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Técnicos de Medicina
Geral
1º. Semestre
Aula 9
Disciplina de Saúde da Comunidade
Tétano neonatal
• Considera-se como tendo tétano neonatal qualquer recém-nascido que mame e
chore normalmente até ao 2º dia de vida, mas que entre o 3º e o 28º dia apresente
dificuldades em chorar e mamar normalmente associados a rigidez e/ou
espasmos musculares, e frequentemente, morte.
Tétano adulto
• A definição inclui qualquer pessoa com graves espasmos (contracções)
musculares e “riso sardónico” e dificuldade em abrir a boca (trismus).
Frequentemente é precedido por uma ferida.
• O tétano é de notificação semanal através do BES em todas unidades sanitárias.
1. Raiva
• É definido como caso de raiva, quando após a presença de mordedura de
um animal, geralmente cão ou macaco e mais raramente humana, com
irritação no local da ferida o indivíduo apresenta um estado de ansiedade,
mal-estar geral, febre e cefaleia, seguido de excitabilidade, hidrofobia
(medo de água).
• Nota: a doença tem a duração média de 2 a 6 dias, dependendo da
localização da ferida, levando invariavelmente à morte por paralisia
respiratória. Todos casos de mordedura animal são notificados como raiva
semanal através do BES em todas unidades sanitárias.
1. Tosse convulsa
• É definida como tosse há pelo menos duas semanas e caracterizada por
pelo menos um dos seguintes sinas: salva de tosse, inspiração em
guincho ou vômito a seguir à tosse sem outra causa aparente
• Nota: crianças com menos de 6 meses de idade, adolescentes e adultos
podem ter tosse convulsa sem o guincho característico, levando a que a
doença seja confundida com uma pneumonia. Não faz parte da lista de
doenças que consta do BES mas continua a ser de notificação obrigatória.
1. Peste
• Apresenta duas variantes:
•
Peste bubónica
• Definida como febre alta e estado geral alterado, adenite dolorosa
(bubão), geralmente axilar, cervical ou inguinal.
Peste pneumónica
• Definida como tosse com hemoptise (sangue na expectoração), dor
torácica e dificuldade respiratória.
• A sua notificação é semanal através do BES em todas unidades
sanitárias.
1. Tripanossomíase (doença do sono)
• É definida como qualquer síndrome febril com sintomas gerais
(linfadenopatia, anemia, exantema, edemas) ou sinais neurológicos
(sonolência, tremores musculares) com a presença do parasita
(trypanossoma brucei rhodesiense) no sangue ou líquido
cefalorraquidiano. A sua notificação só é feita após confirmação
laboratorial. Actualmente já não faz parte da lista de doenças que constam
do BES por causa da sua raridade mas continua ser uma doença de
notificação obrigatória. É uma doença alvo de erradicação.
Vigilância de outras doenças do Sistema Nacional de Saúde.
• Fazem parte deste ponto as chamadas doenças de notificação
separada, que inclui a lepra, a tuberculose, o SIDA (síndrome
de imunodeficiência adquirida) e as ITSs (infecções de
transmissão sexual).
1. Lepra
• Presença de pelo menos um (1) dos seguintes sinais/sintomas clínicos:
TB Pulmonar
• Definição: todos os outros pacientes com TB localizada fora dos pulmões e com
tratamento antituberculoso.
• Qualquer uma das seguintes situações é abordada como uma infecção de transmissão sexual:
• As ITSs são notificadas mensalmente através de dois subsistemas, um para os níveis de atenção
primária e secundária através de uma abordagem sindrómica, ou seja, conjunto de sinais e sintomas e
outro para os níveis terciário e quaternário, com base numa abordagem etiológica, ou seja, provável
causa da infecção.
1. Boletins Estatísticos Semanais, Mensais e Trimestrais.
• É o instrumento que é utilizado para fazer a notificação das doenças de notificação obrigatória.
Todas as unidades sanitárias do país devem preencher este modelo e resulta da compilação de
todos os casos novos e óbitos das referidas doenças a partir das diferentes portas de entrada de
pacientes de cada unidade sanitária.
• Se o resultado da doença for um óbito, o caso deve ser registado no mesmo dia, mesmo que tenha
sido registado anteriormente, como caso novo.
• Depois do controlo de qualidade e respectivas correcções, deve-se completar o preenchimento do
BES, que engloba o nome da US, do Distrito, datas da semana no canto superior direito e o
número da semana epidemiológica que permite identificar o BES.
• O BES é semanal, e deve ser preenchido e enviado de acordo com as
normas de semana epidemiológica da OMS, isto é, de domingo a sábado
de cada semana.
• Cada US deve ter um responsável do BES que garante:
• Na transferência dentro da mesma US: o último serviço onde o doente foi atendido, é
o responsável pela sua notificação. Exemplo: uma criança com diarreia e
desidratação grave é visto na consulta externa de pediatria (serviço 1) do Hospital
Rural de Alto-Molócuè, mas é internada na Pediatria (serviço 2) do mesmo Hospital.
É a Pediatria (serviço 2) que deve notificar o caso.
• Transferência para outra US: deve ser notificado na US que está a transferir e
registar que já foi notificado. Antes de transferir o doente para outra US, deve ser
sempre registado na guia de transferência “já notificado”. Se a US que recebe
verificar que a guia tem a frase “já notificado”, então não notifica o caso. Se a US
que recebe verificar que a guia não tem a frase “já notificado” deverá notificá-lo.