Você está na página 1de 30

1

FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ


UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Centro de Ciências da Saúde – CCS

CURSO: MEDICINA VETERINÁRIA

MÓDULO: INFECÇÃO E PARASITOSE ANIMAL


CONFERÊNCIA: FEBRE AFTOSA

Med Vet. Dr. Francisco Esmaile de Sales Lima


Objetivos
• Enfermidades Vesiculares

• Aftosa

• www.oie.int

• www.agricultura.gov.br

• Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da


Febre Aftosa (PNEFA), que emprega as definições
técnicas e científicas estabelecidas por órgãos e
instituições internacionais, dos quais o Brasil é
membro signatário, em especial a OIE.
FEBRE AFTOSA
Febre aftosa
• Infectocontagiosa, de etiologia viral.

• Animais domésticos e selvagens biungulados


• Bovinos, ovinos, caprinos, suínos e búfalos indianos.

• Caracterizada pela formação de lesões vesiculares (aftas) –


mucosas oral e nasal, língua, coronária dos cascos e
espaço interdigital.
• Dissemina-se rapidamente em populações susceptíveis
• Perdas econômicas significativas.

• Restrições à exportação de produto de origem animal em regiões ou


países com notificação da doença.
Etiologia
Picornaviridae; Aphtovirus;

RNA polaridade positiva, sem env.

7 sorotipos: A,O ,C SAT-1,SAT-2,SAT-3 e ASIA 1

Cada sorotipo: grande variedade de subtipos

Sequenciamento do gene VP1: diferenciação dos isolados

Necessidade de lab. Mundial de referência: Pirbright e


regional; Plum Island; Centro Panamericano de febre
Aftosa
Não há imunidade cruzada entre os sorotipos
Etiologia
Etiologia
Permanência do vírus em produtos curados em sal e tecidos
de animais infectados mantidos a 1 a 7 C:
•Presunto (medula óssea)---------------------89 dias
•Carne (gânglios linfáticos)------------------50 dias
•Couro bovino---------------------------------352 dias
Permanência do vírus em tecidos e fluidos de animais
infectados
mantidos a 1 a 7 C:
•Sangue (suíno)--------------------------------70 dias
•Sangue (bovino)-------------------------------60 dias
•Medula óssea (bovina)---------------------210 dias
•Medula óssea (suína)-------------------------42 dias
•Língua (bovino)------------------------------33 dias
•Língua (suíno)--------------------------------10 dias
Etiologia
• INATIVAÇÃO VIRAL:

• pH ácido ( menor que 6,5)

• pH alcalino (maior que 11)

• Desinfetantes químicos: Carbonato de sódio 4%, formol 10%,

hidróxido de sódio 1 %, ácido acético 2%

• Calor : acima de 50 C

• Luz UV, ionização por raios solares e raios gama


Importância Econômica
• Diminuição da produção de leite : 22 a 40 %
• Diminuição da produção de carne : 25 a 35 kg/animal
• Complicações secundárias: mastites, descarte de
animais
• Morte por complicações cardíacas
• Abortos
• Bloqueio de acesso a um mercado internacional que
impõe fortes
• restrições e praticam preços de 20 a 40 % mais altos,
em média para produtos oriundos de regiões livres
Epidemiologia
Suscetibilidade: ruminantes domésticos e selvagens,
suínos domésticos e selvagens
Experimentalmente: Cães, gatos, coelhos,
camundongos lactentes, hamsters
Saúde Pública:
• Humanos podem se infectar clinicamente ou
inaparente
• Transmissão por soluções de continuidade da pele,
ingestão de leite não pasteurizado
• Não comprovada transmissão por ingestão de
carne
Epidemiologia
• 100 % morbidade; 1 a 10 % mortalidade

• Principal via de transmissão : aerossois :trato


respiratório superior

• Via oral importante para bezerros e suínos

• Vias genital e conjuntival :menor importância

• INFECÇÃO PODE PERMANECER LATENTE EM


ANIMAIS RECUPERADOS E EM VACINADOS:
PORTADORES
Epidemiologia
• Transmissão a partir de animais em período de
incubação ou em fase aguda (3-4 dias antes dos
sinais clínicos ):

• Urina, descargas nasais, saliva, fezes, leite, sêmen,

tecidos abortados

• Difusão viral por rios, lagoas, vento


Epidemiologia
• PAPEL NAS DIFERENTES ESPÉCIES

• BOVINOS: lesões geralmente mais graves

• Excreção viral : 6-24 meses após recuperação

• OVINOS /CAPRINOS: Lesões brandas

• Excreção viral : 3-4 meses

• SUÍNOS: Excreção somente durante período clínico

• Amplificadores da disseminação
Epidemiologia
• AVES: Transmissão mecânica por excreção fecal
após ingestão do vírus

• HUMANOS: mecanicamente
Patogenia
Trato respiratório
(tecido linfoide),
derme e epiderme
em lesões
Vírus cutâneas ou Viremia
mucosas

FARINGE
Vesículas
Primárias
Tecidos Alvo
24h: esôfago,
intestino, rúmen

Mucosa bucal Pele Patas Miocárdio


palato duro Úbere Espaco
Língua interdigital
Patogenia
• FORMAÇÃO DE VESÍCULAS:

• Lise das células infectadas

• Edema intracelular (degeneração balonosa)

• MIOCÁRDIO: degeneração e necrose (degeneração

Zenker ou de Kitt)
• “coração tigrado”

• Adeno-hipófise: Degeneração células


Sinais Clínicos
• Podem estar ausentes

• P.I: 2 – 7 dias
• Febre alta, vesículas secundárias mucosa bucal, patas
(espaço interdigital e banda coronária)
• Salivação intensa e claudicação
• Emagrecimento e fraqueza do animal
• Aftas na glândula mamária
• Miocardite (pp em bezerros): morte súbita ou insuficiência
• cardíaca – aftosa maligna-
• Lesão hipofisária: pêlos longos, sem brilho, podem não
apresentar cio ou cios inférteis
Diagnóstico
• Clínico : Presuntivo
• Laboratorial: sorologia (ELISA e vírus-neutralização) ,
fixação do complemento
• Acs: ~5-10 dias após primeiros sinais
• ELISA: p/ identificar níveis de proteção na população
ou atividade viral
• Teste Probang: pesquisa de vírus no líquido
esofágico-faríngeo
• Isolamento viral: conteúdo vesicular, epitélio (BHK-
21)
• (Líquido de Valleé: tampão fosfato com glicerina) ou
somente gelo
Teste de Probang

Amostras de fluido
esofágico- faríngeo
Controle e Profilaxia
AeO

• VACINAÇÃO : bovinos e bubalinos


• As demais sps quando surtos (vacinação
estratégica e perifocal),
• Regiões endêmicas: vacinas polivalentes
• Brasil: obrigatório que até os 2 anos de idade os
bezerros sejam vacinados pelo menos 4 vezes e,
posteriormente semestralmente.
Controle e Profilaxia
• FATOS SOBRE A VACINAÇÃO:
• Não previne doença em animais já infectados ou que
tornaram-se infectados antes da imunidade ter se
desenvolvido após vacinação ( 14-21 dias após)
• Animais jovens com Acs colostrais : sem eficácia
• (vacinar aos 3 meses – reforço 90 dias e depois
semestralmente)
• Animais vacinados imediatamente após contato com
vírus: carreadores virais
• Testes sorológicos distinguem infectados e vacinados
(ELISA DIFERENCIAL ) proteínas não estruturais
Controle e Profilaxia
• 1) Notificação obrigatória,
• 2) assistência a todos os focos,
• 3) vacinação de bovinos e bubalinos,
• 4) controle da produção e fiscalização da comercialização da
vacina,
• 5) controle e fiscalização do trânsito de animais, 6)
desinfecção de ambientes e veículos,
• 7) sacrifício de animais doentes e de contatos,
• 8) destinação correta de excretas, carcaças e restos de
animais
• 9) limpeza ou destruição de equipamentos e materiais
diversos utilizados no foco. Seis meses livres de animais
susceptíveis.
Casos suspeitos e confirmados
1) Suspeitos: Notificação à vigilância
sanitárias(autoridades responsáveis pela campanha de
erradicação da doença
2) Restrições de entrada e saída até investigação
3) Proibição de movimento de animais num raio de 8 Km
e envio de amostra para lab credenciado
4) Confirmados: ÁREA INFECTADA no mínimo por 10 Km
OBS. SE CONDIÇÕES ADEQUADAS
P/DISSEMINAÇÃO: ÁREA MAIOR
5) Animais abatidos imediatamente: os infectados e os
contactantes
Diagnóstico Diferencial
• Estomatite vesicular em bovinos e suínos

• Rinotraqueíte infecciosa bovina

• Diarreia viral bovina (BVD)

• Febre Catarral Maligna em bovinos

• Língua Azul em bovinos e Ovinos


Referências
• Doenças Infecciosas em Animais de Produção e de
Companhia, 2015
• https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/www/programas/
?/sanidade-animal/programa-estadual-de-erradicacao-da-
febre-aftosa/&cod=4

• Vídeo – Principais lesões de febre aftosa(bovinos e


suínos)

• https://www.youtube.com/watch?v=h3Meoun9hyo&t=332s

Você também pode gostar