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TÉTANO
Zinaida Munir
Angoche, Dezembro
2023
Instituto De Gestão De Ciências De Saúde
(IGCS)
Turma: P4
Zinaida Munir
TÉTANO
Angoche, Dezembro
2023
Índice
1. Introdução .............................................................................................................. 4
2. Tétano .................................................................................................................... 5
3. Historial do Surgimento do Tétano ....................................................................... 5
4. Epidemiologia do Tétano no Mundo ..................................................................... 5
5. Período de Incubação............................................................................................. 6
Sinais e sintomas ........................................................................................................... 6
6. Fisiopatologia do Tétano ....................................................................................... 7
7. Grupos Suscetíveis ................................................................................................ 7
8. Transmissão ........................................................................................................... 8
9. Classificação do Tétano ......................................................................................... 8
9.1. Tétano Acidental ................................................................................................ 8
9.1.1. Agente etiológico ........................................................................................... 8
9.1.2. Reservatório ................................................................................................... 8
9.1.3. Manifestações Clinicas ................................................................................... 8
9.1.4. Diagnostico..................................................................................................... 9
9.1.5. Tratamento ..................................................................................................... 9
9.1.6. Transmissão .................................................................................................. 10
9.1.7. Prevenção ..................................................................................................... 10
9.2. Tétano Neonatal ............................................................................................... 10
9.2.1. Agente Etiológico ......................................................................................... 10
9.2.2. Reservatório ................................................................................................. 10
9.2.3. Transmissão .................................................................................................. 11
9.2.4. Manifestações clinicas.................................................................................. 11
9.2.5. Diagnostico................................................................................................... 11
9.2.6. Tratamento ................................................................................................... 11
9.2.7. Medidas de Controlo e prevenção ................................................................ 12
10. Conclusão......................................................................................................... 13
11. Referencias Bibliográficas ............................................................................... 14
1. Introdução
No presente trabalho estaremos aboradando acerca do Tétano que e uma doença
infeciosa, neurológica aguda, causada pela exotoxina (toxina) do bacilo do tétano
(Clostridium tetani), o qual cresce em tecidos mortos na ausência de oxigênio, como por
exemplo, em feridas profundas e sujas, ou no coto do cordão umbilical do bebé, que foi
registada primeiramente por Hipócrates, que escreve no século V a.C., dando inúmeras
descrições clínicas da doença. Contudo a sua causa foi descoberta somente em 1884, por
Carle e Rattone. A primeira imunização passiva contra a doença foi implementada durante
a Primeira Guerra Mundial, hoje em todo o mundo, estima-se que o tétano provoca mais
de 200.000 mortes por ano, em especial entre os recém-nascidos e as crianças pequenas,
mas a doença é tão raramente notificada, o que faz com que as estimativas sejam
aproximadas, A realização do pré-natal é extremamente importante para prevenir o tétano
neonatal. É quando se inicia o estabelecimento de um vínculo entre a usuária e a unidade
de saúde, onde serão realizadas as ações de vacinação (atualização ou início do esquema
vacinal), promoção do parto asséptico, da ama- mentação, do planejamento familiar e dos
cuidados de higiene com o recém-nascido, em especial do coto umbilical.
2. Tétano
O Tétano é uma doença infeciosa, neurológica aguda, causada pela exotoxina
(toxina) do bacilo do tétano (Clostridium tetani), o qual cresce em tecidos mortos na
ausência de oxigênio, como por exemplo, em feridas profundas e sujas, ou no coto do
cordão umbilical do bebé. O bacilo forma esporos que podem sobreviver no ambiente,
particularmente na superfície de metais enferrujados. A toxina que produzem, intoxica os
nervos que controlam os músculos e causa rigidez.
Durante muitos anos o antídoto era feito por injeção de toxina em cavalos, e o seu
soro rico em anticorpos antitoxina era administrado aos doentes. Contudo este processo
gerava reações imunitárias contra os anticorpos do cavalo, um problema denominado de
doença do soro. Por essa razão, cada pessoa só podia receber antídoto uma vez na vida,
pois a reação do seu sistema imunitário contra o anticorpo de cavalo era quase sempre
fatal à segunda aplicação do soro.
Nos EUA, foram notificados em média 29 casos por ano entre 2001 e 2008, e 197 casos
de tétano e 16 mortes foram notificados de 2009 a 2015 e os níveis de imunidade tendem
a ser menores nas faixas etárias mais avançadas
A distribuição etária dos casos foi de 25% entre as pessoas ≥ 65 anos, 63% entre as
pessoas dos 20 aos 64 anos e 12% entre as pessoas <20 anos, incluindo 2 casos de tétano
neonatal; todas as mortes relacionadas com o tétano ocorreram em pessoas> 55 anos.
Cerca de 30% dos casos são fatais no Brasil e em Portugal, causados geralmente por
asfixia devido aos espasmos contínuos do diafragma. A maioria das mortes ocorre entre
crianças menores de cinco anos e idosos na área urbana. É mais comum em homens (62%
dos casos). Em países da África a mortalidade pode chegar a 60%.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que ocorreram 15.516 casos em todo
o mundo de tétano em 2005. O número estimado é de 290.000 mortes entre 2000 e 2003.
A maioria destes casos ocorreu entre recém-nascidos (tétano neonatal).
5. Período de Incubação
O período de incubação vária de 2 a 50 dias (média de 5 a 10 dias).
Sinais e sintomas
Contratura da mandíbula (mais frequente)
Dificuldade para engolir
Agitação
Irritabilidade
Rigidez de pescoço, braços, ou pernas
Cefaleia
Faringite
Espasmos tônicos
Em seguida, o paciente tem dificuldade para abrir a mandíbula (trismo).
Trismus (dificuldade de abrir a boca);
Risus sardonicus (riso causado pelo espasmo dos músculos em volta da boca);
Dificuldade de deglutição;
Rigidez muscular do abdômen;
Contração de músculos dos braços e pernas;
Opistotóno, (espasmo tetânico em que se recurvam para trás a cabeça e os
calcanhares, arqueando-se para diante o resto do corpo);
Insuficiência respiratória
6. Fisiopatologia do Tétano
Esporos de C. tetani geralmente penetram nas feridas contaminadas. As manifestações do
tétanosão causadas por uma exotoxina (tetanospasmina) produzida quando as bactérias
são lizadas.
7. Grupos Suscetíveis
Animais de fazenda como equinos, bovinos, cabras e ovelhas são mais suscetíveis
à doença que humanos.
Pacientes com queimaduras, ferimentos cirúrgicos, ou história de abuso de drogas
injetáveis são especialmente propensos a desenvolver tétano.
Porém, o tétano pode se seguir a ferimentos triviais ou até mesmo inaparentes. A
infecção também pode comprometer o útero depois do parto (tétano materno) e o
coto umbilical do recém-nascido (tétano neonatal) como resultado de um parto e
um cuidado com o coto umbilical sem a higiene necessária.
Diabetes e história de imunossupressão podem ser fatores de risco de tétano.
O tétano no recém-nascido muitas vezes é generalizado e fatal. Inicia-se com
frequência no coto do cordão umbilical impropriamente limpo, em crianças
nascidas de mães imunizadas de forma inadequada. Seu início durante as
primeiras 2 semanas de vida é caracterizado por rigidez, espasmos e diminuição
da alimentação. Surdez bilateral pode ocorrer em recém- nascidos sobreviventes.
8. Transmissão
A transmissão pode acorrer através da:
Faca, lâmina ou outro instrumento usado para cortar o cordão umbilical, se estiver
suja.
Fezes ou cinza são quando usadas para esfregar no cordão umbilical, ou se a areia
entrar no cordão umbilical do bebé.
Das mãos da pessoa que fizer o parto, se estas não estiverem limpas. Os esporos
podem estar presentes tanto em solos contaminados por fezes, como na pele,
instrumentos, substâncias pouco higiénicas utilizados para cortar ou cobrir o
cordão umbilical dando lugar a transmissão neonatal também chamado de “mal
de sete dias”.
9. Classificação do Tétano
9.1.Tétano Acidental
Doença infeciosa aguda não contagiosa, prevenível por vacina, causada pela ação
de exotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani (C. tetani), que provocam um estado de
hiperexcitabilidade do sistema nervoso central.
9.1.2. Reservatório
O C. tetani é normalmente encontrado na natureza, sob a forma de esporo,
podendo ser identificado em pele, fezes, terra, galhos, arbustos, águas putrefatas, poeira
das ruas, trato intestinal dos animais (especialmente do cavalo e do homem, sem causar
doença).
9.1.4. Diagnostico
É essencialmente clínico e não depende de confirmação laboratorial (vide
Manifestações clínicas). Os exames laboratoriais auxiliam no tratamento do paciente e no
controle das complicações. O hemograma habitualmente é normal, exceto quando há
infeção secundária associada. As transaminases e a ureia podem se elevar nas formas
graves. Nos casos de insuficiência respiratória, é importante realizar gasometria e
dosagem de eletrólitos. As radiografias de tórax e da coluna vertebral devem ser
realizadas para o diagnóstico de infeções pulmonares e fraturas de vértebras. As culturas
de sangue, de secreções e de urina são indicadas apenas nos casos de infeção secundária.
9.1.5. Tratamento
A hospitalização deverá ser imediata, preferencialmente em unidade de terapia intensiva
(UTI), onde existe suporte técnico necessário ao seu manejo e suas complicações, com
consequente redução das sequelas e da letalidade. No caso de indisponibilidade de leitos
de UTI, ou mesmo de unidades semiintensivas, a internação deve ocorrer em unidade
assistencial, em quarto individual, com mínimo de ruído, de luminosidade, e temperatura
estável e agradável. Por não se tratar de uma doença contagiosa, devem ser adotadas
apenas medidas de precaução padrão.
Sedação do paciente;
Neutralização da toxina tetânica;
desbridamento do foco infeccioso para eliminação do C. tetani;
antibioticoterapia; e
Medidas gerais de suporte.
9.1.6. Transmissão
A infeção ocorre pela introdução de esporos em solução de continuidade da pele e
mucosas (feri- mentos superficiais ou profundos de qualquer natureza). Em condições
favoráveis de anaerobiose, os esporos se transformam em formas vegetativas, que são
responsáveis pela produção de toxinas – tetanolisina e tetanopasmina. A presença de
tecidos desvitalizados, corpos estranhos, isquemia e infeção contribuem para diminuir o
potencial de oxirredução e, assim, estabelecer as condições favoráveis ao
desenvolvimento do bacilo.
9.1.7. Prevenção
A principal medida de prevenção contra do tétano acidental é a vacinação dos
suscetíveis na rotina das unidades básicas de saúde em todo o país, sendo preconizada no
Calendário Básico de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) a vacina
penta. Esta vacina oferece proteção contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus
influenza tipo B e hepatite B, e é indicada para imunização ativa de crianças a partir de 2
meses de idade, em esquema de 3 doses, com intervalo de 60 dias entre as doses,
indicando-se um reforço de 12 a 15 meses com a vacina DTP; um segundo reforço é
preconizado aos 4 anos de idade. A partir dessa idade, um reforço a cada 10 anos após a
última dose administrada com a vacina dupla adulto (dT) contra a difteria e o tétano.
9.2.Tétano Neonatal
Doença infeciosa aguda, grave, não contagiosa, que acomete o recém-nascido nos
primeiros 28 dias de vida, tendo como manifestação clínica inicial a dificuldade de
sucção, irritabilidade e choro constante.
9.2.2. Reservatório
O bacilo é encontrado no trato intestinal dos animais, especialmente do homem e do
cavalo. Os esporos são encontrados no solo contaminado por fezes, na pele, na poeira, em
espinhos de arbustos e pequenos galhos de árvores, em pregos enferrujados e em
instrumentos de trabalho não esterilizados.
9.2.3. Transmissão
Por contaminação, durante a manipulação do cordão umbilical ou por meio de
procedimentos inadequados realizados no coto umbilical, quando se utilizam substâncias,
artefactos ou instrumentos contaminados com esporos.
9.2.5. Diagnostico
O diagnóstico é essencialmente clínico e não existe exame laboratorial específico para
diagnóstico do tétano. Os exames laboratoriais são realizados apenas para controle das
complicações e respetivas orientações do tratamento. O hemograma é normal, mas pode
apresentar discreta leucocitose ou linfopenia.
9.2.6. Tratamento
O recém-nascido deve ser internado em unidade de terapia intensiva (UTI) ou em
enfermaria apropriada, acompanhado por uma equipe médica e de enfermagem
experiente e treinada na assistência dessa enfermidade, o que pode reduzir as
complicações e a letalidade. A unidade ou enfermaria deve dispor de isolamento acústico,
redução da luminosidade, de ruídos e da temperatura ambiente. A atenção da enfermagem
deve ser contínua, vigilante quanto às emergências respiratórias decorrentes dos
espasmos, realizando pronto atendimento com assistência ventilatória nos casos de
dispneia ou apneia.
BRAUNER, J. S. et al. Changes in severe accidental tetanus mortality in the ICU during
two decades in Brazil. Intensive Care Medicine, Berlin, v. 28, p. 930-935, 2002.
(Brasil), 1989. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, São Paulo, v. 33,
n. 6, p. 477- 484, dez. 1991.