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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Aula da Língua Portuguesa

Luís Raimundo Ernesto: Cód. 708203818

Curo: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Didáctica de Português III
Ano de Frequência: IV° Ano

Tutora:
Msc: Maria E. M. Amável

Cuamba, Junho de 2023


Índice

1. Introdução ........................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos ................................................................................................................ 3
1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................... 3
1.1.2. Objectivos Específicos .............................................................................. 3
1.2. Metodologia ............................................................................................................. 3
2. A Aula de Língua Portuguesa ............................................................................................. 4
2.1. Contextualização...................................................................................................... 4
2.2. Princípios da aula de Língua Portuguesa ................................................................. 4
2.3. O relacionamento entre o professor e o aluno e atitude do professor ...................... 5
2.3.1. O relacionamento na Escola...................................................................... 5
2.4. As Técnicas de Leitura na Aula de Língua Portuguesa ........................................... 6
2.4.1. Conceito de leitura .................................................................................... 6
2.4.2. Funcionamento as técnicas de leitura ....................................................... 7
2.4.3. Alfabetização e letramento ....................................................................... 8
2.4.4. Modalidades e técnicas de leitura ............................................................. 8
2.4.5. Estratégias de leitura ................................................................................. 9
2.4.5.Metodologias mais comuns no ensino de Língua Portuguesa ................. 10
2.5. As funções didácticas a serem usadas na aula de língua portuguesa ..................... 11
3. Conclusão.......................................................................................................................... 14
4. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 15
1. Introdução

A aula de língua portuguesa nas escolas apresenta-se dividida em aulas de gramática,


de literatura, de produção textual e, muitas vezes, até de leitura de textos. Na contramão do
que prevêem concepções integradoras do ensino, quando recomendam que as diferentes
disciplinas ou componentes curriculares devem realizar actividades e discussões que
propiciem a interdisciplinaridade.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Compreender a importância da aula de língua portuguesa.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Contextualizar a aula de língua portuguesa;


 Descrever os princípios da aula de língua portuguesa;
 Debruçar sobre o relacionamento entre o professor e o aluno e atitude do professor;
 Descrever as técnicas de leitura e as funções didácticas a serem usadas na aula de
língua portuguesa.

1.2. Metodologia

Para a elaboração da presente pesquisa, foi possível pelo uso do método de pesquisas
bibliográficas. Que segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se
do levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto
que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o mesmo.

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2. A Aula de Língua Portuguesa

2.1. Contextualização

O objectivo prioritário da aula de língua portuguesa será sempre o


desenvolvimento da competência comunicativa de aluno. Isto é, o aluno deve
aprender a usar melhor a língua. Usar melhor a língua significa adquirir e
aperfeiçoar estruturas linguísticas, significa adequar a comunicação a
situações diversificadas e integrar-se conscientemente na vida social.
(DIDÁCTICA DE PORTUGUÊS III. s/d).
Para que este objective se concretize, o professor terá de fomentar o contacto do aluno
com situações variadas e, consequentemente, com o uso de textos diversificados, orais ou
escritos, literários ou não literários. Igualmente farão parte da aula os textos que nela se
produzem.

As situações variadas a propor aos alunos deverão ser motivadoras e próximas das
suas vivências, implicando sempre actividades de análise e de produção de texto.

2.2. Princípios da aula de Língua Portuguesa

Na realização da aula é útil ter presente os seguintes princípios:


1. Manter um clima de boa convivência e colaboração dentro da sala de aula.
2. Explicar os conceitos claramente, evitando expressões vagas e usando vocabulário
apropriado.
3. Orientar o diálogo de modo a que os alunos falem cada um na sua vez e ouçam o que
os colegas dizem.
4. Reagir adequadamente às perguntas e respostas dos alunos:
a) Remeter as perguntas dos alunos para outros alunos;
b) Pedir que as respostas dos alunos sejam dadas num tom de voz que permita
que toda a classe ouça;
c) Ter em consideração as respostas dadas pelos alunos, fazendo-as entrar no
circuito normal de comunicação da aula.
d) Dizer, só depois de feita a pergunta, o nome do aluno que se quer que
responda, evitando assim que o resto da classe deixe de estar atenta;
e) Não insistir na mesma pergunta quando se verifique dificuldade em obter
resposta. Neste caso, a pergunta deve ser feita de outra maneira;
f) Combinar com os alunos um modo de eles pedirem a palavra: levantar a
mão, por exemplo;

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5. Impor ritmo apropriado ao trabalho, evitando excessiva perda de tempo.
6. Utilizar actividades e processos variados de modo a manter o interesse dos alunos.
Não fazer aulas só de oralidade, só de leitura, só de gramática ou só de escrita.
7. Procurar usar e incentivar o uso de formas usuais e correctas, quer na linguagem oral,
quer na linguagem escrita, mantendo, no entanto, uma atitude de compreensão perante
o erro.
8. Utilizar técnicas de ensino-aprendizagem variadas

2.3. O relacionamento entre o professor e o aluno e atitude do professor

Um bom relacionamento entre professor e aluno, dentro e fora da aula,


e um dos factores do desenvolvimento completo do jovem. A par de uma
aquisição de conhecimentos, e indispensável que o aluno realize a sua
formação como pessoa. O professor, ao contribuir para esta formação, esta a
desempenhar o papel de educador. (DIDÁCTICA DE PORTUGUÊS III, /d).
Como educador, o professor deve agir da seguinte maneira:

1. Respeitar a maneira de ser de cada aluno e valorizar as suas qualidades;


2. Aceitar as dificuldades de cada aluno e assegurar a realização de actividades que o
ajudem a progredir;
3. Aproveitar cada pequeno sucesso do aluno para desenvolver nele o gosto pelo
trabalho;
4. Criar na aula um ambiente de confiança e de alegria que leve os alunos a participarem
com interesse nas actividades propostas;
5. Propor tarefas de grupo e estimular os alunos a ajudarem-se uns aos outros;
6. Estimular a expressão de ideias pessoais e a autonomia progressiva do aluno.

2.3.1. O relacionamento na Escola

Um bom clima relacional na escola implica disciplina. Sem disciplina na escola não há
liberdade, nem segurança, nem aprendizagem.

A disciplina consiste no estabelecimento e observâncias normas que regulam a


actividade de qualquer grupo. No entanto, disciplina não pode confundir-se com
autoritarismo.

O professor não deve nunca tomar atitudes autoritárias, porque a sua autoridade vem
da sua competência, da sua justifica e do empenhamento que põe no cumprimento dos seus
deveres.

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Para que se estabeleça um clima de disciplina, deve dar-se atenção aos seguintes
princípios, entre outros:

1. Os alunos devem participar na elaborarão das normas, ou conhecer a sua razão de ser,
quando impostas.

Quando as normas são conhecidas e aceites, há grande tendência para proceder de


acordo com as referidas normas.

Nesse caso, os próprios alunos reclamam o cumprimento das normas quando


constatam que não estão a ser respeitadas.

2. O professor, tal como os alunos, passa a estar também sujeito as normas adoptadas;
3. O Professor deve apresentar em momentos chave (Inácio do ano, inicio de unidade), e
em diálogo com os alunos, os assuntos que vão ser tratados e as aprendizagens que os
alunos devem realizar;
4. O Professor deve ser muito claro quanto as exigências e características dos vários
trabalhos que os alunos devem realizar.

2.4. As Técnicas de Leitura na Aula de Língua Portuguesa

2.4.1. Conceito de leitura

O processo da leitura é muito amplo e pode ser definido de várias maneiras. Para
algumas pessoas ler é extrair significado do texto, já para outras seria atribuir um significado
ao texto. No geral pode-se dizer que a leitura é um processo de representação, pois segundo
Ferreira, a leitura envolve o sentido da visão. Para Ferreira (2002), “ler é reconhecer o mundo
através de espelhos que nos oferecem uma visão fragmentada do mundo, sendo assim, a
verdadeira leitura só é possível quando se tem um conhecimento prévio desse mundo”.

Conceitua-se aqui a leitura na visão de Duke (2002 apud Geraldi, 2006)

Ler é: a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir


relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer
nele o tipo de leitura que seu autor pretendia e dona da própria vontade,
entregar-se a esta leitura. Uma definição geral de leitura é que ela se define
como um processo de representação, que envolve a visão de mundo de cada
indivíduo. Para tanto, destaca-se aqui algumas questões sobre a leitura como:
 O que é ler?
 Para que ler?
 Como ler?

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Ler é uma actividade complexa e prazerosa que envolve não só os conhecimentos
semânticos, mas principalmente os conhecimentos culturais e ideológicos de uma pessoa. Ou
seja, é uma actividade de assimilação de conhecimento e reflexão, pois ler é muito mais que
decodificar palavras é uma interacção de conhecimento entre leitor e texto. Segundo Kopke
(1997), “A leitura é um processo dialógico cuja trama toma as pontas dos fios do bordado
tecido para tecer sempre o mesmo e outro bordado, pois as mãos que agora tecem trazem e
traçam outra história”.

2.4.2. Funcionamento as técnicas de leitura

As técnicas de leitura são práticas que contribuem para melhorar a


assimilação dos conteúdos lidos. Esses métodos consistem, basicamente, em
posicionar o leitor de forma activa diante do texto. Uma leitura passiva
dificilmente produzirá bons resultados. Isso porque o leitor apenas recebe as
informações de forma superficial, sem interagir nem pensar criticamente sobre
o assunto. Dessa maneira, as técnicas de leitura auxiliam no processo de
aquisição do conhecimento. Veja 5 práticas para melhorar sua aprendizagem.
(Magliano, 1999):
1. Pense sobre o que você quer aprender

O primeiro passo para extrair o máximo de um texto começa antes de iniciar sua
leitura. Pergunte-se o que você quer aprender e procure definir objectivos a serem alcançados
com a interpretação do que está escrito. (Song, 1998).

Elaborar metas de forma clara e objectiva ajuda na compreensão da leitura. Isso


porque, sabendo o que você busca no texto, sua atenção será direccionada a procurar as
respostas para suas perguntas.

2. Identifique os pontos principais

Fazer resumos é uma das técnicas de leitura mais comuns, sobretudo


na escola e na faculdade. Basicamente, trata-se de identificar os principais
assuntos tratados no texto. Observe se, ao final da leitura, você é capaz de
pontuar os tópicos mais relevantes abordados pelo autor. Além disso, procure
elaborar perguntas abertas sobre o que leu e tente respondê-las com base no
texto. Práticas assim ajudam a assimilar melhor as informações.
Consequentemente, isso amplia a capacidade cognitiva do leitor, isto é,
melhora o processo de aquisição do conhecimento. (Rhoder, 2002).
3. Leia em voz alta

Ler em voz alta pode parecer uma prática estranha para algumas pessoas. No entanto,
esta é uma das técnicas de leitura que mais ajudam a reter as informações de um texto.

A eficiência dessa prática foi comprovada por um estudo realizado


pela Universidade de Waterloo, no Canadá. A pesquisa comparou a leitura
silenciosa com a leitura em voz alta, em testes feitos com 95 voluntários. A
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conclusão foi que ler em voz alta ajuda a memorizar melhor as informações.
Isso porque, segundo os autores, ler, falar e se ouvir ao mesmo tempo
contribui para fixar as palavras na memória de longo prazo. (Duke, 2002).
4. Faça anotações, grife e sublinhe

Os grifos são muito úteis para destacar as informações mais relevantes do texto. Desta
maneira, fica mais fácil de voltar à leitura de trechos específicos, seja para buscar uma
resposta ou para reler algo que não tenha ficado muito claro. Além disso, os grifos podem
ajudar a identificar os pontos principais.

Você também pode usar as anotações para resumir ideias importantes do texto. Concentre-
se em elaborar paráfrases, ou seja, escrever com suas palavras o que o autor diz em
determinado trecho. Desta maneira, fica muito mais fácil de assimilar as informações lidas.
(Duffy, 1987).

5. Explique o que leu para outra pessoa

Você consegue explicar, com suas palavras, o que acabou de ler? Esta é uma das
técnicas de leitura mais eficientes. A prática consiste em ensinar o que você aprendeu com a
leitura e pode ser feita de duas formas, (Duffy, 1987).

2.4.3. Alfabetização e letramento

Já pensou em ensinar essas e outras técnicas de leitura às pessoas? Tais métodos são
muito úteis durante o processo de letramento. Enquanto a alfabetização consiste na
aprendizagem da leitura e da escrita, o letramento desenvolve o uso competente da linguagem.
(Rhoder, 2002).

2.4.4. Modalidades e técnicas de leitura

A leitura permite compreender variadas situações da vida real. Esta


pode ser de imagens, de textos bem como de tantos outros materiais que nos
possam levar a uma compreensão e interpretação de um dado assunto. Para o
caso vertente, trata-se da leitura de textos. Há certas classificações que se
fazem sobre a leitura, de acordo com certos propósitos, Kopke (1997).
a) Leitura silenciosa – é uma modalidade efectuada mentalmente, sem intervenção dos
órgãos vocais. Tecnicamente, esta pode ser integral (mais presente, na leitura de textos
literários) e selectiva (mais usual, em leituras orientadas para a procura de
informação).
b) Leitura oral – ao contrário da silenciosa, a modalidade de leitura oral é efectuada com
a intervenção dos órgãos vocais. Tecnicamente a leitura oral pode ser em voz alta,
dialogada, coral e expressiva.
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c) Leitura em voz alta – é realizada em voz alta, permitindo que se ouça o que é lido.
Constitui um dos melhores meios de aperfeiçoamento e de avaliação das habilidades
de leitura nos alunos, bem como de desenvolvimento do autocontrolo emocional
perante um auditório.
d) Leitura dialogada – é realizada por todos os alunos ou por pequenos grupos. Este
tipo de leitura beneficia os alunos mais tímidos, por se sentirem enquadrados num
grupo. Agrada bastante aos alunos porque lhes transmite a impressão de uma maior
participação no texto.

Apesar de constituir um bom exercício ao grupo, a leitura dialogada não deve ser
usada com muita frequência por impedir a identificação de possíveis limitações individuais.

 Leitura coral – tal como a leitura dialogada, esta leitura são também efectuadas por
todos os alunos ou em pequenos grupos e beneficia os alunos mais tímidos por se
sentirem enquadrados num grupo. Apesar de constituir um bom exercício de leitura, a
leitura coral não permite identificar e superar as dificuldades individuais dos alunos.
 Leitura expressiva – é individual, permite compreender, pela expressão e entoação,
pensamentos, emoções ou propósitos que um dado texto procura apresentar. Esta
permite experienciar emoções tendo em conta o conteúdo do texto.

2.4.5. Estratégias de leitura

Antes de argumentar sobre as estratégias de leitura e como elas podem ajudar o aluno
a compreender o sentido do texto, cita-se algumas estratégias que RHODER (2002)
conceituam importantes no processo de leitura e que o leitor usa inconscientemente ao se ler
um texto são elas: Estratégia de Predição, Estratégia Skmming e Estratégia Skanning.

1) Estratégia de Predição: É quando o leitor acciona o conhecimento de mundo sobre


aquele texto, ou seja, é quando faz-se ideia do seu conteúdo, isto é, do que o texto fala
ou irá falar.
2) Estratégia Skmming: É quando o leitor faz uma leitura rápida do texto, passando os
olhos sobre ele, com o intuito de identificar os principais pontos que facilitarão
compreender o texto no geral. Isto é, ler superficialmente o texto, observando o titulo,
o tamanho. Se há palavras conhecidas etc.
3) Estratégia Scanning: É utilizada quando se quer encontrar um dado específico no
texto, como: datas, nomes, números ou algum fato interessante. Por exemplo: quando

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procura-se um número de telefone de determinada pessoa pegasse a lista telefónica e
começa a procurar pelo sobrenome da pessoa ignorando o resto da lista.

Para Ferreira (2002), são quatro as principais estratégias de leitura, as quais passam a
ser detalhadas a seguir.

i. Selecção:

Estratégia de selecção permite o leitor ater-se apenas ao que lhe é útil no texto, ou seja,
desprezando aquilo que é irrelevante para ele. Por exemplo, ao ler uma revista através das
manchetes da capa ou do índice o leitor selecciona apenas aquilo que lhe interessa ou lhe
chamou mais atenção na primeira página.

ii. Antecipação:

Acontece durante a leitura do texto, em que o leitor vai construindo hipóteses e


previsões que poderão ser confirmadas ou refutadas ao longo do texto.

iii. Inferência:

Esta estratégia depende dos conhecimentos prévios do leitor sobre o assunto que está sendo
lido. Aonde o leitor vai usando as pistas textuais deixadas pelo autor no decorrer do texto, o
leitor complementa o texto, recorrendo aos seus conhecimentos prévios sobre o tema.

iv. Verificação:

Esta estratégia permite que o leitor verifique com precisão se as demais estratégias escolhidas
até o momento estão sendo eficientes ou não. O que possibilitará ao leitor uma maior
segurança na construção de sentido no texto trabalhado.

2.4.5.Metodologias mais comuns no ensino de Língua Portuguesa

As aulas de Língua Portuguesa, desde o século 19, foram marcadas


pelos métodos de ensino de leitura e escrita nos anos iniciais de escolaridade e
normativos nos anos seguintes. Foram as pesquisas dos últimos 30 anos que
mudaram esse enfoque. Leia o perfil de cada fase. (Song, 1998).
1. Métodos sintéticos

Foram predominantes no ensino da leitura desde meados do século XIX. A escrita era
vista como uma habilidade motora que requeria prática mecânica. Passada a alfabetização, os
alunos deveriam aprender regras gramaticais.

Foco A alfabetização se inicia com o ensino de letras e sílabas e sua


correspondência com os sons para a leitura de sentenças. Nas séries finais, só
os clássicos são trabalhados, já que a intenção é ensinar a escrever usando a
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língua culta e a ler para conhecer modelos consagrados. Estratégia de ensino
As técnico de leitura adotadas desde cedo é a silábica, alfabética ou fónica. Os
mais velhos copiam textos literários sem levar em conta o contexto e o
interlocutor. (Magliano, 1999).
2. Métodos analíticos

Surgiram no fim do século XIX, em contraposição aos sintéticos. A alfabetização


segue como uma questão de treino e o enfoque dos anos seguintes voltado ao debate das
normas.

Foco A alfabetização parte do todo para o entendimento das sílabas e


letras. Pouco muda nas técnicas para as séries finais do Ensino Fundamental.
Estratégia de ensino Mostrar pequenos textos, sentenças ou palavras para,
então, analisar suas partes constituintes e o funcionamento da língua. (Duke,
2002).
2.5. As funções didácticas a serem usadas na aula de língua portuguesa

A rápida reflexão realizada tem o propósito de fazer notar que, de facto, uma aula não
é um todo indissociável, mas sim composta de diferentes fases, também designadas por
“funções didácticas”.

As funções didácticas são elementos ou partes que constituem


a actividade principal do processo de ensino-aprendizagem, o qual se
manifesta na coordenação, subordinação, combinação e relação destas, de
modo a garantir que o PEA se realize de forma eficaz, isto é, que as várias
partes do PEA possam constituir uma unidade de conhecimentos. (Kersch,
2009).
A organização das funções didácticas é uma sequência lógica de aquisição e
apropriação dos conhecimentos e a sua posterior aplicação na vida prática. Uma aula é
realizada com mais de uma função didáctica.

As Funções Didácticas são estudadas separadamente, mas são aplicadas de forma


interrelacionada durante uma aula.

Cada etapa ou passo da aula corresponde a uma função didáctica, que é dominante, o
que significa que pode haver o envolvimento das restantes, com o fim de, no conjunto, elas
assegurarem a eficácia da assimilação da matéria. Em cada função didáctica é proposto o
tempo da sua duração, o método dominante, o conjunto de meios e formas de ensino e
também as actividades do professor e do aluno.

Assim, as funções didácticas encontram-se interligadas e fazem parte integrante de


uma aula que compreende um sistema, sobressaindo a ideia de que, na prática docente, elas
devem ser usadas de forma integrada, ou seja, numa relação dialéctica entre todas elas. Por

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esse facto, enquanto num dado momento o professor realiza uma certa função didáctica como
sendo a predominante, nela integra elementos doutras funções didácticas.

I. Introdução/motivação

Esta função didáctica visa a preparação e introdução da matéria, correspondendo


especificamente ao momento inicial de preparação para o estudo da matéria nova e
compreende actividades interligadas, tais como:

 Preparação prévia do professor;


 Preparação dos alunos;
 Introdução da matéria nova;
 Colocação didáctica dos objectivos.

Antes de entrar na sala e iniciar a aula, o professor precisa de se preparar, através de


uma planificação sistemática da aula ou conjunto de aulas.

A preparação sistemática de aulas assegura a dosagem da matéria a tempo, o


esclarecimento de objectivos a atingir e das actividades que serão realizadas, bem como a
preparação dos meios de ensino adequados.

No início da aula, a preparação dos alunos visa criar condições de estudo, mobilização
da atenção, para criar uma atitude favorável ao estudo, organização do ambiente, suscitar
interesse e ligar a matéria nova à anterior.

A motivação inicial inclui perguntas para averiguar se os conhecimentos anteriores


estão efectivamente consolidados e prontos para o conhecimento novo. Aqui o empenho do
professor está em estimular o raciocínio dos alunos, instigá-los a emitir próprias
opiniões/ideias sobre o que aprenderam e fazê-los ligar os conteúdos às coisas ou eventos do
dia-a-dia.

II. Mediação/assimilação

Depois de suscitada a atenção e a actividade mental dos alunos na etapa anterior


(Introdução e Motivação), é o momento dos alunos familiarizarem-se com o conhecimento

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que irão desenvolver e um dos procedimentos práticos é a apresentação do conteúdo como um
problema a ser resolvido, embora nem todos os conteúdos se prestem a isso.

Assim, a “Mediação e Assimilação” constituem a etapa ou passo da


Aula, onde se realiza a percepção de fenómenos ligados ao tema, a formação
de conceitos, o desenvolvimento de capacidades cognitivas de observação,
imaginação e raciocínio dos alunos. Pode também ser percebida como sendo o
momento da aula, isto é, a função didáctica na qual o mediador dá orientações,
explicações necessárias, organiza as actividades dos alunos que os possam
conduzir à assimilação activa dos conhecimentos para desenvolver atitudes,
convicções, habilidades, hábitos, etc.. (Kersch, 2009).
III. Domínio/consolidação

Esta etapa consiste na organização, aprimoramento e fixação dos conhecimentos por


parte dos alunos, a fim de que estejam disponíveis para orientá-los nas situações concretas de
estudo e de vida. Trata-se, também, de uma etapa em que, em paralelo com os conhecimentos
e através deles, se aprimora a formação de habilidades e hábitos para a utilização
independente e criadora dos conhecimentos.

A consolidação de conhecimentos e formação de habilidades e hábitos


inclui exercícios, a recapitulação da matéria, o resumo, a aplicação dos
conceitos aprendidos para outros contextos, as tarefas de casa e a
sistematização. Entretanto, estes dependem do facto de que os alunos tenham
compreendido bem a matéria e de que estes sirvam de meios para o
desenvolvimento do seu pensamento independente, do seu raciocínio e da
sua actividade mental. (Kersch, 2009).
IV. Controle/avaliação

Esta etapa permite o acompanhamento de todo o processo de ensino-aprendizagem e


forma ao mesmo tempo a conclusão das unidades do ensino. O professor pode dirigir
efectivamente o processo de ensino-aprendizagem e conhecer permanentemente o grau das
dificuldades dos alunos na compreensão da matéria. Este controle vai consistir, também, em
acompanhar o PEA avaliando as actividades do professor e do aluno em função dos
objectivos definidos. Através do controlo e avaliação, o professor pode providenciar e, se
necessário, rectificar, suplementar ou mesmo reorganizar a aprendizagem.

Pela avaliação é possível saber-se se a aprendizagem está a efectuar-se conforme o


previsto ou não e, ao mesmo tempo, permite ao professor certificar-se sobre o que
o aluno aprendeu e, então, saber que rumo dar aos trabalhos das novas aulas (se é para repetir,
ou prosseguir dependendo da situação vivida no momento quanto ao saber, saber fazer e saber
ser-estar dos alunos).

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3. Conclusão

Este trabalho intenciona fornecer subsídios para uma discussão crítica e reflexiva
sobre os processos de ensino aprendizagem de língua portuguesa, a partir de um reexame de
iniciativas curriculares e produção teórico-académica, que dão a pretensão de reestruturar as
práticas e epistemologias dessa disciplina curricular. Propõe-se, assim, a subversão de alguns
construtos que actuam no campo das práticas linguísticas e uma análise que exceda a língua e
conjugue aspectos sócio-político-culturais nas experiências de professores/as e alunos/as em
sala de aula.

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4. Referências Bibliográficas

Duffy, G. G., Roehler, Wesselman, R., Putnam, J. & Bassiri, D. (1987). The effects of
explaining the reasoning associated with using reading strategies. Reading Research
Quarterly.

Duke, N. K. & Pearson, P. D. (2002). Effective practices for developing reading


comprehension. Em A. E. Farstrup & S. J. Samuels (Orgs.), What Research Has to Say
About Reading Instruction (3ª ed. p.205-242).

Ferreira, S.P.A. & Dias, M. G. B. B. (2002). Compreensão de leitura: estratégias de tomar


notas e da imagem mental. Psicologia Teoria e Pesquisa.

Kersch, D. F. (2009). Aula de Português: percepções de alunos e professores. Calidoscópio


v. 7, n. 1, p. 49-61.

Kopke, H. F. (1997). Estratégias para desenvolver a metacognição e a compreensão de textos


teóricos na universidade. Psicologia Escolar e Educacional.

Kopke, H. F. (2001). Estratégias em compreensão da leitura: conhecimento e uso por


professores de língua portuguesa Tese de doutorado em lingüística. Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo.

Magliano, J. P., Graesser, A., & Trabasso, T. (1999). Strategic processing during
comprehension. Journal of Educacional Psychology.

Rhoder, C. (2002). Mindful reading: strategy training that facilitates transfer. Journal of
Adolescent & Adult Literacy.

Song, M. (1998). Teaching reading strategies in ongoing. EFL University Reading

DIDÁCTICA DE PORTUGUÊS III. (s/d). Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da


Língua Portuguesa. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE.
Moçambique-Beira

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