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UNICURITIBA

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA


PRÁTICAS VETERINÁRIAS SAÚDE ANIMAL

Estudo dirigido - Anemia Infecciosa Equina

Nomes:

1) O que vem a ser um quadro de anemia?


R=O quadro de anemia, é uma manifestação clínica ela consiste na
diminuição do hematócrito (volume globular), número de hemácias e
consequentemente da hemoglobina. Resulta da destruição de hemácias
(hemólise); perda de sangue proveniente de uma hemorragia;
insuficiência da produção destas ou até mesmo da associação destes
eventos. Dentre os sinais clínicos destacam-se: palidez de mucosas;
letargia; pouca tolerância ao exercício; aumento da frequência cardíaca e
dependendo da gravidade, turbulências do sangue que podem induzir ao
sopro cardíaco; aumento da frequência respiratória ou em casos mais
graves, dispneia. Podem-se notar também alguns sinais inespecíficos
como anorexia, febre, perda de peso e linfadenopatia. Particularmente
nos casos de hemólise, observa-se icterícia, hemoglobinúria, bilirrubinúria
e esplenomegalia (PIRES, 2009; CASTILHO et al.,2006).

Anemia é a falta de células sanguíneas vermelhas e/ou hemoglobina. Isso


ocasiona a redução da habilidade do sangue transferir oxigênio para os
tecidos. Hemoglobina (a proteína que carrega oxigênio nas células
vermelhas do sangue) tem que estar presente para garantir a oxigenação
adequada de todos os tecidos do organismo (FONTES, 2007).

2) Descreva o que vem a ser a Anemia Infecciosa Equina – A.I.E.


R= A anemia infecciosa eqüina (AIE) é uma doença infecciosa, provocada
por vírus que acomete os eqüínos, é transmitido por meio do sangue de
um animal infectado, através da picada de insetos hematófagos ou por
agulhas, arreios, leite, placenta (transmissão congênita), sêmen
(acasalamento) e pelo soro imune. A anemia não tem cura. Uma vez o
animal infectado, torna-se portador permanente, podendo apresentar ou
não os sinais da doença (forma aguda, crônica), constituindo-se numa
fonte de infecção, para outros eqüínos. O objetivo desse trabalho é
apresentar noções básicas sobre anemia, seus sintomas, causas e
conseqüências (SOUZA, et al, 2018).

3) Quais são as fases da A.I.E?


R=Seus sintomas podem ser classificado segundo Cicco (2007), de forma
aguda e outra crônica. Todavia o vírus pode estar presente no sangue
animal sem produzir qualquer sintoma. A forma aguda é assim
caracterizada: febre que chega a 40,6c; respiração rápida; abatimento e
cabeça baixa; debilidade nas patas, de modo que o peso do corpo é
passado de um pé para outro; deslocamento dos pés posteriores para
diante; inapetência e perde de peso. Se o animal não morre em três a
cinco dias, a doença pode tornar-se crônica. Na forma crônica observa-se
ataque com intervalos variáveis de dias, semanas ou meses. Quando o
intervalo é curto, em geral a morte sobrevêm depois de algumas semanas.
Com ataques há grande destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, o
que resulta em anemia (CICCO, 2007). Ainda não é bem conhecido
qualquer tratamento eficaz. Aumentar a resistência do animal,
desintoxicar o fígado e fortalecer o coração, intensificar o metabolismo.
Existem estudos recentes, mas por enquanto o animal que apresentar
Teste de Coggins positivo deve ser sacrificado.

4) Qual a sintomatologia da A.I.E?


R= Cavalos infectados com o vírus da EIA podem apresentar: uma
síndrome febril aguda, com trombocitopenia e/ou anemia, após um
período de incubação de 7-21 dias; uma síndrome subaguda ou crônica de
febre recrudescente, perda de peso, edema ventral e anemia mais severa;
ou podem parecer clinicamente normais. Um eqüino poderá demonstrar
sinais clínicos após a infecção pelo vírus, dependendo de fatores
específicos, tais como: a cepa do vírus envolvida; a dose do vírus recebida;
e a resposta individual do hospedeiro ao vírus.
Se um cavalo for infectado com uma cepa do vírus da EIA, de alta
virulência, ele poderá apresentar febre de 40,5-41,1°C, severa
trombocitopenia, anorexia, depressão e leve a moderado grau de anemia,
7-30 dias do início da infecção. Cavalos severamente infectados podem
desenvolver epistaxe e edema ventral e morrer durante a resposta
primária.
A grande parte dos eqüinos recuperam-se espontaneamente da viremia
inicial, num período de diversos dias, e parecem clinicamente normais por
um variável período de tempo (dias até semanas) e, então, experimentam
episódios recorrentes de febre, trombocitopenia e depressão. Cada
episódio febril é associado a viremia, que é resolvida, coincidentemente,
com o término da febre. Entre os episódios febris, os vírus circulantes são
associados à células e não estão livres no plasma. A freqüência e
severidade dos episódios febris decrescem com o passar do tempo, com
muitos episódios clínicos ocorrendo durante os 12 primeiros meses após a
infecção. Muitos eqüinos, eventualmente, param de ter episódios clínicos
de febre e viremia, tornando-se portadores inaparentes do vírus. Em
poucos cavalos a enfermidade progride à forma debilitante crônica, com
sinais clínicos clássicos de perda de peso, anemia, edema e,
eventualmente, morte (CORRÊA, et al, 2001).

5) Quais as formas de contaminação da A.I.E?


R= O vírus da EIA é transmitido entre cavalos infectados e não infectados
pela transferência de sangue ou derivados sangüíneos. Isso ocorre mais
comumente durante a alimentação interrompida de grandes insetos
hematófagos, especialmente os da família Tabanidae (mosca do cavalo e
mosca do veado). A mosca do estábulo (Stomoxys spp.) e alguns
mosquitos como o pólvora (Cullicoides spp.) podem, também, servir de
vetores mecânicos para o vírus da EIA. Essa forma de transmissão ocorre
principalmente no verão e em zonas pantanosas. A transmissão pode
ocorrer, também, de forma iatrogênica, através da transfusão de sangue
contaminado, pelo uso de agulhas hipodérmicas ou instrumentos
cirúrgicos contaminados.
Rotas potenciais de infecção entre éguas e potros incluem a transferência
transplacentária, a transmissão pelo colostro e/ou leite. A transmissão
transplacentária do vírus da EIA ocorre comumente se a mãe sofre uma
reação febril aguda, acompanhada de viremia com alto título, durante a
gestação (CORRÊA, et al, 2001).
6) Como se caracteriza a forma aguda da doença?
R= A forma aguda da doença é caracterizada por febre de 40,5 á 41oC,
anorexia e acentuada viremia (MAIA, et al, 2011).

7) Descreva a forma de diagnóstico da A.I.E.


R= O diagnóstico pode iniciar com a suspeita clínica baseada nos sinais de
febre recorrente, trombocitopenia, anemia, edema ventral e perda de
peso. Muitos episódios de febre elevada indicam que o cavalo tem
viremia. Em esfregaços de sangue observam-se sideroleucócitos
provenientes da medula óssea. Essas células, que são monócitos
fagocitando eritrócitos, são consideradas indicativas de infecção prévia
pelo vírus da EIA, devendo-se, posteriormente, fazer o diagnóstico de
certeza usando testes sorológicos. A esplenomegalia e a observação de
glomerulite proliferativa e hemosiderose no exame histológico são,
também, indicativos da ocorrência da enfermidade.
Correntemente os dois testes laboratoriais aprovados para diagnóstico da
infecção pelo vírus da EIA são a imunodifusão em gel de ágar (IDGA) ou
teste de Coggins e o ELISA competitiva (cELISA). Ambos testes detectam
anticorpos para a proteína do núcleo "p 26" do vírus da EIA (3,9)
(CORRÊA, et al, 2001).

8) Qual o procedimento com o animal ao ser diagnosticado como positivo


para A.I.E?
R= Não existe tratamento específico para a EIA. Medidas de controle e
prevenção têm sido objetivadas em muitos países na tentativa de conter a
disseminação do vírus na população de equídeos. No Brasil existem
algumas normas para o controle e erradicação da EIA, fiscalizadas pelo
Serviço de Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Agricultura. Em casos
de surtos da EIA deve-se fazer a interdição da movimentação de equídeos
nas propriedades, isolamento de animais suspeitos ou soropositivos,
proibição da participação dos equídeos em locais onde haja a
concentração de animais e eliminação dos comprovadamente positivos. O
sacrifício do animal será realizado, somente, após um novo teste, 15 dias
após a primeira prova. Propriedades serão consideradas controladas
quando não apresentarem reagentes positivos em duas provas sucessivas
de IDGA, com intervalo de 30-60 dias, e quando todo o rebanho eqüídeo
for submetido ao teste pelo menos uma vez a cada 12 meses. A legislação
brasileira de saúde animal considera EIA como de notificação obrigatória,
devendo o médico veterinário comunicar aos órgãos de Defesa Sanitária
Animal qualquer caso positivo para essa enfermidade. O eqüídeo
infectado é a principal fonte de disseminação da enfermidade, portanto, a
identificação de um caso é o ponto de partida para as medidas de controle
da EIA. O animal positivo deve ser isolado, impedindo-se sua
movimentação e, posteriormente, sacrificado. Outros fatores contribuem
para a disseminação da EIA tais como: concentrações de animais como em
cavalgadas, enduros, romarias, onde a maioria dos animais não foi
testada. Tropas de rodeio se deslocam de uma cidade para outra e se
desviam da fiscalização mantendo muitas vezes, animais contaminados
em sua tropa. Algumas recomendações para a prevenção da infecção são
não permitir a entrada e permanência de eqüinos estranhos na
propriedade, mesmo que temporária. Quando da introdução de um
animal no plantel deve- se exigir o atestado negativo para EIA, ou manter
o mesmo isolado durante 30 dias e realizar um exame sorológico.
Recomenda-se, também, controlar com repelentes as moscas e
mosquitos, colocar bovinos no meio do rebanho eqüino, a fim de se
interromper a transmissão mecânica da infecção, desinfetar
constantemente estábulos e boxes com caiação, remover a cama e
pincelar as paredes com facho de fogo; utilizar sempre material
descartável como agulhas hipodérmicas; exigir sempre atestado negativo
em qualquer transação de eqüinos; se o animal sair de seu habitat
submeter o mesmo, na volta, a um exame sorológico, recordando que o
período de incubação da EIA pode ser de 15 a 20 dias para o aparecimento
de anticorpos. Criadores e proprietários devem manter vigilância
constante de seus rebanhos pois os mesmos se constituem em valioso
patrimônio à eqüinocultura brasileira. Tendo em vista a importância da
EIA para o Brasil as autoridades sanitárias deveriam elaborar uma política
sanitária rígida que levasse em consideração as características diferenciais
da enfermidade de acordo com os diferentes ecossistemas do país, tipos
de exploração, manejo, finalidade, aptidão dos animais e densidade
populacional afim de garantir a continuidade dessa importante atividade
agropecuária brasileira (CORRÊA, et al, 2001).

9) Quais as normas legais, segundo a ADAPAR (Agência de Defesa Animal


do Paraná) para os animais detectados com A.I.E ?
R=

REFERÊNCIA
MAIA. C.A, et al. Anemia infecciosa equina. PUBVET. Londrina, v.5,
n.11, Ed.158, 2011. Disponível em:
<https://www.pubvet.com.br/uploads/70626798713210a330ba3b4c9ad8
6627.pdf> Acessado em: 27 de agosto de 2020.
CORREA. F.C.F, et al. Doenças de Ruminantes e Equinos. Ed.2. V.1. São
Paulo: Varela Editora e Livraria LTDA, 2001.

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