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BELÉM
2023
HEYDER GABRIEL VIEIRA BRITO
BELÉM
2023
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Sumário
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 4
2. IDENTIFICAÇÃO .............................................................................................................. 6
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................................... 6
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 10
8. REFERÊNCIA................................................................................................................. 12
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1. INTRODUÇÃO1
Nosso primeiro contato com esta instituição se deu no dia 31 (trinta e um) de
agosto em que obtivemos orientações prévias como seria realizado o estágio e à qual
professor seríamos designados, assim como o dia de acompanhamento e horário. A
metodologia utilizada para cumprir as metas da disciplina constitui-se primeiramente
na observação do ambiente e espaço escolar, em seguida o acompanhamento do
professor Anderlei Marinho na disciplina de história. Estas práticas nos possibilitaram
uma maior identificação de como a realidade escolar é diversa. Nota-se que durante
todo o estágio a prática de regência foi executada apenas uma vez com outros
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trabalhos sendo atribuídos como auxílio aos alunos, correção de atividades e a
participação na semana da consciência negra, nossas práticas foram delimitadas a
turma de 7° ano do ensino fundamental II (794).
Nesse sentido, Almeida (1995) ressalta que os estágios curriculares devem ser
desenvolvidos em três etapas: primeiro a observação, na qual o discente tem contato
direto com os alunos e fica responsável em observar a aula do professor destas,
anotando num caderno próprio o desenrolar da aula; a segunda é a participação do
estagiário, que fica limitado na realização das atividades em vontade do professor da
classe, que configura-se na maioria das vezes limitado em observar e pequenas
atividades, a última se constitui na regência das aulas, através da intervenção,
elaboração de um plano de aula acompanhado de sua execução e avaliação do
professor, que deve realizar comentários que busquem o aprimoramento do discente.
Logo, iremos descrever ao longo deste relatório como desenvolvemos estas três
etapas e como elas se concretizaram na dinâmica dessa escola, assim como nosso
contato direto com os alunos e o professor se desenvolveu e evoluiu.
Outro ponto que achamos necessário destacar é como o comportamento da
turma alterou durante os dias que estivemos presentes na instituição, tiveram dias
mais fáceis e outros mais difíceis, que acabaram por escancarar como a realidade
dos alunos os afeta dentro da sala de aula. Achamos interessante também pontuar
como o acolhimento por eles e pelo professor da turma foi bastante positivo, o
professor Anderlei sempre buscava nos dar espaço, conversar com a gente e orientar
sobre a profissão que iríamos seguir e também compartilhou algumas orientações
acerca do dia a dia da sala de aula.
A partir disso, nossa análise do cotidiano se deu em uma perspectiva teórico-
prática para conhecer a fundo a ação e a reflexão sobre o ensino fundamental. Como
ilustra Lima (2001, p.19) "essa formação, que envolve além dos saberes adquiridos
na prática cotidiana e na história da sua vida, ainda necessita da fundamentação
teórica necessária para a reelaboração destes saberes e a melhoria da qualidade
docente". Dessa maneira, acreditamos que sejamos capazes de notar elementos
constitutivos da práxis docente que façam com que o estágio contribua na relação
entre a comunidade, escola e universidade. Pois ao pensarmos que no que Veiga
(2003) trata a respeito da configuração das singularidades e particularidades das
instituições educativas, precisamos ver que as escolas exercem tanto um papel de
formação do cidadão, como também forma de socializar o conhecimento, em que
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esse processo necessita do respeito às diferenças entre os membros do corpo
escolar, dentro e fora.
2. IDENTIFICAÇÃO
A partir do dia 30 de agosto de 2023 fomos designados para realizar o estágio
supervisionado na EEEFM Dr. Justo Chermont, localizada na travessa Vileta, esquina
com a avenida Pedro Miranda, número 916, no bairro da Pedreira, inscrita sob o CEP
66087-422.
A instituição conta com x salas de aula, x auditório, x laboratório
multidisciplinar, x laboratório de informática educativa, x sala de leitura, 1 sala de
atendimento à educação especial, 1 cozinha e 02 quadras de esporte. Tendo
aproximadamente 1500 alunos, 83 professores e está sob a direção da Roberta de
Almeida
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS2
Durante o segundo semestre de 2023 (dois mil e vinte e três) a turma 2021 de
licenciatura em história da Universidade Federal do Pará realizou a prática de
observação do ambiente escolar e as atividades produzidas dentro da sala de aula
de 30 (trinta) de agosto de 2023 (dois mil e vinte e três) a 30 (trinta) de novembro de
2023 (dois mil e vinte e três), pelos 4 (quatro) graduandos do curso de licenciatura
em História, fizeram parte dos procedimentos avaliativos da disciplina Estágio
Curricular Supervisionado II, sob orientação da Profª. Drª. Wilma de Nazaré Baía
Coelho.
2 Produzido pelos discentes Marcélia Protázio dos Santos Oliveira e Mickael Ruan Bastos de Menezes.
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professor. Acerca desse planejamento, foi possível propor para os alunos durante
esta aula expositiva dialogada uma atividade acerca dos conteúdos transmitidos, em
que buscamos verificar a avaliação do ensino-aprendizagem do aluno,
desconsiderando a perspectivas do aprendizado e consideração de fatores externos
e internos na avaliação dos mesmos, em que “eu sei que você sabe, mas não foi o
que você escreveu” (Martins, 2020, p.4).
3. CONTEXTO ESCOLAR3
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que o comportamento dos mesmo mediante as situações em sala de aula, era
baseada no “medo” em relação às atitudes do professor em alterar as notas dos
alunos em casos de mau comportamento.
Além disso, no primeiro dia de aula o assunto que estava sendo ministrado se
tratou da formação das monarquias centralizadas, um tema que estava começando a
ser abordado pelo professor seguindo a orientação do livro didático. Neste primeiro
contato observamos a forma metodológica que o docente aplicou em sua aula, que
trata da escrita do assunto no quadro para que os discentes escrevam e como o
professor falou “desenvolvam a coordenação motora”, esse método foi explicado pelo
professor como uma das maneiras para se trabalhar com o 7° ano.
Isto posto, ao final da aula o professor se disponibilizou a fazer uma breve
reunião com o grupo para direcionar melhor as atividades que iriam ser trabalhadas
com ele. Um ponto que pode ser destacado nesse encontro é a forma que ele leciona
aula para o ensino fundamental e médio, em que ele explica que para as turmas de
ensino fundamental ele prefere escrever no quadro e para o ensino médio ele faz uma
aula que prefere falar a escrever.
Dessa maneira, fica claro o processo metodológico adotado pelo docente com
a turma do 7° ano, no qual se trabalha a escrita e com isso cria mecanismo cognitivos
para que os indivíduos aprendam a segurar no lápis e formar palavras através deste
processo. O docente destacou que deve levar em consideração a maturidade
intelectual dos educandos ao abordar temáticas, pois como são crianças, elas
absorvem quase tudo o que for dito.
Diante disso, partindo para o segundo dia em sala de aula, o assunto
trabalhado ainda foi o mesmo, com o docente pedindo para que os alunos abrissem
os livros e acompanhassem a explicação da aula. Neste dia o estagiário começou
escrevendo com auxílio do livro didático a redação no qual estava sendo transcrita na
lousa. Observou-se a turma copiando imediatamente o conteúdo, diferentemente do
primeiro dia que demoraram mais para se concentrar.
Após a explicação da aula, o docente utilizando novamente o livro didático
passou um exercício envolvendo as monarquias centralizadas na França e Inglaterra.
O trabalho deu início em sala de aula, porém como a aula estava acabando o docente
transformou em dever para casa para que fosse entregue na próxima aula. Nota-se
neste episódio que a aula não teria sido planejada, fato que levou o professor a trocar
a dinâmica da atividade de repente.
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Um ponto chave nesta vivência no estágio foi a terceira semana de aula, em
que o professor se acidentou e teve que ficar de licença por um tempo extenso, o que
acabou afetando a nossa vivência em sala de aula. Todavia, fomos em outros dias
observar o espaço escolar e fazer algumas análises dos comportamentos dos
estudantes em seus momentos de lazer.
Nesta dinâmica de observação, é interessante destacar os grupos sociais que
se aglomeravam na escola. Era perceptível que estudantes tinham um determinado
padrão de vestimentas, percebia-se também que nessas rodas de conversas
estudantes negros/negras se reuniam em seus próprios espaços, grande parte dos
discentes também ficavam em quadra praticando esportes, principalmente, o futsal.
Posteriormente, em outros dias, nas práticas de observação, o grupo prestou
atenção na estrutura da escola e houve consenso que grande parte das escolas
públicas em Belém têm problemas enormes na questão estrutural, sabe-se que isso
é um projeto de sucateamento da educação pública, gratuita e de qualidade. É sabido
que esse processo é histórico e o IDEB, através de seus dados expõe como a
educação paraense está ocupando as últimas colocações.
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Assim, essa situação - que coincidiu com as semanas de prova e os feriados -
, possibilitou que os estagiários não conseguissem cumprir a carga horária completa
estabelecida pela disciplina.
Há de ser destacado aqui também, a falta de informações entre a
escola/professor com os estagiários. No primeiro encontro entre o professor e os
estagiários, foram acertados alguns acordos mediante a participação dos estagiários
dentro de sala de aula e uma possível realização de atividades ou que pudessem ser
desenvolvidas pelos estagiários para auxiliar o professor mediante ao tempo de
estágio, para isso, foi repassado para ambas as parte os contatos, para que a
comunicação fosse mais estendida e de melhor acesso.
Entretanto, conforme os contratempos ditos anteriormente, os estagiários em
nenhum momento foram comunicados sobre as decisões de que não haveriam aulas,
os estagiários seguiram para a escola nos dias estabelecidos, porém, só ficaram
sabendo desses contratempos depois de já estarem na escola, a exemplo disso
segue as semanas de prova, as semanas de afastamento do professor e as semanas
de liberação dos estudantes por conta de alguns algum problema na estrutura da
escola.
Outro ponto que inflama esse cenário foi o fato de que durante a volta do
professor a sala de aula, o professor ao se deparar com uma situação sobre a vivência
dos estagiários, se recusou a estabelecer a assinatura na Ficha de Frequência dos
estagiários que estiveram em sala de aula e acompanharam o professor. Sendo
assim, nesse dia os estagiários estiveram presentes na sala de aula, o professor se
delimitou a conversas com o grupo de alunos que apresentariam trabalhos na escola
por meio da “Feira da Cultura”, os estagiários não tiveram permissão do professor
para auxiliar os alunos nos seus estudos, então somente observaram o diálogo entre
o professor e os aluno,
7. CONCLUSÃO5
Portanto, depois de vários dias de observação do ambiente escolar e
participação dos graduandos no cotidiano escolar, conclui-se que a prática docente é
de suma importância à formação dos professores de História. O contato com o
ambiente escolar da rede pública, onde espera-se que esses profissionais atuem, se
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faz obrigatório a fim de que os futuros professores saibam como lidar com a
burocracia estabelecida no sistema de ensino, com as dificuldades materiais que
estancam o bom caminhar do Ensino de História no Ensino Básico, com as diferentes
pessoas em formação e, principalmente, para que esses docentes tenham a
capacidade de ensinar história a partir de um currículo enciclopedista que se propõe
a perpetuar uma historiografia factual. Uma das maiores adversidades enfrentadas
pelos professores é a exigência de que no Ensino Básico, em história, se lecione a
história de toda a humanidade.
Dessa maneira, a partir de determinado ponto de vista, a história ensinada nos
estabelecimentos de ensino é eurocêntrica, disseminando a ideia de que a história do
Brasil parte da Europa e ainda mais, sob essa ótica, a história regional é
desincentivada, os atores principais são desconsiderados e representados como
personagens secundários. Nesse sentido, a partir do contato proporcionado pela
prática de Estágio Supervisionado II, foi possível aos graduandos se familiarizarem
com o cotidiano escolar onde se formam cidadãos, socializam-se saberes e
conhecimentos.
A Escola é por definição um ambiente vivo e em constante movimento e por
isso o Ensino de História deve estar em constante movimentação para que se consiga
acompanhar os alunos, em um momento histórico no qual a juventude avança
rapidamente nos mais diferentes aspectos e as experiências pessoais são dinâmicas
da mesma maneira. Logo, o trabalho do Professor de História deve utilizar dos
aparatos culturais difundidos entre os alunos do Ensino Básico, assim a História não
será apenas algo do passado e sim presente, fazendo sentido no cotidiano das
crianças e adolescentes, nos quais seremos responsáveis por auxiliar no
desenvolvimento de habilidades e competências importantes para analisar e
compreender os significados de diferentes objetos, lugares, circunstâncias,
temporalidades, movimentos de pessoas, coisas e saberes. Assim, as aulas de
História devem ser pautadas em promover a cidadania, trazendo inferências do
passado, abordando o respeito pelas estruturas constituídas com o tempo, e
pensando em como construir uma sociedade melhor agora e no futuro.
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8. REFERÊNCIA
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VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Inovações e projeto político-pedagógico: uma
relação regulatória ou emancipatória?. Cadernos Cedes, v. 23, p. 267-281,
2003.
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