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ESTÁGIO OBRIGATÓRIO III

MATHEUS MEDEIROS PIQUERA

Relatório final apresentado como exigência


da disciplina Estágio Obrigatório III,
orientado pelo Prof. Dr. Leandro Hecko.

Três Lagoas, 18 de junho de 2023.


SUMÁRIO

1.Introdução.................................................................................................................... 3

2.Plano de Atividades..................................................................................................... 5

3.Relatos de Observação ............................................................................................... 6

4.Sequência Didática...................................................................................................... 8

5.Diário de Aulas........................................................................................................... 13

6.Considerações Finais.................................................................................................. 15

7.Referências Bibliográficas......................................................................................... 18

8.Anexos......................................................................................................................... 19
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1.Introdução

O presente relatório de estágio tem como objetivo apresentar uma análise


abrangente das aulas de Estágio Obrigatório III em História, disciplina ofertada pela
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), que foram ministradas na
instituição pública Escola Estadual Urubupungá de Ilha Solteira, no ensino médio. Além
disso, serão abordados os aspectos teóricos e práticos relacionados ao ensino que foram
estudados durante as aulas teóricas, bem como os objetivos estabelecidos para o estágio
e uma explicação detalhada dos resultados alcançados.

O estágio é uma etapa fundamental na formação acadêmica de um licenciando,


pois proporciona a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos teóricos
adquiridos ao longo do curso. Por meio dessa experiência, o estagiário tem a chance de
vivenciar o ambiente educacional de forma mais próxima, desenvolver habilidades
pedagógicas e refletir sobre sua prática docente.

Com as leituras disponibilizadas pelo professor orientador de estágio, foram


estudados diversos aspectos relacionados ao ensino, desde fundamentos pedagógicos até
metodologias de ensino-aprendizagem. Essas bases teóricas foram fundamentais para
embasar a prática durante o estágio, possibilitando a compreensão das diferentes
abordagens educacionais e a aplicação de estratégias que visam promover um ambiente
de ensino estimulante e inclusivo.

Os objetivos estabelecidos para o estágio foram delineados com base nas diretrizes
curriculares do curso de licenciatura e nas necessidades identificadas na instituição de
ensino em que o estágio foi realizado. Buscou-se, assim, promover o aprendizado dos
estudantes, estimular a participação ativa, desenvolver atividades pedagógicas e avaliar o
processo de ensino-aprendizagem. Esses objetivos estão alinhados com o propósito do
PA (Plano de Ação) da Escola Estadual de Urubupungá, que visa à formação integral dos
alunos e sua preparação para a vida cidadã e profissional.

Ao longo dos textos, foram utilizadas diversas estratégias que correlacionam os


conhecimentos dentro do ambiente escolar com a transformação social contínua
apresentada por parte dos alunos e professores, como Isabel Barca defende ao mencionar
Rassi e Fonseca (2006), que corrobora com o pensamento de que:
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No caso, os saberes dos professores de História, por exemplo, são constituídos


pelos saberes históricos e historiográficos, os saberes curriculares, os saberes
didático-pedagógicos advindos das ciências da educação; os saberes sociais,
os saberes oriundos das múltiplas linguagens e os saberes experienciais, ou
seja, aqueles adquiridos, construídos no cotidiano da sala de aula, da escola, da
vida. (RASSI; FONSECA, 2006, p.109).

Outros textos disponibilizados de pesquisadores como: Marlene Rosa Cainelli e


Peter Lee, colaboram com pensamento de que o conhecimento passado aos alunos deve
ser feito de forma que desmistifique os pré-conceitos que são trazidos para as aulas, onde
também é proposto algumas transformações no âmbito da historiografia para uma
experiência de melhorias inovadoras no ambiente escolar.

A experiência de estágio também foi importante para notar dois aspectos muito
comentados na comunidade escolar atual, a nova BNCC, e o Novo Ensino Médio. No
tocante a Nova Base Nacional Comum Curricular, o impacto no ensino de História fica
evidente com a diminuição dos conteúdos objetivos da área de História, e com a
necessidade do professor em se desdobrar para cobrir os conteúdos específicos da área,
em conjunto com as propostas da BNCC que comprimem as disciplinas da área de
ciências humanas em um conjunto abstrato.

Já o Novo Ensino Médio trouxe uma diminuição nas aulas da disciplina da


História, em uma grade, que no ensino médio, parte para a participação dos alunos nos
itinerários formativos, atividades que o professor muitas vezes não está completamente
preparado para atuar como mediador.

No período de estágio, foram alcançados resultados significativos. Por meio da


regência em sala de aula, foi possível vivenciar a dinâmica do ambiente escolar,
estabelecer relações interpessoais com os alunos e professores, além de aplicar estratégias
de ensino condizentes com as necessidades identificadas. Os resultados obtidos serão
detalhados mais adiante neste relatório, evidenciando os pontos positivos e as
oportunidades de melhoria.
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2.Plano de Atividades

ESTÁGIO OBRIGATÓRIO III

Professor Orientador: Prof. Dr. Leandro Hecko

Estagiário: Matheus Medeiros Piquera

Local do Estágio: E.E de Urubupungá

Nível de Ensino e Turma: Ensino Médio; 2º ano de ensino médio

Plano de Atividades

Data Atividade
20/03/2023 Primeira aula de orientação, explicação do Estágio Obrigatório III.
27/03/2023 Início do processo de preenchimento de documentos.
27/04/2023 Finalização do processo burocrático com a assinatura dos documentos
necessários.
08/05/2023 Observação de duas aulas.
12/05/2023 Observação de duas aulas.
13/05/2023 Início das Leituras de Bibliografia, e preparação das aulas a serem
ministradas.
15/05/2023 Duas aulas dadas/regência.
22/05/2023 Duas aulas dadas/regência.
29/05/2023 Duas aulas dadas/regência.
06/06/2023 Início da realização do relatório final.
08/06/2023 Análise dos textos, das experiências e relatórios de sala para a construção
do relatório final.
20/06/2023 Previsão de término do relatório final.
Entrega do relatório final.
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3.Instrumento de Observação

ESTÁGIO OBRIGATÓRIO II

Instrumento 1

Relato de Observação das Aulas

Estagiário: Matheus Medeiros Piquera

Professor Regente: Thomas Nicholas de Moura Lopes

Nível de Ensino e Turma observada: 2º E.M (2º A e C)

Quantidade de aulas observadas: 4 aulas

Referenciar o Manual Didático utilizado na escola: Manuais da EFAP, Currículo em


ação e Habilidades essenciais.

Tema geral da aula: Industria Cultural

Temas específicos (pormenorizar): Foi trabalhado pelo professor inicialmente as


questões relacionadas a criação do conceito de Industria Cultural na Escola de Frankfurt;
as características de mercado relacionadas a Industria Cultural; a propaganda e venda de
produtos através da associação de marcas; criação de conceitos e características que sejam
capazes de influenciar o modo de vida dos consumidores da arte; avanços tecnológicos
que garantiram a produção e disseminação rápida dos produtos produzidos.

1ª e 2ª aula (08/05)

As aulas observadas se deram no 2º ano A, os alunos demoram a entrar na sala e muitos


continuam fora dela após um bom tempo de seu início, o que atrasa a aula e a chamada
que o professor Thomas prontamente inicia mesmo com os alunos fora.

O tema da aula é sobre a Indústria Cultural, o professor supervisor tem um bom domínio
do assunto, mas aparenta ter uma pequena dificuldade em relacioná-lo com assuntos que
possam chamar a atenção dos alunos, que nessa sala, não são muito participativos nas
interações propostas.

Ainda com o pequeno grau de participação, muitos alunos demonstram interesse na


realização das atividades, copiam tudo que o professor passa e se dedicam com o
conteúdo, são bem tímidos e quietos, mas tem um bom grau de absorção do conteúdo
proposto.

O professor estrutura a aula com um texto explicativo impresso numa folha de papel e
também com algumas questões nessa mesma folha, os alunos fazem uma leitura coletiva
para dinamizar o processo, o que funciona em partes, e depois há um pequeno debate que
logo é direcionado para a realização das atividades da folha e mais duas questões do
Currículo em Ação. Cerca de 70% da sala conclui as atividades e a aula se encerra após
os vistos no caderno serem dados aos alunos que a completaram.
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3ª e 4ª aula (12/05)

Ambas as aulas observadas foram no 2º ano C, a sala é pequena, mas o professor


supervisor me alerta que é a sala mais difícil da escola. No momento que o professor
supervisor inicia a chamada já é possível ver a falta de controle que é possível se ter nessa
sala, metade dos alunos ainda estão fora da sala de aula, e ela fica um caos absoluto.

O tema da aula é o mesmo, Indústria Cultural, e a técnica utilizada foi a mesma, com o
texto explicativo impresso numa folha com algumas questões, só que aqui as questões
eram todas objetivas. A tentativa foi fazer a leitura conjunta que ajudou um pouco a
manter o controle da sala, mas ainda assim os alunos dispersavam muito.

Após um longo tempo, o professor consegue terminar a leitura do texto e iniciar a


discussão que tem uma boa participação da turma, muitos alunos gostam de falar apesar
do desfoque ser algo rápido nessa sala também. Logo o professor inicia a realização das
questões, mas as resolve junto com a sala pois ele comenta que se deixasse com que eles
fizessem sozinhos nem 10% da sala faria. Dessa forma realmente todos interagem ainda
que pouco, e terminam as questões logo no fim da aula.

5ª e 6ª aula (29/05)

No geral essas aulas foram observadas somente por uma necessidade de coletar os
documentos burocráticos de estágio que eu havia deixado com o professor supervisor na
semana anterior.

As aulas foram observadas no 2º ano A, e se tratavam da realização de um trabalho em


grupo, onde os grupos tinha que montar mapas mentais em cartolina acerca da Era Vargas
e a política de patrimonialismo, eu auxiliei os alunos e o professor supervisor e os alunos
realizaram boa parte do trabalho na sala que seria finalizado em casa para entrega na
próxima semana.
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4.Sequência Didática

ESTÁGIO OBRIGATÓRIO III

Instrumento 2

Sequência Didática: Plano de aula ensino

Estagiário: Matheus Medeiros Piquera

Tema Geral: Primeira República; Patrimonialismo; Populismo, paternalismo e


autoritarismo

Nível de Ensino: 2o ano (E.M.)

Aulas previstas: 6

Objetivos Gerais:

• Identificar e caracterizar a organização política, econômica e cultural da sociedade


brasileira e seus legados autoritários (patrimonialismo, coronelismo e clientelismo).

• Retomar o contexto histórico da Proclamação da República e seus primeiros


desdobramentos: principais aspectos sociais, econômicos e políticos.

Conteúdos Específicos:

• O patriarcalismo, o coronelismo e o clientelismo na formação da sociedade brasileira;


- Paternalismo autoritarismo e populismo: conceituação, origens e características no
Brasil e na América Latina.
• Identificar e caracterizar as condições político-sociais no período em que o populismo
se estabeleceu no Brasil, compreendendo os elementos de transição das políticas
liberais e hegemônicas das oligarquias – em um período de crise econômica –,
associadas ao incipiente desenvolvimento urbano e industrial e um anseio por
democracia e participação popular na política.
• Modos de produção, formas de trabalho e seus desdobramentos em diferentes
sociedades, considerando as mudanças técnicas, tecnológicas e informacionais
ocorridas (trabalho escravo, servil e assalariado e os perfis sociais das diferentes
ocupações).
Objetivos Específicos:
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• Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo


na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos
ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de
articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da
promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.

• Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades


com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e
informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes
espaços (urbanos e rurais) e contextos.

Procedimentos/Metodologia:

● Apresentação Slides;
● Aula dialogada do tema a ser estudado;
● Leitura e interpretação de texto;
● Análise de imagens;
● Análise de vídeo explicativo;

• Interação e participação dos alunos (as).

Material necessário:

• Currículo em ação;

• Livro didático;

• Imagens;

• Mapas;

• Lápis de cor;

• Slides.

Atividade diagnóstica: na primeira aula será realizada uma atividade diagnóstica que
consiste em retomar alguns conceitos das aulas anteriores que dizem respeito ao fim do
Império e a formação da República Brasileira e coletar respostas dos alunos acerca de
seus conhecimentos prévios sobre as relações de poder que serão tratadas neste momento
da disciplina.
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PASSOS DAS AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS:

1ª aula

Primeiramente será feita a organização da sala e a chamada com os alunos, posteriormente


irei aplicar a atividade diagnóstica descrita acima, após a avaliação será colocado o slide
da aula.

No primeiro momento os alunos copiarão, como já é de costume deles, as habilidades da


aula, e então será iniciada a aula expositiva com slides que durará toda a primeira aula. A
aula tratará do processo de Proclamação da Repúblicas e os primeiros passos que
transitaram da política marcial da República da Espada, ao processo da República
Oligárquica onde será feito a contextualização de todo esse processo utilizando o texto
base de Costa (1999) e Napolitano (2020).

2ª aula

Continuaremos com a exposição com o aparato de slides, onde será feita a explicação das
fases mais importantes da Primeira República, as tensões sociais, os aparatos políticos, a
república oligárquica, as relações de coronelismo e clientelismo, assim como as principais
revoltas e suas causas, serão problematizados alguns temas como a república do café com
leite, e a violência no fenômeno do coronelismo. Os textos base para construção da aula
e desenvolvimento do debate são os de Napolitano (2020) e Oliveira (2022).

3ª aula

Primeiramente será feita a organização da sala e a chamada com os alunos, posteriormente


será colocado o slide da aula.

No primeiro momento os alunos copiarão, como já é de costume deles, as habilidades da


aula, e então será iniciada a aula expositiva com slides que durará toda a primeira aula.
Daremos início a discussão da política paternalista, tocaremos no assunto do Estado Novo
e suas principais características, será abordada com ênfase a política Varguista de
proximidade com o povo e as questões trabalhista onde serão utilizados os textos de Ianni
(1988) e Lenharo (1986) para embasamento teórico.

4ª aula
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Continuaremos com a aula expositiva acerca do tema do paternalismo, Era Vargas e


Estado Novo, onde será aprofundado um pouco mais os pormenores deste período e desta
política. Serão feitas questões de sondagem para ver a participação e engajamento dos
alunos, e para fixação do conteúdo.

Posteriormente serão feitas questões que serão mostradas no slide em conjunto com os
alunos, serão questões para fixação e preparação para a avaliação, as questões serão lidas
pelo professor e pelos alunos de forma conjunta e serão debatidas com os alunos.

5ª aula Avaliação

Primeiramente será feita a chamada e posteriormente a entrega das avaliações, também


será feita a leitura conjunta com os alunos.

A avaliação será com 8 questões objetivas, que facilitam a interação dos alunos e a
realização rápida para debate posterior, as questões tocaram no assunto dado pelo
professor Thomas anteriormente (Indústria Cultural, e pelo assunto ministrada em aula
com o estagiário e o professor supervisor (Primeira República, coronelismo,
clientelismo).

6ª aula Avaliação

Será continuada a avaliação, e após a finalização as questões serão comentadas com a


turma, e posteriormente os professores (estagiário e supervisor) realizarão as correções
das avaliações.

Critérios de avaliação: A atividade exige dos alunos um senso crítico de análise dos
textos disponibilizados juntamente com a capacidade de correlacioná-los com o que foi
debatido em classe até o momento da avaliação, identificando intencionalidades,
refletindo sobre consequências dos processos e sintetizando o conteúdo.

Avaliação: Avaliação com 8 questões objetivas onde serão tratados dos temas abordados
em sala no momento de observação e regência (Indústria Cultural e Primeira República).

Referências Bibliográficas:

Material Efape disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-


content/uploads/2023/01/2s%C3%A9rie-Estudante-1sem-parte1.pdf

Youtube: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5QidEUNuc2E


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COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo:
Editora da Unesp, 1999.

IANNI, Octávio. O colapso do populismo no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização


Brasileira, 1988.

LENHARO, Alcir. Sacralização da política. Campinas-SP: Papirus, 1986.

NAPOLITANO, Marcos. História do Brasil República: da queda da Monarquia ao fim


do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2020.

OLIVEIRA, Vitor Wagner Neto de. Verbete Coronelismo. 2022.


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5.Diário de Aulas

1ª e 2ª aula (15/05)

As aulas foram ministradas na sala do 2º ano A, a sala é calma em sua maior parte,
relativamente ativa e participativa na disciplina. Por consequência do tempo apertado para
o fim do semestre e da dificuldade com o avanço dos conteúdos iniciamos rapidamente o
tema, na qual foi abordado muitas das especificidades da Primeira República, a relação
de Clientelismo e Coronelismo, a estrutura da política oligárquica e as revoltas mais
importantes do período, assim como as tensões sociais e os movimentos sociais que
surgiram.

Os alunos em sua grande maioria ficaram tranquilos prestando atenção na aula, poucos
participavam ativamente, mas o engajamento de todos foi percebido quando o professor
supervisor sugeriu a realização de duas atividades contidas no Currículo em Ação e todos
fizeram as atividades e conseguimos compartilhar e discutir as repostas no tempo restante
da aula.

3ª e 4ª aula (19/05)

As aulas foram ministradas na sala do 2º ano C por consequência dos mesmos problemas
de horário e agenda, e também a pedido do professor supervisor, assim como análise da
ambos os professores na estrutura dos conteúdos, que por sorte, estavam sincronizados,
então seria feita uma transição natural do conteúdo do 2º ano A para o do 2º C.

Os alunos aqui são mais difíceis pois falam e dispersam muito, porém, são mais
participativos em leituras dinâmicas e conjuntas. A aula seguiu o conteúdo, que por sorte
estava mais avançado e podemos discutir as questões da política paternalista, e muitas das
características do Estado Novo. Conseguimos também realizar algumas questões que
estavam previstas para preparar os alunos para a avaliação que seguiria nas próximas
aulas.

A dinâmica com a sala foi boa, eles respeitaram meu espaço como professor, apenas
sendo necessário uma ou outra chamada de atenção para voltar ao conteúdo, foi possível
dar continuidade na discussão que o Professor Thomas vinha fazendo, e conseguimos
inclusive debater muitas questões do Estado Novo com um bom interesse dos alunos na
questão trabalhista e da política paternalista.
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5ª e 6ª aula (22/05)

Nessas aulas, foi realizada a avaliação que estava prevista no cronograma dos alunos com
auxílio do professor supervisor na sala do 2º A. Os alunos estavam apreensivos para a
avaliação, mas após a leitura conjunta da mesma com eles, foram ficando mais calmos.

A avaliação durou em média uma aula e meia, e conforme os alunos entregavam a


avaliação, ambos os professores iam corrigindo, trocamos notas e vimos que o gabarito
continha duas respostas incorretas, percebemos que muitos alunos foram muito bem e que
acertaram as questões onde havia o erro de gabarito, conversamos brevemente no tempo
restante com a sala a respeito da avaliação e foi explicado o problema de gabarito, muitos
acertaram essas questões. Os alunos ficaram contentes com os resultados assim como nós
professores que vimos que nosso progresso havia dado frutos.
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6. Considerações Finais

Assim como Cainelli (2008) argumenta, o estágio em História permite que o aluno
da graduação entenda o que é verdadeiramente ensinar história, o que é vivenciar a
dinâmica escolar só que pela ótica do professor, e não mais pela ótica de aluno. O processo
é longo e complexo, a elaboração da sequência didática com o uso da bibliografia
estudada nos anos de graduação, a preparação das atividades e avaliação, são todos
processos de formação para a habilitação de um professor.

Na experiência de realizar o estágio III de formação em docência de História, tive


inúmeros percalços, a burocracia demorou a ser finalizada para ser possível entrar em
sala, e, portanto, já estávamos quase no fim do semestre, o que fez com que eu, juntamente
do professor supervisor, tivéssemos que analisar a situação e fazer as aulas de regência o
mais rápido possível com aulas duplas para não atrapalhar tanto o calendário de atividades
dos alunos. Encaixamos as aulas em 2 salas, o que foi desafiador, todos os preparativos
essenciais para o processo de estágio tiveram que ser adaptados para essa situação.

Porém, tal aparente desafio foi na verdade uma oportunidade, pude trabalhar com
duas salas, e vivenciar uma máxima que os professores mais ligados à área da docência
sempre comentam, não há uma pedagogia e uma didática única e perfeita, na realidade há
uma necessidade de conhecer a sala com que trabalha e os alunos que estão nela a fim de
achar a abordagem pedagógica que mais se encaixe com a realidade deles. Foi possível
ver a verdade dessa máxima em prática, nas aulas que observei, pude perceber que a
dinâmica que foi utilizada com uma sala não poderia ser utilizada com a outra, e novas
adaptações foram necessárias.

O processo do estágio como um todo mais uma vez trouxe uma nova perspectiva
da vida na sala de aula, e da vivência no ambiente escolar. Dessa vez, não mais tão
preocupados com a pandemia de COVID-19, foi possível uma interação mais completa
do contexto escolar, onde novos desafios se apresentaram. Entre eles, lidar com salas de
perfis tão diferentes de alunos, e da construção de aulas cujos temas não são de
proximidade teórica de minhas pesquisas e interesses, além de lidar com um cronograma
escolar já muito bem estruturado que se encaminhava para um fim de bimestre, e as aulas
já estivessem esquematizadas e preparadas pelo professor supervisor. A necessidade de
me debruçar para aproveitar o máximo do estágio, e dar aos alunos aulas de qualidade foi
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inquestionável, ademais, de adaptar todo o conteúdo já pré-programado pelo professor


supervisor, para um conteúdo autoral que eu pudesse ministrar com confiança também
foi parte da experiência desafiadora e completamente nova.

Muitos aspectos que já tinham sido trabalhados na experiência de estágio II, aqui
foram intensificados com minha presença mais ativa nas atividades da escola, muito a
convite da equipe de coordenação e do professor supervisor, a quem consegui me conectar
bem para construir boas aulas e boas atividades para os alunos. Lidar com o Currículo em
Ação (material didático do estado) de forma mais enfática, com os novos modelos de
plano de aula propostos na escola, e com uma sala de aula onde os alunos fossem mais
velhos, já próximo de finalizar o ensino médio também foram aspectos que diferiram do
meu estágio anterior e propuseram uma nova abordagem.

Como mencionado antes o trabalho no Ensino Médio trouxe um contato próximo


com a proposta da Nova BNCC e o Novo Ensino Médio. Pela experiência de estágio mais
objetiva e rápida não notei uma influência direta desses dois fatores na preparação e
execução das aulas, contudo, era possível notar sua influência de forma indireta na grade
dos alunos com a forte diminuição das aulas de História, o que dificultava a demarcação
de aluas que seriam assistidas e ministradas, ou mesmo nos objetivos e habilidades
presentes no livro didático dos alunos, e também na atuação dos professores com as
disciplinas de Itinerário Formativo, as quais havia uma grande dificuldade de condução
na disciplina.

Tal abordagem foi possível graças ao aporte teórico concebido por Barca (2004),
que estava presente na minha bibliografia de estágio, e foi um grande auxílio para
elaboração de uma nova perspectiva de ação em sala de aula no contexto pedagógico de
se construir um bom debate e uma boa dinâmica com a sala no que diz respeito ao ensino
de História. Também, outros autores que ofereceram um suporte importante no tocante à
abordagem dos conteúdos de forma historicizante, não alienada e que abordasse mais do
que somente “fatos” do passado, foram Lee (2006) e Barca (2001). Os autores tratam da
História para além do passado, e auxiliam o professor a pensar numa História dinâmica,
e compartilhada, de vivência e experiências, entre professor e aluno, como defende Lee:

Há mais na história do que somente acúmulo de informações sobre o passado.


O conhecimento escolar do passado e atividades estimulantes em sala de aula
são inúteis se estiverem voltadas somente à execução de idéias de nível muito
elementar, como que tipo de conhecimento é a história, e estão simplesmente
condenadas a falhar se não tomarem como referência os pré-conceitos que os
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alunos trazem para suas aulas de história. Aqui a pesquisa tem algo a dizer.
(LEE, 2006, p.136)

Finalmente, ao se trabalhar em sala de aula, não somente é possível, como é


necessário, conectar-se com os alunos, entender seu contexto, para melhor aplicar a aula,
no ensino de História ainda mais. Cativar um aluno para o ensino de História não é fácil
o desinteresse vem com pré-conceitos muito estabelecidos da sociedade escolar, e
dificultam o processo, mas com as abordagens certas que conectem os alunos ao
conteúdo, que puxe o interesse deles, isso é possível. Há também outras problemáticas,
como a defasagem que o distanciamento social na pandemia causou, há diferenças nas
relações interpessoais da escola, assim como na preparação dos alunos para lidar com os
conteúdos propostos, muitos carregam essa defasagem, isso somada a precarização do
trabalho escolar. Como Oliveira (2019) assinala, o trabalho escolar não é fácil requer
preparo, compromisso e adaptação. Todos esses processos me colocaram a prova nessa
experiência como relatado aqui, e são esses processos e essa experiência que habilitam
um verdadeiro professor, nesse caso um verdadeiro professor de História.

7.Referências Bibliográficas

Escola Estadual de “Urubupungá”. Plano de Ação – PA. Ilha Solteira, 2023

Material Efape disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-


content/uploads/2023/01/2s%C3%A9rie-Estudante-1sem-parte1.pdf

Youtube: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=5QidEUNuc2E

BARCA, Isabel, org. - “Perspectivas em Educação Histórica : actas das Jornadas


Internacionais de Educação Histórica, 1, Braga, 2001”. Braga : Centro de Investigação
em Educação da Universidade do Minho, 2001.

BARCA, Isabel, org. – “Para uma Educação Histórica de Qualidade: actas das Quartas
Jornadas Internacionais de Educação Histórica, Braga, 2004”. Braga: Centro de
Investigação em Educação da Universidade do Minho, 2004.
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CAINELLI, Marlene Rosa. Os saberes docentes de futuros professores de História: A


especificidade do conceito de tempo. Currículo sem Fronteiras, v.8, n.2, pp.134-147,
Jul/Dez 2008.

COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo:
Editora da Unesp, 1999.

IANNI, Octávio. O colapso do populismo no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização


Brasileira, 1988.

LEE, Peter. Em direção a um conceito de literacia histórica. Educar, Curitiba: Editora


UFPR, Especial, p. 131-150, 2006.

LENHARO, Alcir. Sacralização da política. Campinas-SP: Papirus, 1986.

NAPOLITANO, Marcos. História do Brasil República: da queda da Monarquia ao fim


do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2020.

OLIVEIRA, Mariana Esteves de. “Professor, você trabalha ou só dá aula?”: um olhar


sobre a história e precarização do trabalho docente. Curitiba: CRV, 2019.

OLIVEIRA, Vitor Wagner Neto de. Verbete Coronelismo. 2022.

8.Anexos
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