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INSTITUTO DE CIENCIAS DE SAUDE TENHA

ESPERANCA
delegaÇÃo de cuamba

Curso- Enfermagem de Saúde Materno Infantil

INFLAMAÇÃO E REPARAÇÃO
CELULAR
Docente:
Dr Sebastião Margarida
• Médico de Clinica Geral
• Mestrando em D.E.O.S
1
06/16/2020
Sumário
No final da aula o estudante deverá ser capaz de:

 Definir a inflamação
 Conhecer os mecanismos envolvidos na inflamação
 Classificar os processos da inflamação
 Conhecer os Factores que modificam a reação
inflamatória
 Conhecer os mecanismos de Reparação celular

06/16/2020 Dr Sebastião Margarida, MD 2


Conceito
Inflamação
 É um conjunto de alterações que ocorre em sequencia;
reação de um tecido do corpo a uma injúria onde
apresenta características de edema, rubor, rubor, dor e
perda de função.

06/16/2020 Dr Sebastião Margarida, MD 3


Cornelius Celsius, Antiga Roma, Sec. I DC

A febre é a manifestação sistémica mais importante da inflamação


Considerações gerais
Considerações gerais

lesão

lesão
Sem a inflamação

lesados
infectadas
Considerações gerais
Considerações gerais
Considerações gerais

A inflamação é terminada quando o agente aggressor


é eliminado
Classificação
Mediadores Químicos e seus Efeitos

Vasodilatacao Quimiotaxia dos neutrófilos


Histamina (mastocitos, basófilos, plaquetas) C5a
Prostaglandinas (membranas celulares) Leucotrienos
Óxido nítrico (endotelio macrófagos) Componentes bacterianos
 
 
Aumento da permeabilidade vascular
Histamina Febre
C3a, C5a (plasma) IL-1
Bradiquinina (plasma) FNT
Leucotrienos (membranas celulares) Prostaglandinas
PAF (endotelio)  
Óxido nítrico (endotelio, macrófagos)
  Dor
Prostaglandinas
Aderencia dos neutrófilos ao endotélio Bradiquinina
IL-1 (linfocitos, monocitos)  
FNT (linfocitos, monocitos) Necrose tissular
PAF Enzimas lisosomales neutrófilos
Leucotrienos
C5a Radicales libre neutrófilos
1. Inflamação serosa-
• Líquido claro, aquoso, sem fibrina do soro sanguíneo,
secreção de células mesoteliais Ex: Flíctenas, quiemaduras,
derrame pleural na tuberculose

2. Inflamação fibrinosa:
• Exsudaçao de proteínas plasmáticas
Ex: Pericardite em pão com manteiga- evolucao, Resolução ou organização
(tecido conjuntivo vascularizado com aderencia)
3. Inflamação supurativa ou purulenta
• Ex:Apendicite Aguda, Abcesso tubo-ovárico

• Pús – polimorfonucleares e bacterias vivas ou mortas (piocitos)

• Abcesso- colecção localizada de pus num tecido, orgão ou espaço confinado

• Fleimão- colecção de pus não encapsulado ou seja difuso

• Empiema- pús na cavidade pleural ou peritoneal


4. Inflamação hemorrágica: dano severo

5. Inflamação catarral: Ex resfriado, muco

6. Úlcera: defeito local ou escavação da superfície de um orgão ou tecido, sendo produzido


pela eliminação do tecido necrótico inflamatório
• EX: boca, genitais, intestino, membros inferiores por por problemas circulatorios-varizes,
diabetes, flebites, infeccoes tropicais)
Inflamação crônica
• A inflamação crônica pode ser conceituada como a soma das reações
do organismo em conseqüência da persistência do agente agressor,
que não é eliminado pelos mecanismos da inflamação aguda. É a
reação tecidual caracterizada pelo aumento dos graus de celularidade
e de outros elementos teciduais, diante da permanência do agente
agressor.
Inflamação crônica
Inflamação crônica
• As características mais marcantes da inflamação crônica são o
• predomínio de células mononucleares (linfócitos, macrófagos,
plasmócitos) e a proliferação de fibroblastos e de vasos.

• Além disso, neste tipo de processo inflamatório, podem estar


presentes as células epitelióides e células gigantes multinucleadas,
que são modificações morfofuncionais sofridas pelos macrófagos
através da ação de mediadores químicos específicos.
Morte Celular

REPARAÇÃO

REGENERAÇÃO CICATRIZAÇÃO

Processo pelo qual, as Processo em que as


células que morreram, células lesadas não são
devido à agressão, são substituídas por células
substituídas pelas parenquimatosas,mas
células do parênquima por tecido fibroso,
do mesmo órgão cicatriz
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Cura por Reparo, Formação de Cicatriz e
Fibrose
• Quando a lesão ao tecido é grave ou crônica e resulta em lesão das
células parenquimatosas e do arcabouço de estroma, a cura não pode
ser efetuada por regeneração. Sob estas condições, o principal
processo de cura ocorre por deposição de colágeno e outros
elementos da MEC, promovendo a formação de uma cicatriz.

• Ao contrário da regeneração, que envolve a restituição dos


componentes teciduais, o reparo é uma resposta fibroproliferativa
que “remenda”, em vez de restaurar o tecido.
Cicatrização das feridas
O reparo pela deposição de tecido conjuntivo inclui as seguintes
características básicas:
• Inflamação.
• Angiogênese.
• Migração e proliferação de fibroblastos.
• Formação de cicatriz.
• Remodelamento do tecido conjuntivo.
Cicatrização das feridas
Angiogênese
• É um processo fundamental que afeta reações fisiológicas (p. ex., cura
de feridas, regeneração, vascularização de tecidos isquêmicos e
menstruação) e processos patológicos, como o desenvolvimento de
tumores e metástase, retinopatia diabética e inflamação crônica.

• Em adultos, a formação de vasos sanguíneos, conhecida como


angiogênese ou neovascularização, envolve a ramificação e extensão
de vasos preexistentes, mas pode ocorrer também por recrutamento
de células progenitoras endoteliais (EPC) da medula óssea
Cicatrização das feridas
Migração e proliferação de fibroblastos
• Essas fases se sobrepõem e sua separação é arbitrária, porém ajudam a
entender a sequência de eventos que ocorrem na cura de feridas na pele.
• A lesão inicial provoca adesão e agregação das plaquetas, formando um
coágulo na superfície da ferida, levando à inflamação.
• Na fase proliferativa, há a formação do tecido de granulação,
proliferação e migração de células do tecido conjuntivo e reepitelização
da superfície da ferida.
• A maturação envolve a deposição de MEC, o remodelamento do tecido e
a contração da ferida.
Cicatrização das feridas
Formação da Cicatriz
• O infiltrado leucocitário, o edema e o aumento da vascularização desaparecem, em grande
parte, durante a segunda semana. Inicia-se o empalidecimento, devido ao aumento do acúmulo
de colágeno na área da ferida e a regressão dos canais vasculares.
• Finalmente, o arcabouço de tecido de granulação original é convertido em uma cicatriz avascular
e Remodelamento do tecido ( cicatriz torna-se lisa)

Contração da Ferida
• A contração da ferida ocorre geralmente em grandes feridas de superfície.
• A contração ajuda a fechar a ferida diminuindo a lacuna entre suas margens dérmicas e
reduzindo a área de superfície da ferida. Portanto, esta é uma característica importante na cura
por união secundária. As etapas iniciais da contração da ferida envolvem a formação, na margem
da ferida, de uma rede de miofibroblastos que expressam α-actina de músculo liso e vimentina
NB-A deposição de colágeno é parte do processo normal de cura.
Entretanto, o termo fibrose é usado mais amplamente para denotar a
deposição excessiva de colágeno e outros componentes da MEC em um
tecido. Conforme já mencionado, os termos cicatriz e fibrose são
usados alternadamente, mas fibrose indica, mais frequentemente, a
deposição de colágeno em doenças crônicas.
FACTORES QUE INFLUENCIAM A CURA DE FERIDAS
Factores sistêmicos:
• Estado nutricional (deficiência de proteína, vitamina C) inibem a síntese de colágeno e retardam a cicatrização.
• Estado metabólico (DMestá associado ao atraso da cicatrização como consequência de microangiopatia)
• Suprimento sanguíneo inadequado :arterioesclerose ou por anomalias venosas (p. ex., veias varicosas) que
retardam a drenagem venosa, também compromete a cura.
• Hormônios (glicocorticoides, possuem efeitos anti-inflamatórios)

Factores locais:
• Infecção da ferida
• Factores mecânicos
• Corpos estranhos
• Tamanho, localização e o tipo de ferida

NB-As feridas em áreas ricamente vascularizadas, como a face, cicatrizam mais rapidamente do que aquelas
situadas em áreas mal vascularizadas, como o pé. Conforme discutido anteriormente, as pequenas lesões incisionais
cicatrizam mais rápido e com menor formação de cicatriz do que as grandes feridas excisionais ou feridas causadas
por traumatismo penetrante.
Complicações na cura de feridas
• As complicações na cura de feridas podem surgir de anormalidades
em qualquer um dos componentes básicos do processo de reparo.

Essas aberrações podem ser agrupadas em três categorias gerais:


• Formação deficiente da cicatriz,
• Formação excessiva dos componentes do reparo
• Formação de contraturas.
Complicações na cura de feridas
• A formação inadequada do tecido de granulação ou a organização da cicatriz
pode levar a dois tipos de complicações: deiscência da ferida e ulceração. A
deiscência ou ruptura de uma ferida é mais comum após cirurgia de abdome,
sendo devida a um aumento da pressão abdominal. Vômitos, tosse ou íleo
podem produzir um estresse mecânico sobre a ferida abdominal. As feridas
podem ulcerar em consequência de uma vascularização inadequada durante
a cura. Por exemplo, as feridas nos membros inferiores de indivíduos com
doença vascular periférica aterosclerótica tipicamente ulceram
• Feridas que não cicatrizam também se formam em áreas destituídas de
sensação. Ocasionalmente, essas úlceras neuropáticas são observadas em
pacientes com neuropatia periférica diabética
Complicações na cura de feridas
• A formação excessiva dos componentes do processo de reparo pode
originar cicatrizes hipertróficas e queloides.
• O acúmulo de quantidades excessivas de colágeno pode gerar uma cicatriz
saliente conhecida como cicatriz hipertrófica; quando a cicatriz cresce
além das margens da ferida original, sem regredir, é chamada de queloide
• A formação de queloide parece ser uma predisposição individual e, por
motivos desconhecidos, essa aberração é um pouco mais comum em
negros. Geralmente, as cicatrizes hipertróficas se desenvolvem após lesão
traumática ou térmica, envolvendo as camadas mais profundas da derme.
O colágeno é produzido pelos miofibroblastos, que persistem na lesão
através da produção autócrina de TGF-β e do estabelecimento de adesões
focais.

Queloide
Complicações na cura de feridas
• A contração no tamanho de uma ferida constitui uma parte
importante do processo normal de cicatrização. Um exagero desse
processo origina a contratura e resulta em deformidades da ferida e
dos tecidos circundantes.
• As contraturas são particularmente propensas a desenvolver-se nas
palmas das mãos, plantas dos pés e face anterior do tórax.
• As contraturas são comumente observadas após queimaduras graves
e podem comprometer o movimento das articulações
CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO
É o exemplo de uma ferida limpa, uma incisão limpa, em que as bordas
estão aproximadas, onde existe pouca perda de tecido e existe pouco
ou nenhum exsudato e dura poucos dias.
CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO
• É aquela que ocorre quando a ferida permanece aberta, onde existe
uma perda significante de tecido e onde as fases de cicatrização são
bastante marcadas, com a resposta inflamatória bastante evidente.
Há uma maior necessidade de tecido de granulação, com epitelização
visível e necessidade de um grande processo de contração da ferida.
• Com duração mais longa semanas ou meses
Referências bibliográficas
• Robbins e Cotran. Robbins & Cotran PATOLOGIA-Bases
Patológicas das Doenças, 8ª Edição. Elsevier 2010

• http://www.ebah.com.br/user/AAAABGJ58AD/sebas
tiao-margarida

• https://www.slideshare.net/sebitozandamela

06/16/2020 Dr Sebastião Margarida, MD 88


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