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Vírus da Anemia Infecciosa Equina

Microbiologia Veterinária

Prof. Dionei Joaquim Haas


MV, MSc
AIE

• Vírus RNA envelopado da família Retroviridae (retrovírus)

• Icosaédrico com 80-120nm

• Transcriptase reversa e Integrase

• Afeta equídeos (equinos, asininos e muares)

• Afeta animais de qualquer idade, raça e sexo


Ciclo de replicação do vírus da AIE
Transmissão da AIE

Vetores mecânicos Iatrogênica


Agulhas

Tabanus Stomoxys calcitrans Instrumentos cirúrgicos

“Febre dos pântanos”


Sítios de multiplicação do vírus da AIE

• Replica em tecidos ricos em macrófagos/monócitos


• Fígado
• Baço
• Rins
• Pulmão
• Linfonodos
• Glândula adrenal
Fases da AIE
AGUDA (duração 30 dias)
Febre (39°), anorexia, viremia pronunciada
Trombocitopenia
PI 1 a 3 semanas, mas pode chegar a 3 meses

CRÔNICA (duração 1 ano)


ciclos recorrentes de viremia
febre (episódios recorrentes), anorexia, edema
leucopenia, trombocitopenia, anemia, hemorragias, diarreia,
imunocomplexos - hepatoesplenomegalia e glomerulonefrite
letargia, morte

PORTADOR ASSINTOMÁTICO (dura vida toda)


sem sinais clínicos
portadores e principais fontes de infecção
reaparecimento dos sinais clínicos induzidos por estresse
ou imunossupressores
Animais infectados com vírus da AIE
Animais infectados com vírus da AIE
Sinais clínicos sugestivos de AIE
Rápida perda de peso, Anemia
caquexia e letargia (palidez nas mucosas) Hemorragias petequiais

Edema (ventral, membros, prepúcio)


Diagnóstico definitivo de AIE
• Exame laboratorial => INFECTADOS

• Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos – PNSE

• IDGA (Imunodifusão em Gel de Ágar)

“baseia-se na migração do antígeno e do anticorpo presente no soro


animal, em um meio semisólido (ágar-gel), com a formação de uma
linha de precipitação visível a olho nu”

Karlisson 2012
Controle da AIE

• NÃO EXISTE TRATAMENTO NEM VACINA

• DIAGNÓSTICO E SACRIFÍCIO DOS INFECTADOS

• FOCO - INTERDIÇÃO DA PROPRIEDADE


• Dois exames consecutivos (30 dias) de todo efetivo
• Dois exames negativos: propriedade será desinterditada

• TESTE É OBRIGATÓRIO PARA TRÂNSITO DE EQUINOS


• Eventos pecuários, feiras e exposições...
Vírus da Influenza Equina
Microbiologia Veterinária

Prof. Dionei Joaquim Haas


MV, MSc
Vírus da Influenza Equina
• Influenza vírus A [ H7N7 (equi-1) e H3N8 (equi-2) ]

• RNA envelopado 80-120nm que sofre frequentes variações


antigênicas (drift e shift antigênicos)
• reduz o grau e período de proteção conferida por infecção natural
anterior e vacinação

• Hemaglutinina (H)
• Neuraminidase (N)
• Receptor celular ácido siálico
Influenza Equina
• Infecção respiratória aguda altamente contagiosa – surtos
• “Gripe equina”

• Transmissão por contato direto e indireto a partir de secreção


nasal e oral de animais doentes
• cochos e bebedouros, manjedouras, embocadouras, aerossóis,
materiais de uso diário (panos, escovas)

• Afeta equídeos de
qualquer raça, sexo e idade
Sinais clínicos de Influenza Equina
• PI: pode ser tão curto quanto 24h

• Doença primariamente respiratória:


• Febre alta (41.5°C), tosse e corrimento nasal seroso

• Falta de apetite, prostado, perda de peso

• Indisposição para trabalho e esporte


Diagnóstico definitivo da Influenza Equina

• Material clínico: secreção respiratória, suabe


nasofaríngeo, lavado nasotraqueal e soro sanguíneo

• Técnicas: isolamento viral, detecção de Ag, Ac e RNA


viral
Tratamento da Influenza Equina

• Tratamento é sintomático

• Repouso total e evitar estresse


• diminui a gravidade dos sinais clínicos e
acelera a recuperação

• Recomenda-se uma semana de repouso para cada dia


de febre, com retorno gradativo às atividades
Controle e Prevenção da Influenza Equina-
Vacinação

• Semestral a anual de todos animais

• Primeira vacinação: 2 doses com intervalo de 4 a 6


semanas e reforço após 6 meses

• Potros: vacinar a partir dos 4 meses

• Vacinação de éguas prenhes na fase final de gestação


• transferência de imunidade passiva !
Controle da Influenza Equina - Vacinação

• Ofício Circular GDA n° 08/12


• Portaria n° 1210, DE 07 DE Maio de 2012 (IMA)

• Vacinação obrigatória para emissão de GTA e participação


em eventos agropecuários e aglomerações (atestado válido
por 1 ano)
• Atestado informando que animal procede de estabelecimento onde não
houve a doença clínica (30 dias)
Vírus da Cinomose Canina
Microbiologia Veterinária

Prof. Dionei Joaquim Haas


MV, MSc
Vírus da Cinomose

• RNA envelopado 150 nm

• Gênero Morbilivírus, família Paramyxoviridae

• Lábil no ambiente – sobrevive poucas horas

• Sensível ao calor, dessecação, solvente lipídicos,


detergentes e desinfetantes
Vírus da Cinomose

• Vírus é eliminado por todas secreções e excreções

• Altamente contagioso

• Transmissão: contato direto, aerossóis, naso-oral, urina...


fômites

• Infecta todos os canídeos, cão doméstico+++

• Mais susceptíveis são animais de 3-4 a 6 meses de idade


• queda da imunidade passiva
Vírus da Cinomose

• Grande parcela não desenvolve forma clínica da infecção

• Desfecho da infecção depende:


• Patogenicidade da cepa infectante
• Condição imunológica
• Presença de título de anticorpo neutralizante suficiente
• Imunidade passiva
• Eficiência da vacinação (falha vacinal – interferência imunidade passiva,
protocolo, qualidade da vacina, diferença antigênica entre vírus vacinal e vírus
de campo)
• Capacidade do organismo animal montar resposta imune eficaz
Replicação no epitélio
do trato respiratório
superior e em
macrófagos

Órgãos
Resposta Resposta
linfoides
imune eficaz inadequada

Não manifesta Disseminação


sinais sanguínea

Recuperação Manifestação
clínica
Tegumentar

Fonte: TRAESEL, 2007.

Trato
respiratório
Disseminação
sanguínea
Fonte: COX & LOCKHART

linfócitos Trato
Gastrointestinal

Urinário
Fonte: COX & LOCKHART

Conjuntiva
SNC
Uveíte
Vírus da Cinomose
AGUDA: cão de 4-6 meses
febre, secreção nasal-ocular, conjuntivite, pústulas abdominais,
pneumonia, imunossupressão, diarreia, nervosa, morte

FORMA NERVOSA (encefalite):


sequelas-tiques
perdas dos posteriores, incoordenação

CRÔNICA:
• Progressiva cães adultos 3-8 anos
• encefalite do cão velho (>8 anos)
• perda progressiva das funções neurológicas
• Deterioração motora e comportamental
Vírus da Cinomose

• Diagnóstico definitivo:

• Material: secreção nasal-ocular, urina

• IFD, IPX, RT-PCR

• Teste rápido de imunocromatografia para Ag viral


Vírus da Cinomose
• Tratamento específico? eficácia comprovada?

• Ribavirina – atividade antiviral in vitro – reduz replicação

• In vivo: Ribavirina (30 mg/mL VO) + DMSO (20 mg/Kg IV), 24h 15d
• reduz 30% índice de mortalidade
• efeitos colaterais: anemia,...
Mangia, 2008. Tratamento experimental de cães naturalmente infectados com o vírus da cinomose na fase
neurológica com o uso da ribavirina e dimetil-sulfóxido (DMSO). Dissertação de Mestrado, Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP. 152p.
Mangia et al. 2014. Efeitos colaterais do uso da ribavirina, prednisona e DMSO em cães naturalmente infectados pelo
vírus da cinomose. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 34, n. 5, p. 449-454.

• Ribavirina + IFN (10UI/kg)


cura clínica, mas não esterilizante (1 cão)
VIANA,; TEIXEIRA. Ribavirina e fase nervosa da cinomose: cura clínica, mas não esterilizante-Relato de dois casos. Brazilian Journal of Veterinary Medicine,
v. 37, n. 1, p. 29-32, 2015.
Vírus da Cinomose
• TERAPIA SINTOMÁTICA

• VACINAÇÃO – vacina de vírus vivo atenuado


• Primovacinação aos 60 dias de idade
• imunidade passiva declina entre 8 e 14 semanas!
• Seguida por três reforços mensais
• Revacinação anual
• Realmente necessária ? duração da proteção vacinal?
até 3 anos!
GILL 2004. et al. Three-year duration of immunity for canine distemper, adenovirus, and parvovirus after
vaccination with a multivalent canine vaccine. J Appl Res Vet Med, v. 2, n. 4, p. 227-34.
Larson LJ, Schultz RD. Three-year duration of immunity in dogs vaccinated with a canarypox-vectored recombinant
canine distemper virus vaccine. Vet Ther. 2007 Summer;8(2):101-6.
BIAZZONO et al., 2001. Avaliação da resposta imune humoral em cães jovens imunizados contra a cinomose com
vacina de vírus atenuado. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo , v. 38, n. 5, p. 245-250.
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