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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Turma: S

Tema: Impactos Socio-economicos das Politicas Agrarias em Moçambique

Pedro Ministro Monteiro. Codgo -708221863

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia


Disciplina: Geografia Agraria eIndustrial
Ano de Frequência: 3° Ano
Tutor:

Quelimane, Maio de 2024

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Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5

 Índice 0.5

Aspectos  Introdução 0.5


Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

 Contextualização (Indicação
1.0
clara do problema)
Introdução  Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
Conteúdo 2.0
escrita cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica nacional
e internacionais relevantes na 2.0
área de estudo
 Exploração dos dados 2.0
Conclusão  Contributos teóricos práticos 2.0

 Paginação, tipo e tamanho de


Aspectos
Formatação letra, paragrafo, espaçamento 1.0
gerais
entre linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências edição em citações/referências
4.0
Bibliográficas citações e bibliográficas
bibliografia

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Índice

1. Introdução ............................................................................................................................... 4

1.1.Objectivos ............................................................................................................................. 4

1.1.1.Objectivo Geral: ................................................................................................................ 4

1.1.2.Objectivos específicos: ...................................................................................................... 4

1.1.3. Metodologia ...................................................................................................................... 4

2. Impactos Socio-economicos das Politicas Agrarias em Moçambique ................................... 5

2.1. O Posicionamento de Moçambique na escala de desenvolvimento humano ...................... 6

2.2. A Política Agrária e outros instrumentos normativos da Área Agrária em Moçambique ... 7

2.3. Constrangimentos que afectam o sector da agricultura ....................................................... 7

2.4. O impacto dos sete milhões na agricultura e na redução da pobreza .................................. 8

3. Conclusão ............................................................................................................................. 10

4. Referências bibliográficas .................................................................................................... 11

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1. Introdução

A agricultura desempenha um papel fundamental na economia de Moçambique, sustentando a


maioria da população e contribuindo significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB)
do país. As políticas agrárias adoptadas pelo governo têm um impacto directo nos resultados
socioeconómicos das comunidades rurais e no desenvolvimento do país como um todo.

Neste trabalho, analisaremos os impactos socioeconómicos das políticas agrárias em


Moçambique, destacando seus efeitos na segurança alimentar, na pobreza rural, no
desenvolvimento humano e na economia do país. Além disso, exploraremos as principais
iniciativas e estratégias implementadas para promover o desenvolvimento sustentável do
sector agrícola e as oportunidades e desafios enfrentados nesse contexto.

1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo Geral:

 Conhecer os impactos Socio-economicos das Politicas Agrarias em Moçambique.

1.1.2.Objectivos específicos:

 Definir as políticas agrárias;


 Identificar impactos Socio-economicos das Politicas Agrarias em Moçambique;
 Descrever o posicionamento de Moçambique na escala de desenvolvimento humano;
 Mencionar a política agrária e outros instrumentos normativos da Área Agrária em
Moçambique;
 Explicar o impacto dos sete milhões na agricultura e na redução da pobreza.

1.1.3. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho, foi possível pelo uso do método de revisão
bibliográfico.

Segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento,


selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo
pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações, material
cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto directo com todo material
já escrito sobre o mesmo.

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2. Impactos Socio-economicos das Politicas Agrarias em Moçambique

De acordo com Laiglesia, (2006), Políticas agrárias é conjunto de acções ou medidas


conduzidas pelo sector público, concretizadas através de planos, estratégias ou programas,
com o objectivo do alcance da transformação estrutural do sector agrário, visando a segurança
alimentar, desenvolvimento económico e sustentável e redução da pobreza.

As políticas agrárias em Moçambique têm impactos socioeconómicos significativos,


influenciando directamente a vida dos agricultores e das comunidades rurais. Segundo Nijhoff,
(2014), os impactos mais relevantes, socioeconómicos das políticas agrarias em Moçambique
são:

 Segurança alimentar: Políticas agrárias bem-sucedidas podem aumentar a produção


de alimentos e melhorar a segurança alimentar no país. Isso beneficia não apenas os
agricultores, mas também as comunidades que dependem da produção agrícola para
sua subsistência.
 Redução da pobreza: Ao promover o desenvolvimento agrícola, as políticas podem
ajudar a reduzir a pobreza rural, proporcionando oportunidades de emprego e renda
para os agricultores e suas famílias.
 Acesso a recursos: Políticas que garantem o acesso justo e equitativo à terra, água e
outros recursos naturais são essenciais para o desenvolvimento sustentável da
agricultura e para evitar conflitos de uso da terra.
 Desenvolvimento rural: Investimentos em infra-estrutura rural, como estradas,
armazenamento e mercados, podem melhorar o acesso dos agricultores aos mercados e
aumentar sua capacidade de comercializar seus produtos de forma eficiente.
 Sustentabilidade ambiental: Políticas agrárias que promovem práticas agrícolas
sustentáveis, como agricultura de conservação, agro-ecologia e gestão sustentável dos
recursos naturais, contribuem para a protecção do meio ambiente e dos recursos
naturais para as gerações futuras.
 Resiliência às mudanças climáticas: Políticas que incentivam a adopção de práticas
agrícolas resilientes às mudanças climáticas podem ajudar os agricultores a enfrentar
os desafios climáticos e a proteger suas colheitas e meios de subsistência.

A implementação eficaz dessas políticas de acordo com Nijhoff, (2014), requer uma
abordagem holística e colaborativa, envolvendo o governo, organizações da sociedade civil, o

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sector privado e as próprias comunidades agrícolas. Além disso, é fundamental monitorar e
avaliar regularmente o impacto das políticas agrárias para garantir que atendam às
necessidades e objectivos de desenvolvimento de Moçambique.

2.1. O Posicionamento de Moçambique na escala de desenvolvimento humano


Para Abbas, (2015), o posicionamento de Moçambique na escala de desenvolvimento humano
em relação ao sector agrário reflecte um cenário complexo de desafios e oportunidades. A
melhoria nesse contexto requer abordagens integradas que considerem não apenas a
produtividade agrícola, mas também questões de acesso a serviços básicos, redução da
desigualdade e promoção de meios de subsistência sustentáveis para as comunidades rurais.

Segundo o autor Moçambique tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que


historicamente tem sido classificado como baixo. O IDH é uma medida composta que
considera factores como expectativa de vida, educação e padrão de vida, onde a falta de
acesso a serviços básicos, como educação de qualidade e cuidados de saúde, afecta
directamente o desenvolvimento humano.

Abbas, (2015), afirma que, a agricultura desempenha um papel crucial na economia de


Moçambique, empregando a maioria da população activa e contribuindo significativamente
para o PIB do país. No entanto, a produtividade agrícola ainda é relativamente baixa devido a
vários factores, como falta de acesso a insumos, tecnologia agrícola limitada, infra-estrutura
precária e práticas agrícolas tradicionais.

Apesar de ser um país com vastos recursos agrícolas, o autor acima citado, aponta que
Moçambique enfrenta desafios persistentes em termos de segurança alimentar. A produção
agrícola muitas vezes não é suficiente para atender às necessidades da população, levando à
dependência de importações de alimentos e à vulnerabilidade a choques externos, como
flutuações nos preços dos alimentos globais.

A desigualdade socioeconómica é uma questão importante em Moçambique, com


disparidades significativas entre áreas urbanas e rurais, bem como dentro das comunidades
rurais. Conforme Sitoe, (2014), a pobreza rural é uma realidade para muitas famílias que
dependem da agricultura para subsistência, mas enfrentam dificuldades de acesso a recursos e
oportunidades de desenvolvimento.

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Ainda para Sitoe, (2014), explica que o país tem feito esforços para melhorar o
desenvolvimento humano no sector agrário, incluindo políticas e programas de apoio aos
agricultores, investimentos em infra-estrutura rural e iniciativas para promover a segurança
alimentar e a nutrição. No entanto, mais investimentos e políticas eficazes são necessários
para impulsionar significativamente o desenvolvimento humano nesse sector.

2.2. A Política Agrária e outros instrumentos normativos da Área Agrária em


Moçambique
Mosca, (2011), diz que em Moçambique, a política agrária e outros instrumentos normativos
na área agrária desempenham um papel crucial no desenvolvimento e na gestão do sector
agrícola. Estes instrumentos podem abranger várias áreas, desde a regulação da posse da terra
até incentivos para a produção agrícola e a protecção dos direitos dos agricultores.

Para este autor, a política agrária em Moçambique geralmente se concentra em promover a


segurança alimentar, aumentar a produtividade agrícola, incentivar investimentos no sector e
garantir a sustentabilidade ambiental. Isso pode ser feito através de estratégias como a
distribuição equitativa de terras, o acesso a crédito e tecnologia agrícola, o estímulo à
produção de alimentos básicos e o apoio aos pequenos agricultores (idem).

Segundo Mosca, (2011), para além da política agrária, outros instrumentos normativos podem
incluir legislação sobre direitos de uso e aproveitamento da terra, contratos agrários,
regulamentação de mercados agrícolas, incentivos fiscais para o sector agrícola, entre outros.
Esses instrumentos são fundamentais para garantir um ambiente regulatório favorável ao
desenvolvimento sustentável da agricultura em Moçambique.

2.3. Constrangimentos que afectam o sector da agricultura

Segundo Boughton et al., (2007), a falta de infra-estrutura adequada, como estradas,


armazenamento e processamento de alimentos, dificulta o escoamento da produção agrícola e
o acesso a mercados. Questões relacionadas ao acesso à terra, como a falta de títulos de
propriedade claros e seguros, conflitos de terra e a concentração de terras em poucas mãos,
limitam o desenvolvimento da agricultura familiar e comunitária.

Para Mosca, (2011), refere que os eventos climáticos extremos, como secas e inundações,
afectam negativamente a produção agrícola, levando a perdas de colheitas e diminuição da
segurança alimentar. O uso limitado de tecnologias modernas, práticas agrícolas inadequadas,

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falta de acesso a insumos agrícolas e capacitação técnica contribuem para a baixa
produtividade no sector agrícola.

A pobreza nas áreas rurais, segundo Datt et al., (2000), dificulta o acesso a recursos
financeiros, tecnológicos e educacionais necessários para melhorar a produção agrícola e a
qualidade de vida dos agricultores. O baixo investimento público e privado no sector agrícola
limita o desenvolvimento de infra-estrutura, pesquisa agrícola, extensão rural e programas de
apoio aos agricultores.

Portanto Datt et al., (2000), afirma que pragas, doenças e ervas daninhas podem causar danos
significativos às culturas agrícolas, reduzindo a produtividade e os rendimentos dos
agricultores. A falta de acesso a mercados eficientes e de fácil alcance dificulta a
comercialização dos produtos agrícolas, limitando as oportunidades de geração de renda para
os agricultores.

2.4. O impacto dos sete milhões na agricultura e na redução da pobreza


De acordo com Forquilha, (2009) os Sete Milhões são um programa em Moçambique que
visa aumentar a produção agrícola e melhorar a segurança alimentar, com o objectivo de
reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento rural. Para Forquilha, (2009) os impactos
que esse programa pode ter na agricultura e na redução da pobreza em Moçambique são:

 Aumento da Produção Agrícola: Ao fornecer recursos e apoio técnico aos


agricultores, o programa pode contribuir para aumentar a produção de alimentos
básicos, como cereais, leguminosas e hortaliças. Isso pode reduzir a dependência de
importações de alimentos e melhorar a disponibilidade de alimentos para a população.
 Diversificação de Culturas: O programa pode incentivar os agricultores a diversificar
suas culturas, cultivando produtos de maior valor agregado, como frutas, vegetais
especiais e produtos processados. Isso não só aumenta a renda dos agricultores, mas
também fortalece a segurança alimentar e a nutrição das comunidades.
 Acesso a Insumos e Tecnologia Agrícola: O programa pode facilitar o acesso dos
agricultores a insumos agrícolas de qualidade, como sementes melhoradas,
fertilizantes e equipamentos agrícolas. Além disso, pode promover a adopção de
práticas agrícolas sustentáveis e tecnologias adequadas, aumentando a eficiência e a
produtividade no campo.

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 Geração de Empregos e Renda: O aumento da produção agrícola e a diversificação
das actividades agrícolas podem criar empregos na cadeia de valor agrícola, desde a
produção até o processamento e comercialização dos produtos. Isso contribui para
aumentar a renda das famílias rurais e reduzir a pobreza.
 Fortalecimento das Organizações de Agricultores: O programa pode apoiar a
formação e o fortalecimento de organizações de agricultores, como cooperativas e
associações, facilitando o acesso a serviços financeiros, mercados e capacitação
técnica para os agricultores.
 Resiliência às Mudanças Climáticas: Ao promover práticas agrícolas sustentáveis e
técnicas de gestão de recursos naturais, o programa pode ajudar os agricultores a se
adaptarem e a mitigarem os efeitos das mudanças climáticas, como secas, inundações
e variabilidade das chuvas.
 Melhoria da Segurança Alimentar e Nutricional: Com o aumento da produção
agrícola e o acesso a uma variedade de alimentos nutritivos, o programa pode
contribuir para melhorar a segurança alimentar e nutricional das comunidades rurais,
especialmente das crianças e das mulheres grávidas ou lactantes.

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3. Conclusão

O trabalho sobre os impactos socioeconómicos das políticas agrárias em Moçambique revelou


uma série de resultados significativos. Ficou claro que as políticas agrárias têm um impacto
directo na segurança alimentar, na redução da pobreza rural e no desenvolvimento humano do
país. A promoção da agricultura sustentável, o acesso a insumos agrícolas, o fortalecimento
das capacidades dos agricultores e o investimento em infra-estrutura rural são elementos-
chave para impulsionar o desenvolvimento económico e social de Moçambique.

No entanto, também identificamos desafios importantes, como a desigualdade de acesso a


recursos agrícolas, a vulnerabilidade às mudanças climáticas e a necessidade de maior
investimento em pesquisa e tecnologia agrícola. Para garantir um desenvolvimento agrário
inclusivo e sustentável, é crucial que as políticas agrárias sejam formuladas e implementadas
de forma a abordar esses desafios de maneira eficaz, garantindo assim o bem-estar das
comunidades rurais e o crescimento económico do país como um todo.

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4. Referências bibliográficas

Abbas, M. (2015). A macroeconomia e a produção agrícola em Moçambique. Observatório

do Meio Rural. Observador Rural, N°26, Maputo

Boughton, D., Mather, D., Barrett, C., Benfica, R., Abdula, D., Tschirley, D., Cunguara, B.

(2007) Market Participation by Rural Households in a Low-Income Country: An Asset-

Based Approach Applied to Mozambique. Faith and Economics.

Datt, G., Simler, K., Mukherjee, S., Dava, G. (2000) Determinants of poverty in

Mozambique: 1996-97. IFPRI Discussion Paper No. 78. Washington DC: IFPRI.

Forquilha, S., (2009). Governação Distrital no Contexto das Reformas de Descentralização

Administrativa em Moçambique: Lógicas, Dinâmicas e Desafios. In Brito, L., Castel-

Branco, C., Chichava, S. e Francisco, A. (orgs.). Desafios para Moçambique 2010.

Maputo: IESE.

Laiglesia, J. R. (2006). Institutional bottlenecks for agricultural development - A Stock-

Taking Exercise Based on Evidence from Sub-Saharan Africa. OECD.

Mosca, J. (2011). Políticas agrárias de (em) Moçambique (1975-2009). Maputo: Escolar

Editora.

Nijhoff, J. J. (2014). Desenvolver o sector Agrícola. In: FMI. Moçambique em Ascensão:

Construir um novo dia. Whashington - D C, USA.

Sitoe, T. A. (2014). Os desafios da investigação agrária em Moçambique. Desenvolvimento

em Questão, v.

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