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O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A EMENDA CONSTITUCIONAL Nº95.

Trabalho avaliativo bimestral de Economia Política II

Fernanda Roque Marcondes RA: 17.1182 e-mail:


marcondesroquefer@outlook.com

Maria Clara Kauana Mendes da Silva Boffi RA: 17.0253 e-mail:


mariaclaraboffi_20@outlook.com

RESUMO

Este resumo do trabalho irá tratar sobre a maneira de realização dos serviços
do SUS, seu impacto no meio da sociedade, como também a importância
desse sistema para as pessoas de baixa renda, que não tem condições de
acesso à um meio de saúde que seja exigido uma mensalidade mensal para
assim usufruir de um cuidado que é imposto pela Assembleia Constituinte
como básico à toda a população sem exceções. Trará também assuntos como
a emenda constitucional de nº 95 criada em dezembro de 2016 e seu conceito
de política de “teto de gastos” onde equipara-se os gastos atribuídos a este
sistema, uma política que prevê que em 20 anos os principais gastos dos
orçamentos públicos serão limitados a diferença de inflação.

Palavras-chave: SUS ; Finanças ; Emenda nº 95.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre o Sistema Único de Saúde
(SUS) implantado pela nossa Constituição Federal de 1988, analisando o seu
objetivo e fundamentações acerca das propostas expostas pelo mesmo, tais
como a sua real função e eficácia para a sociedade.

Apresenta-se também, os nove princípios do SUS, trazidos de maneira clara e


objetiva, de fácil entendimento ao leitor, sendo eles o princípio da
universalidade, em segundo o princípio da igualdade, terceiro princípio da
integridade, quarto princípio da gratuidade, quinto princípio da
descentralização, sexto princípio da hierarquização, sétimo princípio da
regionalização, oitavo princípio da resolutividade e, por fim, o último princípio
da participação dos cidadãos, todos abordando seus aspectos e principais
motivos de criação.

MÉTODO

Este trabalho foi elaborado através que pesquisas bibliográficas acerca


do Sistema Único de Saúde. Foi através de muita leitura e comparação de
texto que este trabalho foi tomando forma e chegou no resultado esperado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O Sistema Único de Saúde, o SUS, teve sua base doutrinária gerada na


8º Conferência Nacional da Saúde de 1986. Mais foi criado pela Constituição
Federal Brasileira de 1988. Em 1990 a Lei nº. 8.080, mais conhecida como Lei
Orgânica de Saúde foi aprovada pelo Congresso Nacional, essa lei dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, ou seja, ela
detalha o funcionamento do sistema e institui os preceitos usados até a
atualidade.

Escorel, Nascimento e Edler (2005), descreve como era o serviço de


saúde antes da Constituição de 1988.

Anterior a Constituição de 1988, o acesso aos serviços de


saúde no Brasil estava restrito ao trabalhador formal e àqueles
que pudessem pagar pela assistência. Aos demais restava a
saúde pública, cuja atuação restringia-se a ações preventivas
segmentadas. A insatisfação com o descaso acumulado do
Estado, frente às precárias condições de vida e saúde da
população, resulta no movimento da reforma sanitária na
década de 1970, criado em um contexto de resistência social e
política ao regime autoritário.
Segundo o artigo 1º, I, II, III, da Constituição Federal de 1988 “A
República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da
pessoa humana; [...]”. Portanto a saúde passa a ser um direito fundamental de
cidadania, em que o Estado tem que prover a toda população brasileira.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é regido por nove princípios. O


primeiro é a Universalidade, ele garante que qualquer pessoa tenha o serviço
de saúde independente da situação financeira e social, antes de ser
implementado o SUS, apenas as pessoas que contribuía com a previdência
social tinha essa garantia. O segundo princípio é o da Igualdade que garante
que qualquer pessoa tenha o serviço de saúde independente do grau de
complexidade do caso. O terceiro princípio é o da Integridade que significa que
as ações e serviços de saúde devem não apenas visar a reabilitação, mas
também promover e proteger a saúde, além disso, o atendimento holístico
significa atendimento personalizado de acordo com suas necessidades
específicas e vários níveis de complexidade. A assistência abrangente deve ser
baseada nas necessidades reais de tratamento e não deve adicionar conteúdo
redundante ou desnecessário, nem excluir conteúdo necessário ou
relacionado.

O quarto princípio é o da Gratuidade que é a consequência lógica dos


três primeiros princípios, para que a população tenha acesso ao serviço de
saúde universal, integral e igualitário ele precisa ser gratuito. O quinto princípio
é o da Descentralização que é entendida como a redistribuição de recursos e
capacidades no poder de decisão dos diversos níveis de governo relacionados
às ações e serviços de saúde, pressupondo que quanto mais próxima a
decisão, mais oportunidades haverá um golpe, portanto, há uma tendência de
municipalização das ações e serviços de saúde. O sexto princípio é o da
Hierarquização que diz que os serviços de saúde devem ser organizados em
níveis de complexidade crescente, primário, secundário, terciário e quaternário,
isto significa que o paciente deve entrar no sistema por meio de um posto de
saúde (atenção primária) ou pronto-socorro (emergência ou emergência) e, se
necessário, encaminhado para um centro mais complexo.
O sétimo princípio é o de Regionalização que significa não só distribuir
os serviços de saúde no espaço, mas também levar em conta o princípio da
regionalização, organizando efetivamente os serviços de saúde, de forma a
evitar a utilização repetida de diversos meios para o mesmo fim, evitando
assim o recurso desperdício. O oitavo princípio é o da Resolutividade que
evidencia o resultado positivo de todos os casos de saúde, independente do
seu grau de complexidade. O nono e último princípio é a Participação dos
Cidadãos que é o principal mecanismo de participação da população na
formulação de políticas de saúde e controle de sua implementação é por meio
de comitês de saúde, governos nacionais, estaduais e municipais, entidades
com representação paritária entre usuários e governos, profissionais de saúde
e prestadores de serviços, serviços de saúde e conferências de saúde, por
meio do uso da internet e das mídias sociais, além de mobilizar diversas ações
individuais em defesa do direito à saúde e à dignidade, também é possível
ampliar o escopo do debate por meio de consultas e audiências públicas, o que
pressiona as instituições públicas para o aprimoramento das políticas e da
saúde pública.

O orçamento da saúde deve estar intimamente relacionado ao


planejamento departamental. Afinal, os recursos do orçamento viabilizam, ou
não, as ações previstas no Plano de Saúde. No orçamento, os produtos devem
ser convertidos de acordo com os bens e serviços produzidos e os bens e
serviços consumidos para atingir as metas. Todos esses elementos são
expressos na forma de recursos financeiros a seus preços. Monitore a
execução do orçamento preparando um balanço. Eles usaram a classificação
econômica ou a natureza das despesas para registrar as despesas usadas
para comprar insumos e as despesas gastas para atingir as metas mediante a
classificação funcional.

Emenda Constitucional nº. 95.

A política de "teto de gastos" foi aprovada pela Emenda Constitucional


nº. 95, em dezembro de 2016. A política prevê que, em 20 anos, os principais
gastos do orçamento público serão limitados às diferenças de inflação. Isso
significa que, durante este período, não haverá crescimento real das despesas
básicas, que podem ser divididas em duas categorias: despesas de custos e
despesas de investimento. A Emenda Constitucional nº. 95 não apenas
congela, mas na verdade reduz a porcentagem per capita e os gastos sociais
em relação ao PIB com o crescimento populacional e a recuperação
econômica, o que é comum em ciclos econômicos.

É disposto na Emenda Constitucional nº. 95 (2016), que se trata da


saúde:

Art. 110. Na vigência do Novo Regime Fiscal, as aplicações


mínimas em ações e serviços públicos de saúde e em
manutenção e desenvolvimento do ensino equivalerão:

I - no exercício de 2017, às aplicações mínimas calculadas nos


termos do inciso I do § 2º do art. 198 e do caput do art. 212, da
Constituição Federal; e

II - nos exercícios posteriores, aos valores calculados para as


aplicações mínimas do exercício imediatamente anterior,
corrigidos na forma estabelecida pelo inciso II do § 1º do art.
107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Segundo Moretti (2018):

Os efeitos da EC 95 sobre o financiamento federal do SUS são


ainda mais fortes quando se observa o piso de aplicação de
saúde. O mínimo para 2019 é definido pelo limite de 2018,
atualizado por um IPCA de 4,39%, o que resulta em R$ 117,3
bilhões. Portanto, as dotações de saúde (R$ 117,5 bilhões)
propostas para 2019 estão praticamente no piso. Diante das
restrições impostas pelo teto de gastos, as despesas de saúde
já estão comprimidas no mínimo. O propalado efeito mágico da
EC 95 – convertendo restrição orçamentária em alocação
crescente de despesas nas áreas com maior demanda – não
se verificou.

Não é de hoje que ecoa o problema da insuficiência de recursos de


financiamento da saúde. Mesmo que haja desperdício na gestão, não será
suficiente para suprir a falta de recursos financeiros de longo prazo se for
corrigido da forma adequada. Isto trará consequências à população brasileira
que depende do SUS, para ter acesso a saúde, pois mesmo antes da EC 95, o
sistema já era precário, não tendo recursos para amparar com qualidade toda a
população brasileira, agora com essa limitação poderá gerar mais déficits nos
recursos, básicos e complexos, para suprir a necessidade da população
brasileira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como exposto no trabalho, podemos observar as propostas e condições que o


Sistema Único de Saúde aborda em seu conteúdo, suas modificações e
evolução no decorrer do tempo, a sua acessibilidade perante a sociedade, que,
é um direito assegurado pela Constituição Federal o direito à saúde básica da
população.

Finalizamos o devido trabalho, abordando sobre o sistema SUS, no intuito de


que possa chegar a um maior número de pessoas e alertá-las e esclarecer
possíveis dúvidas existentes sobre o tema, para que possam refletir sobre o
funcionamento desse sistema implantado pela Constituição de 1988 e
regulamentado pelas Leis nº 8080/90 e nº 8.142/90 com a sua finalidade de
modificar e alterar a situação de desigualdade na assistência à saúde da
população, tornando então obrigatório o atendimento público a qualquer
cidadão, visando proibir cobranças de quaisquer hipóteses.

REFERÊNCIAS

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituiçao


̃ da República Federativa do
Brasil. Brasiĺ ia, DF: Senado Federal, 2016. 496 p. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:
18 nov. 2020.

BRASIL. Emenda Constitucional nº 95, de 15 de dezembro de 2016.


Altera o ato das disposições constitucionais transitórias, para instituir o novo
regime fiscal, e dá outras providências. Brasília, DF, 15 dez. 2016. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc95.htm.
Acesso em: 18 nov. 2020.

ESCOREL, S.; NASCIMENTO, D.R.; EDLER, F.C. As origens da reforma


sanitária e do SUS. In: LIMA, N.T. et al. (Orgs.). Saúde e democracia: histórias
e perspectivas do SUS. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2005.
FUNCIA, LENIR SANTOS E FRANCISCO. Emenda Constitucional 95 fere o
núcleo do direito à saúde. 2019. Disponível em:
https://www.cee.fiocruz.br/?q=Emenda-Constitucional-95-fere-o-nucleo-
essencial-do-direito-a-saude. Acesso em: 18 nov. 2020.

MATTOS, RUBEN ARAUJO. Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e


a humanização das práticas de saúde. 2009. Disponível em:
https://www.scielosp.org/article/icse/2009.v13suppl1/771-780/pt/. Acesso em:
18 nov. 2020.

MORETTI BRUNO. Efeitos da EC 95: uma perda bilionária para o SUS em


2019. 2018. Disponível em: https://brasildebate.com.br/efeitos-da-ec-95-uma-
perda-bilionaria-para-o-sus-em-2019/. Acesso em: 18 nov. 2020.

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