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Meios de contraste

Os meios de contraste são fundamentais na radiologia de uma maneira geral. Eles são
compostos que interagem com os tecidos humanos, melhorando as imagens radiológicas de
diversas formas, seja auxiliando na técnica radiológica ou realçando alguma imagem duvidosa
ou local anatômico que você deseje estudar

Temos principalmente 3 meios de contraste que são utilizados na radiologia. Existe um 4º, que
são as microbolhas do USG, mas que não falaremos aqui. O bário, o iodo e o gadolíneo. O bário
é administrado por via oral, o iodo por via venosa ou via oral e o gadolíneo apenas por via
venosa. Existe ainda um “4º meio de contraste utilizado”, que são as microbolhas, usadas na
ultrassonografia, que são injetáveis.

Bário
O sulfato de bário é um meio de contraste para o trato gastrointestinal. Pode ser administrado
VO (via oral) ou via retal. Podemos fazer enemas baritados (exames intestinais com contraste),
esofagograma e diversas outras modalidades para o TGI. Quando opacificamos esse trato
gastrointestinal, podemos procurar dilatações (divertículos esofagianos), estenoses, falha de
continuidade (indicando indiretamente alguma tumoração), divertículos intestinais, etc. É
recomendado que após o exame o paciente realize ingestão de água e fibras a fim de reduzir

um potencial efeito colateral de constipação que esse meio de contraste pode


causar. Dentre outros efeitos colaterais principais temos dores abdominais, náuseas e enjoo,
mas podemos ter reações de intolerância. É contraindicado caso haja suspeita de perfuração
abdominal.
Em termos médicos, estenose se refere a um estreitamento ou constrição de um duto ou
passagem.

Iodo
Dica: iodo só n pode no ‘’rabo ‘’

Já os contrastes iodados são meios de contraste que podem ir tanto em via EV (endovenosa)
quanto VO (via oral). Podemos classificar os contrastes iodados em dois grupos principais.
Iônicos e não iônicos, monômeros ou dímeros. A grosso modo, os iônicos fornecem uma
imagem com melhor qualidade, mas possuem risco maior de reações adversas se comparados
com o não iônico. O não iônico por sua vez fornece uma imagem com qualidade menor do que
o tipo iônico, mas em contrapartida tem um risco de reações adversas menor. Os contrastes
iodados são utilizados na TC por via EV a fim de elevar a densidade daquela região anatômica
ou realçar alguma imagem, melhorando as imagens e detectando possíveis imagens suspeitas.

Os meios de contraste com baixa osmolalidade ou osmolalidade menor, tendem a


possuir semelhanças com a osmolalidade sanguínea (em torno de 260-280). Essa baixa
osmolalidade é importante, pois o contraste terá maior capacidade de passar por membranas.
Isso é importante ressaltar, pois o contraste precisa sair do compartimento intravascular e
banhar o meio extravascular (e extracelular, obviamente). O problema dos meios de contraste
de baixa osmolalidade é justamente a grande viscosidade. Essa grande viscosidade faz com
que o contraste tenha mais resistência à passagem pelo meio vascular. Ele adere mais fácil.
Gruda mais fácil. Não se move tão bem. Por esse motivo que profissionais radiologistas
intervencionistas e médicos vasculares preferem utilizar contrastes de baixa viscosidade, mais
especialmente para avaliar vasos sanguíneos. Imagine se eu preciso ver um vaso ou seus
segmentos subsequentes (que são de menor calibre que o vaso principal) atrás de alguma
patologia ou caso eu precise estudar vasos coronarianos.

Entretanto não podemos esquecer: se usarmos meios de contraste com baixa viscosidade, o
mesmo irá ter uma alta osmolalidade (eles são inversamente proporcionais). Em detrimento
dos iônicos possuírem alta osmolalidade, ao utilizarmos, ele irá possuir uma osmolalidade
maior que a do sangue. Muitas vezes maior. Como ele possui essa osmolalidade elevada, ao
passar por receptores carotídeos (por exemplo), o corpo irá interpretar como uma
osmolalidade muito alterada. Isso gera maiores riscos de reações adversas do que os
contrastes não iônicos (de osmolalidade mais baixa que os iônicos).

OBS : SEMPRE precisamos ponderar bem a situação na qual vamos usar o meio de contraste X
ou Y. Para cada caso temos um meio de contraste melhor. Quando prezamos pela fluidez
(especialmente em exames vasculares) tendemos a utilizar meios de contraste com pouca
viscosidade. Ele flui melhor pelos compartimentos vasculares.

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