Você está na página 1de 57

Peste Suína Africana e Clássica

Profª Maria Luciana M. W. Neves


luciana.menezes@grupounibra.com
Peste suína Africana

Etiologia
• DNA vírus
• Gênero: Asfivirus
• Família: Asfaviridae
Peste suína Africana

Etiologia - Sobrevive:
• Ph 3-11
• 15 dias no sangue em putrefação
• 3 horas/50°C
• 70 dias no sangue sobre a madeira
• 11 dias nas fezes em temperatura ambiente
• 18 meses no sangue suíno/18°C
• 150 dias na carne com osso a 3,8°C
• 140 dias em presunto salgado desidratado.
Peste suína Africana

Epidemiologia
Acomete:

• Endêmica no continente africano


• Restrita até 1957
Peste suína Africana
Epidemiologia

Figura 1. Mapa do
Brasil mostrando a
situação sanitária
dos estados frente à
Peste Suína Africana.

https://www.google.com/url?sa=ifont-size:6pt;font-
style:normal;font-weight:normal;color:#FF1418;font-family:Arial">6
Peste suína Africana
Epidemiologia

https://www.oie.int/app/uploads/2022/02/asf-report5.pdf
Fonte: Moura (2009).
Peste suína Africana

Epidemiologia
• Transmissão:

Ornithodoros moubata Ornithodoros savignyi Ornithodoros porcinus porcinus


Peste suína Africana

Epidemiologia
• Transmissão:
Peste suína Africana

Epidemiologia
Fatoresde risco:
oVirulência
oPresença do vetor
oAglomerações de animais
oPortadores assintomáticos

 Indicadores epidemiológicos:
o Mortalidade
o Morbidade
o Letalidade
Peste suína Africana

Patogenia

Infecção por Replicação


Membranas
via direta tonsilas e Hemorragias
basais
e/ou indireta TRS

Viremia 48-
4-5 dias
72 horas P.I.
Hemorragias
e edema
Morte

Hemorragias
renais
Peste suína Africana

Patogenia

Infecção por Replicação


Barreira
via direta tonsilas e
transplacentária
e/ou indireta TRS

Viremia 48-
72 horas P.I. Replicação nos
tecidos fetais

Abortos
Peste suína Africana * *

Sinais clínicos
Fonte: Moura (2009) apud Steven (2002)
Pestesuína Africana Sinais clínicos

https://www.3tres3.com.pt/artigos/estamos-prontos-para-reconhecer-a-peste-suina-africana-psa-no-campo_12376/
Pestesuína Africana Sinais clínicos
Pestesuína Africana Sinais clínicos

https://www.3tres3.com.pt/artigos/diagnostico-de-psa-mais-que-ler-os-resultados-do-laboratorio_14976/
Peste suína Africana
Genótipos menos
virulentos ocasionam
sinais clínicos leves e
muitas vezes inespecíficos

podem ser facilmente confundidos


com outras enfermidades dos
suínos e podem não levar a suspeita
de PSA.

Animais que se recuperam de infecções,


tornam-se portadores do vírus, constituindo
os maiores problemas no controle da doença.
Peste suína Africana

Diagnóstico
 Sinais clínicos
 Linfopenia
 Imunofluorescência •Baço
•Rins
 ELISA •Nodos linfáticos
 PCR submandibular e/ou
abdominais
 Isolamento viral •Tonsilas
 Bioprova • Sangue
 Anatomopatológico
 Histopatológico
Pestesuína Africana Sinais Anatomopatológicos

Baço aumentado de tamanho.


Rim afectado com hemorragias
petequiais.

Gânglios linfáticos inchados e hemorrágicos.


Lesões hemorrágicas no intestino
https://www.3tres3.com.pt/artigos/estamos-prontos-para-reconhecer-a-peste-suina-
grosso africana-psa-no-campo_12376/
Pestesuína Africana
Histopatológico

https://www.3tres3.com.pt/artigos/diagnostico-de-psa-mais-que-ler-os-resultados-do-laboratorio_14976/
Peste suína Africana

Tratamento
• Inexistente

Controle e profilaxia
• Abate sanitário imediato dos positivos e seus contactantes
• Destruição dos focos de carrapatos
• Controle da importação de suínos e seus produtos
• Vazio sanitário de 3 meses
https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/agro/2021/07/804121-peste-suina-africana-chega-as-americas-e-brasil-precisa-redobrar-
cuidados.html#:~:text=Entre%20as%20principais%20medidas%20para,que%20ingressam%20em%20unidades%20produtivas.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2021/08/02/governo-brasileiro-reforca-
vigilancia-apos-1o-caso-de-peste-suina-africana-nas-americas.ghtml
Peste suína clássica
Definição
• Doença infectocontagiosa que é caracterizada
por manifestações hemorrágicas sistêmicas.
Peste suína clássica

 Etiologia
RNA
Família: Flaviviridae
Gênero: Pestivirus
• Diarreia Viral Bovina (BVDV)
Um sorotipo
• Genogrupos 1 e 2
Peste suína clássica
 Etiologia
Resistente: Temperatura 56°C.
pH: Inativado a pH < 3,0 ou pH >11,0.
Sensível: Éter, clorofórmio, β-propiolactona 0,4%, cresol,
hidróxido de sódio (2%), formalina (1%), carbonato de sódio
(4% anidro ou 10% cristalino, com 0,1% detergente),
detergentes iônicos e não iônicos, iodóforos fortes (1%) em
ácido fosfórico.
Sobrevivência: Sobrevive bem em ambientes frios e pode
sobrevier a alguns processamentos de carne (curado e
defumado).
Peste suína clássica
 Epidemiologia
 Acomete
Peste suína clássica

 Epidemiologia

Fontes de infecção
•Animal doente
•Sangue e todos os tecidos, secreções e
excreções de animais doentes e mortos;

•Leitões infectados congenitamente apresentam


uma viremia persistente e podem excretar vírus
vindo a desenvolver a doença entre 2 e 11
meses após o nascimento
Peste suína clássica
 Epidemiologia
Transmissão
• Contato direto entre animais (secreções, excretas,
sêmen, sangue);

• Propagação por pessoas, utensílios, veículos,


roupas, instrumentos e agulhas;

• Utilização de restos de alimentos sem tratamento


térmico adequado na alimentação dos animais;

• Infecção transplacentária
Peste suína clássica

 Epidemiologia
Vias de infecção
• Ingestão de alimentos contaminados
• Via respiratória

• Contato com conjuntivas, mucosas e lesões de pele

• Inseminação artificial.
Peste suína clássica
 Epidemiologia
Distribuição mundial
Últimos
casos

2020

2014
Peste suína clássica
Peste suína clássica
 Epidemiologia
Grupo de risco
• Animais jovens

 Fatores predisponentes
• Animais não vacinados
• Fornecimento do colostro
• Estado imune, estresse
• Infecções intercorrentes
Peste suína clássica  Patogenia
Infecção Monócitos e
Replicação
macrófagos
Tonsilas e
pela via Mucosa TD linfonodos Linfócitos da
oronasal e TR retrofaríngeos
linhagem
macrofágicas

Disseminação
7-10 d de Útero Disseminação
via pelos linfonodos
incubação hematógena regionais

Cels.
epiteliais
suínos PI
Queda nas Atinge todos
plaquetas os órgãos e
Hemorragias tecidos
generalizadas
Destruição de
monócitos,
imunodepressão linfócitos e
neutrófilos
Peste suína clássica

 Sinais clínicos
Hiperaguda (2-5d)
• Morte súbita em leitões
• Sem lesões aparentes
Peste suína clássica
 Sinais clínicos
Aguda (2-7 d)
• Febre (41°C), anorexia, letargia;
• Animais ficam amontoados;
• Hiperemia multifocal e lesões hemorrágicas na pele, linfonodos, laringe, bexiga,
rins e junção ileocecal;
• Conjuntivite;
• Cianose da pele, especialmente extremidades (orelhas, membros, focinho,
cauda);
• Constipação intestinal, seguida de diarreia;
• Vômito;
• Ataxia, paresia e convulsão;
• Morte em 5 a 15 dias;
• Mortalidade de animais jovens 100%;
• Infartos multifocais na margem do baço;
• Aumento generalizado dos linfonodos.
Peste suína clássica
Sinais clínicos

 Forma aguda

https://www.jornalbomdia.com.br/noticia/2639
3/alerta-para-a-prevencao-da-peste-suina
C) Baço aumentado de volume e com áreas hemorrágicas. D) Rim com hemorragias petequeais
na superfície capsular. E) Intestino grosso com grandes áreas hemorrágicas vistas pela serosa.
F) Intestino grosso com colite fibrinonecrótica na forma de botões ulcerosos na mucosa.
Peste suína clássica
 Sinais clínicos
Crônica (1-3 meses)
• Prostração, apetite irregular, febre, diarreia;
• Recuperação aparente, com recaída posterior e morte;
• Úlceras nas placas de Peyer, ceco e intestino grosso

 Congênita (2-11 meses)


• Nascimento de animais fracos ou pequenos (refugo);
• Tremor congênito ;
• Retardo no crescimento e morte;
• Leitões podem desenvolver anticorpos contra o agente,
persistentemente infectados
• Tendem a morrer em semanas ou meses.
• Hipomielogênese, hipoplasia cerebelar, microcefalia, hipoplasia
pulmnar, outras mal formações
Peste suína clássica
Sinais clínicos
Forma suave
Fêmeas:

• Febre passageira e inapetência


• Morte e reabsorção fetal ou mumificação,
natimortalidade;
• Nascimento prematuro dos fetos;
• Nascimento de leitões persistentemente infectados –
morte em pouco dia ou aparecimento tardio da doença;
• Aborto (pouco frequente).
Peste suína clássica
 Diagnóstico
 Sinais clínicos, histórico do caso e evidências
epidemiologicas;
Imunofluorescência direta
Isolamento viral (amídalas, gânglios linfáticos,
faríngeos e mesentéricos, baço, rins, íleo distal e
sangue)
PCR
ELISA
Peste suína clássica

 Tratamento
Não há tratamento possível
Animais infectados devem ser abatidos e
enterrados ou incineradas suas carcaças.
Peste suína clássica

 Profilaxia e controle
Vacinação (IN. 10 de 06/04/2020→ autorizou vacinação)
• Áreas endêmicas: sistemática
• Áreas livres ou em processo de
erradicação: Não vacinação e abate
sanitário
• Brasil: Vacinação liberada para alguns
estados brasileiros

https://www.canalrural.com.br/noticias/pecuaria/suino/vacinacao-contra-a-
peste-suina-classica-comeca-dia-24-de-maio-em-alagoas/
Peste suína clássica
 Profilaxia e controle

https://www.cnabrasil.org.br

https://www.gov.br/agricultura
Peste suína clássica

 Profilaxia e controle
Peste suína clássica
 Profilaxia e controle
Peste suína clássica
Peste suína clássica

 Plano de erradicação
 Suídeo acometido de PSC:
◦ Sintomas clínicos ou lesões compatíveis com a PSC, com
diagnóstico comprovado por meio de exame laboratorial;

 Suídeo suspeito de PSC:


o Qualquer suídeo que apresenta sintomas clínicos ou
lesões compatíveis com PSC, ou ainda, reação a teste
laboratorial que indique a possível presença da PSC;
Peste suína clássica

 Plano de erradicação
Zona externa de vigilância: Área ao redor da
zona interna de proteção, com um raio mínimo
de 10 km a partir do foco.

Zona interna de proteção: Área circunvizinha a


um foco com um raio mínimo de 3 km
Peste suína clássica

 Plano de erradicação
Suspeita de ocorrência de PSC:
O proprietário deverá suspender de imediato a
movimentação, a qualquer título, de suídeos, produtos e
subprodutos de suídeos;

A infração: Representará criminalmente o infrator


junto ao Ministério Público.

Caso o infrator seja médico veterinário credenciado, o


serviço veterinário oficial deverá proceder de acordo
com a legislação específica.
Peste suína clássica
 Plano de erradicação
Atenção aos focos
Notificações de suspeita: Investigação pelo Médico
Veterinário oficial, será iniciada em no máximo doze
horas após a notificação;

Confirmação da suspeita clínica: Colheita amostras


dos suídeos para encaminhamento ao laboratório
oficial
Peste suína clássica
 Plano de erradicação

Atenção aos focos


• PSC confirmada: Estabelecimento da zona interna de
proteção e externa de vigilância com um raio mínimo
de dez quilômetros a partir do foco.

• Suídeos acometidos de PSC e os seus contatos


diretos serão submetidos ao sacrifício sanitário no
próprio estabelecimento de criação, em prazo
máximo de 24 horas após o recebimento da ordem
de matança expedida pelo Departamento de Defesa
Animal - DDA
Peste suína clássica
 Plano de erradicação
Atenção aos focos
Suídeos que tenham estabelecido contato indireto com
animais infectados: Devem ser submetidos a uma avaliação
de risco, podendo ser encaminhados ao sacrifício sanitário
ou abate sanitário.

Destruição de quaisquer materiais suspeitos de estarem


contaminados pelo vírus;

Vazio sanitário e introdução de sentinelas;

Desinsetização e desratização.
Peste suína clássica

 Plano de erradicação
Atenção aos focos
• Repovoamento: Duas sorologias negativas dos
suídeos sentinelas, com intervalo de 15 e 30
dias
Principais pontos diferenciais e comuns
entre PSA e PSC
Peste Suína Africana Peste Suína Clássica
Vírus DNA, família Asfarviridae, gênero Asfivirus Vírus RNA, família Flaviviridae, gênero Pestivirus
Não induz produção de anticorpos neutralizantes Induz produção de anticorpos neutralizantes, exceto
persistentemente infectados (PI)
Nenhuma ou limitada proteção cruzada entre Apresenta proteção cruzada entre genotipos
genotipos
Sem evidência de transmissão intrauterina Ocorrência de transmissão intrauterina que resulta
em suínos PI
Ocorre transmissão por carrapatos Não ocorre transmissão por carrapatos ou roedores
A doença foi diagnosticada no Brasil em 1978 e O Brasil tem um programa nacional para controle da
erradicada em 1984. Atualmente o país é livre doença e atualmente grande parte do território é
reconhecido como livre
Não existe tratamento nem vacina comercial Não existe tratamento, mas possui vacina comercial

Pontos em comum
Sinais clínicos de febre alta, perda de apetite, letargia, eritema e petéquias
Transmissão direta e indireta
Suínos asselvajados são reservatórios dos vírus
Período de incubação longo, principalmente em condições de baixas temperaturas
Medidas de controle e prevenção baseadas em: alta biosseguridade, não fornecer restos de alimentos
contaminados com o vírus, impedir contato entre população de suínos domésticos e asselvajados
luciana.menezes@grupounibra.com

Você também pode gostar