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VITALE AMBIENTAL

PLANO DE MANEJO DE BACIA HIDROGRÁFICA


CÓRREGO MULUNGU

Itabira
2019
Plano de Manejo de Bacia Hidrográfica
VITALE AMBIENTAL Córrego Mulungu

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ CAMPUS ITABIRA

Ana Laura Pereira Paiva – 33821


Brenda Luíza Ferreira Paiva – 34040
Fernanda Paula Bicalho Pio – 35187
Gillianne Assis Carneiro – 33977
Gisely de Assis Oliveira – 34186
Higor dos Santos Alves – 35020
Josiano Josiel Rodrigues Silva – 33603
Mariana Araújo Mendes – 34192
Viviane Fernandes de Almeida - 34364

PLANO DE MANEJO DE BACIA HIDROGRÁFICA


CÓRREGO MULUNGU

Plano de Manejo de Bacia Hidrográfica


apresentado à Universidade Federal de Itajubá
campus Itabira para a bacia do Córrego Mulungu.

Professor: Dr. Gláucio Marcelino Marques

Itabira
2019

Rua Irmã Ivone Drumond, nº 200 - Distrito Industrial II - 2


Itabira, Minas Gerais - CEP: 35903-087
Plano de Manejo de Bacia Hidrográfica
VITALE AMBIENTAL Córrego Mulungu

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização e acesso à Bacia Córrego Mulungu............................................. 13


Figura 2. Cursos d’água da Bacia do Córrego Mulungu. ............................................... 35
Figura 3. Ordem dos Cursos d’água da Bacia do Córrego Mulungu. ............................ 35
Figura 4. Mapa Geológico da bacia do Córrego Mulungu. ............................................ 37
Figura 5. Mapa pedológico da bacia do Córrego Mulungu. ........................................... 38
Figura 6. Mapa geomorfológico da bacia do Córrego Mulungu. ................................... 39
Figura 7. Mapa do Uso e Ocupação do Solo da bacia do Córrego Mulungu. ................ 40
Figura 8. Erosão laminar em área de pastagem. ............................................................. 41
Figura 9. Movimentação de massa em área de pastagem. .............................................. 41
Figura 10. Ravinamento em solo exposto. ..................................................................... 42
Figura 11. Temperatura e precipitação em Itabira-MG. ................................................. 43
Figura 12. Mapa dos sistemas aquíferos......................................................................... 45
Figura 13. Mapa de APAS e Parques em Itabira. ........................................................... 47
Figura 14. Unidades de Conservação em Itabira. ........................................................... 48
Figura 15. Remanescente de vegetação nativa. .............................................................. 49
Figura 16. Plantações de Eucalipto................................................................................. 49
Figura 17. Transição entre área de pastagem e fragmento de mata. ............................... 50
Figura 18. Agricultura familiar....................................................................................... 50
Figura 19. Agricultura familiar....................................................................................... 51
Figura 20. Tucanos. ........................................................................................................ 52
Figura 21. Peru-doméstico (Meleagris gallopavo). ........................................................ 52
Figura 22. Criação de gado. ............................................................................................ 53
Figura 23. Drenagem da rodovia sendo jogada na estrada da Bacia Hidrográfica do
Córrego Mulungu ........................................................................................................... 58
Figura 24. Canal feito pela população no meio da estrada para desvio da água ............ 59
Figura 25. Erosão de grande porte que atinge as vias de acesso .................................... 60
Figura 26. Potencialidade Social da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu ............. 61
Figura 27. Vulnerabilidade Natural da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu ......... 63
Figura 28. Índice ecológico-econômico da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu .. 64
Figura 29. Fossa biodigestora localizada em uma residência na bacia. ......................... 71

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Abastecimento de água das residências......................................................... 56


Gráfico 2. Destino do esgoto das residências ................................................................. 57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Detalhamento dos princípios estabelecidos para cumprimento dos objetivos da


PNMA............................................................................................................................. 22
Tabela 2. Classificação das Unidades de Conservação definidas no SNUC. ................ 24

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Parâmetros Fisiográficos da Bacia do Córrego do Mulungu........................ 36


Quadro 2. Planejamento para elaboração do documento. ............................................. 80
Quadro 3. Planejamento para execução das atividades. ................................................ 80
Quadro 4. Custo da recuperação da pastagem e solo exposto. ....................................... 81
Quadro 5. Custo do cercamento de APP. ....................................................................... 82
Quadro 6. Levantamento de custos para conservação das estradas rurais...................... 82
Quadro 7. Custos para atividades de Educação ambiental ............................................. 83
Quadro 8. Custo Total. ................................................................................................... 83

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11

2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 14

2.1. Geral................................................................................................................. 14

2.2. Específicos ....................................................................................................... 14

3. JUSTIFICATIVAS .................................................................................................. 15

4. INFORMAÇÕES GERAIS ..................................................................................... 16

4.1. Caracterização do empreendedor ..................................................................... 16

4.2. Caracterização da empresa responsável pelo Plano de Manejo de Bacia


Hidrográfica............................................................................................................. 16

4.3. Caracterização dos responsáveis técnicos pelo Plano de Manejo de Bacia


Hidrográfica............................................................................................................. 16

5. METODOLOGIA ................................................................................................... 18

5.1. Meio físico ....................................................................................................... 18

5.1.1. Solo ........................................................................................................... 18

5.1.2. Clima ........................................................................................................ 20

5.1.3. Qualidade do ar......................................................................................... 20

5.1.4. Recursos hídricos e qualidade da água ..................................................... 20

5.1.5. Áreas contaminadas .................................................................................. 20

5.2. Meio biótico ..................................................................................................... 21

5.2.1. Flora .......................................................................................................... 21

5.2.2. Fauna ........................................................................................................ 21

5.3. Meio socioeconômico ...................................................................................... 21

5.4. Zoneamento Ecológico Econômico ................................................................. 21

6. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ................................................................................. 22

6.1. Âmbito federal ................................................................................................. 22

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6.1.1. Lei nº 6.938/1981 ..................................................................................... 22

6.1.2. Lei n° 9.433/1997 ..................................................................................... 23

6.1.3. Lei n° 9.985/2000 ..................................................................................... 24

6.1.4. Decreto n° 4.297/2002 .............................................................................. 25

6.1.5. Lei n° 12.651/2012 ................................................................................... 25

6.1.6. Decreto n° 7.830/2012 .............................................................................. 26

6.1.7. Resolução n° 429/2011 ............................................................................. 26

6.2. Âmbito estadual ............................................................................................... 27

6.2.1. Lei nº 12.596/1997 ................................................................................... 27

6.2.2. Lei nº 13.199/1999 ................................................................................... 28

6.2.3. Lei nº 13.771/2000 ................................................................................... 29

6.2.4. Lei nº 15.027/2004 ................................................................................... 29

6.2.5. Lei nº 20.922/2013 ................................................................................... 30

6.3. Âmbito municipal ............................................................................................ 31

6.3.1. Lei n° 3.547/2000 ..................................................................................... 31

6.3.2. Lei nº 3.761/2003 ..................................................................................... 32

6.3.3. Decreto n° 2.542/2004 .............................................................................. 33

7. DIAGNÓSTICO DA SUB-BACIA ........................................................................ 34

7.1. Meio físico ....................................................................................................... 34

7.1.1. Solo ........................................................................................................... 34

7.1.2. Clima ........................................................................................................ 42

7.1.3. Qualidade do ar......................................................................................... 44

7.1.4. Recursos hídricos...................................................................................... 44

7.1.5. Áreas contaminadas .................................................................................. 46

7.2. Meio biótico ..................................................................................................... 46

7.2.1. Flora .......................................................................................................... 47

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7.2.2. Fauna ........................................................................................................ 51

7.3. Meio socioeconômico ...................................................................................... 53

7.3.1. Caracterização demográfica e social ........................................................ 54

7.3.2. Caracterização econômica ........................................................................ 55

7.3.3. Caracterização da Infraestrutura das áreas Urbanas ................................. 55

7.3.4. Caracterização das vias de acesso ............................................................ 58

7.4. Zoneamento ecológico econômico .................................................................. 60

7.4.1. Potencialidade Social................................................................................ 60

7.4.2. Vulnerabilidade natural ............................................................................ 62

7.4.3. Índice Ecológico Econômico .................................................................... 64

8. PLANO DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL........................................................... 65

8.1. Atores envolvidos ............................................................................................ 65

8.2. Adequação de áreas de pastagens e solo exposto ............................................ 65

8.3. Controle dos animais de criação ...................................................................... 67

8.4. Adequação de estradas rurais ........................................................................... 68

8.4.1. Retaludamento .......................................................................................... 69

8.4.2. Revegetação dos taludes ........................................................................... 69

8.4.3. Sistema de drenagem das vias .................................................................. 70

8.5. Lançamento de efluente no córrego ................................................................. 71

8.6. Educação Ambiental ........................................................................................ 73

8.6.1. Conservação e Proteção ............................................................................ 74

8.6.2. Saneamento............................................................................................... 75

8.6.3. Esgotamento Sanitário .............................................................................. 75

8.6.4. Abastecimento de água ............................................................................. 77

8.6.5. Resíduos Sólidos ...................................................................................... 77

8.7. Proteção das Nascentes .................................................................................... 78

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9. CRONOGRAMA .................................................................................................... 80

10. CUSTOS ........................................................................................................... 81

10.1.Áreas de pastagem e solos expostos ................................................................ 81

10.2.Controle dos Animais de Criação .................................................................... 81

10.3.Estrada rural .................................................................................................... 82

10.4.Educação Ambiental........................................................................................ 82

10.5.Custo Total ...................................................................................................... 83

11. RESULTADOS ESPERADOS ........................................................................ 84

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 85

APÊNDICE .................................................................................................................. 92

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ........................................................................ 92

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1. INTRODUÇÃO

A água é um recurso natural renovável presente em grande parte das atividades


humanas, seja para fins recreativos, transporte, geração energética ou para
abastecimento. A renovabilidade da água é um fenômeno que dá pelo ciclo hidrológico
e sua manutenção garante a realização de tais atividades. Tendo em vista este aspecto, a
escassez mundial de água não seria um problema, uma vez que a água evaporada
retorna para a Terra por suas mais diversas formas.
LIMA (2000) destaca que a indisponibilidade deste recurso se dá pela má
distribuição, estiagem e a poluição dos corpos hídricos, que são os maiores fatores que
contribuem para a insuficiência. Em períodos de seca há falta de água, ao passo que em
períodos de muita chuva ocorrem inundações. Não somente, os fatores climáticos,
físicos e geográficos também fazem com que a água não esteja distribuída igualmente
sobre a superfície dos continentes. Soma-se a degradação ambiental e a poluição que
inviabiliza a utilização dos corpos hídricos.
Define-se por bacia hidrográfica um conjunto de terras drenadas por um rio e
seus afluentes. Constitui-se de regiões mais altas do relevo, também chamadas vertentes
ou divisores de água, em que a água das chuvas, ou escoam superficialmente formando
os riachos e rios, ou infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol freático
(BARRELA, 2001). Os cursos de água confluem até resultar em um leito único no seu
exutório. Em síntese, bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água de
precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída (Tucci,
1997).
Tendo em vista estes aspectos, para gestão dos recursos hídricos as informações
a respeito da cobertura e uso do solo são de fundamental importância, uma vez que estas
características estão relacionadas ao escoamento e infiltração de água no solo, e atuam
diretamente no balanço hídrico. Desta forma, os impactos das atividades desenvolvidas
também devem ser observados com devida atenção. O desmatamento, as queimadas,
grandes fazendas de produção agropecuária e a impermeabilização do solo devido à
urbanização são fatores que podem causar degradação ambiental e prejudicar a
disponibilidade de água.

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Dentre as múltiplas formas de utilização dos recursos hídricos, os


abastecimentos doméstico, industrial e para a irrigação são os principais usos
consuntivos, e varia entre as diversas regiões e continentes. No caso do Brasil, houve
um grande crescimento no consumo de água por irrigação devido ao aumento da
participação da agricultura irrigada na base econômica do país. O percentual do uso
consuntivo da água é distribuído em 72,5% para suprir a demanda agrícola, 18,0% a
demanda industrial e 9,5% para fins domésticos (LIMA, 2000).
Sendo assim, dada a grande dependência pela água, faz-se necessária a adoção
de medidas sustentáveis que aumentem a disponibilidade nos períodos de seca, e
medidas de redução da poluição hídrica. Estas podem ser realizadas partindo do manejo
correto da área, ou seja, da bacia hidrográfica em que o corpo hídrico está inserido.
Atendendo a isto, propõe-se o plano de manejo da microbacia do Córrego Mulungu, em
Itabira-MG, de forma a estabelecer tais medidas, e visando a conservação do meio.
O município de Itabira está situado na região centro-leste do estado de Minas
Gerais, distando de cerca de 110 km ao noroeste da capital Belo Horizonte. A cidade
está inserida no Quadrilátero Ferrífero, e na bacia federal do Rio Doce. Itabira possui
limites com os municípios de Itambé do Mato Dentro, Santa Maria de Itabira, Nova Era,
Bela Vista de Minas, João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo, Bom Jesus do
Amparo, Nova União e Jaboticatubas. Os acessos à cidade se dão por meio das rodovias
BR-120 (Itabira-Santa Maria de Itabira), MG-129 (Itabira-São Gonçalo do Rio Abaixo),
MG-120 (Itabira-Nova Era) e MG-434 (Itabira-Bom Jesus do Amparo). Além dessas,
convém citar as rodovias LMG-779 que liga Itabira à João Monlevade, e a LMG-776
faz a ligação entre o distrito de Senhora do Carmo à Itambé do Mato Dentro (PMSB
ITABIRA,2015)
Itabira possui uma área com cerca de 125.450 ha, a altitude máxima é de 1.662m
no Alto da Mutuca, situado na Serra do Espinhaço, já a altitude mínima é de 540m, na
hidrelétrica de Dona Rita (PMSB ITABIRA,2015). De acordo com o Censo
Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), Itabira possuía
109.783 habitantes no ano de 2010, densidade demográfica de 92,32 hab/km² e sua
população estimada para o ano de 2018 seria de 119.186 pessoas (IBGE, 2010). A
principal atividade econômica em Itabira tem sido a mineração desde a criação da Vale
S.A em 1942, e em seguida destaca-se a pecuária extensiva.

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A comunidade de Cambotas, na qual a bacia do Córrego Mulungu está inserida,


está localizada na região Sudeste do município, entre a rodovia LMG-779 e o município
de João Monlevade. Tomando como referência a Universidade Federal de Itajubá -
Campus Itabira, localizada na Rua Irmã Ivone Drumond, Distrito Industrial II, próxima
a saída de Itabira sentido João Monlevade, a área da bacia encontra-se a
aproximadamente 12,9 km do acesso 1, e aproximadamente 10,7 km do acesso 2, vide
mapa na Figura 1.

Figura 1. Localização e acesso à Bacia Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

A fim de realizar o manejo correto da Bacia do Córrego Mulungu, o presente


trabalho tem por objetivo elaborar o diagnóstico dos meios biótico, físico e
socioeconômico da área, compreendendo também todo contexto legislativo no que
tange aos direitos e deveres para o uso do solo. Soma-se a isto o planejamento para
adequação ambiental por meio de medidas sustentáveis baseadas nas particularidades
locais.

2.2. Específicos

● Realizar o diagnóstico ambiental (meios físico e biótico) por meio do


reconhecimento da bacia, a ser realizado com visitas a campo e pesquisa
bibliográfica;
● Realizar o diagnóstico socioeconômico da área, por meio da aplicação de
questionário para a população residente na área de estudo, além de pesquisa
bibliográfica;
● Estudar e elaborar uma base cartográfica da bacia por meio de Sistemas de
Informações Geográficas (SIG);
● Propor planos e medidas para adequação ambiental sustentável ajustado à
realidade da população tendo como aporte a legislação vigente;
● Promover a educação ambiental a fim de conscientizar a população acerca do
manejo adequado da área e sua importância, de modo a garantir as demandas
atuais e futuras com as disponibilidades dos recursos hídricos.

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3. JUSTIFICATIVAS

Os recursos naturais são de extrema importância para a manutenção da vida, seu


uso deve ser de forma consciente e sustentável. Muitas atividades necessitam desses
recursos e sua utilização de forma incorreta pode acarretar alterações no ecossistema
desequilibrando as características do solo e da vegetação no local, além das próprias
causas naturais, que podem fomentar a degradação de áreas.
O Plano de Manejo é um importante instrumento de planejamento das unidades
de conservação, que tem a finalidade de orientar as unidades de conservação para uma
gestão e operacionalização mais eficiente, incluindo-se aí atividades voltadas ao
ordenamento da visitação pública, indicações de manejo e controle ambientais, tais
como, sistema de combate e prevenção a incêndios, dentre outros.
Uma Bacia Hidrográfica é a área ou região de drenagem de um rio e seus
afluentes. Situadas em áreas de maior altitudes do relevo por divisores de água, no qual
as águas das chuvas são drenadas superficialmente gerando os rios e riachos, ou se
infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol freático.
A análise das bacias hidrográficas é de fundamental importância, pois a água é
um recurso natural essencial para todas as espécies do planeta. O conhecimento do
comportamento das bacias hidrográficas proporciona projetos para evitar acidentes
como, por exemplo, as inundações, além de maximizar o aproveitamento desse recurso
(água) para o abastecimento de cidades, agropecuária, atividade industrial, construção
de usinas hidrelétricas, entre outros.
Desta forma, o manejo de uma bacia hidrográfica vai implicar na elaboração e
compreensão do conjunto de ações necessárias para a gestão e uso sustentável dos
recursos naturais em qualquer atividade no interior e em áreas do entorno dela de modo
a conciliar, de maneira adequada e em espaços apropriados, os diferentes tipos de usos
com a conservação da biodiversidade.
Assim, a realização deste estudo vem fortalecer a necessidade de um uso correto
dos recursos naturais e a manutenção dos mesmos.

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4. INFORMAÇÕES GERAIS

4.1. Caracterização do empreendedor

Nome: Universidade Federal de Itajubá – Campus Itabira


Endereço: Rua Irmã Ivone Drumond, nº 200 - Distrito Industrial II - Itabira, Minas
Gerais
CEP: 35903-087
CNPJ: 18299453/0001-26
IE: isento
Telefone: (31) 3835-2121
E-mail: unifei@unifei.edu.com.br

4.2. Caracterização da empresa responsável pelo Plano de Manejo de Bacia


Hidrográfica

Nome: Vitale Ambiental Ltda.


CNPJ: 22.847.934/0001-25 IE: 107793674.24-87
Endereço: Edifício Monjolos Office - Av. Cristina Gazire, nº 1111 - sala 915 - Praia -
Itabira, Minas Gerais 35900-680
Telefone: (31) 3839-2019
E-mail: contato@vitale.com.br

4.3. Caracterização dos responsáveis técnicos pelo Plano de Manejo de Bacia


Hidrográfica

Coordenador Geral: Josiano Josiel Rodrigues Silva


Função: Engenheiro Civil e Ambiental
CREA-MG: 221768

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Equipe Técnica:

Colaborador: Ana Laura Pereira Paiva Colaborador: Brenda Luiza Ferreira Paiva
Função: Geóloga Função: Engenheira Florestal
CREA-MG: 338210 CREA-MG: 340400

Colaborador: Fernanda Paula Bicalho Pio Colaborador: Gillianne Assis Carneiro


Função: Engenheira Agrônoma Função: Engenheira Hídrica
CREA-MG: 351870 CREA-MG: 339770

Colaborador: Gisely de Assis Oliveira Colaborador: Higor dos Santos Alves


Função: Bióloga especialista em fauna Função: Biólogo especialista em flora
CRBio: 341860 CRBio: 335020

Colaborador: Mariana Araújo Mendes Colaborador: Viviane Fernandes de Almeida


Função: Socióloga Função: Técnico em Meio Ambiente
CRP-MG: 334192 CREA-MG: 343640

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5. METODOLOGIA

Nesta seção serão apresentadas as metodologias adotadas, bem como as fontes


utilizadas para o levantamento das informações utilizadas para a elaboração do
diagnóstico ambiental da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu. Além disso, serão
apresentadas as formas como estas informações serão utilizadas no Plano de Adequação
Ambiental.

5.1. Meio físico

5.1.1. Solo

5.1.1.1. Características de Drenagem

As características de drenagem da bacia tais como área, perímetro e ordenação


dos cursos d’água foram obtidas através da manipulação de dados no software ArcGIS
versão 10.3. Foram utilizadas as curvas de nível do estado de Minas Gerais e a
drenagem da Bacia do Rio Doce ambos disponibilizados pelo site IDE-SISEMA.

5.1.1.2. Caracterização Fisiográfica

Foram utilizados o software Excel, Google Earth Pro e ArcGIS 10.3 para os
cálculos da Área de drenagem (A), Perímetro (P), Rede de drenagem (Rd) Comprimento
do rio principal (L), Coeficiente de compacidade (kc), Fator de forma (K), Densidade de
drenagem (Dd), Densidade da rede de drenagem (Dr), Índice de circularidade (Icc),
Tempo de concentração (Tc).

5.1.1.3. Geologia

O mapa geológico da bacia em estudo foi derivado do mapeamento geológico do


Estado de Minas Gerais feitos pela (CODEMIG/CPRM) disponibilizados no site IDE-
SISEMA na aba de Geologia e Recursos minerais.

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5.1.1.4. Pedologia

O mapa das classes de solo da bacia em estudo foi realizado a partir da


manipulação dos dados do mapeamento de solos de Minas Gerais (FEAM)
disponibilizados no site IDE-SISEMA na aba Solos.

5.1.1.5. Geomorfologia

Para a elaboração do mapa topográfico utilizou-se o Software ArcGIS e, por


meio das curvas de nível delimitadas pela utilização da imagem modelo de elevação
SRTM, com resolução espacial de 30 metros, a hipsometria foi gerada por triangulação
irregular da grade (TIN) na ferramenta Tin Management > Create Tin, localizado 3D
Analyst tools do ArcGis® 10.3.

5.1.1.6. Uso e ocupação do solo

A classificação do mapa de uso e ocupação do solo foi realizada a partir


manipulação dos dados do mapeamento da Cobertura da Terra (IBGE/MODIS - 2012)
disponibilizados no site IDE-SISEMA na aba Uso e Cobertura da terra.

5.1.1.7. Processos erosivos

A análise dos pontos críticos em termos de processos erosivos foi realizada com
base nos mapas de uso e ocupação do solo, declividade, visitas a campo.

5.1.1.8. Estradas

A realização do diagnóstico das estradas localizadas na bacia do Córrego


Mulungu foi feita através das observações feitas in loco uma vez que a equipe foi ao
local com caminhonetes para o reconhecimento da área e aplicação de questionário.

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5.1.2. Clima

Os dados climatológicos da região foram obtidos a partir de fontes secundárias,


foi levantado um estudo levando em consideração a variação da temperatura e a
precipitação anual, essas informações são mostradas em forma de gráfico, utilizando
uma média de anos anteriores.
O clima influencia muito na bacia, pois o clima da região está diretamente ligado
à precipitação. Dessa forma as metodologias utilizadas para o manejo da bacia deve
levar em consideração os períodos do ano onde ocorre menos ou mais chuva.

5.1.3. Qualidade do ar

O levantamento de informações sobre a qualidade do ar da presente área de


estudo foi feito a partir de fontes secundárias, levando em consideração a bacia e a
cidade onde está situada. Uma vez que já existem estudos sobre a qualidade do ar
realizados na cidade de Itabira que pode ter influência direta ou indireta na bacia.

5.1.4. Recursos hídricos e qualidade da água

Para se obter as informações sobre os recursos hídricos e qualidade da água


foram feitas pesquisas sobre estudos já realizados (fontes secundárias) e a partir do
questionário aplicado na comunidade junto com conversas com pessoas que utilizam
dos recursos da bacia.

5.1.5. Áreas contaminadas

A partir de um levantamento das áreas contaminadas da região presente no


Inventário de Áreas Contaminadas do Estado de Minas Gerais: 2018 (FEAM, 2018), foi
possível obter informações da bacia em questão.
Importante levantamento dentro do manejo de bacias hidrográficas, uma vez que
áreas contaminadas podem afetar o recurso hídrico local.

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5.2. Meio biótico

Para o meio biótico, foram realizadas as caracterizações da fauna e flora da área


de estudo.

5.2.1. Flora

A caracterização preliminar da flora foi realizada a partir de informações obtidas


em fontes secundárias (documentos e estudos oficiais, pesquisas realizadas por
instituições de ensino, por exemplo). Entretanto, será realizado o levantamento primário
de informações e dados em campo para a caracterização fidedigna da região.

5.2.2. Fauna

A partir de fontes secundárias (estudos e pesquisas) realizadas no município de


Itabira será efetuada a caracterização preliminar da fauna. Também serão realizadas
inserções em campo para caracterizar a fauna da região estudada.

5.3. Meio socioeconômico

O levantamento de informações sobre o meio socioeconômico da área de estudo


será realizado a partir de fontes secundárias, como o Instituto Brasileiro de Geografia
Estatística (IBGE), Prefeitura Municipal de Itabira (PMI), base de dados do Sistema
Único de Saúde (DataSUS), estudos e pesquisas realizados por instituições de ensino,
entre outras. Também será aplicado um questionário com a comunidade local para que
sejam coletadas informações sobre a percepção desta a respeito de diversas questões
fundamentais para o gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu, como
usos do solo, saneamento, coleta e destinação de resíduos, conservação dos cursos
d’água, entre outros.

5.4. Zoneamento Ecológico Econômico

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O Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) será realizado a partir da


metodologia apresentada por Scolforo et. al (2008), disponível no portal Zoneamento
Ecológico Econômico do Governo do Estado de Minas Gerais.

6. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Discorre-se a seguir sobre as principais legislações do âmbito federal, estadual e


municipal aplicáveis ao Plano de Manejo de Bacias Hidrográficas.

6.1. Âmbito federal

6.1.1. Lei nº 6.938/1981

A Lei Federal 6.938 de 31 de agosto de 1981 dispõe sobre a Política Nacional de


Meio Ambiente (PNMA), seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências (BRASIL, 1981). Essa legislação possui como objetivos “a
preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e a proteção da dignidade da vida humana” (BRASIL, 1981). Para
alcance dos objetivos, a PNMA estabelece alguns princípios que devem ser atendidos.
Esses princípios são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Detalhamento dos princípios estabelecidos para cumprimento dos objetivos da


PNMA.

Princípios estabelecidos pela PNMA

Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio


ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido,
tendo em vista o uso coletivo.

Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar.

Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais.

Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas.

Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras.

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Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a


proteção dos recursos ambientais.

Acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

Recuperação de áreas degradadas.

Proteção de áreas ameaçadas de degradação.

Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,


objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.
Fonte: Adaptado de Brasil (1981).

À vista disso, a efetivação do cumprimento dos princípios apresentados garante


a qualidade ambiental, equilíbrio ecológico e a proteção da dignidade à vida humana
para todas as populações.

6.1.2. Lei n° 9.433/1997

A Lei Federal nº 4.433 de 08 de janeiro de 1987 institui a Política Nacional de


Recursos Hídricos (PNRH), também conhecida como Lei das Águas, cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21
da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989, com o objetivo de a
disponibilidade de água em quantidade e qualidade para as atuais e futuras gerações,
promover a utilização racional dos recursos hídricos visando o desenvolvimento
sustentável, a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos e o incentivo e
promoção da captação, preservação e aproveitamento das águas pluviais (BRASIL,
1987).
Os instrumentos norteadores da PNRH são:
1. Os Planos de Recursos Hídricos;
2. O enquadramento dos corpos d’água em classes, segundo os usos
preponderantes da água;
3. A outorga dos direitos de uso dos recursos hídricos;
4. A cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
5. A compensação a municípios; e

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6. O sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.


A PNRH é um instrumento legal que define como o Estado brasileiro fará o
gerenciamento dos recursos hídricos nacionais de forma a garantir sua disponibilidade e
qualidade aos usos das gerações atuais e futuras.

6.1.3. Lei n° 9.985/2000

A Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2000 Regulamenta o art. 225, § 1o,


incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação da Natureza (SNUC) e dá outras providências, visando contribuir com a
manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos em território nacional e
águas jurisdicionais, proteger espécies ameaçadas de extinção, proteger populações
tradicionais, paisagens naturais relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural; proteger e recuperar recursos
hídricos e edáficos, preservar e restaurar os ecossistemas naturais, promover o uso
sustentável dos recursos naturais e de práticas de conservação da natureza, recuperar e
restaurar ecossistemas degradados, incentivar a realização de pesquisa científica,
promover a valorização econômica e social da diversidade biológica e o
desenvolvimento de ações de educação ambiental (BRASIL, 2000).
No SNUC as Unidades de Conservação são divididas em duas categorias gerais:
Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Unidades de Conservação de Proteção
Integral (BRASIL, 2000), sendo definidas subcategorias para cada uma das duas
conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2. Classificação das Unidades de Conservação definidas no SNUC.

Unidades de Proteção Integral Unidades de Uso Sustentável


Estação Ecológica Área de Proteção Ambiental
Reserva Biológica Área de Relevante interesse Ecológico
Parque Nacional Floresta Nacional
Monumento Natural Reserva Extrativista
Refúgio da Vida Silvestre Reserva de Fauna
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável

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- Reserva Particular do Patrimônio Natural


Fonte: Adaptado de Brasil (2000).

O SNUC fornece as diretrizes para criação, implantação e gestão de unidades de


conservação garantindo assim, a manutenção da diversidade biológica no país.

6.1.4. Decreto n° 4.297/2002

O Decreto nº 4.297 de 10 de julho de 2002 Regulamenta o art. 9o, inciso II, da


Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para o Zoneamento
Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE, e dá outras providências (BRASIL, 2002). Esse
decreto que discorre sobre o ZEE o país que objetiva promover a organização do
território para a implantação de atividades e empreendimentos públicos e privados, de
forma a assegurar a qualidade ambiental no que tange aos recursos hídricos,
ecossistemas, biodiversidade e condições de vida das populações (BRASIL, 2002).
Conforme disposto no parágrafo único do capítulo I,
o ZEE, na distribuição espacial das atividades econômicas, levará em conta a
importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas,
estabelecendo vedações, restrições e alternativas de exploração do território e
determinando, quando for o caso, inclusive a relocalização de atividades
incompatíveis com suas diretrizes gerais (BRASIL, 2002).
O ZEE deverá ser orientado pela PNMA e obedecer aos aos princípios da
função sócio-ambiental da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-
pagador, do usuário-pagador, da participação informada, do acesso eqüitativo e da
integração (BRASIL, 2002).

6.1.5. Lei n° 12.651/2012

A Lei Federal nº 12.651 de 25 de maio de 2012 refere-se ao Código Florestal


Brasileiro e Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31
de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de
2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências (BRASIL, 2012a).

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Essa lei objetiva o desenvolvimento sustentável e


estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação
Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento
de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o
controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos
econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos (BRASIL, 2012a).
No Código Florestal Brasileiro são definidas as Áreas de Preservação
Permanente (APP) de curso d’água, do entorno de lagos naturais e de nascentes, de
encostas e áreas com declividade superior a 45º, de restingas, manguezais e bordas de
tabuleiros e chapadas e topos de morros (BRASIL, 2012a).

6.1.6. Decreto n° 7.830/2012

O Decreto nº 7.830 de 17 de outubro de 2012 “dispõe sobre o Sistema de


Cadastro Ambiental Rural, o Cadastro Ambiental Rural, estabelece normas de caráter
geral aos Programas de Regularização Ambiental, de que trata a Lei nº 12.651, de 25 de
maio de 2012, e dá outras providências” (BRASIL, 2012b). Por meio deste decreto
objetiva-se controlar as informações referente à imóveis rurais, monitorar o uso de APP
e Reserva Legal (RL) no interior dos imóveis rurais, bem como promover o
planejamento ambiental e econômico do uso do solo e conservação ambiental no
território nacional e disponibilizar informações de natureza pública sobre a
regularização ambiental dos imóveis rurais em território nacional, na internet (BRASIL,
2012b).

6.1.7. Resolução n° 429/2011

A Resolução nº 429 de 02 de março de 2011 do Conselho Nacional de Meio


Ambiente - CONAMA, dispõe sobre a metodologia de recuperação das Áreas de
Preservação Permanente (BRASIL, 2011). Para as áreas consideradas APP’s de
interesse social deve-se seguir o disposto nesta referida resolução para ações de
recuperação.
A Resolução nº 429 do CONAMA traz em seu artigo 3º as metodologias para
recuperação de APP’s, sendo elas:

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I. condução da regeneração natural de espécies nativas;


II. plantio de espécies nativas; e
III. plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração
natural de espécies nativas.
As metodologias são indicadas de acordo com as características do local e tipo
de processo de degradação ao qual a área foi submetida.

6.2. Âmbito estadual

6.2.1. Lei nº 12.596/1997

A Lei nº 12.596, de 30 de julho de 1997, dispõe sobre a ocupação, o uso, o


manejo e a conservação do solo agrícola e dá outras providências (MINAS GERAIS,
1997).
Segundo essa lei é considerado solo agrícola a camada superficial da crosta
terrestre adequada à exploração agrossilvipastoril e à conservação de recursos naturais,
sobretudo dos recursos hídricos (MINAS GERAIS, 1997).
O proprietário de fração do solo agrícola é o responsável direto por sua
conservação e pela otimização de sua exploração econômica, ao passo que o Poder
Executivo, por meio de órgão colegiado interinstitucional, com participação paritária do
poder público e da sociedade civil, tem as seguintes competências (MINAS GERAIS,
1997):
I - definir a política estadual de conservação de solos;
II - aprovar o Plano Estadual de Manejo e Conservação de Solos;
III - estabelecer diretrizes para a criação de comissões regionais e municipais
de conservação de solos;
IV - definir regiões prioritárias para a conservação de solos e identificar áreas
de risco de erosão e desertificação e de preservação de mananciais, com vistas
à sua recuperação e proteção;
V - sugerir medidas de incentivo à implementação de planos de manejo e
conservação de solos e de recuperação de solos degradados;
VI - recomendar a tecnologia e o sistema de produção vegetal e animal a serem
adotados em cada região prioritária;
VII - julgar os recursos apresentados, conforme o disposto no § 1º do art. 7º
desta Lei. (MINAS GERAIS, 1997).

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O descumprimento do disposto da lei, conforme a natureza e o grau da infração,


a extensão do dano, a área ou a região de ocorrência, sujeita o infrator à diversas
penalidades, como advertência, multa e suspensão do acesso aos benefícios (MINAS
GERAIS, 1997).

6.2.2. Lei nº 13.199/1999

A Lei nº 13.199, de 29 de janeiro de 1999, dispõe sobre a Política Estadual de


Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos -
SEGRH-MG, nos termos da Constituição do Estado e na forma da legislação federal
aplicável (MINAS GERAIS, 1999).
A Política Estadual de Recursos Hídricos visa a assegurar o controle, pelos
usuários atuais e futuros, do uso da água e de sua utilização em quantidade, qualidade e
regime satisfatórios (MINAS GERAIS, 1999).
O Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SEGRH/MG tem
por objetivos:
I - coordenar a gestão integrada e descentralizada das águas;
II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos
hídricos;
III - implementar a Política Estadual de Recursos Hídricos;
IV - planejar, regular, coordenar e controlar o uso, a preservação e a
recuperação de recursos hídricos do Estado;
V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos. (MINAS GERAIS,
1999).
Assim para se atingi-los integram o SEGRH-MG a Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o Conselho Estadual de Recursos
Hídricos - CERH-MG, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, os comitês de
bacia hidrográfica, os órgãos e as entidades dos poderes estadual e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos e as agências de bacias
hidrográficas (MINAS GERAIS, 1999).
O Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos objetiva:
I - reunir, dar consistência e divulgar dados e informações sobre as situações
qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos do Estado, bem como
informações socioeconômicas relevantes para o seu gerenciamento;

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II - atualizar, permanentemente, as informações sobre a disponibilidade e a


demanda de recursos hídricos e sobre ecossistemas aquáticos, em todo o
território do Estado;
III - fornecer subsídios para a elaboração do Plano Estadual e dos Planos
Diretores de Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas;
IV - apoiar ações e atividades de gerenciamento de recursos hídricos no
Estado. (MINAS GERAIS, 1999).
Desta forma visa-se organizar a coleta, o tratamento, o armazenamento, a
recuperação e a divulgação de informações sobre recursos hídricos e fatores
intervenientes (MINAS GERAIS, 1999).
Essa Lei, ainda dá diretrizes sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos,
aprovado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-MG, que estabelece a
divisão hidrográfica do Estado, na qual se caracterizará cada bacia hidrográfica utilizada
para o gerenciamento descentralizado e compartilhado dos recursos hídricos, tendo por
finalidade fundamentar e orientar a implementação de programas e projetos (MINAS
GERAIS, 1999).

6.2.3. Lei nº 13.771/2000

A Lei nº 13.771, de 11 de dezembro de 2000, dispõe sobre a administração, a


proteção e a conservação das águas subterrâneas de domínio do Estado e dá outras
providências (MINAS GERAIS, 2000).
São consideradas águas subterrâneas as águas existentes no solo e no subsolo,
quando as mesmas, por razões de suas propriedades físico-químicas e oligominerais,
prestarem-se à exploração para fins comerciais ou terapêuticos e puderem ser
classificadas como águas minerais, a sua utilização será regida tanto pela legislação
federal quanto pela legislação estadual (MINAS GERAIS, 2000).
Segundo a lei, o IGAM desenvolverá ações visando a promover o
gerenciamento eficaz das águas subterrâneas, no qual cabe ao mesmo realizar a
avaliação quantitativa e qualitativa e o planejamento de seu aproveitamento racional,
conceder outorga e a fiscalizar os direitos de uso dessas águas e adotar medidas relativas
à sua conservação, preservação e recuperação (MINAS GERAIS, 2000).

6.2.4. Lei nº 15.027/2004

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A Lei nº 15.027, de 19 de janeiro de 2004, institui a Reserva Particular de


Recomposição Ambiental - RPRA, altera os arts. 17 e 52 da Lei nº 14.309, de 19 de
junho de 2002, e o Anexo IV da Lei nº 13.803, de 27 de dezembro de 2000 (MINAS
GERAIS, 2004).
De acordo com essa lei área degradada por atividade agrícola, pastoril ou
silvicultural, pertencente a um ou mais proprietários, de domínio privado, gravada com
perpetuidade e destinada a recuperação ambiental, além da admissão de outros tipos de
áreas, estabelecidas a critério do órgão estadual competente (MINAS GERAIS, 2004).
A RPRA integra o Sistema Estadual de Unidades de Conservação, no grupo de
unidades de conservação de uso sustentável, nos termos do art. 22 da Lei nº 14.309, de
19 de junho de 2002 (MINAS GERAIS, 2004).
A RPRA, prioritariamente destinada à constituição de reserva legal de
propriedades rurais, poderá ser usada alternativamente para pesquisa científica,
produção de bens florestais não lenhosos e lenhosos, extrativismo, agrossilvicultura e
outras atividades não degradadoras do meio ambiente (MINAS GERAIS, 2004).

6.2.5. Lei nº 20.922/2013

A Lei nº 20.922, de 16 de outubro de 2013, dispõe sobre as políticas florestal e


de proteção à biodiversidade no Estado, sendo elas compreendidas pelas ações
empreendidas pelo poder público e pela coletividade para o uso sustentável dos recursos
naturais e para a conservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à
sadia qualidade de vida (MINAS GERAIS, 2013).
Essa lei sanciona as áreas de uso restrito, sendo elas Áreas de Preservação
Permanente - APP, Áreas de Reserva Legal, Unidades de Conservação e Outras
Restrições de Uso do Solo (MINAS GERAIS, 2013).
APP consiste em uma área, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas (MINAS GERAIS, 2013).

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Áreas de Reserva Legal são aquelas localizadas no interior de uma propriedade


ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e da biodiversidade, abrigar a fauna silvestre e proteger a flora nativa
(MINAS GERAIS, 2013).
As Unidades de Conservação são espaços territoriais e seus recursos naturais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção
(MINAS GERAIS, 2013).
Outras Restrições de Uso do Solo são aquelas que possuem uma inclinação entre
25º (vinte e cinco graus) e 45º (quarenta e cinco graus), onde são permitidos o manejo
florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris e a infraestrutura
física associada ao desenvolvimento dessas atividades, observadas as boas práticas
agronômicas e de conservação do solo e da água (MINAS GERAIS, 2013).
Essa lei também corrobora com a agricultura familiar, no qual a intervenção em
APP’s e Reserva Legal para as atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental, em
pequena propriedade ou posse rural familiar, fica condicionada à apresentação de
simples declaração ao órgão ambiental competente, desde que o imóvel esteja inscrito
no CAR (MINAS GERAIS, 2013).

6.3. Âmbito municipal

6.3.1. Lei n° 3.547/2000

A Lei no 3.547/2000 declara áreas de Proteção Ambiental os mananciais de


abastecimento público do Município de Itabira e seus afluentes e dá outras providências.
Por meio desta lei declaram-se as áreas de proteção ambiental sob a
denominação de APA PUREZA e APA GATOS, a bacia de contribuição do Córrego
Candidópolis, do Córrego Pai João e seus afluentes, abrangendo a área de drenagem do
Córrego Candidópolis e do Córrego Pai João.

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Tem por objetivo proteger os ecossistemas ribeirinhos, importantes para a


manutenção do regime hidrológico; Promover condições para a reprodução e
desenvolvimento da fauna ictiológica; Assegurar condições para a proteção da fauna
ribeirinha em geral; Impedir ações de drenagem, desmatamento, obstrução de canais e
outras ações que descaracterizem os ecossistemas destes mananciais; Oferecer
condições para a implantação de matas ciliares nas margens destes mananciais;
Resguardar um patrimônio natural de elevado valor paisagístico e econômico,
estimulando a melhoria da qualidade ambiental das áreas.
Sendo, assim, proíbe-se: A drenagem ou a obstrução de seus leitos, impedindo o
fluxo e refluxo de suas águas; A realização de quaisquer obras que atentem contra os
objetivos referidos nesta Lei; Qualquer tipo de alteração do uso alternativo do solo nas
tipologias florestais existentes nesta área.
Ressalva-se que a Lei não se aplica a obras, atividades, planos e projetos de
utilidade pública ou de relevante interesse social definido no âmbito do uso múltiplo e
sustentável dos recursos hídricos do Rio de Peixe, do Rio Tanque e seus afluentes
(ITABIRA, 2000).

6.3.2. Lei nº 3.761/2003

Amplia e consolida a legislação ambiental do Município de Itabira e dá outras


providências.
A Política Ambiental do município de Itabira assegura a multidisciplinaridade
das questões ambientais, garante participação do cidadão e das entidades da sociedade
civil na defesa do meio ambiente; integração permanente entre o Município, o Estado e
a União; integração permanente com os Municípios vizinhos no trato das questões
ambientais e do saneamento básico; prevalência do equilíbrio, da salubridade ambiental
e da proteção aos ecossistemas naturais sobre as ações e atividades realizadas por
pessoa física ou jurídica de direito público ou privado; e reparação do dano ambiental
decorrente de ação ou omissão de pessoa física ou jurídica de direito público ou
privado.
Os objetivos da Política Ambiental se referem a:
I - a cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da
sociedade para a preservação, manutenção e recuperação da qualidade de vida;

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II - a articulação e integração de ações e atividades ambientais intermunicipais,


favorecendo consórcios e outros instrumentos de auxílio mútuo;
III - a instrumentalização de ajustes entre governos para a descentralização das
decisões relativas ao Meio Ambiente;
IV - compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação
ambiental, a qualidade de vida e o uso racional dos recursos ambientais,
naturais ou não;
V - controlar a produção, a extração, a comercialização, o transporte e o
emprego de materiais, bens e serviços, métodos e técnicas que comportem
risco para a vida ou comprometam a qualidade de vida e o Melo Ambiente;
VI - estabelecer normas, critérios e padrões de emissão de efluentes e de
qualidade ambiental, bem como normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais, naturais ou não, adequando-os permanentemente em face da lei e
de inovações tecnológicas;
VII - estimular a aplicação da melhor tecnologia disponível para a constante
redução dos níveis de poluição;
VIII - preservar e conservar as áreas protegidas no Município;
IX - estimular o desenvolvimento de pesquisas e uso adequado dos recursos
ambientais, naturais ou não;
X - promover a educação ambiental na sociedade e especialmente na rede de
ensino municipal;
XI - promover o zoneamento ambiental. (ITABIRA, 2003).

6.3.3. Decreto n° 2.542/2004

Declara Área de Proteção Ambiental Municipal Piracicaba no Município de


Itabira e aprova seu Zoneamento Ambiental.
Por meio deste decreto declara-se Área de Proteção Ambiental, APA Municipal
Piracicaba, a Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe e Rio Santa Bárbara no Município de
Itabira, e aprova-se o Zoneamento Ambiental da Área de Proteção Ambiental (APA),
promovendo a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica para
a região.
O decreto visa:
I - proteger os ecossistemas ribeirinhos, importantes para a manutenção do
regime hidrológico;
II - promover condições para a reprodução-e desenvolvimento da fauna
ictiológica;

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III - assegurar condições para a proteção da fauna ribeirinha em geral;


IV - impedir ações de drenagem, aterro, desmatamento, obstrução de canais e
outras ações que descaracterizem os ecossistemas destes mananciais;
V - oferecer condições para' a implantação de matas ciliares nas margens
destes mananciais; VI - resguardar um patrimônio natural de elevado valor
paisagístico e econômico, estimulando a melhoria da qualidade ambiental das
áreas circunvizinhas.
VII - estabelecer uma zona de amortecimento para as áreas de proteção
especial da Bacia do Rio do Peixe e do Rio Santa Bárbara. (ITABIRA, 2004).

7. DIAGNÓSTICO DA SUB-BACIA

Para a realização do diagnóstico do sub-bacia alvo deste estudo, foi realizada a


subdivisão em meios físico, biótico e socioeconômico a fim de facilitar o estudo.

7.1. Meio físico

A fim de reconhecer as fragilidades e potencialidades da bacia do córrego


Mulungu faz- se necessário diagnosticá-la de tal forma que fique claro todas as suas
características. A caracterização do meio físico abrange as principais informações
quanto ao uso e destinação de áreas dentro da bacia, sendo de fundamental importância
no manejo adequado.

7.1.1. Solo

7.1.1.1. Características de drenagem

A bacia do córrego Mulungu tem como rio principal o Córrego de mesmo nome,
“Mulungu”. Além do seu rio principal é composta por mais 10 cursos d’água
contribuintes, como apresentado na Figura 2. A bacia drena uma área de
aproximadamente 5,403 km² com perímetro de 9,719 km.

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Figura 2. Cursos d’água da Bacia do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

Dos 11 Cursos d’água que constituem a Bacia do Córrego Mulungu, 8 são de


ordem 1, 2 são de ordem 2 e o Rio Principal de ordem 3, como demostrado pela Figura
3, sendo eles ordenados de acordo com a metodologia proposta por Strahler (1954)
citado por Cheren (2008).

Figura 3. Ordem dos Cursos d’água da Bacia do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

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7.1.1.2. Caracterização fisiográfica

Caracterizar a bacia quanto suas características fisiográficas nos permite ter um


conhecimento acerca do comportamento da mesma, podendo ser útil para a
interpretação de fenômenos passados, previsões de novos fenômenos e importante
ferramenta para o planejamento da área. Os parâmetros fisiográficos da Bacia do
Córrego Mulungu são apresentados no Quadro 1.

Quadro 1. Parâmetros Fisiográficos da Bacia do Córrego do Mulungu.

Parâmetros Fisiográficos
Ordem da Bacia 3
Área de drenagem 540,3 ha
Perímetro 9,719 km
Comprimento do Rio principal 3,28918 km
Rede de drenagem 10,8135 km
Número de Cursos d’água 11
Coeficiente de Compacidade (Kc) 1,17
Fator de forma (K) 0,5
Densidade de drenagem (Dd) 2,00 km/km²
Densidade da rede de drenagem (Dr) 2,04 km/km²
Índice de circularidade ( Icc) 0,72
Cota de altitude mais alta 960 m
Cota de altitude mais baixa 690 m
Declividade do Curso principal 0,082 m/m
Tempo de Concentração (Tc) 157,38 minutos

O coeficiente de compacidade (Kc) e o fator de forma (K) nos permite inferir


sobre a propensão da bacia a enchentes. Analisando os valores do coeficiente de
compacidade de 1,17 é possível enquadrar a bacia como sendo de alta propensão a

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grandes enchentes. O fator de forma de 0,50 indica que ela tem tendências medianas a
enchentes. Um índice de circularidade próximo ao valor 1,00 indica que a bacia
apresenta a forma de um círculo perfeito. A bacia do Córrego Mulungu possui índice de
circularidade igual a 0,72 permitindo-nos dizer que a bacia apresenta forma mais
arredondada do que alongada o que justifica juntamente com o coeficiente de
compacidade e fator de forma sua considerável propensão a enchentes. A densidade de
drenagem da bacia do Córrego Mulungu foi de 2 km/km² indicando que a bacia possui
boa drenagem.

7.1.1.3. Geologia

O município de Itabira no qual a bacia do Córrego Mulungu está inserida


apresenta uma rica composição geológica como mostra a Figura 4. Apesar do município
ter esse leque de composições rochosas a bacia do Córrego do Mulungu está sobre
apenas uma formação de granito.

Figura 4. Mapa Geológico da bacia do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

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7.1.1.4. Pedologia

Conforme apresentado na Figura 5 a Bacia em estudo apresenta um solo do tipo


Latossolo Vermelho-Amarelo.

Figura 5. Mapa pedológico da bacia do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

7.1.1.5. Geomorfologia

Conforme Figura 6, observam-se as regiões dos divisores de água que estão


representadas pelas cores em tons mais amarelo-avermelhadas, áreas essas com maiores
cotas de elevação. As áreas de recarga também estão nas cotas mais elevadas do terreno

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e pode-se observar que elas são drenadas para as partes mais baixas ou áreas de
descarga, representadas pelas cores esverdeadas do mapa.

Figura 6. Mapa geomorfológico da bacia do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

7.1.1.6. Uso e ocupação do solo

A Bacia do Córrego do Mulungu apresenta dois usos predominantes, em sua


maioria o uso agropecuário com remanescentes florestais e em menores proporções a
silvicultura conforme apresentado na Figura 7.

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Figura 7. Mapa do Uso e Ocupação do Solo da bacia do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

7.1.1.7. Processos erosivos

Na visita em campo pode-se constatar feições erosivas advindas de


movimentação de massa e ravinamento. O fenômeno da movimentação de massa pôde
ser observado em um local de pastagem Figuras 8 e 9.

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Figura 8. Erosão laminar em área de pastagem.


Fonte: Autores (2019).

Figura 9. Movimentação de massa em área de pastagem.


Fonte: Autores (2019).

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A ausência de cobertura vegetal e o corte mal feito de estradas permitem a


formação de sulcos levando a um processo erosivo mais avançado como apresentado na
Figura 10.

Figura 10. Ravinamento em solo exposto.


Fonte: Autores (2019).

7.1.1.8. Estradas

As estradas que estão localizadas na bacia do Córrego Mulungu em alguns


trechos possuem boa infraestrutura, principalmente as que são utilizadas para o
transporte de Eucalipto. Outras que dão acesso a algumas propriedades rurais
encontram-se em estado mais precários necessitando de patrolamento e cascalhamento.
Não possuem sistema de drenagem o que favorece o surgimento de ravinas.

7.1.2. Clima

De acordo com a classificação de Koppën o clima do município de Itabira é do


tipo Cwa, ou seja, clima subtropical com inverno seco (com temperaturas inferiores a
18ºC) e verão quente com temperaturas superiores a 22ºC (EMBRAPA, 2019).

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A temperatura média anual é de 21,3°C, sendo a média do mês mais frio 18,5°C
e do mês mais quente 23,7°C. Há oscilações na temperatura média no decorrer do ano,
tendo amplitudes de aproximadamente 11°C no verão e 16°C no inverno (UFMG,
2009).
São predominantes ventos de noroeste no município durante o ano, sendo
intensificados nos meses de julho e agosto, favorecendo a dispersão de material
particulado, afetando os aspectos climáticos, entre eles, a umidade (SILVA; SOUZA,
2002).
A média de precipitação na região é de 1.521,3 mm, sendo janeiro o mês mais
chuvoso, quando precipitam cerca de 281 mm de chuva e julho o mês mais seco, com
aproximadamente 12 mm (UFMG, 2009).

Figura 11. Temperatura e precipitação em Itabira-MG.


Fonte: SOMAR Meteorologia apud ENGECORPS (2015).

A partir da Figura 11, verifica-se que ocorre uma sensível redução nos índices de
pluviosidade entre os meses de abril a outubro. Entretanto, apesar das baixas
precipitações, os principais rios que drenam o município têm caráter perene em função
do acúmulo de água nas vertentes do relevo (ENGECORPS, 2015).
O comportamento climático de Itabira é decorrente do fato de que o relevo da
área apresenta-se bastante acidentado e contêm elevações altimétricas consideráveis,
verificando-se em algumas áreas altos índices pluviométricos e temperaturas amenas.

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Nota-se ainda a elevada incidência de radiação solar, grande variação da temperatura


entre o dia e a noite, constante incidência de ventos e tempestades de raios (FIP, 2014).

7.1.3. Qualidade do ar

Pereira e Quintão (2012) utilizaram os líquens para analisar a qualidade do ar


dos municípios de Itabira. Como resultados constataram que o município obteve bom
resultado de qualidade do ar, apesar do mesmo ter sido classificado com qualidade do ar
entre baixa e média.
Segundo Santi, et al. (2000) as principais reservas de ferro do município de
Itabira estão situadas nos morros que circundam a cidade na posição norte e oeste, desta
forma os ventos dispersam os poluentes emitidos pela mineração e pelas indústrias em
direção ao centro urbano do município. Ainda os autores destacam que a ocorrência de
episódios indesejáveis de degradação da qualidade do ar é provocada pela proximidade
entre as minas e a área urbana itabirana, sobretudo nos períodos do ano com estiagem
prolongada, baixa umidade relativa do ar e ventos de maior intensidade, principalmente
entre os meses de abril a setembro.

7.1.4. Recursos hídricos

Os recursos hídricos foram avaliados quantos suas origens e serão detalhados


nos tópicos seguintes.

7.1.4.1. Caracterização hidrogeológica

No município de Itabira, o sistema hidrogeológico tem relação direta com as


características geomorfológicas, litoestratigráficas e estruturais que compõem o
arcabouço geológico regional. Na região verificam-se principalmente duas unidades
aquíferas: fissurada e granular, que possuem comportamentos e distribuição espacial
variados, sendo diferenciados pela estrutura física da rocha, condições de
armazenamento e modo de circulação de água (Figura 12) (ENGECORPS, 2015).

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Figura 12. Mapa dos sistemas aquíferos.


Fonte: GONÇALVES; PEREIRA; VIEIRA (2018).

7.1.4.2. Uso da água nos cursos d’água

Segundo a rede hidrográfica do IGAM, na sub-bacia do Córrego Mulungu a


diversas nascentes, sendo sua maioria contribuinte de curso intermitente. Os cursos
d’água da sub-bacia em sua grande maioria possuem áreas de mata ciliar em quase toda
sua extensão. As nascentes sub-bacia do Córrego Mulungu são utilizadas para o
abastecimento humano, dessedentação animal e uma pequena parte para agricultura
familiar. Percebeu-se também que há pequenos lançamentos de esgotos no curso d’água
principal, deixando assim a água imprópria para usos mais restritos, como no ambiente
doméstico.

7.1.4.3. Qualidade da água dos córregos

A área em estudo não possui dados de qualidade das águas disponíveis para
pesquisa, porém após visitas em campo, pode se observar que as águas apresentavam

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características de cristalina, porém, foi possível constatar diversas áreas assoreadas ao


longo do curso d’água provocadas pelo carreamento de solo. Já a turbidez da água em
alguns pontos se deve ao lançamento de esgotos domésticos direto no curso d’água.

7.1.5. Áreas contaminadas

De acordo com o Inventário de Áreas Contaminadas do Estado de Minas Gerais:


2018 (FEAM, 2018), o município de Itabira apresenta 04 (quatro) áreas cadastradas
como contaminadas e reabilitadas pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM).
Entretanto, nenhuma delas se encontra no interior da Bacia Hidrográfica do Córrego
Mulungu.

7.2. Meio biótico

O município de Itabira está localizado no extremo sul do Espinhaço, região que


se caracteriza por grande biodiversidade devido à transição entre dois biomas: a Mata
Atlântica e o Cerrado, sendo a vegetação original e predominante no município a Mata
Atlântica. Esta característica faz com que sua área seja considerada de extrema
importância biológica e prioritária para a conservação da biodiversidade estadual. Nesse
sentido, o município está inserido na Reserva da Biosfera da Cadeia do Espinhaço,
reconhecida em 2005 pela UNESCO e que abrange 53 municípios da região (FIP,
2014).
Segundo dados contidos no “Estudo Técnico de Criação da Unidade de
Conservação Mata do Limoeiro”, a biota do Quadrilátero Ferrífero, no qual Itabira está
inserida, é rica em espécies comuns na Mata Atlântica e no Cerrado, além de espécies
endêmicas desses dois biomas, sendo algumas ameaçadas de extinção (ANDRADE,
2010).
Observa-se que o Município de Itabira vem sofrendo profundas modificações de
seus meios físico e biótico decorrentes, em especial, do intenso processo de atividades
extração mineral. A região foi também objeto de atividades de desmatamento para
carvoejamento voltado principalmente à siderurgia, além do estabelecimento de
atividades agropecuárias em pequena escala. Além destas, há de se ressaltar a atividade

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pecuária, muito difundida na região não minerada, que, embora não seja
economicamente intensa, é culturalmente expressiva para as comunidades (FIP, 2014).

7.2.1. Flora

O município de Itabira se destaca devido a existência de importantes unidades de


conservação em seu entorno imediato, tais como: Área de Proteção Ambiental (APA)
Morro da Pedreira; parte do Parque Nacional Serra do Cipó e Parque Estadual Mata do
Limoeiro, conforme pode-se visualizar por meio da Figura 13.

Figura 13. Mapa de APAS e Parques em Itabira.


Fonte: Adaptado de FIP (2015).

O município possui ainda um sistema de mosaico de áreas municipais


protegidas, destacando-se as APA’s Gatos, Pureza e Ribeirão Aliança. Além dessas, o
município tem ao entorno de seu limite territorial a Área de Proteção Ambiental (APA)

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Morro da Pedreira; parte do Parque Nacional Serra do Cipó, Parque Estadual Mata do
Limoeiro e Parque Natural Municipal do Intelecto. (FIP, 2014).
Na vertente leste da Serra do Espinhaço, na face oposta ao Distrito Industrial,
localiza-se a região do povoado de Serra dos Alves, no distrito de Senhora do Carmo, os
quais são áreas influenciadas indiretamente pela execução do projeto do Distrito
Industrial. Nesta região estão inseridas a APA Morro da Pedreira e o Parque Estadual
Mata do Limoeiro, o que evidencia a importância da diversidade biológica da região, a
qual se assemelha as tipologias encontradas na região da Serra do Cipó (FIP, 2014).
A sub-bacia do Córrego Mulungu está inserida quase que totalmente na APA
Piracicaba, como visualizado na Figura 14.

Figura 14. Unidades de Conservação em Itabira.


Fonte: Autores (2019).

Em grande maioria, os fragmentos de vegetação nativa encontram-se em locais


de acesso menos facilitados, o que preserva a biodiversidade, envolvendo espécies
endémicas, raras e ameaçadas de extinção.

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Nas áreas de pastagens do município ocorre à predominância de gramíneas


braquiária e nas áreas de pastos sujos, gramíneas, capim-gordura, assa peixe, alecrim e
lobeira. A distribuição espacial destas pastagens na paisagem apresenta regularidade,
frequentemente são localizadas em áreas vizinhas aos fragmentos de floresta e campo.
(FIP, 2014).
De acordo com mapa de Uso e Ocupação do Solo da Bacia (Figura 7, Seção
7.1.1.6) a cobertura vegetal predominante na área consiste em vegetação nativa, sendo
observados remanescentes florestais em áreas mais íngremes, como demonstrado na
Figura 15.

Figura 15. Remanescente de vegetação nativa.


Fonte: Autores (2019).

Entretanto, devido às atividades antrópicas na região, há grandes extensões


pastagens, com vegetação rasteira de aspecto uniforme, e plantações de Eucalipto e
Pinus (Figuras 16 e 17).

Figura 16. Plantações de Eucalipto.


Fonte: Autores (2019).

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Figura 17. Transição entre área de pastagem e fragmento de mata.


Fonte: Autores (2019).

Também pode se perceber a grande presença de agricultura familiar devido a


presença de residências na bacia conforme Figuras 18 e 19.

Figura 18. Agricultura familiar.


Fonte: Autores (2019).

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Figura 19. Agricultura familiar.


Fonte: Autores (2019).

7.2.2. Fauna

Segundo estudos realizados pelo CEPEMAR (2000 apud SILVA; GARCIA;


REIS, 2016) existem levantamentos sobre a fauna existente no município de Itabira,
referentes aos mamíferos, anfíbios e aves.
Foram registradas sete espécies de mamíferos, distribuídas em 6 famílias, na
região, cujos nomes comuns são: gambá, preá, tatu, coelho, quati, sagui-da-cara-branca
e sauá. Como também, quinze espécies de anfíbios (14 Anura e 1 Gymnophiona),
distribuídas em 4 famílias, foram registradas no município de Itabira, sendo a Hylidae a
família melhor representada, com 7 espécies, seguida pela família Leptodactylidae, com
6. (CEPEMAR, 2000 apud SILVA; GARCIA; REIS, 2016).
Ainda, um total de 149 espécies, distribuídas em 48 famílias, foram registradas
na região de Itabira. Dessas, 25 espécies consistem em novas ocorrências para o
município de Itabira, 85 considerando o total de 228 espécies registradas pelos estudos
anteriores. No entanto, relacionam 105 espécies não detectadas. Logo, somam-se 254
espécies até agora conhecidas para Itabira (SILVA; GARCIA; REIS, 2016).
Das 254 espécies registradas, 19 correspondem a táxons endêmicos do Brasil e
15 constam na Lista Oficial da Fauna Ameaçada de Extinção de Minas Gerais: das quais
6 relacionadas sob o status de ameaçada (Penelope obscura (jacuguaçu ou jacuaçu),
Biatas nigropectus (papo-branco), Pyroderus scutatus (pavó), Poospiza cinérea
(capacetinho-cinza o capacetinho-do-oco-do-pau), Sicalis flaveola (canário-da-terra-

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verdadeiro ou canário-da-terra) e Curaeus forbesi (anumará)) e 9 sob o status de


presumivelmente ameaçada (Columba plúmbea (pomba-amargosa), Lophornis
magnifica (topetinho-vermelho), Formicivora serrana (formigueiro-da-serra),
Drymophila ferrugínea (formigueiro-trovoada), Chamaeza meruloides (tovaca-
cantadora), Phacellodomus erythrophthalmus (joão-botina-da-mata), Hemitriccus diops
(olho-falso), Ramphocaenus melanurus (bico-assovelado) e Carduelis magellanicus
(pintassilgo-de-cabeça-preta)) (LINS et al., 1997, apud SILVA; GARCIA; REIS, 2016).
No momento das visitas realizadas na área da bacia em estudo, foram
encontradas tanto espécies exóticas, como o tucano (Ramphastidae) e outras diversas
espécies de aves, quanto espécies domésticas, como o peru-doméstico (Meleagris
gallopavo), cães (Canis lupus familiaris) e criação de gado, conforme Figuras 20, 21 e
22.

Figura 20. Tucanos.


Fonte: Autores (2019).

Figura 21. Peru-doméstico (Meleagris gallopavo).


Fonte: Autores (2019).

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Figura 22. Criação de gado.


Fonte: Autores (2019).

7.3. Meio socioeconômico

A análise socioeconômica da região do entorno da reserva é uma das principais


atividades a ser realizada para a elaboração de um plano de manejo. Essa análise irá
explicitar os aspectos básicos das relações econômicas e sociais com a comunidade no
entorno e o ambiente físico. A maneira como são estabelecidas as formas de exploração
dos recursos naturais e a importância desses para a sobrevivência econômica e social,
independente da extensão do entorno, permitirão apontar os pontos críticos mais
importantes da área e propor medidas alternativas e políticas estruturais para gerenciar
os problemas que deverão ser solucionados, ressaltando as formas de uso dos recursos
naturais positivamente, tendo em vista uma interação equilibrada entre o homem e o
meio ambiente (LIMA; JÚNIOR, 2005).
Para se realizar a análise técnica dos dados socioeconômicos, além das
informações obtidas por meio de dados secundários, como do IBGE e da Prefeitura
Municipal, é de extrema importância a realização de trabalho de campo, que foi
realizado por meio de aplicação de questionário e conversas com a comunidade no
entorno da reserva.

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O questionário presente no apêndice A foi aplicado na comunidade e visou


conhecer melhor as características sociais e econômicas da comunidade, procurando
levantar o maior número de informações possíveis.
O levantamento de informações no campo, através da aplicação do questionário,
foi realizado pela equipe técnica no dia 26 de abril de 2019. De um total aproximado de
22 residências dentro dos limites da bacia, entre residências ocupadas e vazias, 5
possuíam moradores no momento disponíveis para responder ao questionário, destas 5
residências, possuem um total de 15 habitantes.
Acredita-se que a grande maioria das residências são de veraneio, ou seja, uma
segunda residência da família.

7.3.1. Caracterização demográfica e social

Segundo dados do IBGE (2019), o município de Itabira possuía no Censo


realizado em 2010, 109.783 habitantes, com população estimada de 119.186 habitantes
em 2018, sendo sua densidade demográfica de 87,57 habitantes por km². Em 2016, o
salário médio mensal era de 2,5 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em
relação à população total era de 29,4%. Em 2015, os alunos dos anos iniciais da rede
pública do município tiveram nota média de 6,4 no IDEB. Para os alunos dos anos
finais, essa nota foi de 4,7. O PIB per capita em 2016 foi de R$ 30.167,41, e o IDHM
em 2010 foi de 0,756. Apresentou em 2010, 92% de domicílios com esgotamento
sanitário adequado, 25.2% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e
62.4% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de
bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio) (IBGE, 2019).
O município de Itabira possui grande influência cultural por ser a cidade natal do
poeta Carlos Drummond de Andrade, onde existem pontos turísticos sobre a vida do
poeta. Além disso, o município é constituído por fazendas históricas, museus e esportes
radicais, que movimentam a cultura local e regional e permitem que a cidade ofereça
suporte necessário em relação à demanda atual e futura.
Com relação à área de estudo, de acordo com dados conseguidos no Programa
de Saúde da Família (PSF) que atende a comunidade de Cambotas, são 22 pessoas no
total na comunidade, sendo 19 cadastradas no PSF e 3 não cadastradas.

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7.3.2. Caracterização econômica

Segundo FIP, 2014, a análise da concentração de renda mostra que a renda


gerada no município de Itabira é mais bem distribuída que a renda distribuída no Brasil,
que possui como característica marcante uma alta concentração de renda. O percentual
da renda apropriada pelos 10% mais ricos da população no município era de 41,58%,
enquanto no Brasil esta taxa era de 48,93%. Por outro lado, o percentual da renda
apropriada pelos 80% mais pobres em Itabira era de 43,12%, enquanto no Brasil era de
36,60%. Estes dados podem mostram um panorama positivo no que diz respeito à
distribuição de renda, já que enquanto o percentual de renda apropriado pelos 10% mais
ricos da população é menor que o verificado no país, o percentual da renda apropriado
pelos 80% mais pobres é mais elevado.
Com relação à população economicamente ativa no município de Itabira, esta
apresenta diversos setores de atividades econômicas, sendo de maioria industrial,
principalmente a atividade da mineração.
A realidade dos habitantes da área de estudo é que a maioria é aposentada ou
agricultores, sendo que plantam em grande maioria para consumo próprio. Apenas uma
das residências visitadas realiza a produção de mel para a venda. Lembrando que grande
parte das residências na bacia é para outros fins, como casa de lazer.

7.3.3. Caracterização da Infraestrutura das áreas Urbanas

O município de Itabira começou a ser povoado em meados do Século XVIII


através dos tropeiros, que descobriram ouro de aluvião neste rio, e foi a partir deste
pequeno núcleo que a cidade se consolidou. A expansão desta malha urbana aconteceu
de forma lenta e gradativa, sofrendo maior adensamento no início do Século XIX
quando se iniciou a exploração do minério de ferro na região (FIP, 2014).
Além da Sede Municipal, Itabira possui dois distritos – Ipoema e Senhora do
Carmo – ambos com início da formação na época dos tropeiros, no início do século
XVIII, juntamente com a Sede Municipal (FIP, 2014).

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Existe uma constante preocupação com a salubridade e o provimento das


infraestruturas urbanas, principalmente quanto às abordagens higienistas, que se fazem
presentes em grande parte das concepções de planejamento urbano no Brasil (FIP,
2014).
Desta forma, busca-se qualificar as áreas do município de Itabira com relação ao
provimento de infraestruturas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta
de resíduos sólidos.
Em Itabira, a empresa responsável pela operacionalização do serviço público de
abastecimento de água é o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE. De acordo
com dados do IBGE (2010), 98,01% das áreas consideradas urbanas do município
recebem água própria para consumo, enquanto nas áreas rurais esse valor não atinge
10%, sendo que nas áreas rurais o abastecimento ocorre por poços artesianos ou
nascentes.
Na região de estudo, a maioria da comunidade recebe água proveniente de
nascentes, conforme Gráfico 1, sendo dos que possuem nascentes 4 dos entrevistados
não tratam a água, fazem somente o uso de filtros, já na residência que ocorre a
produção de mel para venda a água recebe tratamento adequado.

Gráfico 1. Abastecimento de água das residências.


Fonte: Autores (2019).

Nenhum dos entrevistados disse sobre a água está turva ou com mau odor.
Quanto à quantidade de água, apenas um dos entrevistados relatou ter observado a sua
redução nos últimos anos, nas nascentes e consequentemente no Córrego Mulungu.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE também é o responsável pelo
serviço de coleta e tratamento do esgoto doméstico da cidade de Itabira. A maior parte

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do esgoto doméstico é recolhido e tratado por uma Estação de Tratamento de Esgoto -


ETE.
Em Itabira, mais de 95% da população urbana recebe tratamento de efluente. Já
nas áreas rurais o despejo do esgoto ocorre in natura na água de rios e lagos ou utilizam
fossa séptica.
Quanto ao sistema de esgotamento sanitário da área de estudo, ficou dividido
entre as residências que possuem fossa séptica, despejam o esgoto no terreno ou
despejam seu esgoto direto no curso d’água, como visualizado pelo Gráfico 2.

Gráfico 2. Destino do esgoto das residências.


Fonte: Autores (2019).

A execução dos serviços de coleta e destinação final dos resíduos sólidos de


Itabira é de responsabilidade da Itaurb, empresa devidamente licenciada para a
realização da atividade.
A prática mais comum nas áreas rurais que não possuem coleta de resíduos
sólidos é a queima do lixo, ou até mesmo deposição do material em terreno baldio ou
logradouros.
Na região da sub-bacia não há a coleta de resíduos, todos os entrevistados
realizam a queima dos resíduos.
O serviço de energia elétrica de Itabira é administrado pela CEMIG –
Companhia Energética de Minas Gerais, de acordo com o censo demográfico,
disponível pelo IBGE (2010), a cidade de Itabira é totalmente atendida com energia
elétrica incluindo áreas urbanas e rurais.

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Todas as casas da comunidade do Córrego Mulungu, das quais responderam o


questionário, possuem energia elétrica em condições regulares proveniente da
concessionária mineira de energia que atende Itabira.

7.3.4. Caracterização das vias de acesso

As vias de acesso da região são todas rurais e não pavimentadas, sendo o maior
problema dessas vias a degradação do solo, que acarreta em erosões enormes atingindo
os terrenos e ruas da bacia hidrográfica.
Um dos maiores problemas relacionados ao acesso que foi relatado pela
população é que a rede de drenagem da rodovia, que corta a bacia, é jogada diretamente
nas estradas, como pode ser visto na Figura 23.

Figura 23. Drenagem da rodovia sendo jogada na estrada da Bacia Hidrográfica do Córrego
Mulungu.
Fonte: Autores (2019).

Quando há maior intensidade de chuva, a água desce da pista e atinge


diretamente as estradas de terra, isso ocasionando em uma grande erosão que tende a
crescer ainda mais. Por isso e para tentar mitigar o problema, a população fez um

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pequeno canal com o intuito de desviar a água e não erodir ainda mais a estrada,
conforme pode ser visto a partir da Figura 24.

Figura 24. Canal feito pela população no meio da estrada para desvio da água.
Fonte: Autores (2019).

Há no entorno da estrada uma grande erosão, que se não recuperada, poderá


ocasionar em maior degradação da estrada fazendo-a até o possível desaparecimento da
estrada no futuro, como pode ser visualizado por intermédio da Figura 25.

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Figura 25. Erosão de grande porte que atinge as vias de acesso.


Fonte: Autores (2019).

7.4. Zoneamento ecológico econômico

O Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais – ZEE-MG


consiste na elaboração de um diagnóstico dos meios geo-biofísico e sócio-econômico-
jurídico- institucional, gerando respectivamente duas cartas principais, a carta de
Vulnerabilidade Ambiental e a Carta de Potencialidade Social, que sobrepostas irão
conceber áreas com características próprias, determinando o Zoneamento Ecológico-
Econômico do Estado. O ZEE-MG tem a coordenação da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, participação de todas as Secretarias de
Estado de Minas, de outras entidades e da sociedade civil.

7.4.1. Potencialidade Social

A potencialidade social pode ser definida como o conjunto de condições atuais,


medido pelas dimensões produtiva, natural, humana e institucional, que determina o
ponto de partida de um município ou de uma microrregião para alcançar o

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desenvolvimento sustentável. Os fatores condicionantes da potencialidade social


utilizados neste Zoneamento foram: infra-estrutura de Transporte, atividades
econômicas, utilização das terras, estrutura fundiária, recursos minerais, ocupação
econômica, demografia, condições sociais, capacidade institucional, organizações
jurídicas, financeiras, de fiscalização e controle, ensino e pesquisa e de segurança
pública (Scolforo, Oliveira e Carvalho (2008).
A Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu foi classificada segundo sua
potencialidade social e está demonstrada na Figura 26 e discutida em seguida.

Figura 26. Potencialidade Social da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

Conforme a classificação de Scolforo, Oliveira e Carvalho (2008), a Bacia do


Mulungu apresenta em sua maior parte, ponto de partida muito favorável para o
desenvolvimento sustentável, ou seja, possui capacidade nos níveis estratégico, tático e
operacional de ser facilmente estimulada para alavancar o desenvolvimento sustentável
local, através da sua capacidade de oferecer resposta superior aos investimentos
realizados. Então, a sub-bacia apresenta características favoráveis e fornece subsídios
suficientes para estimular o desenvolvimento sustentável. Isso deve-se ao fato de que a
sub-bacia possuir capacidade produtiva e humana, além de recursos naturais, que juntos
permitem o desenvolvimento do local e a implantação de empreendimentos.

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Pequenas áreas da bacia são consideradas como ponto de partida pouco


favorável para o desenvolvimento sustentável, essa situação se traduz na capacidade
limitada que possuem de oferecer resposta proporcional aos investimen-tos realizados
em áreas estratégicas ou em setores específicos. Portanto, são áreas que necessitam de
serem estimulados por políticas públicas e por investimentos fortes, em setores
intermediários e básicos de desenvolvimento local (Scolforo, Oliveira e Carvalho
(2008)).

7.4.2. Vulnerabilidade natural

Entende-se como vulnerabilidade natural a incapacidade de uma unidade


espacial resistir e/ou recuperar-se após sofrer impactos negativos decorrentes de
atividades antrópicas consideradas normais, isto é, não-passíveis de licenciamento
ambiental pelo órgão competente. Assume-se que, se uma unida-de espacial apresenta
um dado nível de vulnerabilidade ambiental a uma atividade antrópica normal, ela
também terá um nível igual ou superior para uma atividade econômica passível de
licenciamento. Deve-se ressaltar que a vulnerabilidade natural é referente à situação
atual do local. Logicamente, áreas altamente antropizadas são menos vulneráveis a
novas atividades humanas do que áreas ainda não antropizadas. Por exemplo, ao
remover uma floresta o homem modifica o ambiente, provavelmente de maneira
irreversível. Já uma pastagem, que eventualmente tenha dado lugar a uma cultura
agrícola, será capaz de regenerar-se com maior facilidade, caso a cultura agrícola seja
abandonada.

Entende-se como vulnerabilidade natural a incapacidade de uma unidade


espacial resistir e/ou recuperar-se, após sofrer impactos decorrentes de atividades
antrópicas consideradas normais.

Os fatores condicionantes da vulnerabilidade natural, utilizados neste


Zoneamento foram: integridade da Flora, integridade da Fauna, susceptibilidade dos
solos à contaminação, susceptibilidade dos solos à erosão, suscetibilidade geológica à
contaminação das águas subterrâneas, disponibilidade natural de água e condições
climáticas.

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A vulnerabilidade natural da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu pôde ser


caracterizada segundo a Figura 27, e os critérios descritos abaixo, sendo assim é dita
principalmente como baixa, com alguns pontos de muito baixa ou média.

Figura 27. Vulnerabilidade Natural da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

Segundo Scolforo, Oliveira e Carvalho (2008), a vulnerabilidade natural da


bacia do mulungu é em grande parte considerada baixa, nesta classe de vulnerabilidade,
as áreas apresentam baixas restrições quanto à utilização dos recursos naturais. Alguns
fatores condicionantes determinam um nível médio de vulnerabilidade, porém, a
maioria dos fatores apresenta baixa vulnerabilidade natural. As estratégias de
desenvolvimento dessas áreas devem apontar para ações que ofereçam baixo impacto
potencial aos fatores limitantes.
Outras áreas da bacia, não muito significativas, foram caracterizadas como
média e essa por sua vez, apresentam restrições moderadas quanto à utilização dos
recursos naturais. As estratégias de desenvolvimento dessas áreas devem apontar para
ações que não ofereçam danos potenciais ao fator limitante.
E por fim, com menos quantidades, foram detectadas áreas de vulnerabilidade
natural muito baixa, ou seja, as áreas quase não apresentam restrições significativas

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quanto à utilização dos recursos naturais, pelo fato de que os mesmos se encontram
atualmente já com elevado poder de resiliência. A combinação de fatores
condicionantes determina esse nível de vulnerabilidade natural demandando
preocupações menos severas para implantação de qualquer empreendimento.

7.4.3. Índice Ecológico Econômico

O índice Ecológico-Econômico (IEE) é o resultado da combinação lógico-


intuitiva dos vários níveis de potencialidade social com os de vulnerabilidade natural.
As possíveis combinações permitem agrupar áreas semelhantes quanto à severidade dos
problemas ambientais e dos potenciais sociais que nelas podem ser encontrados.
Assim, o IEE fornece subsídios para que a proposta de zoneamento seja balizada
por fatores determinantes do ambiente natural e social. Abaixo é apresentado o método
de classificação das combinações dos níveis de vulnerabilidade natural e potencialidade
social. Dessa forma foram estabelecidas seis zonas de desenvolvimento, conforme a
legenda da Figura 28.

Figura 28. Índice ecológico-econômico da Bacia Hidrográfica do Córrego Mulungu.


Fonte: Autores (2019).

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A bacia de Mulungu pode ser considerada como áreas de baixa vulnerabilidade


em locais de alto e médio potencial social que segundo Scolforo, Oliveira e Carvalho
(2008), é formada pela classe AA do IEE. Essas áreas possuem alto potencial social,
facilidade de desenvolvimento e de causar impactos sócio-ambientais, e são capazes de
estimular o desenvolvimento sustentável local.
Essas áreas permitem que os empreendedores implantem medidas mitigadoras
de impactos devido à sua baixa vulnerabilidade.

8. PLANO DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

8.1. Atores envolvidos

Os Atores envolvidos são os agentes fundamentais para a realização para o plano


de manejo de bacias hidrográficas, podemos destacar como sendo esses agentes:
a) Proponentes do Plano: Professor Glaucio Marques na disciplina Manejo de
Bacias Hidrográficas do curso de Engenharia Ambiental da Universidade
Federal de Itajubá - Campus Itabira
b) Equipe técnica: Alunos do curso de Engenharia Ambiental da Universidade
Federal de Itajubá - Campus Itabira
c) Responsáveis pela tomada de decisão: Comitê de Bacias que é o órgão que
concede a aprovação para a intervenção na bacia.
d) Poder Público: Conselho Municipal de Meio Ambiental (CODEMA), Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (SMMA).
e) Comunidade: Comunidade do Córrego Mulungu

8.2. Adequação de áreas de pastagens e solo exposto

As práticas inadequadas de manejo de pastejo são um dos maiores motivos que


ocasionam degradação das pastagens. Rodrigues, Quadros e Ramos (2000) alertam que
o processo de degradação se inicia na pastagem quando o limiar de resistência da planta

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é transgredido pela desfolha e nenhuma ação de recuperação é adotada para que o


problema seja revertido.
Alguns outros fatores estão relacionados com a inadequação de manejo do
pastejo levando o solo a perder a pastagem e se transformando em solo exposto assim a
degradação da pastagem.
Segundo M. Macedo et al. As causas mais importantes da degradação das
pastagens estão relacionadas com:
1) germoplasma inadequado ao local;
2) má formação inicial da pastagem causada pela ausência ou mau uso de
práticas de conservação do solo, preparo do solo, correção da acidez e/ou adubação,
sistemas e métodos de plantio, manejo animal na fase de formação;
3) manejo e práticas culturais como uso de fogo como rotina, métodos, épocas e
excesso de roçagens, ausência ou uso inadequado de adubação de manutenção;
4) ocorrência de pragas, doenças e plantas invasoras;
5) manejo animal impróprio com excesso de lotação, sistemas inadequados de
pastejo;
6) ausência ou aplicação incorreta de práticas de conservação do solo após
relativo tempo de uso de pastejo, etc.
Algumas técnicas para a manutenção e monitoramento da área precisam ser
adotadas para que seja recuperado o solo exposto e que a pastagem mantenha sempre
em bom estado.
Na bacia existem áreas de pastagens que estão muito degradadas, locais onde
apresentam maior parcela de solo exposto do que pastagem, com a aplicação correta de
alguns métodos de recuperação de solo e pastagem, esses locais retornarão a crescer
pastagem fornecendo uma melhor condição para a agropecuária local.
Na recuperação da área irá ser feito:
a) Terraceamento: Que é uma técnica que visa à proteção do solo contra as erosões
causadas pelo escoamento acelerado da água em áreas de vertentes. Empregada
em terrenos muito inclinados, permitindo o seu cultivo e, simultaneamente, o
controle da erosão hídrica. Baseia-se na criação de terraços através do
parcelamento de rampas niveladas.

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b) Gradagem e Aração: Gradagem é uma técnica de preparação do solo para cultivo


agrícola posterior à aração, que por sua vez, método mais comum de preparo do
solo, com bons índices de êxito na formação de pastagens. Neste método de
preparo deve-se ter cuidado para que o solo não fique muito pulverizado, pois
assim as sementes podem atingir grandes profundidades após a incorporação.
c) Enriquecimento do solo: O enriquecimento do solo é fundamental para que haja
uma gestão eficiente dos recursos. E para ser fértil, ele precisa ser trabalhado
constantemente de forma correta, na área em estudo irá ser feito o
enriquecimento desse solo a partir do calagem que é a etapa do preparo do solo
para cultivo agrícola na qual se aplica calcário com os objetivos de elevar os
teores de cálcio e magnésio, neutralização do alumínio trivalente e corrigir o pH
do solo. Além da calagem também será feita a adubação desse solo.
d) Distribuição de sementes: Para o plantio e formação da pastagem serão
utilizadas sementes de Capim Brachiara, o uso dessa espécie se deve a sua
vantagem que são sementes: sem problemas de estabelecimento, apresentam
formação rápida, fazem uma boa cobertura do solo, apresentam uma boa
resistência a formigas cortadeiras, tolerante a secas, rápida brotação e
recuperação após as primeiras chuvas.
e) Plano de rotatividade do gado: A rotatividade do gado é necessária no manejo
após o estabelecimento da pastagem, de forma que essa rotatividade ajuda a
agredir menos a pastagem e o solo assim possibilitando uma melhor recuperação
da pastagem quando o gado não estiver no local.

8.3. Controle dos animais de criação

A conservação da vegetação ciliar é fundamental para a qualidade da água dos


corpos hídricos. O Código Florestal Brasileiro, lei n° 12.651/2012, considera as faixas
marginais de qualquer curso d’água natural, em áreas rurais e urbanas, como Áreas de
Preservação Permanente (APP) (BRASIL, 2012). Assim, além da conservação das áreas
existentes de vegetação ciliar, a lei estabelece que devem ser recompostas as áreas de
APP que foram alteradas por atividades antrópicas.

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A agropecuária é uma das atividades econômicas realizadas na microbacia do


Córrego Mulungu. Desta forma, faz-se necessária a proteção das nascentes e margens
dos cursos d’água nos pontos onde os animais transitam para evitar a compactação do
solo e processos erosivos possibilitando o restabelecimento da vegetação ciliar nos
locais e minimizando o aporte de sedimentos e contaminantes provenientes dos animais
nos corpos d’água.
Para evitar o trânsito dos animais nas áreas de APP propõe-se as seguintes
medidas:
a) Cercamento das áreas de nascentes e margens dos cursos d’água para impedir o
acesso das criações, como gado;
b) Recuperação das áreas de APP no entorno dos cursos d’água. Após o bloqueio das
APP, deverão ser adotadas medidas de controle e extinção de espécies invasoras
exóticas (inclusive para evitar a atração de animais domésticos) e de formigas. O
plantio deverá apresentar mudas de espécies pioneiras, secundárias e tardias,
utilizando-se de espécies nativas da microbacia.

8.4. Adequação de estradas rurais

Após a realização do diagnóstico socioambiental, verificou-se que as condições


das estradas rurais são um ponto de insatisfação para os moradores da bacia. Polido
(2011) comenta que além das demais práticas de manejo e conservação dos solos, um
processo de implantação e adequação das estradas rurais bem gerido é capaz de
proporcionar reduções tanto no controle de erosões, como nos custos de manutenção.
Assim, é muito importante que técnicas de engenharia sejam aplicadas nas áreas
identificadas como potenciais fontes de processos erosivos ou que já apresentem
problemas.
Após a visita de campo, verificou-se que as principais demandas em relação às
estradas da microbacia são relacionadas a erosão em alguns taludes e trechos das
estradas, além da necessidade de adequação dos sistemas de drenagem das vias. Abaixo
seguem informações a respeito de técnicas que podem ser utilizadas para resolução dos
problemas.

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8.4.1. Retaludamento

É um processo de terraplanagem onde é realizada a adequação da inclinação dos


taludes com risco de deslizamento ou propensão à erosão, por meio de cortes ou aterros,
a fim de estabilizá-los.
Esta técnica é amplamente utilizada devido à sua simplicidade e eficácia.
Entretanto, necessariamente, deve estar associada à obras de drenagem e técnicas de
revegetação, a fim de proporcionar a redução da velocidade do escoamento superficial
da água da chuva, minimizando os processos erosivos, controlando a drenagem e
potencializando a conservação das vias rurais.

8.4.2. Revegetação dos taludes

A cobertura vegetal sobre o solo é responsável pela proteção contra os processos


erosivos provocados principalmente pela ação da água precipitada pela chuva, evitando
o impacto direto das gotas que provocam a desagregação da estrutura do solo. A
vegetação também aumenta a rugosidade do terreno, reduzindo a velocidade do
escoamento superficial e possibilitando um aumento da infiltração da água no solo.
Além disso, a cobertura vegetal disponibiliza matéria orgânica e nutrientes para o solo,
contribuindo para a biodiversidade de microrganismos no solo. Assim, há uma melhora
na estrutura e agregação do solo, diminuindo sua susceptibilidade a erosão.
A adoção de técnicas de revegetação em taludes, principalmente, naqueles que
sofreram obras de retaludamento, deve ser implementada imediatamente após a
recomposição a fim de impedir os processos erosivos causados pelo vento e pelas
chuvas. Assim, evita-se o carreamento de sedimentos para as estradas, sistemas de
drenagem e cursos d’água.
O Boletim Técnico n° 001, do Centro Brasileiro para Conservação da Natureza e
Desenvolvimento Sustentável (CBCN), afirma que “dos métodos para ancoramento de
sedimentos, o de maior aplicabilidade técnico-econômica e o mais adequado
ambientalmente é representado pela estabilização do solo pela revegetação” (COUTO,
et al., 2010, p. 63). Completa ainda que devem ser adotadas espécies que apresentem
raízes profundas e desenvolvidas a fim de ampliar o volume do solo que será

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estabilizado e que é comum o uso do consórcio entre leguminosas e gramíneas por


causa da rapidez de propagação, crescimento e recobrimento dessas espécies.
A utilização de espécies em consórcio possibilita maior ciclagem de nutrientes e
porcentagem de recobrimento do solo, além de diminuir a ocorrência de pragas. As
variações nas espécies também possibilita o alcance de diferentes profundidades do solo
pois as raízes das plantas possuem tamanhos diferenciados, possibilitando uma maior
estabilização laminar (COUTO, et al., 2010).

8.4.3. Sistema de drenagem das vias

De acordo com CEPA (2009), a falta de conservação em estradas rurais pode ser
apontada como um fator relevante na queda da qualidade ambiental e dos corpos
hídricos, pois possibilita o carreamento de materiais sólidos e a existência de processos
erosivos.
A adoção de medidas que reduzam os efeitos do escoamento superficial da água
é muito importante para evitar as consequências danosas nas estradas e entorno. Assim,
os sistemas de drenagem são utilizados para evitar o acúmulo de água pluvial nas vias e
adjacências, direcionando para canais de escoamento, bacias de acumulação
(barraginhas) ou outro tipo de sistema (GRIEBELER et al., 2005).
Os sistemas de drenagem deverão considerar em seu dimensionamento a vazão
esperada, tipo de solo e sua suscetibilidade à erosão e o sistema de drenagem, para que
ocorra um funcionamento adequado evitando o carreamento de solo (GRIEBELER,
2009).
A canalização das águas pluviais ocorrerá por meio da instalação de canaletas de
concreto ao longo das vias nos trecho mais íngremes de modo a evitar que a enxurrada
ocasione o carreamento de parte da estrada. As canaletas deverão ser direcionada para
caixas coletoras que estarão interligadas em escadas d’água que direcionarão
corretamente as água pluviais para os cursos d’água.
Já nos trechos onde as vias não possuem grande desníveis, as águas pluviais
serão direcionadas para pequenas barragens (barraginhas) ao longo das vias de modo a
coletar as água e proporcionar sua infiltração no solo e o não carreamento do solo para
os cursos d’água. As barraginhas deverão ser feitas realizando pequenas escavações no

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solo próximas às vias, com áreas inferiores a 25 m². As barraginhas são planejadas para
conter o escoamento superficial da água (enxurradas) em estradas rurais. As dimensões
das barraginhas têm em média 5 metros de raio em barragens semicirculares, e sua
construção deve ser realizada em terrenos com até 12% de declividade (BARROS,
2008).

8.5. Lançamento de efluente no córrego

Através da aplicação dos questionários, identificou-se que na maioria das


residências não existe saneamento básico, desta forma os efluentes em sua maior parte
são lançados in natura diretamente nos cursos d'água, sendo que apenas em uma das
residências visitadas, os efluentes são lançados em uma fossa biodigestora, como
verificado pela Figura 29.

Figura 29. Fossa biodigestora localizada em uma residência na bacia.


Fonte: Autores (2019).

A falta de saneamento básico é um problema cada vez mais grave no país,


principalmente em áreas rurais, onde pouco se sabe sobre os indicadores de água e
esgoto. Sem os serviços de coleta de esgoto e tratamento de água, há grandes riscos às
populações residentes nesses locais, devido ao risco potencial da propagação de doenças
de veiculação hídrica, bem como de problemas ambientais.

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O saneamento na área rural possui uma complexidade devido ao baixo


adensamento de pessoas, tornando inviável a construção das tradicionais redes de coleta
e tratamento. Sendo assim a fossa biodigestora se torna uma tecnologia assertiva que
auxilia na diminuição de ocorrência de doenças e transforma o material gerado em
biofertilizante, contribuindo de maneira efetiva para o tratamento dos esgotos nessas
zonas.
O direito ao saneamento básico é regido pela Lei nº13.317, de 24 de Setembro
de 1999, a qual contém o Código de Saúde do Estado de Minas Gerais, que determina
que (MINAS GERAIS, 1999):
Art. 3º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado
promover as condições indispensáveis a seu pleno exercício.
Art. 4º - Consideram-se fatores determinantes e condicionantes da saúde da
população, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais, bem como as ações que se destinem a garantir às
pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
Art. 42 - Para os efeitos desta Lei, saneamento é o conjunto de ações, serviços
e obras que visam a garantir a salubridade ambiental por meio de: I -
abastecimento de água de qualidade compatível com os padrões de
potabilidade e em quantidade suficiente para assegurar higiene e conforto; II -
coleta, tratamento e disposição adequada dos esgotamentos sanitários; III -
coleta, transporte, tratamento e disposição adequada dos resíduos sólidos,
líquidos e gasosos; IV - coleta e disposição ambientalmente adequadas dos
resíduos sólidos provenientes do tratamento de esgotamentos sanitários; V -
coleta, transporte e disposição final dos resíduos sólidos urbanos; VI -
drenagem de águas pluviais; VII - controle de animais vetores, hospedeiros,
reservatórios e sinantrópicos.
Art. 48 - A construção considerada habitável será ligada à rede coletora de
esgoto sanitário.
§ 1º - Quando não houver rede coletora de esgoto sanitário, o órgão prestador
do serviço indicará as medidas técnicas adequadas à solução do problema.
Art. 49 - O sistema público de coleta de esgoto tratará o esgoto coletado antes
de lançá-lo em curso de água.
Parágrafo único - É vedado o lançamento de esgoto sanitário em galeria ou
rede de águas pluviais. (MINAS GERAIS, 1999).

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Apesar da legislação estabelecer direitos e deveres para que o lançamento de


efluentes seja realizado que forma correta, a mesma é nitidamente descumprida na bacia
do córrego Mulungu.
Com o propósito de garantir eficiência no plano em questão, propõe-se a
construção de métodos alternativos de tratamento de efluentes, como a fossa séptica
biodigestora.
Essa solução tecnológica, possui fácil instalação e custo acessível, que trata o
esgoto do vaso sanitário (ou seja, somente a água com urina e fezes humanas) de forma
eficiente, além de produzir um efluente que pode ser utilizado no solo como fertilizante.
O sistema básico, dimensionado para uma residência com até 5 moradores, é composto
por três caixas interligadas e a única manutenção é adicionar mensalmente uma mistura
de água e esterco bovino fresco (5 litros de cada), que fornece as bactérias que
estimulam a biodigestão dos dejetos, transformando-os em um adubo orgânico, de
comprovada eficácia e segurança. O tratamento não gera odores desagradáveis, não
procria ratos, moscas e baratas, evita contaminação do meio ambiente, gera
produtividade saudável e economia em insumos na agricultura familiar.
Alguns projetos de editais cujo financiamento é público, como o da EMBRAPA,
subsidiam recursos para a aquisição de materiais para a construção de fossas, sendo
assim podem ser submetidos projetos em parceria com a comunidade acadêmica da
UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá campus Itabira, que está localizada próxima
a área da bacia. Essa parceria poderá promover um benefício mútuo à comunidade e aos
alunos, pois além de agregar vivência aos discentes, garantirá uma melhor qualidade de
vida à população da bacia e ao meio ambiente, bem como uma redução nos custos para
a instalação dessas fossas.

8.6. Educação Ambiental

A bacia hidrográfica é considerada como uma unidade física ideal para o manejo
e gestão ambiental, principalmente para ações de educação ambiental quando se
objetiva desenvolver temas de modo interdisciplinar e compreensivo, incluindo toda a
comunidade da bacia hidrográfica (SANTOS & RUFINO, 2003).

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8.6.1. Conservação e Proteção

A degradação de ambientes naturais rurais ocorre muitas vezes pelo


desconhecimento dos impactos da população local. A falta de informação causa o
impacto negativo degradando o meio ambiente. Desse modo, se fez necessário realizar
novamente a aplicação de um questionário mais aprofundado, para entender a percepção
dos moradores e com isso, trabalhar na parte de conscientização e educação ambiental,
sendo criada palestras e oficinas interativas envolvendo temas como resíduos sólidos,
tratamento de água e esgoto, queimadas, desperdício e caça, entre outros.
Em relação à expansão das áreas agrícolas é extremamente necessário realizar
atividades nessa área, já que a região pode se tornar cada vez mais vulnerável devido ao
fato da comunidade rural não ter conhecimento de como aproveitá-la e assegurar um
desenvolvimento sustentável. Dessa forma, algumas medidas vêm sendo tomadas para
garantir a conservação de espaços protegidos e dos fragmentos dos biomas brasileiros,
como a Reserva Legal averbada e o Cadastro Ambiental Rural (CAR). É importante que
a comunidade entenda a importância desses procedimentos que são regulamentados e
obrigatórios para todos os proprietários rurais, pois os a falta de conhecimento e
cumprimento desses cadastros, podem gerar advertências e multas, e a não autorização
ambiental ou crédito rural e, além disso, só este cadastro permite o uso consolidado de
Áreas de Preservação Permanente. Portanto, é necessário orientar os proprietários das
terras quanto às questões legais e seus benefícios, conservação e proteção da vegetação
nativa.
Para a conscientização e redução do desconhecimento da comunidade quanto às
questões ambientais e conservação da bacia, a consultoria julgou como imprescindível
as seguintes ações:
a) Visita à Bacia do Córrego Mulungu para aplicação do questionário
socioambiental participativo na comunidade para entender o grau de
conhecimento da maioria dos moradores;
b) Palestras e oficinas relacionados a resíduos sólidos, tratamento de água e
esgoto;
c) Informar a comunidade sobre o tamanho da reserva legal e como realizar o
cadastramento das propriedades rurais;

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d) Informar sobre as Cotas de Reserva Ambiental e de pagamentos por serviços


ambientais e os benefícios econômicos para os proprietários;
e) Instruir os proprietários a realizar o manejo sustentável dos recursos ambientais
disponíveis na região, como a preservação da vegetação nativa para a bacia e a
formação de corredores ecológicos;
f) Palestras e oficinas educativas, a respeito de caça, queimadas, uso excessivo e
manejo inadequado de resíduos, desperdício de água, implantação de cisternas e
seus direitos como cidadãos.
g) Capacitar pessoas interessadas em realizar o cadastramento rural das
propriedades;

8.6.2. Saneamento

Após a caracterização sanitária da bacia do Córrego Mulungu, percebeu-se que


esta possui condições precárias de saneamento. A comunidade não possui água tratada,
coleta de efluentes e resíduos sólidos.
Segundo Ribeiro e Rooke (2010), pode-se dizer que saneamento caracteriza o
conjunto de ações socioeconômicas que tem por objetivo alcançar salubridade
ambiental. Os autores completam que a utilização do saneamento como instrumento de
promoção da saúde, pressupõe a superação dos entraves tecnológicos, políticos e
gerenciais que tendem a dificultar a extensão dos benefícios aos residentes em áreas
rurais, municípios e localidades de pequeno porte.
Além da destinação correta dos efluentes se faz necessária medidas de Educação
Ambiental que visem conscientizar a população quanto aos problemas do lançamento de
efluentes in natura, sendo assim são sugestivos trabalhos de palestras para a
comunidade.

8.6.3. Esgotamento Sanitário

Na realização das visitas às residências e aplicação dos questionários,


identificou-se que não existe coleta pública dos efluentes gerados pelas famílias
residentes, algumas residências possuem fossas, uma residência em específico tem fossa

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biodigestora, pois o responsável é apicultor e necessita deste tipo de fossa, por fim, a
grande maioria joga o efluente no corpo hídrico in situ. Sendo assim, percebe-se que
esta é uma problemática ambiental muito evidente na área e que a população pode se
prejudicar por meio da propagação de doenças de veiculação hídrica.
No estudo realizado por Miranda, o autor retrata doenças causadas por
diferentes grupos, sendo estes: doenças transmitidas pela água; doenças controladas pela
limpeza da água; doenças associadas às águas; doenças cujos vetores se relacionam com
a água e doenças associadas ao destino dos dejetos.
Ainda, após análise da legislação mineira, o autor destaca que esta concebe
claramente o saneamento básico como um direito de todos os cidadãos, uma vez que é
considerado essencial para a qualidade de vida da população. Em âmbito estadual, a Lei
n. 13.317/99, do Código de Saúde, delimita as responsabilidades quanto ao tratamento
de efluentes.
Como o órgão público responsável pelo esgotamento urbano e rural não cumpre
com suas responsabilidades na bacia, é necessário realizar medidas de educação
ambiental que minimizem o problema. Para isso, propõe-se palestras e cursos para
exposição e conscientização da população quanto aos problemas decorrentes do
lançamento in natura, destacando principalmente os problemas relacionados a
contaminação dos cursos hídricos e suas consequências, como propagação de doenças
de veiculação hídrica, danos à fauna aquática, perda da qualidade das águas, entre
outros.
Uma opção para solucionar essa questão é a fossa séptica, recorrendo ajuda da
prefeitura, caso a mesma não dê auxílio, propõe-se a criação de uma estrutura para uma
associação de moradores, contribuindo para o fortalecimento das ações e da
representatividade frente aos órgãos públicos. Dentro desta temática, sugere-se a oferta
de minicursos aos representantes visando capacitá-los para submissão de projetos em
editais de financiamento público, como o programa do Itaú, Ecomudança. Por meio
destes projetos, a associação pode captar recursos para a aquisição de materiais para
construção de métodos alternativos de tratamento de efluentes, como a fossa séptica
citada anteriormente, fazendo com que os efluentes não sejam mais depositadores
diretamente nos cursos d’água.

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Outras fontes podem ser alvos para captação de recurso como, por exemplo, a
mobilização política para direcionamento de recursos para investir em tecnologias de
tratamento, a promotoria pública, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e
Meio Ambiente, a parceria com entidades de prestação de serviços ambientais como a
Sociedade Ambiente Vivo de Itabira (SAVI), entre outras.

8.6.4. Abastecimento de água

De acordo com os levantamentos realizados na bacia, os moradores não contam


com abastecimento público de água, sendo que a fontes citada foi de maneira mais
ampla, as nascentes. Sendo assim, recomendam-se ações focadas na melhoria ou
garantia da qualidade das águas dessa fonte.
Para garantir a qualidade dessas águas que chegam até às residências, faz-se
necessária a conscientização da população quanto à importância de preservar os
recursos. Propõem-se, então, palestras educativas para toda a comunidade, que aborde
os principais parâmetros para análise da qualidade da água. Além disso, é necessário
abordar os impactos decorrentes da poluição dos recursos hídricos e do consumo da
água sem tratamento.
Recomenda-se o desenvolvimento de ações práticas junto à população, como
revegetação da mata ciliar e cercamento das nascentes. Por meio destas, evita-se o
assoreamento das nascentes e impede-se o acesso de gado e o consequente pisoteio e
contaminação por fezes animais, melhorando assim a qualidade da água obtida nas
residências.
Quanto à água utilizada nas residências para consumo humano, recomenda-se a
abordagem de técnicas caseiras de tratamento da água, sendo possível assim a
eliminação de alguns patógenos, evitando a contaminação humana por doenças de
veiculação hídrica.

8.6.5. Resíduos Sólidos

Conforme levantado no diagnóstico socioambiental, não existe coleta pública de


lixo na bacia do Córrego Mulungu. Dessa forma, a totalidade dos moradores amostrados

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citou a incineração como destino final dos resíduos produzidos, alguns tipos de resíduo
como vidro e ou construção civil são dispostos em um buraco em uma pedra.
De acordo com Rocha (2012), devido ao fato dos moradores de áreas rurais
acreditarem que a produção de resíduo é pouca, acabam não se preocupando com os
problemas ambientais, cabendo aos agentes públicos atuarem em sua conscientização.
Sabe-se que a incineração de resíduos a céu aberto é prejudicial ao meio ambiente e é
crime, conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605/1998). A queima de
determinados plásticos libera furanos e dioxinas (compostos gasosos cancerígenos),
além do dióxido de carbono, principal gás do efeito estufa (MASTER AMBIENTAL,
2013). Visando minimizar tais impactos, propõem-se algumas medidas, objetivando a
conscientização da população e o contato com órgãos públicos responsáveis.
Primeiramente é necessária articulação com o poder público, para que sejam
discutidas as possibilidades de coleta pública na bacia pela Empresa de
Desenvolvimento Urbano de Itabira (ITAURB). Paralelamente a essa medida, de forma
mais imediata, sugere-se que os moradores articulem um revezamento para transportar
os resíduos até o ponto de coleta mais próximo. Destaca-se que essa medida é de curto
prazo, até que a coleta pela ITAURB seja consolidada.
Outras medidas a serem adotadas na bacia são palestras e oficinas sobre
compostagem e reciclagem. A compostagem, além de auxiliar na redução de resíduos,
seria uma atividade útil no contexto local. A adoção de técnicas de separação de lixo
para reciclagem pode, ainda, configurar uma fonte de renda extra à população da área
que em grande parte possui baixa renda.
Destaca-se ainda, a importância de palestra de conscientização a educadores e
agentes comunitários, para que estes sejam multiplicadores e disseminadores de
conhecimento acerca da gestão dos resíduos sólidos.

8.7. Proteção das Nascentes

As nascentes são fontes de água que surgem em determinados locais da


superfície do solo e são facilmente encontradas no meio rural. Elas correspondem ao
local onde se inicia um curso de água (rio, ribeirão, córrego), seja grande ou pequeno.

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As nascentes (ou mananciais) se formam quando o aquífero atinge a superfície e,


consequentemente, a água armazenada no subsolo jorra (mina) na superfície do solo.
De acordo com o Código Florestal Brasileiro, a Área de Preservação Permanente
(APP) no entorno de uma nascente deve possuir um raio mínimo de 50 metros, porém,
para as áreas consolidadas, ou seja, áreas rurais com ocupação humana existentes antes
de 22 de julho de 2008, para qualquer imóvel rural será obrigatória a recomposição da
APP com raio mínimo de 15 metros, utilizando, preferencialmente, espécies nativas,
dependendo do tamanho da propriedade (BRASIL, 2012). Tecnicamente, é
recomendado o cercamento das APPs para proteção da regeneração natural e/ou
desenvolvimento das espécies plantadas, mas não é obrigatório.
As estratégias de preservação das nascentes devem englobar pontos básicos
como: controle da erosão do solo por meio de estruturas físicas e barreiras vegetais de
contenção, minimização de contaminação química e biológica, e evitar, ao máximo, as
perdas de água através da transpiração das plantas.
As principais causas da degradação que ocorrem nas nascentes são:
a) Corte intensivo das florestas nativas;
b) Queimadas;
c) Pastoreio intensivo;
d) Mau planejamento na construção de estradas;
e) Loteamentos em locais impróprios;
f) Reflorestamento.

O processo de recuperação e conservação das nascentes consiste, basicamente,


em três fundamentos básicos, ou seja, proteção da superfície do solo, criação de
condições favoráveis à infiltração da água no solo e a redução da taxa de
evapotranspiração.
Na bacia do Córrego do Mulungu, pode-se observar tanto visualmente quanto na
conversa com os moradores que as nascentes se encontram muito bem conservadas e
protegidas, tanto por cercas quanto pela vegetação nativa.
Assim, propõe-se a realização apenas de uma campanha de conscientização com
os proprietários da importância das nascentes, para que eles continuem mantendo a
preservação já existente.

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9. CRONOGRAMA

Tendo em vista o prazo de um ano para realização das atividades, propõe-se um


cronograma para orientar o planejamento das ações propostas, demonstrado pelos
Quadros 2 e 3 a seguir:

Quadro 2. Planejamento para elaboração do documento.

Elaboração do Plano de manejo


Mês
Atividade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Reconhecimento de campo x
Diagnóstico da área x x
Elaboração do plano x x x
Veiculação do plano para a sociedade x
Fonte: Autores (2019).

Quadro 3. Planejamento para execução das atividades.

Adequação ambiental
Atividade Mês
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Adequação de áreas de pastagens e solo exposto
Terraceamento xx
Gradagem e Aração x
Enriquecimento do solo x
Distribuição de sementes xx
Plano de rotatividade do gado x
Controle dos animais de criação
Cercamento das áreas x
Medidas de controle e extinção de espécies invasoras x x
Adequação de estradas
Retaludamento
Revegetação dos taludes xxx
Sistema de drenagem das vias xxx

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Saneamento
Instalação de fossas sépticas xxx
Capacitação para tratamento doméstico para
x
consumo de água
Atividades de educação ambiental
Palestras e oficinas educativas xx
Cursos e capacitações xx
Fonte: Autores (2019).

10. CUSTOS

10.1. Áreas de pastagem e solos expostos

Para a recuperação da pastagem e do solo exposto é proposto algumas atividades


que são destacadas no quadro abaixo.

Quadro 4. Custo da recuperação da pastagem e solo exposto.

Recuperação da pastagem e solo exposto

Atividade Área (ha) Preço (R$/ha) Preço total (R$)

Terraceamento 65 600,00 39.000,00

Gradagem e Aração 65 200,00 13.000,00

Enriquecimento do solo
65 110,00 7.150,00
(calagem + adubação)

Distribuição de semente 65 100,00 6.500,00

Subtotal 65.650,00
Fonte: Autores (2019).

10.2. Controle dos Animais de Criação

Para o controle de animais e criação e garantia da preservação dos corpos


hídricos, propõe-se o cercamento das APP na região da microbacia. O Quadro 5

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apresenta os custos levantados para cercamento das áreas de preservação permanente


utilizando cercas de 04 fios de arame farpado e estacas de eucalipto tratado.

Quadro 5. Custo do cercamento de APP.

Cercamento de APP

Preço Total
Material Quantidade Preço (R$/m)
(R$)

140 (rolo com


Arame farpado 58.000 m 32.480,00
250m + prego)

Estacas de Eucalipto Tratado 4834 3,00 14.502,00

80,00
Mão de Obra 2 (pessoas) 9.600,00*
Pessoa/dia

Subtotal 56.582,00
Fonte: Autores (2019).

* levando em consideração o cronograma de 60 dias para realizar o cercamento.

10.3. Estrada rural

No Quadro 6, apresenta-se o levantamento dos custos para conservação das


estradas inseridas na bacia em estudo.

Quadro 6. Levantamento de custos para conservação das estradas rurais

Conservação das estradas rurais

Quantidade (km) Preço (R$/Km) Preço Total (R$)

4,25 74.967,41 318.611,50


Fonte: DNIT (2009).

10.4. Educação Ambiental

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Para a implantação da educação ambiental na comunidade, serão feitas algumas


atividades para que a população consiga entender melhor a importância do manejo
correto da bacia, trazendo benefício para a comunidade, a partir dessas atividades
realizadas a comunidade passa atuar diretamente na recuperação e manejo dessa bacia,
para essas ações os custos estão dispostos no Quadro 7.

Quadro 7. Custos para atividades de Educação ambiental

Educação Ambiental na Comunidade

Atividade Quantidade Preço (R$/h) Preço total (R$)


(horas)

Palestras e oficinas 8 150,00 1.200,00


educativas

Cursos e capacitações 8 200,00 1.600,00

Subtotal 2.800,00
Fonte: Autores (2019).

10.5. Custo Total

Quadro 8. Custo Total.

Custo Total de Adequação

Atividade Custo (R$)

Recuperação de pastagem e solo exposto 65.650,00

Controle de animais de criação (cercamento APP) 56.582,00

Conservação de estradas rurais 318.611,50

Educação Ambiental 2.800,00

TOTAL 443.643,5
Fonte: Autores (2019).

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11. RESULTADOS ESPERADOS

A elaboração do Plano de Manejo e a Adequação Ambiental na Bacia do


Córrego Mulungu têm como principal objetivo estabelecer o equilíbrio social, ambiental
e econômico dentro da bacia, de maneira a oferecer melhorias nas condições de vida da
população inserida na mesma, garantindo usos adequados dos recursos hídricos.
Desta maneira, espera-se que com a realização das propostas sugeridas no Plano
de Adequação Ambiental, consiga-se manter as boas práticas já existentes na bacia,
adequando os itens que ainda faltam para garantir o equilíbrio social e ambiental dentro
da bacia.
Salienta-se que, a adequação e conservação da bacia são de grande importância
tanto para os moradores locais, bem como para um todo, devido aos grandes problemas
enfrentados para o abastecimento público, não só no município como em âmbito nacional.
Com isso, as adequações propostas neste estudo visam promover a proteção das
nascentes, assim como do meio no qual a bacia está inserida, buscando a redução dos
impactos na água e no solo, buscando mitigar o assoreamento e aumentar da taxa de
infiltração da água, além de buscar a conscientização da comunidade quanto aos impactos
ambientais por ela causados. Contudo, cabe ressaltar que, os resultados esperados a partir
das adequações propostas só serão possíveis com a participação do poder público e de toda
comunidade envolvida.

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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Eduardo Chris Tófaro de. ESTUDO TÉCNICO PARA


FORMALIZAÇÃO DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DA UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO MATA DO LIMOEIRO. Delphi Projetos e Gestão Ltda, Itabira -
MG, 334 p., abr. 2010. Disponível em:
<http://www.ief.mg.gov.br/images/stories/consulta_publica/out2010/estudotecnico_uc_
mata_do_limoeiro_diagnostico.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2019.

BARROS, L. C. Barraginhas: Uma caixa d’água natural. ProCampo. Ano III.


n.17, p. 12-13. 2008.

BRASIL. Constituição (1981). Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a


Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, e dá outras providências. Lei Nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981. Brasília,
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm>. Acesso em:
15 abr. 2019.

CEPA – Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina. Avaliação


do projeto de microbacias – componente estradas. Florianópolis, SC. 1999.

______. Constituição (1997). Lei nº 9433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política


Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º
da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de
dezembro de 1989.. Lei Nº 9.433, de 8 de Janeiro de 1997. Brasília, 09 jan. 1997.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm>. Acesso em:
18 abr. 2019.

______. Constituição (2000). Lei nº 9985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art.


225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.. Lei no 9.985, de 18 de

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Julho de 2000.. Brasília, 19 jul. 2000. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm>. Acesso em: 18 abr. 2019.

______. Constituição (2002). Decreto nº 4297, de 10 de julho de 2002. Regulamenta o


art. 9o, inciso II, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, estabelecendo critérios para
o Zoneamento Ecológico-Econômico do Brasil - ZEE, e dá outras providências..
Decreto Nº 4.297, de 10 de Julho de 2002.. Brasília, Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4297.htm>. Acesso em: 18 abr.
2019.

BRASIL. Constituição (2011). Resolução nº 429, de 02 de fevereiro de 2011. Dispõe


sobre a metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente - APPs..
Resolução N° 429, de 28 de Fevereiro de 2011. Brasília, Disponível em:
<http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=644>. Acesso em: 18
abr. 2019.

BRASIL. Congresso. Senado. Constituição (2012). Lei nº 12.651, de 25 de maio de


2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de
agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de
2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências.. Lei Nº 12.651, de 25 de Maio de 2012.. Brasília, DF, 25 maio 2012.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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APÊNDICE

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA COMUNIDADE


NO ENTORNO DA BACIA HIDROGRÁFICA

1. Reside no imóvel?
( ) Sim( ) Não ( ) Residência para outros fins
Propriedade: ( ) pequena ( ) média ( ) grande
Quantas pessoas residem na propriedade: ______

2. Há energia elétrica no imóvel?


Sim ( ) Não ( )

3. De onde vem a água de sua residência?


( ) SAAE ( ) Nascente ( ) Poço ( ) Direto de ribeirões, córregos ou rios
( ) Outros _____________________
Caso não venha do SAAE, possui algum tratamento? ( ) Sim ( ) Não
Em caso de nascente na propriedade, ela está protegida/cercada? ( ) Sim ( ) Não
Qual ocupação do entorno da nascente?
( ) Vegetação nativa ( ) Agricultura ( ) Pastagem ( ) Silvicultura
( ) Outros __________

4. Existe coleta de resíduos na região?


( ) Não há coleta ( )Sim. Qual frequência?__________
Se não há coleta, qual é a destinação dos resíduos gerados em sua residência?
( ) Queimado ( ) Compostagem ( ) Depositado a céu aberto ( ) Enterrado
( ) Lançado em curso d’água ( ) Enviado para a Itaurb
( ) Outros ___________________________

5. Qual é o destino do esgoto da sua residência?

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( ) Fossa Séptica ( ) Fossa biodigestora ( ) Fossa Negra ( )


Sumidouro
( ) Lançado direto no curso d’água ( ) Outros. ________________________

6. Existe curso d’água (córrego, rios, riacho) na propriedade?


Sim ( ) Não ( )
Se sim, qual o estado dele? ( ) degradado/assoreado ( ) conservado
( ) baixou o nível d’água
A água do curso d’água é utilizada na sua propriedade?
Não ( ) Sim ( ) Em quais atividades _____________________________

7. Qual (ais) atividade (s) produtiva (s) possui na propriedade?


( ) Agricultura _______________________________________________________
( ) Criação de gado ___________________________________________________
( ) Outra (s) _________________________________________________________

8. No local onde mora e no entorno existe algum “problema ambiental” do seu


conhecimento?
( ) Desmatamento ( ) Diminuição da quantidade de água ( ) Caça ( ) Pesca
( ) Queimadas ( ) Poluição de cursos d'água ( ) Não sei
Outros: ________________________________________________

9. Já ocorreram alagamentos ou enchentes? Sim ( ) Não ( )


10. Proliferação de mosquitos, como da dengue? Sim ( ) Não ( )
11. Recebe visitas do órgão público de saúde municipal? Sim ( ) Não ( )
12. Existem trabalhos de Educação Ambiental na comunidade? Sim ( ) Não ( )

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