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DESVENDANDO

A HIDROFOBIA
COMPREENDENDO A RAIVA E SUA IMPORTÂNCIA DA
SAÚDE COLETIVA
INTRODUÇÃO
HIDROFOBIA
A raiva, também conhecida como
doença do Cachorro Louco ou
Hidrofobia, é uma zoonose descrita
há pelo menos 4 milênios. Estudos
sugerem que as cepas atualmente
circulantes podem ter-se originado
em cães domésticos do sul do
subcontinente indiano há 1.500 anos.
Através de Louis Pasteur em 1885, o
primeiro humano foi vacinado.
CONTINUANDO...
Com severidade de ser quase 100%
letal, a doença afeta
predominantemente mamíferos
domésticos e selvagens e é causada
por um vírus, que apresenta como
principal característica comprometer
o Sistema Nervoso Central (SNC) sob
a forma de encefalite com sinais
nervosos ora representados por
agressividade, ora por paresia e
paralisia.
ETIOLOGIA
A raiva é uma encefalite viral aguda.

Seu agente etiológico é um RNA-vírus pertencente à


ordem Mononegavirales, da família Rhabdoviridae e
do gênero Lyssavirus.

Possui forma de bala de fuzil, mede 180 nm de


comprimento e 75 nm de diâmetro.

Existem pelo menos oito genótipos


distintos de vírus da raiva.
ETIOLOGIA
O vírus rábico é inativado por diversos agentes físicos e químicos

Álcool Sabão Acetona

Radiação Ácidos e bases


CICLOS
O ciclo aéreo, onde se encontram os
quirópteros (morcegos), que são os
principais reservatórios do vírus na
natureza, principalmente os hematófagos
como o Desmodus rotundus, além dos
morcegos insetívoros e frugívoros;

O ciclo silvestre com transmissão entre


animais como macacos, raposas e
guaxinins;
O ciclo rural, representado por animais de
produção;
O ciclo urbano com animais domésticos
como cães e gatos.
CICLOS
TRANSMISSÃO
A transmissão ocorre pela penetração do vírus
contido na saliva do animal infectado, principalmente
pela mordedura, pela arranhadura e lambedura de
mucosas ou em feridas abertas. Raramente pode
ocorrer por via aerógena (através de partículas da
saliva), em profissionais que trabalham em
laboratórios ou em cavernas; por transplante de
órgãos (já foi adquirida por um humano em
transplante de córnea); e pela via digestiva em
animais, conforme relatos.
PATOGENIA
Com a inoculação no novo hospedeiro, pode
ocorrer a replicação do vírus próximo ao
músculo afetado, que será conduzido dos
nervos motores em direção ao sistema
nervoso central (SNC). Após a replicação no
SNC, o vírus segue para outros tecidos em
todo o organismo via nervos periféricos,
sensoriais e motores. Quando o cérebro é
infectado, o vírus também se dissemina via
nervos cranianos para as glândulas
salivares, onde será excretado e
perpetuado.
SINAIS CLÍNICOS EM
CÃES E GATOS
FASE PRODRÔMICA

FASE DE EXCITAÇÃO

FASE DE PARALISIA
FASES

Prodrômica Excitação Paralisia


A fase de excitação apresenta sinais
A fase prodrômica é a fase A fase de paralisia é a fase final. O
como convulsões, midríase, sialorréia,
animal apresenta paralisia do
inicial e estes animais movimentos mastigatórios alterados,
tronco, de membros e de esfíncteres,
vocalização rouca ou bitonal, prurido,
podem apresentar febre, sede, agressividade, andar compulsivo, disfagia (com a dificuldade de
deglutição suspeita-se de “engasgo”
hipersensibilidade ao som alotriofagia (compulsão em comer o que
não é comestível), fotofobia, aerofobia, e quando o tutor tenta ajudar, é
e a luz, alterações de intolerância ao barulho, começar a se exposto à infecção) , dispneia e por
esconder e morder pessoas, objetos,
comportamento como outros animais e até a si mesmo. Os cães
fim a morte. O período de evolução
para essa fase desde o início dos
esquivo social, têm propensão a abandonar suas casas e
quadro clínico é muito variável,
correr longas distâncias, atacando outros
agressividade ou medo. animais e disseminando a raiva.
podendo ser de 2 a 10 dias.
SINTOMAS EM HUMANOS
Fase prodrômica
Mal estar geral, febre, indisposição, dores
musculares, tosse e cefaléia. Pode ocorrer
também sensação de formigamento
(parestesia) ao redor do local da
inoculação e com a evolução do quadro,
sinais como diminuição da capacidade
auditiva, visão turva e estrabismo.

Fase neural aguda


É subdividida em furiosa, relacionada a
transmissão por cães e a paralítica,
associada aos morcegos.
SINTOMAS EM HUMANOS
Forma furiosa
Surgem sintomas como ansiedade e agitação,
convulsões, espasmos musculares (incluindo a
hidrofobia), confusão mental alternada por
lucidez, distúrbios na fala, hiperestesias,
fotofobia e aerofobia. A disfagia e a sialorréia,
gera o quadro típico de “espumar pela boca”. O
paciente evolui para o coma e falece (5-7 dias)
em decorrência de convulsões ou apneia.

Forma paralítica
Parestesia, dor e prurido no local da mordedura,
que evolui para paralisia muscular flácida; A
paralisia pode levar a alterações
cardiorrespiratórias (principais causas da morte
em até 14 dias), alterações urinárias e intestinais;
febre alta; espasmos musculares (sem hidrofobia);
preservação da consciência.
CASOS
Com o Programa Nacional de Profilaxia
da Raiva (PNPR), implantado em 1973.No
Brasil, apenas dois casos evoluíram para
cura, os demais evoluíram para óbito. Na
primeira cura da raiva humana,
especialistas elaboraram um protocolo
de tratamento adaptado e baseado no
americano (Protocolo de Milwaukee), que
recebeu o nome de Protocolo de Recife.
CASOS DE RAIVA HUMANA SEGUNDO
ESPÉCIE DE ANIMAL AGRESSOR NO BRASIL
1986-2023

Fonte: SVS/MS Atualizado em 16/05/2023


NÚMERO DE CASOS DE RAIVA ANIMAL EM
CÃES E GATOS NO BRASIL 2002-2022

Fonte: SVS/MS Atualizado em 16/05/2023


Prevenção
Erradicar a infecção em cães e gatos por meio da
imunização anual a partir do 3° mês de vida e
informar comportamentos anormais como
agressividade;
Diminuir o crescimento da população de animais
errantes através da esterilização destes e não
permitir acesso livre dos seus animais às ruas;
Não perturbar animais desconhecidos, prevenindo
agressões;
Evitar qualquer tipo de contato com morcegos,
principalmente com aqueles que se apresentem
em condições não habituais, como morcegos
caídos;
Adotar as medidas de profilaxia em casos de
agressão.
PROFILAXIA PRÉ E
PÓS EXPOSIÇÃO
Se uma pessoa sofrer uma agressão por algum
mamífero, deve lavar o local da ferida com água
e sabão e buscar a Unidade Básica de Saúde
imediatamente. A avaliação da necessidade da
profilaxia antirrábica pós-exposição varia
conforme o tipo da lesão, a espécie do animal
que ocasionou o ferimento e do resultado da
observação do animal durante 10 dias.
CURIOSIDADES
Animais jovens são mais propícios
à raiva do que animais adultos

A raiva afeta vários continentes e


estima-se que seja responsável pela
morte de cerca de 60 mil pessoas a
cada ano no mundo. No Brasil,
apesar de ser rara, em 2022
infectou 5 pessoas.
CURIOSIDADES
Como ocorre a hidrofobia?
Ocorre a partir de espasmos musculares na laringe
e orofaringe do animal infectado. Esses espasmos
são desencadeados ao ver ou tentar ingerir água,
podendo ser confundido com engasgo.

A raiva na antiguidade
Na Roma, acreditavam que a enfermidade era
transmitida por um verme alojado na língua dos
cães e por isso, se cortava o freio da língua dos cães
e retirava-se o pedaço onde se pensava estar o
verme, esta teoria permaneceu até Pasteur. Outros
métodos como cauterização com ferro quente, uso
de substâncias cáusticas e associações a demônios
também foram descritas.
Obrigado!

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