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U N I V E R S I DA D E F E D E R A L DA BA H I A
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGIOS DA
DIARREIA NA INFÂNCIA
Mestrandas: Gabriela Santos e Wilanne Pinheiro
Docentes: Ana Marlucia Oliveira Assis e Patrícia Quadros
Disciplina: NUT 136 - Nutrição Materno Infantil
CONCEITOS
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CONCEITOS
variedade de bactéria, vírus ou parasito, cuja transmissão ocorre por água ou alimentos
contaminados, transmitida de pessoa a pessoa ou resulta de inadequada prática de higiene
(WHO, Fact sheet n. 330, 2009).
CONCEITOS
• Classificação quanto a DURAÇÃO:
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CONCEITOS
• Quanto à ORIGEM:
Ativa
- Quanto ao
INFECCIOSA: vírus, bactéria e
parasitos. MECANISMO da Passiva
DIARREIA INFECCIOSA:
FATORES DE RISCO
o Alimentação inadequada;
o Curta duração do aleitamento materno;
o Estado nutricional deficiente - deficiência de micronutrientes;
o Inadequado comportamento de higiene;
o Condições sanitárias e ambientais precárias.
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ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Em 2009 somente 39% das crianças com diarreia dos países em desenvolvimento
recebem o tratamento recomendado. Parece que o progresso é limitado desde o ano de
2000 (WHO/UNICEF, 2009);
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DATASUS, 2016
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(WHO, 2009 )
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(WHO, 2009 )
REFERÊNCIAS
• World Health Organization. Diarrhoea : why children are still dying and what can be
done. Geneva : World Health Organization, 2009.
• SANTOS, C. A. S. T. et al. Individual and contextual determinants of the duration of
diarrhoeal episodes in preschool children: a longitudinal study in an urban setting.
Epidemiol. Infect., 2011.
• KLIEGMAN, R. M. et al. Nelson, Tratado de Pediatria, 19° edição, ed. Saunders, vol. 2.,
2014.
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U N I V E R S I DA D E F E D E R A L DA BA H I A
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
DIARREIA
Carla Magalhães
Docentes: Ana Marlucia Oliveira Assis e Patrícia Quadros
Disciplina: NUT 136 - Nutrição Materno Infantil
CARACTERÍSTICAS
• Alteração da função gastrintestinal Aumento da frequência de fezes;
Aumento do volume das fezes;
Diminuição da consistência das fezes.
NÃO ESQUECER!
• Aumento da quantidade de fluidos nas fezes nas 24 horas:
• Variando de 5 a 10ml/kg/dia
a eliminação (aproximadamente
de fezes formadas não normal) a >200 diarreia,
constitui ml/kg (WHO,
2005)
independentemente do número
• Perda de água e eletrólitos (Na, Cl, HCO3- , K)
de
• Perda a eliminação defezes
líquidos nas três ou mais dejeções
+ febre, liquidas
suor, urina e ouamolecidas
e vômito em
Desidratação.
crianças aleitadas ao peito pode não ser diarreia
AMOS, 2013.2
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CLASSIFICAÇÃO
• Agente etiológico:
• Diarreia Osmótica;
• Diarreia Infecciosa:
• Mecanismo Ativo e Passivo.
• Duração:
• Diarreia Aguda;
• Diarreia Persistente.
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA OSMÓTICA
• Absorção de água no intestino dependente do adequada
absorção de solutos;
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MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA OSMÓTICA
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA OSMÓTICA
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MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA INFECCIOSA
• Patogênese e gravidade:
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA INFECCIOSA (MEC. ATIVO)
• Infecção pelo patógeno sobrevive aos mecanismos de defesa;
• Colonização e reprodução liberação de toxinas;
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MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA INFECCIOSA (MEC. ATIVO)
AMOS, 2013.2
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MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA INFECCIOSA (MEC. PASSIVO)
• Infecção pelo patógeno sobrevive aos mecanismos de defesa;
• Colonização e reprodução invasão celular;
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA INFECCIOSA (MEC. PASSIVO)
• Comprometimento da integridade da vilosidade:
• Enzimas;
• Bombas de Na+ /H+ , Na+ Glicose, HCO3- /Cl-;
Digestão e Absorção?
• Processo Inflamatório;
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MECANISMO HIDROSTÁTICO
LÚMEN
COMPARTIMENTO DE
MATURAÇÃO
ÁGUA
VILOSIDADE
COMPARTIMENTO DE
DIFERENCIAÇÃO
COMPARTIMENTO
PROLIFERATIVO
AMOS, 2013.2
MECANISMO FISIOPATOLÓGICO:
DIARREIA INFECCIOSA (MEC. PASSIVO)
AMOS, 2013.2
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FEBRE
• Febre é a elevação controlada da temperatura do corpo acima dos
valores normais para o indivíduo;
FEBRE
Bhutta,
Medicina,
Z.A. in
Ribeirão
Kliegman
Preto
et al.
. v. 2011
27, n. 1/2, p. 7-48, jan./jun. 1994
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ATIVA OU PASSIVA?
AMOS, 2013.2
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• IMPORTÂNCIA CLÍNICA
PERSISTÊNCIA DA DIARREIA
• Duração igual ou superior a 14 dias;
Importante contribuição do mecanismo
osmótico para a manutenção do quadro.
• Etiologia:
• Infecciosa aguda: E.coli, Cryptosporidium parvum, C. difficile, Rotavirus, CMV;
• Processos Digestivos Anormais: Fibrose Cística, Pancreatite, etc.
• Deficiência congênita de enzimas ou de outros mecanismos envolvidos no processo de
hidrólise;
• DEP;
• Imune e Inflamatório: Doença celíaca, APLV,
• Tumores;
• Outros: Defeitos estruturais, distúrbios de motilidade, defeitos no transporte
Bhutta, Z.A. in Kliegman et al. 2011
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DIARREIA PERSISTENTE
PROCESSO INFLAMATÓRIO:
Manutenção do quadro inflamatório Anorexia, febre,
+ hipoatividade, irritabilidade
Continuidade da lesão da mucosa
+
Menor recuperação da integridade LESÃO NA MUCOSA:
intestinal Intolerância a carboidratos,
disabsorção, desidratação,
maior risco de APLV.
Bhutta, Z.A. in Kliegman et al. 2011
DIARREIA PERSISTENTE
INFLAMAÇÃO EM REMISSÃO:
criança mais ativa, afebril,
apetite conservado
Recuperação mais lenta da integridade
intestinal
MUCOSA EM RECUPERAÇÃO:
menor disabsorção,
Responsáveis pela intolerância a carboidratos e
manutenção do APLV secundária.
quadro
Bhutta, Z.A. in Kliegman et al. 2011
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DIARREIA PERSISTENTE
• Considerar:
• Estado de desnutrição
• Restrição alimentar X oferecimento de alimentos
AMOS, 2013.2
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DIARREIA PERSISTENTE
• EM CASO DE AUMENTO DA GRAVIDADE DA DIARRÉIA...
• Considerar:
• Manipulação inadequada dieta
• Estado nutricional comprometido
• Baixa capacidade de resposta imunológica
• Virulência do agente causal
• Intolerância primária ou secundária a nutrientes
• Alergia primária ou secundária a proteína
• Considerar outras doenças de base.
AMOS, 2013.2
TRATAMENTO
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AVALIAÇÃO DA DESIDRATAÇÃO
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WHO, Diarrhoea Treatment Guidelines, 2005; MS. Manual integrado de vigilância, prevenção e controle de doenças transmitidas por alimentos, 2010’
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Oferta de Zinco
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Sódio 90 mEq
Potássio 20 mEq
Cloreto 80 mEq
Citrato 30 mEq
Glicose 111 mMol
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WHO, Diarrhoea Treatment Guidelines, 2005; MS, Manejo do Paciente com Diarreia, 2005
WHO, Diarrhoea Treatment Guidelines, 2005; MS, Manejo do Paciente com Diarreia, 2005
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ANAMNESE
• Questione:
• Número de dejeções líquidas por dia;
• Por quanto tempo a criança apresenta o quadro;
• Presença de sangue nas fezes;
• Episódio de vômito associado (volume e frequência);
• Aptidão para aceitar líquidos.
ANAMNESE
• Avalie:
• Condição geral da criança;
• Estado de alerta;
PINÇA DA PELE DO ABDOME:
• Irritação; Desidratação / Desnutrição
Pele demora mais que 2s para
• Letargia ou inconsciência; retornar ao normal.
• Estado nutricional;
• Perda de peso:
• <25g/KgPA;
• 25 a 100g/kgPA; Perda de fluidos
• >100g/kgPA.
• Olhos normais/encovados;
WHO, Diarrhoea Treatment Guidelines, 2005
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ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
• PREFIRA:
• Mix de cereais e leguminosas localmente disponíveis;
• Mix de cereais e carne ou peixe.
• Adição de óleo na preparação (↑DC);
• Produtos diários (pães, raízes, ovos);
• Sucos de frutas frescas e bananas (↑K).
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ALIMENTAÇÃO
• EVITE:
• Ricos em fibras;
• Grande volume (frutas grossas e legumes);
Digestibilidade
• Frutas e verduras com casca;
• Grãos integrais;
• Sopas diluídas;
• Ricos em açúcar piora do quadro.
ALIMENTAÇÃO
MS. Capacitação em monitorização das doenças diarreicas agudas – MDDA : manual do treinando, 2010.
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ALIMENTAÇÃO
LÍQUIDOS
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LÍQUIDOS
• Não oferecer:
• Refrigerantes;
• Chá adoçado/artificial;
• Suco de fruta adoçado/artificial;
• Café;
• Infusões medicinais.
DIARREIA PERSISTENTE
WHO, The treatment of diarrhoea, 2005; WHO, Diarrhoea Treatment Guidelines, 2005
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DIARREIA PERSISTENTE
RECOMENDAÇÕES GERAIS
• Considerar a conduta dietoterapica anterior
• Isentar a lactose da dieta – ver conduta
• Usar leite fermentado (considerar o uso mesmo a partir do 7°° dia da diarreia) – Observar a indicação
• Usar leite isento de lactose (considerar o uso mesmo a partir do 7°° dia da diarreia) – Observar a indicação
• Controlar o uso de sacarose (oferecer a 5%) – considere a possibilidade de isentá-la da dieta
• Amido: dextrina maltose, arroz, tapioca, araruta (3%)
• Glicose - até 5%
• Frutas: banana e maçã, goiaba (frutas obstipantes)
Manter essa recomendação por mais ou
• Carnes: peito de frango, rã, coelho, carneiro, carne bovina menos 15 dias – avaliar o paciente
• Usar proteína de baixo poder alergênico - hidrolisado proteico (olho!)
• Usar mamadeira de carne ou frango – ver restrições
• Usar TCM ou TCC (controvérsia) e TGL poliinsaturado
• Baixo teor de fibra - modificar fibra
AMOS, 2013.2
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DIARREIA E DESNUTRIÇÃO
DIARREIA
SE A CRIANÇA É DESNUTRIDA CONSIDERAR:
baixa produção hormônios entéricos
baixa produção de suco pancreático
baixa atividade enzimática – dissacaridases
baixa produção de IgA secretária
aumento da permeabilidade da mucosa
apetite diminuído
DESNUTRIÇÃO
AMOS, 2013.2
PROBIÓTICOS
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