinco, líquidos, vitaminas (Potter & Perry, 2005).

O tabagismo oferece riscos à cicatrização de feridas, pois o fumo age como inibidor do apetite
levando ao risco de desnutrição. Também ocorre a deficiência das vitaminas B1, B6, B12 e C
e de minerais pelo consumo de substâncias tóxicas. Além destes, estão associados ao
tabagismo a redução da hemoglobina, reduzindo com isso a oxigenação tecidual,
hipercoagulação devido ao aumento da agregação plaquetária e deficiência na liberação de
oxigénio para os tecidos.

Com o envelhecimento a cicatrização poderá ter dificuldades para ocorrer de forma


fisiológica. Com o aumento da idade ocorrerá “uma série de alterações nutricionais,
metabólicas, vasculares e imunológicas (...)” (Potter, Perry, 2005, p.61). Com isso existirá
uma diminuição da resposta inflamatória, da síntese de colágeno e neo-angiogênes, bem como
uma fragilidade capilar (Dantas & Jorge, 2005).

2.3. Factores nutricionais influenciam reparação dos tecidos


Segundo Pimenta (2013), reparo tecidual é um processo complexo que envolve a interacção
de diversos tipos celulares que são activados por uma vasta gama de mediadores químicos,
componentes da matriz extracelular, microorganismos e alterações físicas químicas no
microambiente da lesão e das áreas adjacentes. E uma condição indispensável a vida é a
capacidade de reparar e restaurar, de forma efectiva a função dos tecidos lesados o perdidos.
O processo de cicatrização visa essencialmente a recuperação das propriedades da pele, de
forma a diminuir a morbidade e mortalidade associadas, através de um conjunto de
mecanismos fisiológicos sincronizados e independentes.

O reparo da ferida é uma solução de continuidade dos tecidos, decorrente da lesão por agentes
mecânicos, térmicos, químicos, bacterianos, onde se da pelo esforço dos tecidos para restaurar
a função e estruturas normais da pele (Tazima; Vicente & Moriya, 2008).

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Segundo Dealey (2006), é necessário certo grau de inflamação para que o processo de
cicatrização se complete satisfatoriamente. Assim, o autor divide didaticamente o processo em
três fases: inflamatória, proliferação e remodelação.

Fase Inflamatória: Caracterizada pela homeostase, coagulação, activação da resposta imune


local, fagocitose e migração celular. Os nutrientes importantes nesse momento são proteínas,
aminoácidos, vitamina E.

Fase de Proliferação: Ocorre intenso desenvolvimento de células epiteliais e fibroblastos,


responsáveis pela produção de colágeno. Os nutrientes importantes nesse são proteínas,
aminoácidos, vitamina C, ferro, zinco.

Fase de Remodelação: Processo de maturação e estabilização da síntese e degradação do


colágeno. Os nutrientes importantes nesse momento são proteínas, aminoácidos, carboidratos
e lipídios, vitamina A, C e E, zinco e cobre

2.3.1. Nutrição e cicatrização de feridas


Nutrição é a acção e o efeito de nutrir, aumentando no corpo substâncias animais e vegetais
por meio do alimento, reparando as partes que são perdidas nas acções catabólicas do
organismo (Verdú & Perdomo, 2011).

Um dos aspectos mais negligenciados do cuidado à ferida é a nutrição. A nutrição é


primordial no paciente criticamente doente ou paciente com feridas, quer as feridas sejam
agudas ou crônicas (Morton et al.,2007, p.1232).

Ainda segundo autor, para curar adequadamente uma ferida o organismo precisa de
carboidratos, lipídios, proteína, minerais, calorias, vitaminas e hidratação adequados.

De acordo com Junior (2000), a nutrição é tida como um factor preponderante em todo o
processo de cicatrização de feridas. Muitos nutrientes estão envolvidos na formação de novos
tecidos, na supressão da oxidação e na melhoria da cicatrização. Podendo influenciar em
qualquer uma das fases do processo de cicatrização, sendo que a terapia nutricional adequada
auxilia também na imunocompetência diminuindo o risco de infecção.

No que se refere a prevenção de doenças a nutrição entra em destaque, desde a conservação


da saúde e a promoção de resistência a infecções, que se origina de um organismo bem
alimentado e bem nutrido (Santos, 2004).
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A nutrição inadequada submete o individuo a um risco maior de desenvolver feridas ou de
retardar o processo de cicatrização das lesões existentes (Irion, 2005).

2.4. Fatores que Podem Otimizar a Cicatrização


Alguns agentes são importantes no processo de cicatrização e atuam no reparo tecidual. Os
fatores de crescimento,

(...) são substâncias biologicamente activas que surgem na etapa


macrofagica da fase inflamatória do processo cicatricial. São definidos
como polipeptídeos produzidos pelas células com a finalidade de
transmitir mensagens intercelulares (Dantas, Jorge, 2005, p.61.)
Os factores de crescimento (FC) atuam como mediadores da cicatrização funcionando como
estimulantes de células como plaquetas, macrófagos, células endoteliais e os fibroblastos
(Dantas, Jorge, 2005).

Vários factores estão envolvidos na cicatrização entre eles o factor de crescimento derivado
de plaquetas (PDGF), o factor de crescimento fibroblástico (FGF), o factor de crescimento
epidérmico (EGF), o factor transformado beta (TGF-β) e o factor de crescimento semelhante à
insulina (IGF) (Dealey, 2001).

O factor de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) é importante na cicatrização, pois


estimula o crescimento celular, a quimiotaxia e a produção de matriz extracelular. É um
agente mitogênico, quimiotáxico para fibroblastos, estimula contracção do colágeno e
remodelação da ferida. O factor de crescimento fibroblástico (FGF) é um peptídeo, sendo
encontrado em várias células e tecidos. Sua acção está relacionada com a angiogênese, sendo
estimulador de células endoteliais e também induzindo a proliferação de células epiteliais e de
fibroblastos. Atua também na fase da granulação estimulando a proliferação e migração de
células.

3. Conclusão
Concluis e que reparo tecidual é um processo complexo que envolve a interacção de diversos
tipos celulares que são activados por uma vasta gama de mediadores químicos, componentes
da matriz extracelular, microorganismos e alterações físicas químicas no microambiente da
lesão e das áreas adjacentes.
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E uma condição indispensável a vida é a capacidade de reparar e restaurar, de forma efectiva a
função dos tecidos lesados o perdidos. O processo de cicatrização visa essencialmente a
recuperação das propriedades da pele, de forma a diminuir a morbidade e mortalidade
associadas, através de um conjunto de mecanismos fisiológicos sincronizados e
independentes.

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4. Bibliografia
DANTAS, S. R. P. & JORGE, S. A. (2005). Abordagem Multiprofissional do Tratamento de
Feridas. São Paulo: Editora Atheneu.

DEALEY, C. Cuidando de Feridas: Um guia para enfermeiras. (2.ed.) São Paulo: Atheneu,
2001.

Júnior JCM. (2000). Desnutrição e Cicatrização de Feridas: Nutrição oral, enteral e


parenteral na prática clínica. (3ª ed (. 2 vol. São Paulo:Editora Atheneu.

MENDONÇA, S. N. et al. () Food preferences of middle aged and elderly subjects in a


Brazilian city. J. Nutr. Health Aging, Paris,.

PIMENTA, L. (2013). Avaliação dos factores de crescimento endotelial vascular VEGF e de


seus principais receptores VEGFR-1 e -2 no processo de cicatrização..

SANTOS. Tania Esther Herc Holme. Nutrição em Enfermagem. São Paulo: Editora Tecmedd,
2004.

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