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EDUCAÇÃO ESPECIAL E
INCLUSIVA NA PERSPECTIVA
HISTÓRICO-SOCIAL BRASILEIRA
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A Política, Livro VII, Capítulo XIV, 1335 b – Quanto a rejeitar ou criar os
recém-nascidos, terá de haver uma lei segundo a qual nenhuma criança
disforme será criada; com vistas a evitar o excesso de crianças, se os
costumes das cidades impedem o abandono de recém-nascidos deve
haver um dispositivo legal limitando a procriação se alguém tiver um filho
contrariamente a tal dispositivo, deverá ser provocado o aborto antes
que comecem as sensações e a vida (a legalidade ou ilegalidade do
aborto será definida pelo critério de haver ou não sensação e vida).
(Gugel, 2007, p. 63)
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Assim, teve início, no Século XVI, o chamado período de segregação. A
característica desse período era enclausurar os que não estivessem dentro dos
“padrões” de normalidade, como por exemplo, os leprosos e os doentes mentais.
A Igreja então passa a dividir com a medicina o tratamento dos “anormais”,
ganhando status científico e fortalecendo as teses que explicavam a deficiência
por origens naturais e não mais por fatores espirituais. A primeira explicação
científica, com base na herança genética, partia de princípio que a deficiência é
uma condução inata, que determina os traços dos sujeitos, descartando-se assim
a ideia da alteração dessa condição (Fernandes, 2007).
No período de segregação:
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A integração sofreu influência dos movimentos que consideravam outras
ideias importantes, entre elas as escolas, a educação e a sociedade. O
fortalecimento das lutas pelos direitos e valores dos seres humanos refletiu
diretamente nos sistemas educacionais que passou a dar importância à igualdade
entre os seres humanos (Guebert, 2007).
O Estado, então, adquire a função de valorizar a educação, incentivar a
inserção de todos em diversos programas educacionais com o intuito de
oportunizar o acesso a conhecimentos que determinam a condição desses
indivíduos.
Segundo Fernandes (2007, p. 31):
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Guebert (2007) afirma que a integração insere a pessoa com necessidades
especiais no espaço educativo, mas não faz o atendimento às suas necessidades
e desrespeita as suas limitações, pois não há nenhuma adequação no mecanismo
de acessibilidade na parte educacional, cultural, física e social.
Para Fernandes (2007, p. 37):
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Segundo Sanches e Teodoro
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para os jovens em situação de deficiência, mas não, ela deve contemplar
todas as crianças e jovens com necessidades educativas. (Sanches;
Teodoro, 2006, p. 69)
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2. Declaração de Salamanca (Brasil, 1994) – este documento é oriundo da
Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e
qualidade. O evento aconteceu na Espanha e o seu objetivo é a atenção
aos alunos com necessidades educativas especiais. Contaram com a
participação de noventa e dois governos, bem como diversas organizações
não governamentais, em que acordaram a união de todos os esforços em
defesa da escola única e para todos, independentemente de suas
diferenças individuais. Esta declaração mostra a preocupação da escola ter
foco em todas as diferenças e não apenas as oriundas de deficiência.
3. Convenção de Guatemala – este documento, que foi transformado em
decreto presidencial (decreto n. 3.956, de 8 de outubro de 2001), reafirma
as liberdades fundamentais das pessoas com deficiência e seus direitos
humanos, sobretudo o direito de não ser discriminada em razão da sua
deficiência. Este documento repudia também todas as formas de
discriminação e tem sido utilizado como justificativa e defesa da escola
comum para os alunos com deficiência sob o argumento da discriminação
que se manifesta na diferenciação, no caso de proposição de locais
específicos para escolarização
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Esse processo inclui também a unificação da educação regular e especial,
em que não haja espaços distintos, como as classes e escolas especiais.
Diante desse contexto, para que a escola inclusiva se torne realidade, é
necessário pensar em um mundo globalmente inclusivo, no qual todos os
envolvidos (família, escola, sociedade etc.) estejam prontos e dispostos a, de fato,
pôr em prática a ideia e intenção da educação inclusiva. Além disso, outro grande
desafio se impõe ao processo de inclusão em relação ao “forte caráter excludente
que caracteriza a sociedade capitalista, a qual se alimenta da pobreza e da fome
de mais de dois terços da população para manter sua lógica de existência via
concentração de riquezas nas mãos de uma minoria” (Fernandes, 2007, p. 87).
O movimento pela inclusão abrange uma defesa ampla, que inclui: grupo
de marginalizados em decorrência das diferenças étnicos-raciais, de orientação
sexual, de gênero e outras que são agravadas por sua situação de classe.
É evidente, então, a necessidade de reverter o conceito de que esses
alunos são seres dependentes, incapazes e dignos de piedade e compreender
que são seres capazes e participativos.
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É necessário ensinar todas as crianças em um mesmo contexto escolar,
observando a dificuldade particular de cada aluno, e ver as diferenças como
diversidade e não como problema.
Para que a inclusão seja firmada, é necessário também um olhar
diferenciado dos professores do ensino comum com relação ao trabalho
desenvolvido em sala de aula, incluindo alunos que apresentam deficiência
intelectual.
A escola inclusiva deve ser pensada e organizada para oferecer qualidade
no ensino para todos, pressupondo a organização de propostas pedagógicas
eficazes, que estejam relacionadas às dificuldades dos alunos, contemplando os
diversos níveis de aprendizagem.
Com relação à acessibilidade, outro fator importante no processo de
inclusão, esta deve ser avaliada de acordo com os elementos arquitetônicos. Com
base nesta avaliação, é necessário organizar as rotas de acesso, facilitando então
a condução do aluno durante suas atividades escolares.
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REFERÊNCIAS
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