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Objetivos do caso

a. FEBRE DE ORIGEM INDETERMINADA (FOI):


A FOI é um diagnóstico provisório para uma febre com mais de 3 semanas de duração; geralmente é a queixa
principal e de difícil diagnóstico.

• Temperatura axilar superior a 38,3°


• Ausência de diagnóstico após exame físico, anamnese e exames complementares após suspeitas clínicas iniciais
• -Causa mais comum é tuberculose?
• A maioria dos casos de FOI diz respeito a doenças comuns com apresentação atípica e não doenças raras

Tipos:

• Febre de origem desconhecida clássica: febre por > 3 semanas, sem se descobrir a causa após 3 dias de
avaliação no hospital ou ≥ 3 consultas ambulatoriais
• Febre de origem desconhecida associada a cuidados de saúde: febre em pacientes hospitalizados
recebendo atendimento intensivo e sem presença de infecção, ou infecção incubada na internação, se o
diagnóstico permanecer incerto após 3 dias de avaliação apropriada/ nosocomial(internação)
• Febre de origem obscura com imunodeficiência: febre em pacientes com neutropenia e outras
imunodeficiências se o diagnóstico permanecer incerto depois de 3 dias de avaliação adequada, incluindo
culturas negativas após 48 h
• Febre de origem desconhecida relacionada com HIV: febre por > 4 semanas em pacientes ambulatoriais com
infecção por HIV confirmada ou > 3 dias em pacientes internados com infecção por HIV confirmada se o
diagnóstico permanecer incerto após avaliação adequada

Etiologias mais comuns:

• Infecções; HIV→ procurar doenças oportunistas(tuberculose, fungos disseminados, citomegalovírus,


micobactéria atípica)
• Doenças do tecido conjuntivo; Lúpus, artrite reumatóide, arterite de células gigantes, polimialgia reumática,
tireoidite, vasculite e artrite reumatoide juvenil de adultos (doença de Still em adultos).
• Neoplasmas; linfoma, leucemia, carcinoma de células renais, carcinoma ovariano, mixoma atrial, doença de
Castleman, carcinoma hepatocelular e metástases. No entanto, a incidência de causas neoplásicas de febre
de origem desconhecida diminuíram, provavelmente porque elas são detectadas por ultrassonografia e TC,
que agora são amplamente utilizadas durante a avaliação inicial da febre.
• Diversas; reação farmacológica, TVP, embolia pulmonar recorrente, sarcoidose, doença inflamatória
intestinal e febre factícia
b. HEMOPTISE:
A definição de hemoptise engloba qualquer sangramento proveniente das vias aéreas inferiores(TRI).

➔ Hemoptise maciça; sangramento com risco agudo a vida-esses devem ser internados na UTI; maioria dos
casos de hemoptise maciça são provenientes da circulação sistêmica (artérias brônquicas) → Maioria das
H. maciças: Tuberculose, bronquiectasias e abscesso pulmonar/ crianças são Infecções respiratórias,
aspiração de corpo estranho e bronquiectasias
➔ Hemoptise não maciça;
➔ É importante diferencias da pseudo-hemoptise, que é expectoração de sangue de outro local, não do TRI

OBS’S: Hemorragia alveolar pode ser uma causa- ocorre devido a AIDS, transplante de medula óssea, lúpus, granulomatose de
wegener
No caso de doenças crônicas, uma neoformação vascular na área afetada geralmente está envolvida do episódio de
sangramento.

Diagnósticos diferenciais mais comuns

1. Infecção(causa mais comum, especialmente bactérias invasivas e fungos): Bronquite, pneumonia, tuberculose,
abscesso pulmonar

➔ HIV predispôs a várias condições causadoras de hemoptise


➔ S. aureus, pseudomonas aeruginosa, A. species(fungo)

2. Câncer de pulmão: Carcinoma brônquico(invasão superficial da mucosa, erosão de vasos ou lesões


vascularizadas); Tumores carcinóides

3. Bronquiectasia(irritação, secundária à infecção, do tecido de granulação que substitui o tecido normal da parede
brônquica):Inflamação crônicas das vias aéreas, causando hipertrofia e tortuosidade das A. brônquicas e expansão do
plexo submucoso e peribrônquico dos vasos. Vasos tortuosos e do plexo costumam ser perfundidos por C. sistêmica

➔ Causas comuns: Infc bacteriana(tuberculose), viral, fibrose cística, imunideficiência e distúrbios do aparelho
mucociliar

4. Idiopático: prognóstico normalmente é bom

OBS; Causas iatrogênicas(ruptura artéria pulmonar por cateter, traqueo...)

➔ Broncolitíase: ??
➔ Síndrome de goodpasture: Autoimune→ atacam colágeno IV da membrana basal alveolar e
glomerular(glomerulonefrite e hemorragia pulmonar)
➔ Hemossiderose pulmonar: Idiopático; sangramento repetidos que levam ao acúmulo de ferro no pulmão
➔ Granulomatose de wegener: Autoimune→ Vasculite(inflamação dos vasos)
➔ Pneumona lúpica: Lupus??
➔ Endometriose pulmonar: Só atinge mulheres→ tecido endometrial fora do útero, no pulmão

Exames mais comuns

De imagem: RX de tórax(PA e perfil);

o Pós RX; broncoscopia(mais de 40 anos, fatores de risco para neoplasia, hemoptise>1 semana); realizar coleta
para biópsia e visualização direta
o TC: Complementar a broncoscopia(permite visualização de estruturas que o broncoscópio não alcançou),
para doenças parenquimatosas- bronquiectasias
o Angiotomografia; tromboembolismo pulmonar

Laboratoriais: Variam com suspeita clínica

c. TOSSE CRÔNICA: (ÚNICO QUE USEI CHAT GPT , PQ CANSEI)


o Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE): O refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esôfago pode
irritar a garganta e causar tosse crônica.
o Síndrome da Tosse das Vias Aéreas Superiores (PND): Caracterizada por tosse irritante que ocorre devido à
inflamação das vias aéreas superiores, muitas vezes relacionada a alergias ou rinite.
o Asma: Uma condição crônica que causa inflamação e estreitamento das vias aéreas, levando a episódios de
tosse, chiado no peito e falta de ar.
o Bronquite Crônica: Inflamação persistente das vias aéreas, frequentemente relacionada ao tabagismo ou
exposição a poluentes.
o Rinite Alérgica: Inflamação do revestimento interno do nariz devido a alérgenos, que pode causar
gotejamento pós-nasal e tosse.
o Infecções Respiratórias Recorrentes: Infecções virais ou bacterianas frequentes podem causar irritação das
vias aéreas e tosse crônica.
o Tosse do Fumante: Causada pelo tabagismo crônico, que irrita as vias aéreas.

o Medicamentos: Alguns medicamentos, como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs),


podem causar tosse crônica como efeito colateral.
o Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): Um grupo de doenças pulmonares, incluindo bronquite
crônica e enfisema, que podem causar tosse crônica.
o Infecção por Mycoplasma: Uma bactéria que pode causar tosse persistente semelhante à bronquite.
o Fibrose Cística: Uma doença genética que afeta as glândulas produtoras de muco, causando tosse crônica e
infecções pulmonares frequentes.
o Câncer de Pulmão: Embora menos comum, o câncer de pulmão pode se apresentar com tosse persistente.
o Bronquiectasia: Danos permanentes nas vias aéreas, resultando em tosse crônica e produção excessiva de
muco.
o Tuberculose: Uma infecção bacteriana que pode afetar os pulmões e causar tosse crônica, entre outros
sintomas.
o Insuficiência Cardíaca Congestiva: Acúmulo de fluido nos pulmões devido a problemas cardíacos, levando à
tosse crônica.

**Exames Laboratoriais:**

1. **Hemograma completo:** Pode ajudar a identificar sinais de infecções, inflamação ou anemia associados a
algumas condições respiratórias.

2. **Testes de função pulmonar (espirometria):** Avalia a capacidade pulmonar e ajuda a diagnosticar doenças
como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

3. **Testes de alergia:** Pode ser útil para identificar alérgenos que podem estar desencadeando ou agravando a
tosse, especialmente se houver suspeita de rinite alérgica.

4. **Testes de refluxo gastroesofágico:** Pode ser necessário para avaliar a presença de refluxo ácido se a doença do
refluxo gastroesofágico (DRGE) for uma suspeita.

5. **Cultura de escarro:** Pode ser realizada para identificar bactérias, vírus ou fungos que possam estar causando
infecções respiratórias.

6. **Dosagem de IgE específica:** Pode ser útil para detectar sensibilização a alérgenos específicos.

**Exames de Imagem:**

1. **Radiografia de tórax:** Pode mostrar evidências de infecções, doenças pulmonares crônicas, câncer de pulmão
ou outras anomalias pulmonares.

2. **Tomografia computadorizada (TC) do tórax:** Oferece imagens mais detalhadas dos pulmões e pode ser útil
para avaliar doenças pulmonares intersticiais, câncer de pulmão, bronquiectasias e outras condições.

3. **Ressonância magnética (RM) do tórax:** Pode ser usada para avaliar mais detalhadamente certas condições,
como fibrose pulmonar.

4. **Broncoscopia:** Um procedimento em que um tubo flexível é inserido nas vias aéreas para visualização direta e
coleta de amostras, podendo identificar anomalias ou infecções
5. **Ultrassonografia:** Pode ser útil para avaliar áreas específicas dos pulmões, como derrames pleurais.

OBS: EXAMES PARA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DISPNEIA

**Exames bioquímicos gerais, como hemograma, eletrólitos, glicemia, função renal e hepática

Para diagnóstico diferencial, temos:

• Gasometria arterial:

Pela correlação entre a pO2, a pCO2 e o pH, podemos inferir qual o distúrbio metabólico apresentado pelo
paciente, algumas vezes permitindo diferenciar os quadros pulmonares dos sistêmicos; Requer cuidado, tem
risco de complicação(especialmente em pessoas com distúrbios de coagulação)

• Marcadores de necrose miocárdica:

Os marcadores de necrose miocárdica, como a troponina e a CK-MB massa, contribuem para o diagnóstico e o
prognóstico de uma síndrome coronária aguda, particularmente o infarto agudo do miocárdio, determinando o
desconforto respiratório. Apresentam alta sensibilidade e especificidade nas 10 horas subsequentes ao quadro
clínico. Apesar de ajudarem muito no diagnóstico dos quadros isquêmicos miocárdicos, vale lembrar que a
elevação desses marcadores revela morte celular, mas não necessariamente por mecanismos isquêmicos
secundários a aterosclerose coronária. Em qualquer situação em que haja sofrimento do músculo cardíaco
poderá ocorrer liberação de marcadores de necrose, como no tromboembolismo pulmonar, na insuficiência
cardíaca descompensada ou até mesmo na sepse, em que há hipoperfusão pelo choque e consequente morte
celular

• D-dímeros:

Formação e Ação dos D-dímeros: Os D-dímeros são peptídeos gerados pela ação da plasmina, que promove a
degradação da malha de fibrina em trombos. Elevação dos níveis séricos acima de 500 ng/ml indica a presença
de D-dímeros.

Utilidade Diagnóstica do Teste:

o Sensibilidade de 97% para o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar.


o Especificidade de 42% para o mesmo diagnóstico.

Situações Clínicas Associadas a Elevações de D-dímeros:

o Idade avançada.
o Gravidez.
o Trauma com formação de hematomas.
o Pós-operatório.
o Câncer.
o Estados inflamatórios.

Limitações e Vantagens dos D-dímeros:

o Baixa especificidade, especialmente em pacientes hospitalizados e com múltiplas comorbidades.


o Valor preditivo negativo alto (97% a 100%) quando obtido por métodos laboratoriais precisos.

Uso Clínico dos D-dímeros:

Elevação dos níveis de D-dímeros em pacientes com alta probabilidade de tromboembolismo pulmonar indica a
necessidade de exames confirmatórios e avaliação do prognóstico. Em casos de probabilidade clínica baixa ou
intermediária, níveis normais de D-dímeros podem dispensar exames mais complexos, como cintilografia,
ultrassom Doppler de membros inferiores ou angiotomografia pulmonar

• Peptídeo natriurético do tipo B: É produzido predominantemente pelos ventrículos, o que faz com que seja
o marcador mais sensível e específico das alterações ventriculares, sendo o mais pesquisado e o mais
utilizado na prática médica;
- Hormônio de 32 aminoácidos, produzido principalmente pelos ventrículos cardíacos.

- Sensível e específico para alterações ventriculares.

- Utilizado para diagnóstico, prognóstico e avaliação da resposta ao tratamento da insuficiência cardíaca


congestiva.

Utilidade Diagnóstica:

- Elevação do BNP em resposta a pressões de enchimento e sobrecarga ventricular.

- Diferenciação das causas de dispneia, especialmente cardíacas.

Estudos e Valores de Corte:

- Estudo em pacientes com dispneia aguda: BNP mostrou sensibilidade de 90% e especificidade de 76%, com
valor preditivo negativo de 89% e acurácia de 83% para insuficiência cardíaca congestiva.

- Valores acima de 400 pg/ml indicam provável causa cardíaca da dispneia, enquanto valores abaixo de 100 pg/ml
praticamente a excluem.

- BNP correlaciona-se com classificação de insuficiência cardíaca e grau de disfunção ventricular.

Impacto Clínico e Benefícios Econômicos:

- Uso do BNP na avaliação da dispneia aguda reduziu internações, tempo hospitalar e custos.

- Melhoria na qualidade dos cuidados hospitalares.

Limitações e Considerações Especiais:

- Limitações em pacientes com outras afecções simultâneas, como pneumonia.

- Níveis elevados em insuficiência renal crônica.

- Elevação associada à idade e gênero.

- Especificidade reduzida em pacientes com fibrilação atrial.

- Disfunção ventricular direita em doenças pulmonares avançadas pode elevar o BNP.

Painel de Diagnóstico:

- BNP, juntamente com troponina, CK-MB e D-dímero, contribui para o diagnóstico etiológico de dispneia aguda
de difícil esclarecimento.

De imagem e não laboratorial:

• RX: Sem alteração no tromboembolismo; A análise do parênquima pulmonar pode mostrar presença de
edema, de infecção, de nódulos e massas, de pneumotórax ou, ainda, de derrames pleurais. A silhueta
cardíaca pode contribuir para a definição etiológica, sugerindo uma cardiopatia como causa da dispneia,
principalmente quando associada à presença de sinais de congestão pulmonar. A avaliação dos grandes
vasos, da aorta e da artéria pulmonar permite, muitas vezes, melhor definição da cardiopatia de base
• ECG: Avalia se é causa cardíaca; beira do leito; pronto socorro;
• TC e angioTC do tórax: Analisa parênquima pulmonar em alta resolução(TC); perfusão(Angio). No caso da
tomografia sem contraste, seu valor está em esclarecer possíveis alterações encontradas na radiografia,
assim como identificar outras não mostradas por ela. É um exame que tem valor consideravelmente maior
no ambiente ambulatorial, principalmente no acompanhamento de pacientes com pneumopatias. A
angiotomografia, por sua vez, tem espaço maior num contexto emergencial, já que sua aplicação está na
definição da presença ou não de tromboembolismo pulmonar. Apresenta alta sensibilidade, identificando a
maioria dos pacientes que apresentam a doença
• Cintilografia pulmonar: Embolia pulmonar; material radioativo(2 fases- ventilação e perfusão)- compara
imagens obtidas e cada fase→ Avalia presença de áreas com hipoperfusão com ventilação normal; útil
quando RX não tem alteração
• Ecocardiografia Doppler: Dispneia aguda; avalia estrutura e fluxo cardíaco; Apesar de não confirmar ou
excluir o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar, nos casos em que há aumento isolado do ventrículo
direito, hipertensão pulmonar ou abaulamento do septo interventricular o diagnóstico torna-se mais
provável. O exame traz informações relevantes mesmo quando normal, pois nesses casos as doenças
cardiológicas tornam-se menos prováveis

Obs(diagnósticos diferenciais);

• Causas pulmonares: Asma, DPOC, Tromboembolismo, pneumonia, doenças intersticiais,


• Causas cardiológicas: Síndromes isquêmicas miocárdicas agudas, Insuficiência cardíaca
• Causas psicogênicas: Ansiedade, estresse, depressão, síndrome do pânico- hiperventilação(alcalose
respiratória- piora dos sintomas)
• Causas neuromusculares: Disfunção da musculatura torácica, redução da força do diafragma(aumenta
trabalho respiratório) e quantidade de secreção nas vias aéreas
• Outras causas: Distúrbios metabólicos(hiperventilação compensatória, como a sepse), obstruções das vias
aéreas por corpos estranhos, hipersecreção ou reações alérgicas como edema de glote(pode ser a causa dos
sintomas)

Coinfecção HIV-TB:
A escrófula corresponde a uma linfadenite cervical micobacteriana que se apresenta na forma de linfonodos
intumescidos e não sensíveis, geralmente com distribuição unilateral. O M. tuberculosis é o agente causador da
maior parte dos casos de escrófula. A linfadenite é a manifestação extrapulmonar mais comum da tuberculose.
Pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) são mais propensos a apresentar a linfadenite
multifocal do que aqueles não infectados pelo HIV.

O determinante mais importante para a ocorrência da tuberculose sintomática é a competência da imunidade


mediada por células (CMI, cell-mediated immune) do hospedeiro. Por exemplo, pacientes com Aids exibem uma taxa
muito elevada de reativação a partir de uma infecção assintomática prévia e de rápida progressão da doença. Nesses
pacientes, a doença causada por M. tuberculosis não tratada exibe taxa de mortalidade de 50%.

Em alguns pacientes com Aids que são infectados pelo M. tuberculosis, o uso da terapia antirretroviral altamente
ativa (HAART, highly active antirretroviral therapy) causa uma exacerbação dos sintomas. Esse fenômeno é chamado
de síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI). A explicação para essa exacerbação é que a HAART aumenta
o número de células CD4, o que eleva a resposta inflamatória. Para prevenir esse fenômeno, os pacientes devem ser
tratados para as infecções subjacentes antes do início da terapia HAART.

A resistência à INH e a outros fármacos antituberculose é observada com frequência crescente nos Estados Unidos,
sobretudo em imigrantes do Sudeste Asiático e da América Latina. Cepas de M. tuberculosis resistentes a múltiplos
fármacos (cepas MDR) surgiram, principalmente em pacientes com Aids. O padrão mais comum corresponde à
resistência à INH(isoniazida-base do tratamento) e à rifampicina, mas alguns isolados são resistentes a três ou mais
fármacos.

A vacina BCG não deve ser administrada em indivíduos imunocomprometidos, uma vez que os microrganismos BCG
vivos podem causar doença disseminada.
CASO DA SEMANA:

Identificação: IFJO, 42 anos, feminina, casada, parda, católica, jornalista, natural e


procedente de Salvador.

Informante: a própria paciente.

Qualidade da informação: boa.

Queixa Principal: falta de ar há 2 dias

HMA: Paciente regulada via CER da UPA de Brotas com história de odinofagia intensa e
disfagia há cerca de 01 semana. Refere que o quadro iniciou há 2 meses com tosse
produtiva com expectoração amarelada e febre vespertina não mensurada, evoluindo
com dispneia progressiva há cerca de 02 dias.

Interrogatório Sistemático:

Geral: Refere astenia, inapetência e perda de peso 15kg, febre com sudorese noturna nos
últimos 2 meses.

Segmento cefálico: Nega cefaléia e nega tontura

Pele e fâneros: Nega surgimento de lesões de pele, nega alterações em pelos e unhas.

Aparelho Respiratório: dor torácica e hemoptise de pequeno volume

Aparelho cardiovascular: Nega dor precordial, palpitações ou síncope.

Aparelho gastrointestinal: Nega alterações de ritmo intestinal, nega alterações nas fezes.

Geniturinário: Nega disúria ou alterações na cor da urina. Refere ciclo menstrual regular.

Extremidades: Nega edema .

Osteoarticular: nega dores articulares, surgimento de sinais flogísticos ou limitações do


movimento.

Neurológico: Nega perda de força muscular, alteração de sensibilidade, convulsões,


vertigem, sincopes, crise convulsiva, modificação do ciclo sono-vigília, alterações de
humor ou de memória.

Antecedentes Médicos Pessoais: Refere cirurgia bariátrica há cerca de 14 anos. Nega


demais comorbidades conhecidas ou alergia medicamentosas Nega patologias prévias,
ou uso regular de medicamentos. Nega hemotransfusão.

Antecedentes Médicos Familiares: A mãe da paciente tinha hipertensão e seu pai


morrera de valvopatia. Uma de suas irmãs havia recebido tratamento para tuberculose
pulmonar 1 ano antes, e uma segunda irmã tinha tuberculose latente; uma terceira irmã
tinha diabetes.

Hábitos de Vida: Epidemiologia negativa para Chagas e esquistossomose, nega


tabagismo, etilismo ou uso de drogas ilícitas. Refere alimentação variada, mas nos
últimos meses seu apetite diminuiu. Nāo realiza exercícios físicos de forma regular. Sem
animais domésticos, vacinação em dia.

HPS: A paciente trabalha como jornalista. Não possui animais de estimação. Ela é casada
e reside com esposo. Quatro anos antes, a paciente havia residido no nordeste da Índia
por 1 ano para compromissos de trabalho. A casa possui água filtrada e rede de esgoto. o
Refere bom relacionamento com o esposo e colegas de trabalho.

Exame Físico

Geral: Paciente em regular estado geral e nutricional, fácies atípica, febril ao toque,
mucosas hipocrômicas (II/IV), anictérica.

Sinai vitais: PA 110x70 mmHg; FC: 102 bpm; FR: 24 ipm; SatO2: 94% em ar ambiente;
Temperatura axilar 38,5°C.

Dados antropométricos: Altura: 1,65 m; Peso: 40 kg; IMC: 14,6 Kg/m²

Cabeça: crânio simétrico e indolor à palpação. Reflexos oculares fotomotor e consensual


normais. Orofaringe: Púrpura observada na mucosa oral. Placas esbranquiçadas em
orofaringe.

Pescoço: tireóide tópica com consistência fibroelástica, superfície lisa, indolor, sem
nódulos. Presença de linfonodos palpáveis em cadeias cervicais superficiais e posterior e
profundas bilateralmente, móveis, consistência fibroelástica, não dolorosos. Ausência de
estase de jugular.

Pele e fâneros: Pele com turgor e elasticidade preservados, pelos com distribuição
compatível com idade e sexo, unhas sem alterações . Petéquias difusas nas pernas e
algumas petéquias no tronco, flancos e antebraços.

Aparelho respiratório: tórax simétrico, indolor à palpação. Expansibilidade preservada.


Som claro pulmonar. Frêmito toracovocal preservado. Murmúrio vesicular bem distribuído
com roncos difusos.

Aparelho cardiovascular: precórdio calmo, ictus visível e palpável no 5º EICE na LMC,


impulsivo, abrangendo 1,5 polpa digital. Bulhas rítmicas e normofoneticas, sem sopros ou
bulhas extras, ausência de estase jugular a 45˚. Pulsos cheios, rítmicos e simétricos.

Abdome: plano, cicatriz umbilical intrusa, sem cicatrizes ou circulação colateral, RHA
presentes, flácido, hepatimetria 4 cm na linha esternal média e 8 cm na linha clavicular
média direita, indolor à palpação superficial, sem sinais de irritação peritoneal. Espaço de
Traube livre.

Osteoarticular e muscular: ausência de dor à movimentação ativa e passiva de


articulações, sem deformidades ósseas, crepitações, ou sinais flogísticos em grupos
articulares

Extremidades: Aquecidas e bem perfundidas, sem edemas ou empastamento.

Neurológico: vigil e orientada no tempo e espaço. Pupilas isocóricas e fotorreagentes.


Sensibilidade preservada, sem sinais de irritação meníngea, força grau V/V em MMSS e
MMII; coordenação, equilíbrio e reflexos sem alterações. Ausência de flapping.
RESPOSTAS DO CASO(CORREÇÃO)

1)MINHA RESPOSTA;

P1: Infecção de via aérea inferior

Suspeitas diagnósticas(SD):

SD 1: Tuberculose pulmonar cavitária

SD 2: Pneumonia

SD 3: Sarcoidose

SD 4: Micose pulmonar

P2: Imunodeficiência

SD 1: AIDS

SD 2: Trombocitopenia autoimune

P3: infecção orofaríngea secundária a P2

SD 1: Candidíase oral(podia botar como problema, e sem botar como secundário à HIV)

SD 2: Faringoamigdalite bacteriana(não podia ser, pq não tem placa na amgdala); SD 3: Mononucleose(placa


esbranquiçada impede)

OBS’S PÓS AULA: Mucosas descoradas secundário a anemia podia ser problema; Anemia secundária a problema
nutricional também; Uma causa de anemia(não nesse caso) poderia ser edema(anasarca)- sangue diluído e pouca
HB(diurético melhora)-desidratação é o oposto

Secreção verde normalmente é de bactéria gram – e amarela gram+

3 suspeitas diagnósticas por problema é suficiente(ordem de prioridade)

Antecedentes familiares, pessoais e epidemiológicos podem ser problema

Tuberculose miliar é a mais comum em imunodeprimidos, não a cavitaria(mas pode ser ela)- Foco de tuberculose
costuma ser ápice pulmonar, mas em imunodeprimido pode ser em qualquer local

IGRA é um teste triagem para tuberculose melhor que PPD, pq não depende da imunidade(mas é mais caro)

Na prática, 1 teste positivo é suficiente(Baciloscopia, cultura ou teste rápido) para diagnóstico de tuberculose

OBS’S de exames físicos e de imagem:

Derrame é fora do pulmão- impede que som chegue na mão(frêmito diminui)

Condensação(ex; neoplasia- sólido) é dentro do pulmão(frêmito aumenta)

Atelectasia(brônquio obstruído- ar não chega nos alvéolos- colaba- pode até evoluir para pneumotórax)

RESPOSTA DA PROF;

P1 - Infecção respiratória
- SD1 - Tuberculose
- SD2 - Pneumonia
- SD3 - Secundária a HIV?
P2 - Odinofagia e disfagia + Púrpuras e placas esbranquiçadas em orofaringe
- SD1 - Faringite
- SD2 - Candidíase oral
- SD3 - Secundária a HIV?
P3 - Perda ponderal (15 kg) / Magreza grave
- SD1 - Tuberculose
- SD2 - HIV
- SD3 - Anemia
P4- Petéquias difusas no corpo
- SD1 - Alergias
- SD2 - HIV
P5 - Antecedente familiar de tuberculose

2) A fisiopatologia da dispneia da paciente provavelmente é derivada da inflamação e


destruição tecidual(a hemoptise sugere tuberculose cavitária), desencadeada pela
infecção do parênquima pulmonar. A inflamação leva a obstrução das vias aéreas, ao
aumento da produção e acúmulo de muco, e, junto com a necrose de parte do tecido
pulmonar, dificulta a troca gasosa, diminuindo a oferta de oxigênio para o sangue. Tal
processo leva a dispneia, além de também contribuir para as outras manifestações
clínicas respiratórias apresentadas pela paciente.

3) A principal suspeita, haja vista o caso como um todo, é tuberculose pulmonar. Mas,
outros diagnósticos diferenciais são:

-Pneumonia

-Bronquite

-Embolia pulmonar

-Neoplasia pulmonar

-Bronquiectasia

-Abscesso pulmonar

-Síndromes de hemorragia alveolar

-Diátese hemorrágica

Resposta 2:

Os diagnósticos diferenciais para hemoptise, condizentes com esse caso, são:

1. Tuberculose pulmonar

2. Pneumonia
3. Sarcoidose

4. Micose pulmonar

4 4.1.

Sim, ela possui manifestações clínicas indicadoras de AIDS;

Perda de peso maior que 15%, com IMC de desnutrição, Anemia, febre persistente,
trombocitopenia. Ademais, possui como suspeitas diagnósticas uma candidose oral,
Tuberculose pulmonar e pneumonia, suspeitas indicadoras de AIDS

4.2

Critérios para indivíduos com mais de 13 anos vivos:

Existência de 2 testes de triagem reagentes ou 1 confirmatório para detecção de

anticorpos anti-HIV+ Evidência de imunodeficiência: diagnóstico de pelo menos 1 doença


indicativa de Aids (doenças de diagnósticos definitivo e/ou presuntivo)

e/ou Contagem de linfócitos T CD4+ <350 células/mm3 e/ou Somatório de, pelo menos, 10
pontos, de acordo com uma escala de sinais, sintomas ou doenças

Critério excepcional óbito:

Menção de Aids/sida (ou termos equivalentes) em algum campo da Declaração de Óbito


+Investigação epidemiológica inconclusiva ou Menção de infecção pelo HIV (ou termos
equivalentes) em algum campo da Declaração de Óbito, além de doença associada à
infecção pelo HIV+ Investigação epidemiológica inconclusiva

5.2. Para o diagnóstico da doença ativa em adultos, primeiro, se chega a suspeita clínica
a partir da anamnese e exame físico. Depois, se faz a confirmação por meio de exames de
imagem(sensíveis, mas de baixa precisão- RX- Tc em casos específicos) e por exames
laboratoriais.

Os principais exames laboratoriais utilizados pelo SUS são:

-Teste molecular(TRM-TB): Sensível e específico- também permite testar se há


resistência à rifampicina. Porém, só identifica a espécie M. tuberculosis; É o exame que
sempre é usado na triagem

-Cultura: Método sensível, permite identificar a espécie e realizar teste de


sensibilidade(TSA). Porém, pode demorar até 60 dias

-Baciloscopia: Feita com o uso da coloração ziehl-neelsen. Não é sensível e nem


específico. Sua vantagem está no tempo e preço baixo

*Também há a histopatologia, mas só se usa normalmente em casos raros.


6) As causas da FOI podem ter associação com a Assistência à Saúde, ter origem nosocomial, pode estar
relacionada a infecções originárias de uma imunossupressão(muitas vezes associada a uma neutropenia).
Também pode ter relação com a AIDS.
A paciente possui como suspeita diagnóstica a tuberculose tardia(infecção associada a imunossupressão )e
a AIDS, ambas causas clínicas da FOI.
As causas da FOI podem ter associação com a Assistência à Saúde, ter origem nosocomial, pode estar
relacionada a infecções originárias de uma imunossupressão(muitas vezes associada a uma neutropenia).
Também pode ter relação com a AIDS.
A paciente possui como suspeita diagnóstica a tuberculose tardia(infecção associada a imunossupressão )e
a AIDS, ambas causas clínicas da FOI.

7) Plano Diagnóstico

P1: Avaliar possibilidade de tuberculose pulmonar ou outra causa de Infecção de via aérea
inferior(pneumonia, micose e sarcoidose)

P2: Avaliar possibilidade de HIV primário ou outra causa de


imunodeficiência(Trombocitopenia autoimune)

P3: Avaliar a possibilidade de candidose oral ou outra causa de infecção orofaríngea


secundária a P2(bacteriana e viral-mononucleose)

Formulação diagnóstica: O diagnóstico mais provável é uma coinfecção de HIV-


tuberculose. A paciente possui vários indicativos para AIDS, como a perda de peso
considerável, FOI, sinais de trombocitopenia e infecções oportunistas, como a candidose
oral, assim como a própria tuberculose. A paciente possui todas as manifestações
clássicas da tuberculose pulmonar cavitária, com febre persistente vespertina, sudorese
norturna, tosse prolongada produtiva com expectoração, hemoptise, dor torácica,
anorexia e perda de peso, além de também ter alta exposição ao patógeno (Familiares
com tuberculose e período na índia- local de mais incidência de tuberculose)

OBS: EU ERREI! Plano diagnóstico são os exames complementares que voce vai solicitar
para o paciente

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