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SEMINÁRIO - DOENÇAS EM

CAPRINOS E OVINOS

Clostridioses - Tétano e Botulismo

Discentes: Ana Victória e Cristiano


Docente: Gyselle Viana
CLOSTRIDIOSES
As clostridioses são causadas por
bactérias do gênero Clostridium, e
apresentam grande risco para a
criação de ovinos, resultando em
grandes perdas econômicas devido
à alta fatalidade. Na ovinocultura,
as mais frequentes são o tétano e as
enterotoxemias. Normalmente o
período de evolução é rápido e,
entre 12 e 72 horas o animal vem à
óbito.
TÉTANO
AGENTE ETIOLÓGICO

O tétano é causado pelo Clostridium


tetani, bactéria comum no trato
intestinal de herbívoros cujas fezes
podem conter grandes quantidades de
bactérias na forma esporulada. Em
condições de anaerobiose a bactéria
produz as toxinas que causam os sinais
do tétano
FATORES PREDISPONENTES

Os animais adoecem quando ferimentos ou feridas operatórias são


expostos às bactérias. A presença de tecidos necrosados e desvitalizados
cria a condição de anaerobiose. O tétano normalmente é uma doença
de animais isolados; contudo, surtos foram descritos em rebanhos após
procedimentos como descornas a ferro quente, castrações e partos ou
manobras obstétricas sem a devida assepsia.
SINTOMAS

Tremores musculares;
Trismo mandibular;
Prolapso da terceira pálpebra;
Andar rígido;
Orelhas eretas;
Espasticidade generalizada.
SINTOMAS

Os espasmos musculares podem ser induzidos por estímulos auditivos,


oculares ou táteis. Os animais gravemente acometidos assumem o
decúbito lateral e mantém a cabeça e os membros em extensão
completa. Os músculos respiratórios (diafragma e intercostatais) são
acometidos e os animais desenvolvem hipóxia. Os sobreviventes
começam a apresentar alguma melhora clínica após duas semanas, mas
os sinais clínicos podem persistir por até um mês.
TRATAMENTO

O tratamento deve seguir uma série de princípios para que possa ser
efetivo. Observa-se na prática clínica que muitas vezes esses princípios
não são respeitados, o que submete o animal a muito sofrimento e este
termina morrendo. Os procedimentos necessários ao tratamento
correto de um animal com tétano são mencionados a seguir.
TRATAMENTO

1. Propiciar o relaxamento muscular: administra-se


fármacos para reduzir os espasmos musculares
(acetilpromazina - 0,05 a 0,1 mg/kg - IV) em
intervalos de 4 a 6 horas.

2. Garantir piso de qualidade; a baia deve receber


camada profunda de serragem ou palha, para que
seja minimizada a ocorrência de úlceras de decúbito.
TRATAMENTO

3. Eliminar a infecção; o C. tetani se multiplica em locais


avascularizados e, por essa razão, a infecção é eliminada mais
eficientemente pelo debridamento cirúrgico da área acometida. Deve-
se também utilizar Penicilina G potássica (22.000 UI/kg 3 a 4 vezes ao
dia) ou de penicilina G procaína (22.000 UI/kg, IM) duas vezes ao dia.
TRATAMENTO

4. Neutralizar a toxina livre; embora a administração de antitoxina em


animais alguns dias após o ataque dos sinais clínicos seja
aparentemente pouco benéfica, a infiltração da área com 3.000 a
9.000 UI de antitoxina tetânica pode neutralizar eficientemente a
toxina que ainda não atingiu os vasos periféricos. Apesar da
inexistência de dosagens específicas para animais domésticos, as doses
sugeridas são 1000 a 5000 UI para eqüinos e 500 UI SC ou IM para
caprinos e ovinos.
TRATAMENTO

5. Fornecer suporte nutricional e hídrico; a hidratação e a ingestão de


alimentos do paciente devem ser controladas diariamente. A
rumenotomia em ruminantes alivia o timpanismo rumenal e propicia
maneira conveniente de administração de líquidos e alimentos.
PREVENÇÃO
Para evitar o tétano medidas adequadas são necessárias em outros
procedimentos como assinalação de animais, corte de cauda, descorna e
tosquia.
A vacinação não é necessária em rebanhos criados com boas medidas
sanitárias. Entretanto, em animais de alto valor zootécnico a vacinação
poderá ser recomendada. Os cordeiros podem ser vacinados aos 2, 3 e 6
meses de idade, seguindo-se uma dose de reforço após um ano. Para
assegurar níveis protetores de anticorpos colostrais, as ovelhas devem
receber uma dose de reforço anual do toxóide, um a dois meses antes da
parição (RADOSTITS et al., 2002; SMITH, 2006).
BOTULISMO
O QUE É
BOTULISMO?

Botulismo é uma intoxicação causada pela


ingestão das toxinas produzidas pelo
Clostridium botulinum,
Que acomete mamíferos e aves.
Existem sete tipos de C. botulinum,
Classificados de A a G, de acordo com a
produção de Toxinas,
sendo os tipos C e D e raramente A e B os
Responsáveis pela doença em animais
(GARRITY, 2005).
AGENTE ETIOLÓGICO

Em ruminantes, a intoxicação pode ocorrer Devido


ao hábito da osteofagia ou mesmo pela ingestão De
alimentos contaminados com matéria orgânica em
decomposição.

Outras fontes comuns da toxina Botulínica são os


suplementos alimentares, como as silagens, rações e
cama-de-frango contaminadas com Carcaças de
animais, além de poços e lagoas que contém água
estagnada (DUTRA et al., 2005).
FATORES PREDISPONENTES
Para que ocorra o botulismo alguns
fatores devem ser levados em
consideração como a intensidade da
contaminação ambiental, presença de
matéria orgânica em decomposição, e
condições ideais para proliferação da
Bactéria e produção da toxina
(DUTRA et al., 2001).
O período de incubação e a evolução
da doença estão associados, ou seja,
quanto maior a quantidade de toxinas
ingeridas, menor é o período de
incubação e mais severos serão os
sinais clínicos (MEGID et al., 2016).
SINTOMAS
O início dos sinais clínicos e a severidade dos mesmos estão
intimamente relacionados com a quantidade de toxina ingerida, assim
o período de incubação variar de algumas horas até vários dias
(BIENVENU et al., 1990).
Na fase inicial, os animais demonstram:
Incoordenação;
Ataxia;
Paralisia flácida progressiva acometendo primeiramente os
músculos dos membros posteriores, (a paralisia afeta também a
deglutição e a mastigação, ocorrendo sialorréia e Protusão da
língua).
Na fase final, o animal encontra-se em Decúbito lateral e a morte
ocorre por parada respiratória. Muitas vezes, nenhum ou poucos sinais
clínicos são observados, sendo que os animais já encontrados mortos.
TRATAMENTO
Não existe um tratamento específico para
botulismo e normalmente a eutanásia dos animais
com quadro clínico severo é recomendada
(BARROS et al., 2006).
Em casos mais brandos ou iniciais, pode ser
realizado o tratamento através da administração de
antitoxina, que deve ser feito o quanto antes, pois
esta é ineficaz quando a toxina já está fixada nas
junções neuromusculares.
(SIMPSON, 1981; LE MARÉCHAL et al., 2016).
PREVENÇÃO
A proteção vacinal contra botulismo pode ser bastante
eficiente, desde que a vacinação seja feita da maneira
preconizada, entretanto, alguns fatores podem minimizar esta
eficiência, como a quantidade ingerida da neurotoxina.
Quando a vacinação do rebanho com toxoides bivalentes C e D
é associada à redução da exposição dos ovinos e caprinos à
neurotoxina botulínica, a taxa de proteção contra a doença
pode chegar a 96% (CURSI et al., 2013). Para isso, preconiza-se
o protocolo de vacinação com duas doses, que consiste em
primovacinação seguida de reforço vacinal após 4 a 6 semanas,
e revacinação anual (GASPAR et al., 2015).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, A. L. Clostridiose e Vacinação. GEPEO, boletim vol. 12, p. 01,


março de 2021.
SIMÕES, S. V. D. Diagnóstico, tratamento e prevenção das principais
enfermidades de caprinos e ovinos no semiárido brasileiro. UFCG. p. 01 -
30, Campina Grande, Patos.
Butolismo em ruminantes causado pela ingestão de cama de frango.
Francisco Carlos Lobato.
Botulismo em bovinos eovinos: epidemiologia, caracterização clinica,
diagnostico laboratorial, diagnostico diferencial, estrategias de trtamento,
controle e prevenção.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

ana.victoria.honorato08@aluno.ifce.edu.br
cristiano.felipe.moreira07@aluno.ifce.edu.br

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