Você está na página 1de 47

Meios de Contrastes

na Tomografia.
PROFESSORA: ALINE TEKA REIS
O que é meio de contraste?

Meio de contraste, em diagnósticos


por imagem, são substâncias
administradas ao paciente com a
finalidade de facilitar a distinção de
estruturas anatômicas em seu estado
normal ou patológico.
A depender da técnica de obtenção de
imagens podem ser utilizadas diferentes
substâncias.
Um pouco de história ...
O estudo de possíveis meios de
contraste começou apenas um ano
após a descoberta do raio X, que
rendeu um Prêmio Nobel de Física ao
alemão Wilhelm Conrad Roentgen, em
1901.
Em 1895, o físico compartilhou
sua descoberta no artigo “Sobre uma
nova espécie de Raios”.
Naquele mesmo ano, Roentgen
fez a primeira radiografia, que durou
cerca de 15 minutos e mostrou a mão
esquerda de sua esposa.
A possibilidade de visualizar partes
internas do corpo humano sem recorrer
à cirurgia exploratória causou grande
impacto na medicina mundial.
Mas, logo, cientistas e médicos
perceberam que havia limitações nas
imagens radiográficas, principalmente
por causa da sobreposição e diferenças
na densidade dos tecidos.
Se a ideia era observar os ossos, por
exemplo, as imagens eram mais nítidas; o
mesmo não valia para os órgãos e vasos
sanguíneos.
Assim, um ano depois da publicação do
artigo de Roentgen, foi feito o primeiro teste
utilizando o realce do contraste.
Era um raio X que mostrou o estômago e intestino
de um porco, realizado com os órgãos cheios de
subacetato de chumbo (é um sal orgânico sólido,
branco e inodoro que é obtido pela dissolução de
chumbo em ácido acético. Sua fórmula molecular é
(CH3COO)2Pb.)
Em 1897, um estudo pioneiro sobre a
radiopacidade de agentes de contraste foi publicado.
O material resultou da comparação de
substâncias como iodeto de potássio e subnitrato de
bismuto.
Adicionando subnitrato de bismuto, foi criado um
alimento que permitia a observação do processo
digestivo, tanto a fisiologia quanto a atividade dos
órgãos envolvidos.
Em 1918, o primeiro contraste iodado,
com iodeto de sódio, foi administrado por via
intravenosa.
Agentes de contraste continuaram sendo
testados, desde o ferro até um pó explosivo
chamado tântalo.
Até que, em 1960, três compostos
passaram a ser usados em conjunto: ácido
metrizóico, triiodado e metal acetamido
benzóico.
Mais tarde, eles integrariam o chamado
contraste iodado padrão.
Tipos de Meios de Contrastes
Os meios de contraste podem ser classificados a
partir de propriedades como a capacidade de absorção
e composição química.
Agentes de contraste RADIOPACOS OU
POSITIVOS: aumentam a capacidade de absorção de
radiação ionizante e aparecem na imagem em
tonalidades de cinza claro – branco.
Já os RADIOTRANSPARENTES OU
NEGATIVOS: diminuem essa capacidade e aparecem
em tonalidades em cinza escuro- preto.
Quanto as substâncias ...
Temos meios de contrastes a base de:

Iodo;
Sulfato de bário;
Gadolínio;
O bário é um meio de contraste positivo (
branco) enquanto o ar é negativo ( preto).
Classificando as substâncias por
composição química, existem os contrastes
iodados, que contém iodo em sua composição, e
os não iodados.
Bário e gadolínio são os principais exemplos
de meios de contraste não iodados.
Administrado por via oral ou intravenosa,
pode ser utilizado para realçar diversos órgãos do
aparelho digestivo, urinário, vasos sanguíneos
em qualquer parte do corpo e útero.
O contraste iodado se apresenta em
compostos iônicos ou não iônicos.
Os compostos iônicos têm alta
concentração do contraste, podendo levar a
reações adversas.
Já os compostos não iônicos têm
concentração de contraste menor que a do
sangue, e raramente provocam alguma reação
adversa.
* SULFATO DE BÁRIO: Indicado para
estruturas do trato digestivo, não costuma
provocar reações adversas.
Pode ser administrado via oral ou retal e,
inclusive, junto a outro meio de contraste
(negativo), como o ar.

*GADOLÍNIO: É a substância utilizada em


exames contrastados de ressonância magnética.
O elemento não costuma provocar reações,
além de ser útil na identificação de males como
tumores e infecções.
Contraste iodado
Administrado por via oral ou
intravenosa, pode ser utilizado para
realçar diversos órgãos do aparelho
digestivo, urinário, vasos sanguíneos em
qualquer parte do corpo e útero.
O contraste iodado se apresenta em
compostos iônicos ou não iônicos.
Os compostos iônicos têm alta
concentração do contraste, podendo levar a
reações adversas que detalharei nos
próximos tópicos.

Já os compostos não iônicos têm


concentração de contraste menor que a do
sangue, e raramente provocam alguma
reação adversa.
Como saber se o paciente é
alérgico ou não ao meio de
contraste?
Anamnese
!!!!!!
Anamnese é uma entrevista
realizada pelo profissional de saúde
ao seu paciente, que tem a intenção
de ser um ponto inicial no diagnóstico
de uma doença, ou uma resposta
humana aos processos vitais no
caso.
Reações ao meio de contraste
As reações podem ter graus variados de
gravidade:
*Leves (p. ex., tosse, prurido, congestão nasal);
*Moderadas (p. ex., dispneia, sibilos,
alterações ligeiras no pulso e pressão);
*Graves (p. ex., desconforto respiratório
arritmias como bradicardia, convulsões, choque
e parada cardiopulmonar).
O que fazer se o paciente tiver
uma reação alérgica?
O tratamento é iniciado pela interrupção
da injeção de contraste.
Para reações leves a moderadas
geralmente a injeção intravenosa de 25 a
50 mg de difenidramina é geralmente
eficaz.
O tratamento das reações graves
depende do tipo de reação e pode ser feito
com a administração de oxigênio,
adrenalina, hidratação venosa e,
possivelmente, atropina (em caso de
bradicardia).
Sulfato de bário

Indicado para estruturas do trato


digestivo, não costuma provocar reações
adversas.

Pode ser administrado via oral ou retal


e, inclusive, junto a outro meio de
contraste (negativo), como o ar.
Gadolínio

É a substância utilizada em exames


contrastados de ressonância magnética.

O elemento não costuma provocar


reações, além de ser útil na identificação
de males como tumores e infecções.
Meio de contraste na TC
Uma solução pode ter natureza iônica
ou não-iônica conforme sua estrutura
química, mas todas apresentam algumas
propriedades que estão relacionadas à
concentração do soluto:
- Densidade
- Viscosidade
- Osmolalidade
O que influência no paciente...
• Densidade: número de átomos de iodo por
mililitro de solução;
• Viscosidade: “força” necessária para injetar a
substância através de um cateter, aumenta com
a
concentração da solução e com o peso
molecular. A
viscosidade é menor quanto maior a
temperatura;
• Osmolalidade: representa o poder osmótico
que a solução exerce sobre as moléculas de
água.
• Densidade e viscosidade: quanto maior
a densidade e a viscosidade, mais
dificuldades terá a solução de
misturar-se ao plasma e aos fluidos
corporais;

• Osmolalidade: quanto maior a


osmolalidade, maior a vasodilatação
(redução da PA agudamente – ativa
barroceptores – aumenta contratilidade
cardíaca e o consumo de O2 pelo
miocárdio, menor fluxo coronariano –
sofrimento para o miocárdio).
Aplicação manual
• Injeção descontínua;
• Velocidade oscilante;
• Velocidade máxima de 2 ml/seg.

Utilizar quando não for possível o uso da


bomba injetora, injetar em “bolus” com a maior
velocidade possível.
Técnico em radiologia aplica
contraste?
Bomba injetora
• Injeção contínua;
• Velocidade programada;
• Adequada via de acesso.
Sequências de aquisição

TC do Abdome

• Pré Contraste – “Fase Oral”


• Arterial
• Portal
• Equilíbrio
Pré-contraste
• Aproximadamente 24 imagens do abdome superior,
varrendo-se desde as cúpulas diafragmáticas até a
bifurcação da artéria aorta em aquisição axial com
cortes de 10mm de espessura.
Fase arterial
•Éa fase de contraste com a concentração do MC
nos
seguimentos arteriais. Aproximadamente 20 cortes
no
abdome superior, varrendo-se em aquisição
helicoidal,
com cortes de 10 mm de espessura. Após o início
da
infusão do meio de contraste, a fase arterial poderá
ser
obtida entre 30 e 40 segundos.
Fase portal

• Fase intermediária de contrastação, com maior


opacificação do sistema portal.
O mesmo planejamento na fase arterial é
repetido, adquirindo-se os cortes entre 60 e 70 do
início do contraste. Neste momento, torna-se
evidente o contraste do sistema portal.
Fase de equilíbrio/ Excretora

• É feita em todo o abdome, desde as cúpulas


do assoalho pélvico, iniciando-se de 2 a 3
minutos contados a partir do início da injeção de
contraste.
Vias de administração
Os contrastes podem ser administrados por
diferentes vias:
• Oral
• Endovenosa
• Retal
• Intratecal
Meio de contraste oral

E utilizado em exames abdominais, para que as


alças intestinais sejam preenchidas e permitam
melhor visualização de todas as estruturas e até de
patologias do sistema digestório ou regiões
adjacentes. Em algumas instituições utiliza-se o
sulfato de bário, que e apropriado para a TC, ou o
contraste iodado, diluído em torno de 3% em água.
A quantidade ingerida e de cerca de 1.000ml, que
deve ser administrada em torno de duas horas
antes do inicio do exame.
Por sua capacidade de absorver radiação, os
meios de contraste podem ser classificados em:

NEGATIVOS: absorvem menos radiação que os


tecidos adjacentes (radiotransparentes).
Ex: água, ar e gordura.

POSITIVOS: absorvem mais radiação que os tecidos


adjacentes (radiopacos). Ex: Iodo e
Bário.
Meio de contraste retal
E utilizado nos estudos pélvicos, quando o
contraste oral não teve uma boa progressão ou não
foi ingerido. Ele tem a finalidade de preencher o cólon
sigmoide e a ampola retal.
A quantidade injetada esta em torno de 200ml,
sendo mais utilizado o contraste iodado diluído a 3%.
Essa injeção e feita através de sondagem retal em
procedimento adequado por um profissional
qualificado. Após a injeção do MC o paciente e
colocado em decúbito dorsal para aquisição das
imagens
Meio de contraste venoso.
No uso de contraste venoso o preparo do paciente
é indispensável e deve ser realizado em jejum de
aproximadamente seis horas. Contudo, pode estar
associado a medicamentos preventivos que são de
critério de cada serviço. Antes do uso deve ser
analisado o estado clínico do paciente, considerando
se há ou não condições do uso de MC venoso,
relacionando a hipótese diagnóstica e a
sintomatologia do paciente com o benefício do uso do
contraste venoso. E muito importante salientar que a
decisão de uso de MC venoso e a critério médico,
não cabendo essa decisão a nenhum outro
profissional.
Fatores de risco
• Alergia ao Iodo
• Asmático – broncodilatador
• Mieloma múltiplo
• Miastenia gravis
• Iodoterapia
• Diabético – Meftomina
• Hipertireoidismo – Rç. Tierotóxica
• Insuf. Renal – Uréia/Creatinina
• Feocromocitoma
Antes do contraste
• Avaliar a história e condição clínica, avaliar o
uso do contraste e considerar outras alternativas
diagnósticas;
• Realizar uma anamnese para obter informações
sobre eventuais reações alérgicas do paciente em
relação a substâncias que contenham iodo;
• Checar medicações em uso, agentes
nefrotóxicos, antihiperglicemiantes orais;
• Esclarecer para o paciente as possíveis
reações adversas evitando ansiedade.
• Impossível prever que pacientes terão as
reações adversas, TODOS OS PACIENTES
DEVES SER CONSIDERADOS DE RISCO!!
• Identificar fatores de risco x benefício potencial
de uso;
• Outros métodos de imagem que dão o mesmo
diagnóstico;
• Certeza da indicação do meio de contraste;
• Informar o paciente; • Saber a política no caso
de complicações.
O paciente sempre
será o alvo da sua
maior atenção!
OBRIGADA!!!!!!

Você também pode gostar