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ESCOLA SECUNDÁRIA GERAL 25 DE SETEMBRO

11ª Classe, T/BC

Trabalho de Agro-Pecuária

DOENÇAS PROVOCADAS POR FUNGOS, BACTÉRIAS E VÍRUS


NAS PLANTAS

Discentes: Docente:
Letícia Victor Titos Reis Timóteo Ruí Bernardo
Betinha das Neves

Quelimane, Abril de 2022


Índice
I.INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4
1.1.Objectivos: .......................................................................................................................... 4
1.1.1.Geral: ................................................................................................................................ 4
1.1.2.Específicos: ...................................................................................................................... 4
II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 5
2.1. Fundamentação teórica ....................................................................................................... 5
2.1.1.Conceitos importantes ...................................................................................................... 5
2.2.Doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus nas plantas ........................................... 7
2.2.1.Doenças provocadas fungos ............................................................................................. 7
2.2.1.1. Tombamento - Pythium spp., Phytophthora spp. e Rhizoctonia solani ....................... 7
2.2.1.1.1.Controle ...................................................................................................................... 7
2.2.1.2.Murcha-de-fitóftora (requeima, podridão-de-fitóftora, pé-preto) - Phytophthora
capsici ....................................................................................................................................... 8
2.2.1.2.1.Controle ...................................................................................................................... 8
2.2.1.3.Mancha-de-cercóspora - Cercospora capsici ................................................................ 8
2.2.1.3.1.Controlo...................................................................................................................... 9
2.2.1.4.Antracnose (Colletrotrichum spp.) ................................................................................ 9
2.2.1.4.1.Controlo...................................................................................................................... 9
2.2.1.5.Oídio - Oidiopsis taurica ............................................................................................. 10
2.2.1.5.1.Controlo.................................................................................................................... 10
2.2.1.6.Mancha-aveludada - Phaeoramularia sp...................................................................... 10
2.2.1.6.1.Controlo.................................................................................................................... 10
2.2.2. Doenças provocadas bactérias ....................................................................................... 11
2.2.2.1.Murcha-bacteriana (murchadeira) - Ralstonia solanacearum ..................................... 11
2.2.2.1.1.Controlo.................................................................................................................... 11
2.2.2.2.Mancha-bacteriana (pústula-bacteriana) -Xanthomonas campestris pv. vesicatoria .. 12
2.2.2.2.1.Controlo.................................................................................................................... 12
2.2.2.3.Talo-oco (podridão-mole) - Erwinia spp..................................................................... 12
2.2.2.3.1.Controlo.................................................................................................................... 13
2.2.2.4.Galha da coroa- Rhizobium radiobacter (sin.: Agrobacterium tumefaciens). ............. 13
2.2.2.4.1.Controlo.................................................................................................................... 13
2.2.2.5.Podridão-mole-Amarílis (Hippeastrum x hybridum) Pectobacterium carotovorum
subsp........................................................................................................................................ 14
2.2.2.5.1.Controlo.................................................................................................................... 14

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2.2.3.Doenças causadas por vírus............................................................................................ 15
2.2.3.1.Cucumber mosaic vírus em Alstroméria ..................................................................... 15
2.2.3.1.1.Controlo.................................................................................................................... 15
2.2.3.2.Tobacco streak virus (TSV) ....................................................................................... 15
2.2.3.2.1.Controlo.................................................................................................................... 15
2.2.3.3.Hippestrum mosaic virus (HiMV), gênero Potyvirus.................................................. 15
2.2.3.3.1.Controlo.................................................................................................................... 15
2.2.3.4.Dasheen mosaic virus (DsMV), género Potyvirus. ..................................................... 15
2.2.3.4.1.Controlo.................................................................................................................... 15
2.2.3.5.Tomato mosaic virus (ToMV), gênero Tobamovirus.................................................. 16
2.2.3.5.1.Controlo.................................................................................................................... 16
2.2.4.Importância das doenças das plantas .............................................................................. 16
III.CONCLUSÃO ................................................................................................................... 17
IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 18

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I.INTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende-se abordar sobre as doenças provocadas por fungos,


bactérias e vírus, de saber que doenças de plantas são anormalidades provocadas
geralmente por microrganismos, como bactérias, fungos, nematóides e vírus, mas
podem ainda ser causadas por falta ou excesso de factores essenciais para o crescimento
das plantas, tais como nutrientes, água e luz. Neste caso, são também conhecidas como
distúrbios fisiológicos.

Várias são as medidas que podem ser adoptadas para evitar a ocorrência de doenças em
plantas ou mesmo reduzir seu impacto no produto comercial. A observação harmoniosa
de um conjunto de medidas de controlo, também conhecido como controle integrado,
tem como objectivo principal a redução da necessidade do uso de agro-tóxicos. Para que
as doenças sejam bem controladas é necessário que a cultura seja bem conduzida, ou
seja, que a planta não esteja sujeita a estreses provocados por factores diversos, tais
como época de plantio desfavorável, adubação desbalanceada, ferimentos nas plantas,
competição com plantas daninhas e o uso de cultivares não adaptadas ao clima.

O trabalho em questão tem como objectivo abordar sobre doenças provocadas por
fungos, bactérias e vírus nas plantas, especificamente, descrever as doenças provocadas
por fungos, bactérias e vírus nas plantas, apresentar a importância das doenças
provocadas por fungos, bactérias e vírus e identificar os microorganismos causadores
das doenças nas plantas.

1.1.Objectivos:

1.1.1.Geral:
Abordar sobre doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus nas plantas;

1.1.2.Específicos:
Descrever as doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus nas plantas;
Apresentar a importância das doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus;
Identificar os microorganismos causadores das doenças nas plantas;

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II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Fundamentação teórica


A doença é o tema central da Fitopatologia. Desde os trabalhos de De Bary, em 1853,
quando se comprovou a natureza parasitária das doenças de plantas, estabelecendo a
Fitopatologia como ciência, muitas definições e conceitos foram propostos para doenças
de plantas. Ao tentar definir doença, os fitopatologistas esbarram em algumas
dificuldades, entre elas como estabelecer os limites entre o que é normal ou sadio e o
que é anormal ou doente; como separar doença de uma simples injúria física ou
química; como separar doença de praga ou de outros factores que afectam
negativamente o desenvolvimento das plantas; como aceitar que factores do ambiente,
como falta d‟água, possam causar doença. Estas questões levam-nos a entender a
doença como um fenómeno de natureza complexa, que não tem uma definição precisa.

Doenças de plantas são anormalidades provocadas geralmente por microrganismos,


como bactérias, fungos, nematóides e vírus, mas podem ainda ser causadas por falta ou
excesso de factores essenciais para o crescimento das plantas, tais como nutrientes, água
e luz. Neste caso, são também conhecidas como distúrbios fisiológicos. Várias são as
medidas que podem ser adoptadas para evitar a ocorrência de doenças em plantas ou
mesmo reduzir seu impacto no produto comercial. A observação harmoniosa de um
conjunto de medidas de controlo, também conhecido como controle integrado, tem
como objectivo principal a redução da necessidade do uso de agro-tóxicos. Para que as
doenças sejam bem controladas é necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja,
que a planta não esteja sujeita a estreses provocados por factores diversos, tais como
época de plantio desfavorável, adubação desbalanceada, ferimentos nas plantas,
competição com plantas daninhas e o uso de cultivares não adaptadas ao clima.

Dentre estes factores, deve ser dada atenção especial ao tipo de solo e modo de
irrigação. Plantas de pimenta são muito sensíveis a solos encharcados e morrem
prematuramente por esta causa. O controlo de doenças de plantas é, mais que tudo,
„medicina preventiva‟, ou seja, a estrita observação de medidas que devem ser
adoptadas antes mesmo do plantio.

2.1.1.Conceitos importantes
Agrios, (1988): “Doença é o mal funcionamento de células e tecidos do hospedeiro que
resulta da sua contínua irritação por um agente patogénico ou factor ambiental e que

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conduz ao desenvolvimento de sintomas. Doença é uma condição envolvendo mudanças
anormais na forma, fisiologia, integridade ou comportamento da planta. Tais mudanças
podem resultar em dano parcial ou morte da planta ou de suas partes”.

Gaumann, (1946): “Doença de planta é um processo dinâmico, no qual hospedeiro e


patógeno, em íntima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, do que
resultam modificações morfológicas e fisiológicas ”.

A epidemiologia estuda o desenvolvimento de uma doença em uma população de


plantas, em função do tempo, sendo influenciado pelas condições ambientais.

Ciclo da doença: Quando uma entidade patogénica forma parte de um complexo


causal, ela está presente, de antemão, no ambiente em estado latente.

Sintomatologia é a parte da Fitopatologia que estuda os sintomas e sinais, visando a


diagnose de doenças de plantas.

Sintoma é qualquer manifestação das reacções da planta a um agente nocivo.

Sinais são estruturas do patógeno quando exteriorizadas no tecido doente.

Dano potencial se refere ao dano que pode ocorrer na ausência de medidas de controlo.
Enquanto dano Real se refere ao dano que já ocorreu ou que ainda está ocorrendo e
divide-se em dois grupos: dano indirecto e dano directo.

Danos indirectos compreendem os efeitos económicos e sociais das doenças de plantas


que estão além do impacto agronómico imediato, podendo ocasionar danos ao nível do
produtor, da comunidade rural, do consumidor, do Estado e do ambiente.

Danos directos são os que incidem na quantidade ou qualidade do produto ou, ainda, na
capacidade futura de produção, dividindo-se em dois grupos: danos primários e danos
secundários.

Danos primários são os danos de pré e pós-colheita de produtos vegetais devidos às


doenças. Esses danos podem ser na quantidade ou na qualidade do produto, factores que
tem importância variável dependendo do tipo de produto e do poder de compra dos
consumidores.

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Danos secundários são os danos na capacidade futura de produção causados pelas
doenças, sendo comuns quando o patógeno é veiculado pelo solo ou disseminado por
órgãos de propagação vegetativa de seu hospedeiro.

2.2.Doenças provocadas por fungos, bactérias e vírus nas plantas

Doença é resultante da interacção entre hospedeiro, agente causal e ambiente. Diversos


critérios, baseados no hospedeiro e/ou no agente causal, têm sido usados para classificar
doenças de plantas.

Quando o hospedeiro é tomado como referência, a classificação reúne as doenças que


ocorrem numa determinada espécie botânica. Desta forma tem-se, por exemplo, as
doenças d e feijoeiro, do tomateiro, da cana-de-açúcar, etc Esse tipo de classificação
tem um carácter eminentemente prático, pois é de interesse dos técnicos envolvidos com
cada cultura específica.

2.2.1.Doenças provocadas fungos

2.2.1.1. Tombamento - Pythium spp., Phytophthora spp. e Rhizoctonia solani


É uma doença que afecta plantas jovens e ocorre em sementeiras, em copinhos, em
bandejas ou em mudas recém-transplantadas. É provocada por fungos de solo, que
podem também estar presentes na água de irrigação. Com a crescente utilização de
bandejas contendo substratos produzidos comercialmente, este problema tem-se tornado
cada vez menor. Mudas afectadas apresentam escurecimento ou apodrecimento na base
do caule, provocando o tombamento da planta. Sob leve pressão, o topo da planta se
desprende sem que a raiz seja arrancada. A doença evolui normalmente em reboleiras.

2.2.1.1.1.Controle
 Não fazer a sementeira em solo anteriormente cultivado com solanáceas;
 Usar substrato comercial e bandejas de isopor novas ou desinfestadas com água
sanitária para a produção de mudas; no caso de se usar saquinhos para produzir
as mudas, utilizar solo esterilizado;
 Irrigar com moderação, pois os fungos envolvidos no tombamento são
favorecidos por alta humidade;
 Produzir as mudas em local ventilado, de preferência em casa de vegetação ou
telado. A bancada deve ser ripada ou telada, para permitir o escorrimento do
excesso da água de irrigação;
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 Usar água de boa qualidade para irrigação, que não tenha possibilidade de ter
sido contaminada até chegar à propriedade.

2.2.1.2.Murcha-de-fitóftora (requeima, podridão-de-fitóftora, pé-preto) -


Phytophthora capsici
É uma das principais doenças das pimentas no Brasil. Provoca maiores perdas no verão,
pois é favorecida por alta temperatura e alta humidade do solo. As plantas afectadas
apresentam murcha repentina observada inicialmente nas horas mais quentes do dia. É
comum aparecerem várias plantas murchas ao mesmo tempo, em fileiras ou em
reboleiras. Poucos dias após o murchamento inicial, a planta morre, ocasião em que
pode ser observado um escurecimento na base do caule. Sob alta humidade do ar, pode
ocorrer também a infecção de partes aéreas da planta, com manchas escuras e
amolecidas nas folhas e no caule.

2.2.1.2.1.Controle
 Usar solo ou substrato esterilizado para produzir mudas;
 Evitar plantios em períodos quentes e úmidos do ano;
 Plantar em local bem ventilado;
 Plantar em solos bem drenados, não sujeitos a encharcamento;
 Em época de chuvas, plantar em camalhões, que evitam o acúmulo de água no
pé da planta;
 Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando fornecer excesso de água à
planta;
 Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas. As cucurbitáceas
(abóbora, moranga, melancia, melão) devem ser evitadas por serem também
atacadas pelo patógeno.

2.2.1.3.Mancha-de-cercóspora - Cercospora capsici


É uma doença favorecida por temperatura acima de 25 °C e humidade do ar acima de
90%. Plantas com estrese nutricional são mais sensíveis à doença. Pode ser transmitida
pelas sementes e pelo vento. Os sintomas ocorrem principalmente nas folhas, na forma
de manchas circulares marrons, com o centro cinza claro, que às vezes pode rasgar ou se
desprender da lesão, dando um aspecto de folha furada. As manchas podem alcançar um
diâmetro superior a um centímetro. As folhas mais velhas podem amarelecer e cair em
função do ataque da doença.

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2.2.1.3.1.Controlo
 Plantar sementes de boa qualidade, adquirida de firma idónea, ou mudas
comprovadamente sadias;
 Evitar o plantio próximo a culturas velhas;
 Pulverizar preventivamente com fungicidas registados para a cultura;
 Adubar correctamente a plantação, com base em análise de solo;
 Fazer um bom manejo da irrigação, evitando aplicar excesso de água,
adoptando-se o sistema de gotejamento;
 Evitar plantios em épocas com alta intensidade de chuva, especialmente quando
a temperatura for alta;
 Eliminar os restos de cultura logo após a última colheita;
 Fazer rotação de culturas por, pelo menos, um ano.

2.2.1.4.Antracnose (Colletrotrichum spp.)


Sua importância é reconhecida quase que exclusivamente pelas lesões que provoca em
frutos, em campo ou após a colheita. É mais problemática em cultivos de verão, quando
ocorrem temperatura e humidade altas. O patógeno é disseminado por sementes
infectadas e por respingos de água de chuva ou irrigação. A doença se inicia como
pequenas áreas redondas e deprimidas, que crescem rapidamente e podem atingir todo
fruto. Sob alta humidade, o centro das lesões fica recoberto por uma camada cor-de-
rosa, formada por esporos do fungo. Os frutos atacados não caem e as lesões
permanecem firmes, a não ser que haja invasão de organismos secundários que
aceleram a sua deterioração.

2.2.1.4.1.Controlo
 Fazer o plantio menos adensado em época favorável à doença, para permitir
melhor ventilação entre as plantas;
 Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando excesso de água. A irrigação
por gotejamento, por não provocar o molhamento da parte aérea, reduz
drasticamente a-chance de aparecimento da doença;
 Pulverizar preventivamente a cultura no início de frutificação com fungicidas
registados;
 Destruir os restos culturais imediatamente após a última colheita;
 Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas.

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2.2.1.5.Oídio - Oidiopsis taurica
Ataca com maior intensidade os cultivos irrigados por gotejamento. Inicialmente, são
observadas manchas cloróticas na superfície superior das folhas. Sob condições
favoráveis à doença, estas manchas tornam-se necróticas ou com muitas pontuações
negras, com formato pouco definido. A superfície inferior da folha fica recoberta com
estruturas esbranquiçadas do fungo, podendo levar a uma clorose geral da folha.
Entretanto, pode ocorrer clorose e necrose sem que se perceba claramente o „pó branco‟,
dificultando o diagnóstico da doença. Folhas muito atacadas podem cair, e os frutos não
são atacados pela doença.

2.2.1.5.1.Controlo
 Evitar plantar nas proximidades de plantas velhas de pimentão ou tomate;
 Adubar correctamente as planta, de acordo com análise do solo;
 Fazer irrigação por aspersão, levando-se em conta que esta técnica pode
intensificar o ataque de outras doenças;
 Pulverizar preventivamente com fungicidas registados;
 Destruir os restos culturais logo após a última colheita.

2.2.1.6.Mancha-aveludada - Phaeoramularia sp.

Ocorre esporadicamente em algumas regiões do Brasil. Pode causar algum dano à


planta somente em condição de alta humidade e alta temperatura, principalmente em
locais sombreados. Os sintomas consistem inicialmente de manchas cloróticas
arredondadas na superfície superior da folha. Com o desenvolvimento da doença, na
parte inferior da folha surgem lesões acinzentadas devido à presença de esporos do
fungo. As folhas velhas são as mais atacadas e podem cair sob alta infestação. Os frutos
não apresentam sintomas desta doença.

2.2.1.6.1.Controlo
 Fazer rotação de culturas, preferencialmente com gramíneas;
 Evitar plantios em áreas pouco ventiladas;
 Não plantar próximo a cultivos velhos de pimentão;
 Adubar a planta com base em análise de solo;
 Manejar a irrigação, evitando-se excesso de água.

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2.2.2. Doenças provocadas bactérias

2.2.2.1.Murcha-bacteriana (murchadeira) - Ralstonia solanacearum


Causa perdas em pimentas somente quando a temperatura e a humidade são muito altas,
situação que é frequente em regiões Norte e Nordeste do Brasil e ainda em alguns pólos
de produção de terras baixas na Região Sudeste. A bactéria não é transmitida pela
semente, mas pode ser introduzida em um campo através de mudas infectadas, água
contaminada e solo infestado aderido a máquinas agrícolas. Plantas afectadas podem
não murchar, e apresentar apenas uma redução em crescimento. Quando murcham, os
sintomas aparecem inicialmente nas horas mais quentes do dia. As folhas novas
murcham primeiro, às vezes de um só lado da planta. O tecido exposto pelo
descascamento da base do caule de planta murcha fica amarronzado. Na maioria das
vezes, a doença só é percebida a partir do início da frutificação.

2.2.2.1.1.Controlo
 Escolher a área de plantio, que não deve ter histórico da doença em solanáceas
ou em outras hospedeiras de R. solanacearum;
 Evitar a contaminação do solo através de pessoal e máquinas que transitam por
áreas contaminadas;
 Plantar em solos com boa drenagem, não sujeitos a encharcamento;
 Plantar nas épocas menos quentes do ano;
 Não irrigar em excesso;
 Evitar ferimentos nas raízes e na base da planta;
 Arrancar, colocar em saco de plástico e retirar do campo as plantas com
sintomas iniciais de murcha, espalhando aproximadamente 100 gramas de cal
virgem na superfície da cova vazia;
 Evitar o uso de plástico preto como cobertura do solo durante o verão, porque
mantém a temperatura e a humidade do solo excessivamente elevadas.

Observação: O controlo químico não é economicamente viável. O cultivares


disponíveis não apresenta níveis satisfatórios de resistência.

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2.2.2.2.Mancha-bacteriana (pústula-bacteriana) -Xanthomonas
campestris pv. vesicatoria
É comum em locais onde prevalecem altas temperatura e humidade, como no período de
verão. Chuvas de vento seguidas de nebulosidade prolongada favorecem a
disseminação, a penetração e a multiplicação da bactéria, resultando em ataques severos
da doença. Os sintomas mais visíveis aparecem em plantas adultas. As folhas mais
velhas são as mais atacadas e apresentam lesões de formato irregular, de cor verde-
escura e com aspecto encharcado. Sob condições favoráveis à doença, as lesões formam
manchas grandes e com aspecto „melado‟ nas folhas. As folhas atacadas amarelecem e
caem, sendo esta uma das características mais marcantes da doença. A desfolha
provocada pela doença ocorre de baixo para cima. Nos frutos, a bactéria causa manchas
similares a verrugas, inicialmente esbranquiçadas e depois com os centros escurecidos.

2.2.2.2.1.Controlo
 Plantar sementes e mudas isentas do patógeno, produzidas por firmas idóneas;
 Evitar plantios em épocas quentes e sujeitas a chuvas frequentes;
 Não usar sementes provenientes de lavouras em que houve ocorrência da
doença;
 Não irrigar em excesso, principalmente por aspersão;
 Pulverizar preventivamente com fungicidas cúpricos, que também têm acção
bactericida;
 Destruir os restos culturais logo após a última colheita;
 Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas.

2.2.2.3.Talo-oco (podridão-mole) - Erwinia spp.


Causa prejuízos somente em cultivos conduzidos sob alta temperatura e alta humidade.
Nesta condição, caules e frutos com injúrias mecânicas ou provocadas por insectos,
apodrecem rapidamente. Os pontos da planta mais sensíveis ao ataque inicial da doença
são aqueles onde há um acúmulo de água, como as bifurcações do caule e a região
peduncular dos frutos. O caule afectado escurece e seca devido ao apodrecimento da
medula. Nos frutos, o ataque ocorre principalmente a partir de ferimentos causados por
insectos. Após a colheita, a bactéria pode iniciar o apodrecimento mole em frutos
contaminados externamente por ferimentos resultantes do manuseio inadequado durante
a colheita, transporte e comercialização.

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2.2.2.3.1.Controlo
 Evitar plantio em locais muito úmidos, especialmente durante o verão;
 Evitar o excesso de água na irrigação;
 Evitar ferimentos na planta durante os tratos culturais e nos frutos na colheita,
transporte e comercialização;
 Adubar correctamente a cultura, de acordo com a análise do solo. O excesso de
nitrogénio promove crescimento exagerado da folhagem, formando um ambiente
favorável à doença;
 Pulverizar com fungicidas cúpricos, principalmente quando houver ferimentos
nas plantas, como após amarrio, desbrota ou a ocorrência de granizo;
 Controlar insetos que provocam ferimentos nos frutos;
 Após a colheita, manter os frutos secos e em local bem ventilado.

2.2.2.4.Galha da coroa- Rhizobium radiobacter (sin.: Agrobacterium tumefaciens).


O principal sintoma observado é a produção de galhas na coroa ou colo, no sistema
radicular e, em alguns casos, também na parte aérea das plantas. Essas galhas têm o
aspecto de couve-flor, com diâmetro variando entre 0,5 cm e 4 cm, apresentando
consistência tenra e coloração creme-clara ou rosada quando novas. A bactéria penetra
na planta e transfere para as células do hospedeiro parte de um plasmídeo (segmento de
DNA extracromossômico), que se incorpora ao material genético da planta. Esse tipo de
infecção é denominado “colonização genética”, visto que, após a transferência do
plasmídeo da bactéria para as células do hospedeiro, não há como controlar o processo
tumorogênico: a formação de tumores continua mesmo na ausência da bactéria, em
função do desequilíbrio hormonal da planta ocasionado pelo plasmídeo bacteriano.

2.2.2.4.1.Controlo
 Quanto ao controlo, como Rhizobium radiobacter é patógeno de solo, deve-se
tomar cuidado especial com a água de irrigação, visto que ela pode veicular a
bactéria a longas distâncias.
 Por esse motivo, não é recomendado o emprego de água que tenha passado por
propriedades sabidamente infectadas por R. radiobacter.
 Também, as ferramentas utilizadas nas operações de poda e desbaste devem ser
periodicamente desinfestadas com solução aquosa de água sanitária a 10%,
amónia quaternária a 0,1% ou álcool 70%.

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 Na formação de mudas, deve-se ter atenção especial com o substrato de
enraizamento, usando material isento da bactéria ou esterilizado. Estacas e
gemas utilizadas devem ser provenientes de plantas comprovadamente sadias;
 Devem ser feitas inspecções periódicas nos viveiros, visando à eliminação de
plantas com sintomas de galhas;
 Evitar o plantio em estufas ou bandejas nas quais já tenha ocorrido a doença, a
menos que\ tais locais já tenham sido devidamente desinfestados e mesmo assim
dar preferência para variedades resistentes ou menos susceptíveis;
 Em regiões onde o solo apresentar alto potencial de inóculo, proceder à rotação
de culturas, evitando o plantio de rosa ou de outras plantas susceptíveis locais,
por um período de 3 a 5 anos.

2.2.2.5.Podridão-mole-Amarílis (Hippeastrum x hybridum) Pectobacterium


carotovorum subsp.
Inicialmente, os sintomas são observados nas folhas como pequenas áreas anasarcadas,
escuras e brilhantes. As lesões vão aumentando de tamanho, tornando-se pardacentas e
provocando a podridão do limbo. Essa podridão pode progredir e atingir as escamas
internas e externas do bulbo, causando sua decomposição parcial ou total e culminando
com a morte da planta afectada. A doença pode ocorrer tanto durante o desenvolvimento
das plantas quanto após a colheita, durante o transporte e o armazenamento.

O plantio adensado facilita o estabelecimento de microclima favorável ao


desenvolvimento da doença. Em razão da arquitectura da planta, a irrigação por
aspersão pode fazer com que as bactérias das lesões foliares sejam transportadas para o
colo da planta, além de contribuir para acúmulo de água nessa região, facilitando a
penetração das bactérias e o desenvolvimento da doença. Como a bactéria causa
também problemas no armazenamento em pós-colheita, ferimentos provocados nos
bulbos durante a colheita e o transporte, bem como armazenamento em condições não
adequadas de temperatura e aeração podem também facilitar a entrada da bactéria e
colonização dos tecidos.

2.2.2.5.1.Controlo
As medidas de controlo são preventivas como:

 Evitar a irrigação por aspersão que, como já comentado, facilita a disseminação


das bactérias;
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 Deve-se também, sempre que possível, diminuir o adensamento entre as plantas
para evitar a formação de microclima favorável ao desenvolvimento da doença;
 Restos de plantas com sintomas devem ser retirados e incinerados o mais
rapidamente possível.

2.2.3.Doenças causadas por vírus

2.2.3.1.Cucumber mosaic vírus em Alstroméria

2.2.3.1.1.Controlo
 Eliminação de plantas com sintomas;
 Utilização de material propagativo livre de vírus;
 Controle do vector (afídeo).

2.2.3.2.Tobacco streak virus (TSV)


Alstroméria (Alstroemeria sp.)

2.2.3.2.1.Controlo
 Eliminação de plantas com sintomas;
 Utilização de material propagativo livre de vírus;
 Controle do vector (tripes).

2.2.3.3.Hippestrum mosaic virus (HiMV), gênero Potyvirus


Amarílis (Hippeastrum sp.)

2.2.3.3.1.Controlo
 Eliminação de bulbos e plantas com sintomas;
 Utilização de material propagativo livre de vírus;
 Controlo do vector (afídeo).

2.2.3.4.Dasheen mosaic virus (DsMV), género Potyvirus.


Antúrio (Anthurium andraeanum).
Ocorre em diversas espécies de aráceas.

2.2.3.4.1.Controlo
 Eliminação de plantas com sintomas;
 Utilização de material propagativo livre de vírus;
 Controlo do vector (afídeo).

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2.2.3.5.Tomato mosaic virus (ToMV), gênero Tobamovirus
Beijo (Impatiens hawkeri).

2.2.3.5.1.Controlo
 Como é um vírus que se apresenta em altas concentrações nas células e é
bastante estável, deve-se realizar a desinfecção de instrumentos de poda, vasos e
solo;
 Evitar contacto de planta sadia com planta doente;
 Eliminar plantas com sintomas e utilizar material propagativo livre de vírus.

2.2.4.Importância das doenças das plantas


As doenças de plantas são importantes para o homem devido a causarem danos às
plantas e seus produtos, bem como por influenciarem directa ou indirectamente na
rentabilidade do empreendimento agrícola, como:

 Doenças de plantas podem limitar os tipos ou variedades de plantas que podem


desenvolver em determinada área geográfica, ao destruir as plantas de certas
espécies ou variedades que são muito susceptíveis a uma doença em particular.
As doenças de plantas podem também determinar o tipo de indústria agrícola e o
nível de desemprego de uma determinada zona ao influir sobre o tipo e
quantidade de produtos disponíveis para seu processamento e embalagem.
 Doenças de plantas podem tornar as plantas venenosas ao homem e animais.
Algumas doenças, como o esporão do centeio e do trigo causado pelo fungo
Claviceps purpurea, podem tornar os produtos vegetais inadequados para
consumo humano ou animal pela contaminação com estruturas de frutificação
venenosas.
 Doenças de plantas reduzem a quantidade e a qualidade dos produtos vegetais,
cujas perdas variam com a espécie de planta ou os produtos obtidos desta, o
agente patogénico, o local, o meio ambiente, as medidas de controlo adoptadas e
a combinação desses factores. A quantidade de perdas vária de percentagens
mínimas até 100%.

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III.CONCLUSÃO
Ao concluir o presente trabalho percebeu-se que Doenças de plantas são anormalidades
provocadas geralmente por microrganismos, como bactérias, fungos, nematóides e
vírus, mas podem ainda ser causadas por falta ou excesso de factores essenciais para o
crescimento das plantas, tais como nutrientes, água e luz. Neste caso, são também
conhecidas como distúrbios fisiológicos. E doença de planta é um processo dinâmico,
no qual hospedeiro e patógeno, em íntima relação com o ambiente, se influenciam
mutuamente, do que resultam modificações morfológicas e fisiológicas.

Verificou-se também que as principais doenças provocadas e seus agentes provocadores


dos fungos são: Tombamento - Pythium spp., Phytophthora spp. e Rhizoctonia solani,
Murcha-de-fitóftora (requeima, podridão-de-fitóftora, pé-preto) - Phytophthora capsici,
Mancha-de-cercóspora - Cercospora capsici, Antracnose (Colletrotrichum spp.), Oídio
- Oidiopsis taurica e Mancha-aveludada - Phaeoramularia sp, provocadas por bactérias
são: Murcha-bacteriana (murchadeira)-Ralstonia solanacearum Mancha-bacteriana
(pústula-bacteriana) -Xanthomonas campestris pv., Vesicatória Talo-oco (podridão-
mole) - Erwinia spp, Galha da coroa- Rhizobium radiobacter (sin. Agrobacterium
tumefaciens) e Podridão-mole-Amarílis (Hippeastrum x hybridum) Pectobacterium
carotovorum subsp e provocadas por Cucumber mosaic vírus, Tobacco streak vírus,
Hippestrum mosaic vírus, Dasheen mosaic vírus e Tomato mosaic vírus.

E por fim pode se constatar que a importância das doenças das plantas são limitar os
tipos ou variedades de plantas que podem desenvolver em determinada área geográfica,
ao destruir as plantas de certas espécies ou variedades que são muito susceptíveis a uma
doença em particular, tornar as plantas venenosas ao homem e animais e por fim
reduzem a quantidade e a qualidade dos produtos vegetais.

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IV.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AGRIOS, G.N. Control of plant diseases. In: AGRIOS, G.N. Plant Pathology.
4th ed. San Diego: Academic Press, 1997. p.171-221
2. AGROFIT . Informações De Produto Fitossanitários Registrados No Ministério
Da Agricultura. [CDROM]. Brasília: Ministério da Agricultura,1998.
3. ANDREI, E. Compêndio De Defensivos Agrícolas. 6. ed. São Paulo:
Organização Andrei, 1997. 458p.
4. CHAUBE, H.S.; SINGH, U.S. Chemical control. In: CHAUBE, H.S.; SINGH,
U.S. Plant Disease Management: Principles And Practices. Boca Raton: CRC
Press, 1991. p.227-304.
5. GAUMANN, (1946): (Eds.). Fungicide Resistance In Crop Protection.
Wageningen: PUDOC, 320p.
6. JONES, D. A.; KERR, A. Agrobacterium radiobacter strain K1026, a
genetically engineered derivative of strain K84, for biological control of crown
gall. Plant Disease, St. Paul, v. 73, p. 15-18, 1989.

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